22 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança
Basta ver o Banco do Vaticano
Bento XVI alertou hoje, no Vaticano, para uma crise moral que atinge as “estruturas que estão na base da convivência” civil, considerando que as mesmas se encontram ameaçadas.
Bento XVI alertou hoje, no Vaticano, para uma crise moral que atinge as “estruturas que estão na base da convivência” civil, considerando que as mesmas se encontram ameaçadas.
(…)
Otro apoyo fundamental del Gobierno es el intelectual de cámara católico Vittorio Messori, asiduo del programa Porta a Porta de Bruno Vespa y miembro del Opus Dei, que hoy, en una entrevista publicada en Il Giornale con el vaticanista del diario, Andrea Tornielli, de CL, exculpa a Berlusconi y culpa a los fiscales de perseguir políticamente al primer ministro. “Mejor un putero que hace buenas leyes que un notable catolicísimo que hace normas contrarias a la Iglesia”.
Fonte: El País
O Papa Bento XVI designou o cardeal italiano Attilio Nicora presidente da Autoridade para a Informação Financeira (AIF), organismo encarregado de combater a lavagem de dinheiro e vigiar as operações financeiras da Santa Sé, informou o Vaticano nesta quarta-feira.
Uma carta do Vaticano, escrita em 1997, pedia aos bispos católicos da Irlanda para não denunciarem à Polícia os casos de suspeita de abuso sexual contra crianças.
Uma carta, obtida pela emissora irlandesa RTE e fornecida à agência de notícias Associated Press (AP), documenta a rejeição do Vaticano a uma iniciativa da Igreja irlandesa para ajudar a Polícia a identificar os padres pedófilos.
A carta, citada pelo jornal britânico “The Guardian” enfraquece, assim, as persistentes afirmações do Vaticano de que a Igreja nunca instruiu os bispos para ocultarem evidências ou suspeitas de crimes de abuso sexual. (Continua… )
Nota: Compreende-se a pressa de P2 fazer um milagre.
O promotor de Justiça do Estado da Cidade do Vaticano, Nicola Picardi, manifestou a sua satisfação pela eficiência da máquina judicial que, em 2010, geriu 1126 processos civis e 171 penais.
Nem ele nem o seu núncio em Espanha levantaram a voz quando a Conferencia Episcopal, reunida casualmente em 23 de Fevereiro de 1981, em vez de condenarem a tentativa de golpe de Estado do coronel Tejero Molina recomendou aos espanhóis o piedoso exercício da reza.
“Todos os que o conheceram, todos os que tinham por ele estima e admiração, não podem deixar de se regozijar com a Igreja por este momento.” Falando ontem da sua janela virada para a Praça de São Pedro, no Vaticano, na bênção de domingo, Bento XVI não quis perder a oportunidade para demonstrar a alegria da Igreja pela beatificação de João Paulo II, a 1 de Maio.
Agora que JP2 começou a fazer milagres, permito-me recordar um texto escrito após o seu passamento:
«A morte de JP2 relembra a dor e sofrimento que atingiu a URSS quando o pai da Pátria, José Stalin, exalou o último suspiro e recorda o histerismo demente que rodeou a morte do ayatola Khomeini em todo o mundo árabe, particularmente no Irão. Em comparação, a morte de Salazar foi chorada de forma contida, mas os déspotas produzem emoções mais fortes do que os democratas.
O absolutismo papal, restaurado com o apoio entusiástico do Opus Dei, da Comunhão e Libertação e de outros movimentos integristas, fez de JP2 o Papa da «Contra-Reforma», anti-modernista, infalível e retrógrado, que substituiu os anacrónicos autos de fé pela comunicação social e pela diplomacia.
O Papa da Paz, como os sequazes o alcunharam, apoiou a Eslovénia e a Croácia (maioritariamente católicas) e a Bósnia e o Kosovo, nações muçulmanas, contra a Sérvia cuja obediência à Igreja Ortodoxa constituía um entrave ao proselitismo papal que tem nos ortodoxos a principal barreira ao avanço do catolicismo para leste.
A protecção aos padres que participaram activamente no genocídio no Ruanda é mais um desmentido do boato sobre o alegado espírito de paz e justiça que o animava.
A intervenção de JP2 a favor da libertação de Pinochet, quando foi detido em Londres, é coerente com a beatificação de Pio IX, do cardeal Schuster, apoiante de Mussolini e do arcebispo pró-nazi Stepinac. O auge da ignomínia foi a meteórica canonização do admirador de Franco e fundador do Opus Dei, Josemaria Escrivá de Balaguer.
JP2, ele próprio profundamente supersticioso e obscurantista, chega a ser obsceno na forma como inventou milagres para 448 santos e 1338 beatos cujos emolumentos contribuíram para o equilíbrio financeiro da Santa Sé e para o delírio místico dos fiéis fanatizados.
Da prática do exorcismo à exploração de indulgências, da recuperação dos anjos à aceitação dos estigmas como sinal divino (canonizou o padre Pio), tudo lhe serviu para alimentar uma fé de sabor medieval e uma moral de conteúdo reaccionário.
O horror que nutria pela contracepção, o aborto, a homossexualidade e o divórcio são do domínio da psicanálise. O planeamento familiar era para o déspota medieval um crime. A SIDA era considerada um castigo do seu Deus e, por isso, combateu o preservativo, tendo o Vaticano recorrido à mentira, afirmando que era poroso ao vírus (2003).
O carácter misógino, o horror à emancipação da mulher, a crença no seu carácter impuro, foram compensados pelo culto doentio da Virgem, recuperado da tradição tridentina.
Como propagandista da fé, pressionou Estados, condicionou a política de numerosos países, ingeriu-se nos assuntos relativos ao aborto, à eutanásia e ao divórcio e acirrou populações contra governos democraticamente eleitos. Apoiou comandos anti-aborto, estimulou a desobediência cívica em nome dos preconceitos da ICAR, influenciou a redacção da Constituição Europeia, e chegou ao despautério de pedir aos advogados católicos que alegassem objecção de consciência e se negassem a patrocinar o divórcio.
O Papa da Paz condenou a atribuição do prémio Nobel da Literatura a José Saramago; envidou todos os esforços para obter o Nobel da Paz para si próprio, que justamente lhe foi negado; excomungou o teólogo do Sri Lanka, Tyssa Balasuriya por ter posto em causa a virgindade de Maria e defendido a ordenação de mulheres; perseguiu ou reduziu ao silêncio Bernard Häring, Hans Küng, Leonardo Boff, Alessandro Zanotelli e Jacques Gaillot; marginalizou Hélder da Câmara e Oscar Romero; combateu o comunismo e pactuou com as ditaduras fascistas. João Paulo II morreu uns dias depois de o Vaticano ter proibido a leitura ou a compra do «Código Da Vinci» do escritor Dan Brown e sem nunca ter censurado a fatwa que condenou à morte o escritor Salmon Rushdie.
O Papa que morreu, segundo a versão oficial, no dia 02-04-2005 (soma = 13), às 21h37 (soma = 13), curiosidades «assinaladas» pelo bispo de Leiria/Fátima, não pode ser o algoz da liberdade, o déspota persecutório, o autocrata medieval, o ditador supersticioso e beato que conhecemos. É capaz de ser outro papa o que consternou chefes de Estado e de Governo, que alimentou os noticiários de todo o mundo, que rendeu biliões de ave-marias e padre-nossos, que ocupou milhões de pessoas a rezar o terço, vestígio do Rosário da Contra-Reforma, que recuperou graças ao apoio da Virgem Maria que também o promoveu nas suas aparições na Terra.
O Papa que morreu era talvez uma pessoa de bem que, modestamente, ocultou tal virtude. Foi celebrado por dignitários políticos, religiosos e outros hipócritas que, na morte, lhe enalteceram as virtudes e calaram os defeitos. Foi o cadáver que milhares de abutres aguardavam para exibir e explorar numa derradeira campanha de promoção da fé católica.
É, todavia, o mesmo Papa que anatematizou os ateus, fez inúmeras declarações contra o laicismo, silenciou teólogos, beatificou fascistas e combateu o planeamento familiar. A sua obsessão era reduzir o mundo a um casto bando de beatos, tímidos e idiotas, sempre de mãos postas e de joelhos. O livre-pensamento, a modernidade , o prazer e a liberdade foram os seus inimigos figadais.»
Responsável pela Congregação para as Causas dos Santos diz que a beatificação está acima de «quaisquer dúvidas».
O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (CCS), cardeal Angelo Amato, revelou que a causa de beatificação de João Paulo II foi submetida a um “escrutínio particularmente apurado”, para a colocar acima de “qualquer dúvida”.
Nota: A grande nódoa do novo taumaturgo foi a ocultação dos crimes de pedofilia. De resto, curar uma doença de que não se viu livre em vida, é obra de defunto.
Bento XVI: Purgatório é «verdade fundamental» da fé
O Purgatório foi uma das mais lucrativas mercadorias da Igreja católica, partilhada por outras Igrejas cristãs. O marketing do Purgatório tem sofrido numerosas flutuações de acordo com as necessidades de exploração pia.
As caixas das alminhas do Purgatório ocupavam outrora um espaço nos templos e nas curvas dos caminhos à espera de esmolas que, convertidas em missas, antecipavam o transporte para o Paraíso. Foram desaparecendo à míngua de benfeitores e com excesso de predadores à cata do pecúlio. Demoram mais as almas carregadas de pecados veniais a fazerem o trajecto celestial.
Quem inventou o Purgatório foi um génio do marketing. O trintário, série de 30 missas celebradas em dias seguidos por alma de um defunto, com promessa de rápido indulto, foi uma fonte de receitas que durou séculos e rendeu fortunas.
Quando os clientes pensavam que, à semelhança do Limbo, o Purgatório fora abolido, veio o Papa Ratzinger, reabri-lo à piedade e á exploração comercial. Disse a santidade de turno que o purgatório é “uma verdade fundamental da fé” que convida os católicos a “rezar pelos defuntos”. E deus, com o caderno de apontamentos, sempre á mão, lá vai registando as orações e fazendo as contas até enviar às almas penadas o transporte para o Céu.
B16 socorreu-se de Santa Catarina de Génova (1447-1510), consagrada especialista em questões de Purgatório, para reabrir o estabelecimento e explorar o negócio. Falta dizer quantos tempo diminui a pena por missa, óbolo ou peregrinação a Fátima.
O Paraíso, o mais refinado produto que as Igrejas abraâmicas comercializam, é difícil, mas não há bem celeste que os bens terrenos não comprem.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.