Dois atentados suicidas no metropolitano de Moscovo provocaram dezenas de mortos hoje de manhã. São atribuídos a um grupo islamista que pretende impor um Estado islâmico no norte do Cáucaso e que prometeu que a guerra iria até às cidades russas.
Mohamed Valian é um estudante iraniano que está condenado à morte por «actos contra Deus». Ou seja, por ser um contestatário ao regime teocrático do clero xíita.
Um ramo da Al-Qaeda no norte da África informou nesta sexta-feira, 12, que decidiu libertar uma mulher espanhola que foi refém do grupo por 100 dias na Mauritânia porque ela se converteu voluntariamente ao islão.
DUBLIN – Sete pessoas foram detidas pela Polícia da Irlanda nesta terça-feira, 9, por suspeita de participação em um plano para assassinar um cartunista sueco que fez um desenho do profeta Maomé com o corpo de um cachorro.
A Suíça recebeu, nesta sexta-feira, o apoio das Nações Unidas, de Paris e de Bruxelas, após o apelo à guerra santa contra a Confederação Helvética por parte do governante líbio Muammar Kadhafi, em plena crise diplomática entre Berna e Trípoli.
Três dos quatro arguidos do chamado “Grupo de Sauerland”, que estão a ser julgados em Dusseldorf (Alemanha) sob acusação de terem perpetrado atentados bombistas contra cidadãos e instituições norte-americanas, abjuraram hoje o terrorismo, nas alegações finais do julgamento.
Trinta e seis pessoas morreram e 71 ficaram feridas, sexta feira, após a queda do minarete de uma mesquita no centro histórico da cidade marroquina de Meknés, devido a fortes chuvas, segundo as autoridades.
No início da parte mais formal da sua conferência, Hitchens sublinhou como «Deus» retira o homem da sua liberdade, ao condicionar o seu pensamento ao de um «criador» que estabeleceu o que é certo e errado. Precisou a distinção entre o deísmo (mera fé) do teísmo (que já presume uma religião revelada, com os seus textos dogmáticos e as suas regras normativas inquestionáveis).
Christopher Hitchens é um bom conferencista. Exprime-se com clareza, em frases curtas, leu os clássicos do iluminismo (mais os anglo-saxónicos, todavia), acompanha as descobertas científicas actuais, e trata de questões complexas com frases certeiras, rematadas com o humor altivo típico da sua formação oxfordiana.
Existem, sem dúvida, boas razões para o regresso de um ateísmo combativo: a persistência de irracionalidades supersticiosas que impedem um mundo mais justo; as tentativas renitentes de interferir na política das democracias; e o islamismo radical.
Foi só na parte final da sua intervenção, e em particular no período de perguntas, que Hitchens insistiu mais na questão do islamismo radical enquanto movimento global. Está correcto quando afirma que se trata do único movimento totalitário global em ascensão no mundo actual; e quando acrescenta que boa parte da esquerda europeia renunciou a confrontar esse movimento, com o argumento do «anti-imperialismo»; é injusto quando diz que a Europa, toda, desistiu. Porque, na verdade, muitas correntes políticas na Europa percebem bem o que o extremismo islâmico na Europa significa. A proibição do véu nos serviços públicos, na França de 2004, é um sinal claro de que pelo menos um país ainda entende que o laicismo não se resume à separação entre o Estado e a igreja (católica).
A pretexto de um autógrafo, troquei mais algumas palavras com o homem. Interessava-me sobretudo entender que limites entende que se devem colocar no combate contra o islamismo. Disse-me que Geert Wilders apela aos «sentimentos errados» mas que, se fosse suíço, não saberia como votar no referendo sobre os minaretes («que são a coisa mais bonita no Islão»). Mostrou-se também sensível ao perigo que representam a Arábia Saudita e o Paquistão. A insistência no Irão aparece, portanto, como escusada. E como um alinhamento excessivo com a política externa dos EUA. O que me parece desnecessário.
No fundo, Hitchens ainda tem algo de marxista: a convicção de que é viável uma «guerra permanente» contra os movimentos reaccionários activos no mundo. Mas é lamentável que não tenha retirado a lição do que isso significou no Iraque.
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