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Categoria: Catolicismo

28 de Maio, 2008 Carlos Esperança

A rã da discórdia

 A escultura do artista alemão Martin Kippenberger que mostra uma rã crucificada com um ovo numa das mãos e uma jarra de cerveja na outra (foto), exposta no novo museu da Arte Moderna de Bolzano (norte de Itália) provocou uma violenta reacção do bispo local, que pediu respeito pelos sentimentos religiosos e exigiu que fosse retirada.

Estamos numa situação semelhante à das caricaturas de Maomé, com uma diferença – a cruz não é exclusivamente cristã e era um instrumento de tortura usual nos tempos cruéis do início da era cristã. Durante os primeiros séculos, o peixe foi, aliás, o símbolo cristão por excelência.

Aqui, o que está em causa é a liberdade de expressão, por um lado, e o dever de respeito dos sentimentos alheios, por outro, embora ninguém deva visitar o Museu se pensar que se ofende, sabendo que a escultura da discórdia faz parte da exposição. Os católicos de hoje não reagem como os muçulmanos e o escultor alemão, já falecido, correria menos riscos do que o caricaturista holandês, mas não deixa de ser preocupante a exigência episcopal de banir de um museu uma qualquer escultura por mais blasfema que a considere.

Se o direito à repulsa prevalecer sobre a liberdade de expressão, não tarda que sejamos obrigados a respeitar qualquer culto, por mais bizarro que seja, ou um ícone que alguém venere. O princípio não tem a ver com a bondade ou virtude da imagem ofendida, está relacionado com o humor e amor que alguém, com poder, manifeste por tal imagem.

Cristo é o homem perfeito para os cristãos mas, por muito que custe – e a mim custa –, o culto de Estaline existe, como existe o de Franco, Salazar e Hitler, e não me coíbo de os condenar. O que é uma blasfémia para um crente é uma crença injustificada para um não crente ou para um crente de uma fé diferente.

Não sendo possível o consenso sobre o bom gosto, o sagrado e o bom senso, só há uma forma de evitar que as diferenças se transformem em divergências e estas em violência – conformarmo-nos com todas as manifestações pacíficas de expressão. Esta é a regra da Europa laica, herdeira do Iluminismo e da Revolução Francesa.

Carlos Esperança

26 de Maio, 2008 Mariana de Oliveira

Bênção das Pastas reflecte sobre a profissão e a família

A Bênção das Pastas, que assinala o fim da vida académica e a entrada no mercado de trabalho, foi conduzida por D. Albino Cleto, bispo da diocese de Coimbra, que partilhou com os estudantes algumas reflexões sobre a profissão e a família.

«Lamento que haja relações profissionais que enfraqueçam os laços de família. É que a família pode ser o suporte para a vossa carreira profissional», começou D. Albino Cleto. O bispo defendeu que os «bons princípios de vida» são a chave para o sucesso no trabalho. «Não queiram ganhar muito dinheiro e exercer a profissão com ganância. Deve-se antes trabalhar com amor pelos outros, porque dar felicidade ao outro é o melhor caminho para a experimentardes em vós próprios», aconselhou D. Albino Cleto, congratulando-se ainda por «o número de universitários nas dioceses estar a aumentar».

«A Bênção não é um gesto mágico, é bem dizer, ou seja, bendito seja o curso que termina», avisou o bispo.

Chegava então o momento alto da cerimónia, a altura de lançar água benta sob os estudantes. Pastas e fitas com as cores das faculdades foram levantadas no ar em simultâneo, criando um efeito visual forte.

A carga emocional também foi intensa. Enquanto recebiam a bênção dezenas de alunos choraram. Lá fora, familiares e amigos esperavam a saída dos alunos, recebidos com abraços e palmas de alegria.

Fonte: Diário de Coimbra, 26 de Maio de 2006.

26 de Maio, 2008 Mariana de Oliveira

Português ordenado sacerdote da Opus Dei

O português Pedro Regojo foi ordenado sacerdote pela prelatura da Opus Dei, na companhia de 35 outros presbíteros de 15 países tão distintos como a Espanha, o Líbano, a Polónia ou o México.

Osnovos sacerdotes foram ordenados no sábado, em Roma, tendo o Bispo Javier Echevarría, prelado da Opus Dei, pedido disponibilidade ao novos presbíteros.

Os restantes países que tiveram sacerdotes ordenados no sábado são Argentina, Brasil, Costa Rica, Filipinas, França, Guatemala, Itália, Quénia, Peru e Venezuela.

Fonte: Agência Lusa, 26 de Maio de 2008.

26 de Maio, 2008 Mariana de Oliveira

Violência na África do Sul preocupa Santa Sé

A violência na África do Sul contra estrangeiros foi condenada pelo Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes.

A Santa Sé recebeu “com profunda dor” as notícias da violência que está a causar “morte, sofrimento e destruição entre muitos migrantes e refugiados” de várias cidades da África do Sul.

Num telegrama enviado a Dom Buti Joseph Tlhagale, arcebispo de Joanesburgo e presidente da Conferência dos Bispos Católicos do Botsuana, África do Sul e Suazilândia, o Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes expressou sentidas condolências às famílias dos mortos e solidariedade para com as pessoas vítimas desses “deploráveis eventos”.

O presidente do Conselho Pontifício da Pastoral, o cardeal Renato Raffaele Martino, e o secretário, Dom Agostino Marchetto, manifestam-se confiantes em que “com as intervenções fraternas da Igreja e das pessoas de boa vontade, seja encontrada uma solução final para esta e para outras situações semelhantes”.

Os prelados afirmam ainda esperar que “a população da região possa novamente viver em paz, solidariedade e com perspectivas de desenvolvimento integral”.

Fonte: Agência Lusa, 26 de Maio de 2008.

23 de Maio, 2008 Mariana de Oliveira

Grupo católico protesta contra o aborto

O grupo Veladas pela Vida, recém-criado em Portugal, marcou uma reunião para domingo, diante da Clínica dos Arcos, a fim de se manifestar contra a prática do aborto, que consideram «não ser uma solução» para a mulher.

«O nosso objectivo é alertar a sociedade para o problema do aborto, que consideramos uma coisa má», afirmou um dos elementos do grupo.

O Veladas pela Vida tem o apoio de António Pinheiro Torres, ex-deputado do PSD e veterano activista anti-aborto.

O grupo, que até agora conta apenas com três pessoas, inspira-se num modelo espanhol que nasceu há poucos meses e que se reúne, todos os dias 25 de cada mês, para orar diante das clínicas que praticam abortos.

«Somos contra o aborto, que consideramos não ser solução para a mulher, dado que altera a psicologia e porque acreditamos que Deus criou a vida a partir da sua fundação», acrescentou.

Embora sejam um grupo católico, a iniciativa está aberta a outras confissões e religiões. De acordo com o mesmo elemento, a base para a teoria do grupo assenta «nos escritos do Primeiro Testamento».

A estreia do movimento em Portugal será este domingo, dia 25, e a próxima reunião está agendada para 25 de Junho. A data foi escolhida devido ao 25 de Dezembro, quando se celebra o nascimento de Cristo.

Fonte: Sol, 22 de Maio de 2008.

23 de Maio, 2008 Mariana de Oliveira

Vaticano rejeita enclave no Iraque

O Vaticano rejeita a criação de um enclave cristão em Nínive, no Iraque, defendida pelo governo local e Estados Unidos, alertando para o risco de se enviar a comunidade para um gueto.

O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Leonardo Sandri, defendeu que não lhe «parece uma ideia feliz criar um gueto para os cristãos».

«Além de tudo, [a criação de um enclave] não garantiria a sua segurança», referiu.

Presentes no Iraque desde o século II, os cristãos são perseguidos por extremistas islâmicos e optam por fugir do país.

Sectores do governo iraquiano e os Estados Unidos advogam a criação de uma zona de protecção nas planícies de Nínive, a Norte do Iraque, para defender os territórios históricos do povo assírio-caldeu e dar abrigo aos cristãos perseguidos.

Fonte: Sol, 21 de Maio de 2008.

23 de Maio, 2008 Mariana de Oliveira

Vaticano contra seminaristas gays

O Vaticano reafirmou a sua oposição à admissão de seminaristas homossexuais, uma posição já assumida há três anos.

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, assinala que as normas publicadas em 2005 pela Congregação para a Educação Católica aplicam-se «a todas as casas de formação para o sacerdócio, incluídas aquelas que dependem dos Dicastérios para as Igrejas Orientais, para a Evangelização dos Povos e para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica».

As afirmações do cardeal, expressas numa carta, surgem em resposta «a numerosos pedidos de clarificação dirigidos à Santa Sé sobre este tema».

A Congregação para a Educação Católica refere que «a Igreja, respeitando profundamente as pessoas em questão, não pode admitir ao Seminário e às Ordens Sagradas quem pratica a homossexualidade, apresente tendências homossexuais profundamente enraizadas ou apoie assim a chamada cultura ‘gay’».

Fonte: Sol, 20 de Maio de 2008.

23 de Maio, 2008 Mariana de Oliveira

Bispos querem menos IVA

Os bispos católicos da União Europeia defendem a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em fraldas para bebés, nas cadeirinhas para os automóveis e produtos específicos de cuidados infantis.

O secretariado da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia justifica ser «importante conceber medidas fiscais que facilitem as condições de vida da família, em particular as que desejam ter mais filhos».

O organismo defende igualmente a diminuição do IVA nas obras de conservação e restauro das igrejas e outros locais de culto. A posição dos bispos europeus foi assumida na consulta lançada pela Comissão Europeia visando a revisão da legislação sobre as taxas reduzidas deste imposto.

Fonte: Sol, 16 de Maio de 2008.

23 de Maio, 2008 Carlos Esperança

Espanha – Ingerência clerical no ensino público

Uma nova polémica surgiu entre a Igreja Católica e o governo da Espanha, após a aprovação no país de “leis éticas” que prevêem a “educação à cidadania” obrigatória nas escolas.

Após a divulgação da medida, a Conferência Episcopal espanhola fez um apelo aos pais que declarem “objeção de consciência” e peçam que seus filhos sejam libertados das aulas.

Adenda: A ofensiva clerical contra o Governo de Zapatero não parou com a derrota eleitoral da Conferência Episcopal que se colocou pública e abertamente ao lado do PP.

Carlos Esperança

14 de Maio, 2008 Ricardo Alves

Fátima é uma arma (mas ferrugenta)

Fátima sempre serviu à ICAR como arma política. É ali, perante as multidões de peregrinos, que se lançam as grandes campanhas clericais. Este ano, parece que o problema é a perspectiva de o Estado legislar no sentido de reconhecer os casamentos entre homossexuais.

Não há razão para temer o que se vai passar. A ICAR pode fazer a campanha do costume, com a deusa de Fátima a chorar sangue, os padres histéricos e os movimentos de «leigos». Já perderam com o aborto e perderão outra vez no novo regime do casamento. Os tempos mudaram e a ICAR manda cada vez menos.