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Categoria: Islamismo

29 de Janeiro, 2011 Ricardo Alves

Turcos unidos contra o fundamentalismo

De bebida alcoólica na mão, os turcos reúnem-se hoje nas praças das cidades para desafiar as leis islâmicas fundamentalistas dos «islamistas moderados» do partido AKP (no poder).

Ergam um copo à saúde deles…

6 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Salman Taseer e o crime de Islamabad…

Salman Taseer

Por

E – Pá

A blasfémia é a difamação do nome dos deuses [ou dos seus profetas]. Poderá abranger posições de mero insulto ao verrinoso escárnio sobre divindades.

Um “crime” que remonta aos tempos bíblicos [no Levítico estipula-se que os blasfemos sejam condenados à morte], e perdurou durante longo tempo no cristianismo [onde, p. exº., os cânones medievos os puniam exemplarmente]. Os judeus perante uma blasfémia, para demonstrar a sua indignação, rasgavam as suas roupas…
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Este “crime” perdurou até à Idade Moderna. Chegou a incorporar a Lei Comum [“Common Law”] americana onde a condenação capital foi substituída por prisão e multa. Todavia, as suas reminiscências chegaram praticamente aos nossos dias Por exemplo, a atitude da ICAR sobre o livro de Dan Brown, “O Código Da Vinci”, andou, muito próxima de um conceito soft de blasfémia…
No Islamismo a blasfémia centra-se essencialmente na difamação do profeta Maomé, embora imprecações contra deus [lato sensu] sejam, também, abrangidas. Ainda hoje, em muitos países muçulmanos, é considerada uma ofensa punível com a pena de morte. Todos nos recordamos da fatwa de Khomenei sobre Salman Rushdie, em virtude do livro “Versículos Satanicos”, considerado blasfemo.
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O Paquistão será um dos países islâmicos que, na actualidade, mantém um enquadramento “legal” mais duro e rígido contra a blasfémia. Em 1982 era punida com a prisão perpétua. Quatro anos depois – com o recrudescimento do fundamentalismo – foi agravada, sendo introduzida a pena de morte para qualquer observação derrogatória em relação ao profeta Maomé.
Nos sectores muçulmanos mais abertos ao Mundo a “lei da blasfémia” tem gerado muita controvérsia. Salman Taseer, em conjunto com organismos paquistaneses e internacionais, manifestou-se publicamente contra a actual legislação em vigor no Paquistão. link
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O assassinato perpetrado em Islamabad não foi mais um crime num terreno de instabilidade e violência política do Paquistão.
Salman Taseer morreu por ter ousado lutar, no seu País, contra a bárbara lei da blasfémia. Mais um crime a engrossar a galeria de “horrores” das religiões…
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Mais do que decretar 3 dias de luto nacional, melhor seria o Governo paquitanês revogar a iníqua lei que aí vigora.
12 de Dezembro, 2010 Carlos Esperança

11.12.2010: o atentado “falhado” em Estocolmo…

Por

E – Pá

A Europa durante muito tempo considerou que estava de fora, ou à margem, da “onda terrorista” actual. Digo actual porque a Europa desde há muitos anos que lida com actos de violência, seja de natureza étnica ou separatistas [País Basco] ou étnico-religiosos [Irlanda do Norte, ex-Jugoslávia, etc.].

Como denominador comum para a maioria destas graves convulsões político-sociais que afectam profundamente a segurança dos cidadãos está: o nacionalismo. O ideário nacionalista cresce à sombra do desaparecimento de modelos imperiais, sejam universais, majestáticos ou regionais.

Hoje, melhor desde o início do séc. XXI, que paira sobre a Europa um outro tipo de ameaça. A segurança do Mundo, logo, também da Europa, foi afectada pelas “novas cruzadas ocidentais”, i. e., a guerra do Afeganistão e a invasão do Iraque.
E a Jihad, terá sido a resposta violenta [e organizada] destinada a afirmar o islamismo à força. Para isso, socorre-se de oportunismos religiosos, de matriz fundamentalista, organizando ataques terroristas, acções paramilitares [guerra urbana] e sabotagem em nome da religião islâmica [um pouco a reedição do conceito das medievais “guerras santas” movidas em defesa da cristandade].
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Qualquer crítica aos fundamentos ou aos símbolos da crença muçulmana é passível de provocar atentados do tipo “homens-bomba”, como o que se verificou, neste fim-de-semana em Estocolmo.
Mas, por outro lado, a Suécia é um caso atípico. Não existe – em relação ao povo ou ao governo sueco – um substrato evidente, do tipo causa-efeito, como, p. exº., podemos inserir nos atentados de Londres em 2005, ou de conotação mais indirecta o de Madrid, em 2004.
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A “atitude sueca” é conhecida por ter uma grande abertura política e humanista [nomeadamente na área social]. Resquícios da Reforma que perduraram mau grado as tentativas de “contra-Reforma” [falhadas].
Mas a Suécia [e na generalidade os Países escandinavos] sempre foi um País de acolhimento, albergando refugiados, dissidentes ou migrantes. A juventude sueca gosta de conhecer e, muitos, viajam. Percorrem o Mundo, conhecem novas realidades, mantêm contactos e promovem todo o tipo de intercâmbios.
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Esta “porta aberta” torna a Suécia vulnerável a situações deste tipo. Porque, como se deduz de um texto do Swedish Securite Service de Julho passado a Suécia julgava-se ao abrigo deste tipo de atentados…
Os atentados de sábado [os dois atentados quase em simultâneo] em Estocolmo terão sido acções grosseiramente falhadas [gros raté], em termos de objectivos [destruição patrimonial, de devastação sanguinária e de impacto mediático]. A circunstância de algo ter “falhado” aos jihadistas, não pode evitar que a Europa – no rigoroso respeito pelos direitos individuais e colectivos dos cidadãos – reflicta sobre as políticas de segurança no futuro. A cooperação entre os Estados europeus [e com o Mundo] é imperativa e fundamental.