24 de Janeiro, 2012 Carlos Esperança
O Islão é pacífico
Militantes islâmicos atacaram ontem duas igrejas e um posto militar no norte da Nigéria, fazendo subir para 225 o número de vítimas de um fim-de-semana sangrento.
Militantes islâmicos atacaram ontem duas igrejas e um posto militar no norte da Nigéria, fazendo subir para 225 o número de vítimas de um fim-de-semana sangrento.
A Justiça britânica condenou nesta sexta-feira (20) três muçulmanos por incitar o ódio aos homossexuais, ao distribuir um folheto pregando a pena de morte aos gays em uma mesquita da cidade de Derby, em 2010.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/01/gra-bretanha-condena-muculmanos-que.html#ixzz1k3BiUbwH
Pelo menos 18 pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas em Kanpur, no Paquistão, na sequência da explosão de uma bomba.
(…)
O ataque visou uma cerimónia religiosa de xiitas, que representam cerca de 20 por cento da população do Paquistão e que frequentemente são vítimas de atentados, por serem considerados desertores do Islamismo.
(Mural realizado em Paris pelo artista Nick Walker; 2011. Legenda: «Véu islâmico + Tradição francesa=CoranCancan»; fonte.)
De acordo com informações do ministério Portas Abertas, o governo iraniano entregou ao pastor Yousef Nadarkhani, que continua preso, um livro que contesta tanto o Novo e o Velho Testamento com a intenção de fazê-lo desistir do cristianismo e assim voltar para o Islão.
A redacção do jornal Charlie Hebdo foi incendiada esta madrugada, aparentemente com um cocktail molotov. A razão é óbvia: o jornal satírico francês lança hoje nas ruas uma edição (capa aqui ao lado) destinada a assinalar a vitória dos islamistas do Ennahda na Tunísia e o anúncio pelo CNT de que as leis líbias se basearão na chária. A edição apresenta o título «Charia Hebdo» e um novo editor: «Maomé» (lui-même). A redacção ficou totalmente destruída.
O Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio informou por meio de seu líder, Mustafa Abdel Jalil qual será a nova base para o governo do país. “Qualquer lei que contradiga a sharia islâmica é nula e vazia, legalmente falando“, informou líder dos rebeldes durante cerimônia realizada para o novo governo declarar a libertação do país, neste último domingo.
O júbilo da comunicação social dos países democráticos com a queda das ditaduras do Norte de África pareceu-me sempre exagerado. Não que a queda dos ditadores me deixe triste mas porque, em contexto religioso, pressinto os piedosos facínoras que se seguem.
Assustou-me a amnésia colectiva em relação à ascensão da Frente Islâmica de Salvação (FIS) na Argélia cujo pavor levou ao golpe de Estado que impediu a segunda volta das eleições em 1992, eleições que, a terem lugar, como estava previsto e era justo, dariam a vitória aos fanáticos religiosos. Não esqueço a onda de euforia que percorreu o Irão após a queda de Xá Reza Pahlavi, um déspota corrupto, com o regresso do exílio do aiatola Khomeini, com cheiro a santidade.
Não esqueço as palavras do infalível Pio IX que considerava o catolicismo incompatível com a democracia e a liberdade, nem as tolices do Corão que nas mesquitas e madraças intoxicam desde a infância as legiões de crentes.
Não conheço nenhuma religião que tenha lutado pela democracia e pela liberdade mas não faltam exemplos de ditaduras apoiadas pela fé e violências cometidas em nome do deus imposto. A vocação totalitária é comum ao cristianismo e ao islamismo mas, enquanto o primeiro foi moldado pela cultura grega, pelo direito romano, pela Reforma e pela pressão secular, o islamismo não conheceu o Iluminismo, a Revolução Francesa e a derrota dos seus próceres. O Papa foi derrotado por Garibaldi, o secularismo sobrepôs-se às sotainas e o pluralismo e a emancipação da mulher criaram a superioridade moral das democracias em relação às teocracias.
A decadência da civilização árabe, a pobreza e o atraso dos povos submetidos ao Corão, fizeram do Islão o mais implacável monoteísmo, uma cópia grosseira do cristianismo que legitima todos os poderes e as atrocidades praticadas nos países árabes e não árabes, nomeadamente no Irão e na Turquia.
Há a tendência de apelidar de moderado o proselitismo islâmico em curso na Turquia onde os pilares da laicidade – os militares e os juízes – vão sendo assassinados ou neutralizados. O legado de Kemal Atatürk vai definhando com o apoio e simpatia dos países europeus e dos Estados Unidos. Nos países islâmicos, até prova em contrário, não está em curso uma Primavera política, assiste-se à queda de ditadores laicos a substituir por ditadores pios. O Iraque, a Tunísia, o Egipto e a Líbia conquistaram a liberdade de votar democraticamente a supressão da democracia.
Como espero enganar-me!!! E não ouvir falar da sharia como fonte de todos os direitos, isto é, de todas as iniquidades.
Embalada por um crescimento económico de 8% ao ano, a Turquia aspira se tornar um ator global. Para isso, precisa se credenciar como potência regional. Além de produtos, os turcos querem exportar o seu modelo de islamismo moderado. Esse modelo atrai, principalmente, os países da primavera árabe.
É o que explica o cientista político turco Dogu Ergil, da Universidade Fatih, que acaba de voltar de uma pesquisa de campo no Egipto e na Tunísia. Em entrevista ao Estado, ele analisa o endurecimento da Turquia com a Síria. “A Turquia não quer a queda de (Bashar) Assad, mas que ele implemente reformas. Caso contrário, a rebelião popular derrubará o regime. Isso causará muita instabilidade (em toda a região).”
Comentário: Apesar de não saber o que é o islamismo moderado (deixam construir templos de outras religiões e organizar associações de livres-pensadores?) espero que a demência do fascismo islâmico seja contida como foi a do cristianismo.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.