1 de Junho, 2004 André Esteves
Um correio estranho…
Alguém gostou tanto da minha paródia às sessões fotográficas do monsenhor josemaria escrivá que me enviou isto…
Estranho! Muito estranho… Alguém me quer explicar?

Alguém gostou tanto da minha paródia às sessões fotográficas do monsenhor josemaria escrivá que me enviou isto…
Estranho! Muito estranho… Alguém me quer explicar?

Começou ontem, n’ A Dois, uma mini série que dá pelo nome de Anjos na América, adaptada da peça de Tony Kushner, estreada na Broadway há onze anos, e que é um retrato dos Estados Unidos dos anos 80.
A peça é sobre a América de há 20 anos, sobre Reagan e a sua administração, sobre uma nova doença que então tinha aparecido – a SIDA -, os mormons, o amor, a depressão e a família. Para além disto, o autor descreveu-a como uma fantasia gay sobre temas nacionais.
Por trás de todo o escândalo social e religioso que trouxe a Sida, está um desejo de saber como lidar com a questão da vida e da morte num mundo que não quer saber o valor de uma vida humana. Kushner também nos abre os olhos para a forma como os líderes políticos da altura, nomeadamente Reagan, lidaram com o que se tornou num dos flagelos da humanidade.
Entre as angústias individuais que cada personagem combate, encontramos “limiares de revelação” onde elas podem descobrir algo sobre si próprias, algo que provém dessa mesma luta e são essas revelações que as podem libertar.
Anjos na América foca também o papel da religião na intimidade de uma pessoa, como factor que condiciona as relações sociais e as relações pessoais, podendo levar à solidão e ao desespero.
O realizador é Mike Nichols que comanda um leque de actores invejável: Merryl Streep, Al Pacino e Emma Thompson.
A série pode ser vista às segundas-feiras, às 22.30.
Na imagem, Xanana encontra-se com o general Wiranto. Podemos ver que o presidente de Timor Leste andou a ter aulas de tolerância com o Monsenhor Belo.
Andem lá! Já agora dêem um beijinho…
O Argumento transcendente
(1) Se a razão existe, então deus tem que existir
(2) A razão existe
(3) Logo, deus existe.
Comentário:
A Razão é um nome, ou é algo que se aprende usando?
De qualquer maneira, este argumento transcende-me…
Pois é! Sim, senhor… Julgava eu que já tinha visto tudo o que os fundamentalistas são capazes para adaptarem a ortodoxia ao mundo moderno.
Para a minha surpresa e delícia, através do fórum da Sociedade da Terra Redonda deparei-me com um exorcismo registado num fórum evangélico…
por outras palavras: Vade rectro, Satanis!!!
ou em hexadecimal:
0000:0000 56 61 64 65 20 72 65 63 74 72 6F 2C 20 53 61 74
0000:0010 61 6E 69 73 21 21 21
Será que o demo sabe a diferença?
Bem.. Nos tempos que correm até o Bill Gates aparece no Livro das revelações, o Apocalipse, utilizando o método cabalístico de análise textual descrito no «Código da Bíblia».
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Estava eu a passear por um bric-a-brac chinês, quando encontrei as últimas tentativas chinesas de entrada no mercado português da memorabilia religiosa católica, como podem ver à vossa esquerda. Na base deste engraçado boneco, encontramos o nome de Santo Exposito (não creio que haja um santo com esse nome, mas que se trata de um dos mártires antes da época de Constantino, dado o fato militar romano).
Para quem olhar de relance, aparenta que estamos a ver um brinquedo. O traço e desenho seguem os códigos do Manga japonês, que hoje influencia várias gerações de artistas na Ásia. As marcas da santidade na iconografia religiosa além de um valor cultural seguem códigos e regras estéticas que são definidas na ortodoxia. Os fiéis encontram aí a familiaridade e reconhecimento da sua revelação, que julgam especial, particular e pessoal. Fá-los, através do condicionamento, invocar os estados de espírito que associam ao sagrado: paz, união mística com algo maior, medo, culpa, contrição, etc. Mas quando os mesmos são vistos e revistos pelos «óculos coloridos» de outra cultura, nada de sagrado encontramos na volta. Só ficam os heróis de banda desenhada. O que fariam os autores deste kitsch se por exemplo, se inspirassem nas visões de Fátima de 1917? Em que a nossa senhora aparecia a Lúcia de saia acima dos joelhos e sem sapatos? Algum Shunga ou Hentai? Confesso que fico curioso… Glossário de termos de Manga e Anime (em inglês) |

Com a presença do Dr. Durão Barroso, único especialista português vivo a rubricar concordatas e do pio edil Carlos Encarnação, danado para missas, hóstias e alcunhas (crismou a ponte de Rainha Santa Isabel), teve lugar ontem a inauguração da ponte Europa, em Coimbra.
Houve bandeiras, possíveis bandalhos, força pública, público à força, numerosos figurantes, alguns figurões e um bispo contratado para benzer a obra de arte.
O bispo, D. Albino Cleto, farol da diocese de Coimbra, exorcista, especialista em bênçãos, utilizador experiente do hissope, habituado a aspergir imóveis, envergou vestes talares para dar mais vigor à benzedura e brilho à festa, não esquecendo uma enorme cruz para que quase lhe faltava o peito.
Os engenheiros da obra desconhecem a eficácia da água benta no reforço das fundações e os bombeiros não se pronunciaram sobre a prevenção de acidentes graças à divina guarda cuja protecção D. Albino foi contratado para intermediar.
As pessoas de Coimbra ficaram muito contentes com a alcunha da ponte Europa, mas as promessas de percorrer de joelhos a nova ligação do Mondego estão desaconselhadas por causa da circulação automóvel.
Um sexagenário com ar jacobino avisou uma devota, que se preparava para percorrer a nova ponte de joelhos, que aquilo era uma rodovia e não um piedoso joelhódromo.
A Associação República e Laicidade lamenta e repudia a exigência da diplomacia governamental portuguesa, expressa numa carta enviada pela ministra dos Negócios Estrangeiros à presidência da União Europeia e reiterada durante a reunião de 24 de maio da União Europeia, de que o preâmbulo da Constituição europeia faça uma referência às “raízes cristãs da Europa”. A Associação República e Laicidade recorda que uma constituição moderna deve ser proclamada em nome dos povos e dos cidadãos a quem se destina, independentemente das suas crenças religiosas ou convicções filosóficas, e não em nome de “Deus” ou de qualquer religião. Uma referência ao cristianismo, para além de menosprezar a riqueza da diversidade cultural e religiosa europeia, só poderia alienar os numerosos cidadãos europeus que se reclamam de outras fés ou de nenhuma. A forma actual do preâmbulo, que nos parece equilibrada e inclusiva, deve ser mantida.
A Associação República e Laicidade reafirma que o artigo I-51 do actual projecto de Constituição europeia é inaceitável, tanto por obrigar a UE a um diálogo regular com as igrejas e comunidades religiosas, reconhecendo assim um direito de ingerência destas no exercício dos poderes públicos europeus, como por impedir que o direito europeu afecte os privilégios adquiridos no âmbito nacional pelas instituições religiosas. A diplomacia governamental portuguesa deveria honrar a separação constitucional entre o Estado e as confissões religiosas, exigindo a eliminação do artigo I-51 do projecto de Constituição para a Europa e contribuindo assim para a necessária laicidade da construção europeia.
Ricardo Alves
(Secretário da Direcção)
Comunicado da Associação República e Laicidade (26-5-2004)

Opus Dei – A única instituição no mundo, que consegue transformar uma física nuclear numa boa dona de casa.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.