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Categoria: Catolicismo

7 de Junho, 2016 Carlos Esperança

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Eis algumas pérolas do pensamento ultra-machista dos Padres e outros santos varões da Igreja:
“No que se refere à natureza do indivíduo, a mulher é defeituosa e mal nascida, porque o poder activo da semente masculina tende à produção de um perfeito parecido no sexo masculino, enquanto que a produção de uma mulher provem de uma falta do poder activo.” (Tomás de Aquino, Summa Theologica)
“Nada rebaixa tanto a mente varonil de sua altura como acariciar mulheres e esses contactos corporais que pertencem ao estado do matrimónio.” (Santo Agostinho, “De Trinitate”)
“E tu não sabes que és uma Eva? A sentença de Deus sobre este teu sexo vive nesta era: a culpa deve necessariamente viver também. Tu és a porta do demónio; és a que quebrou o selo daquela árvore proibida; és a primeira desertora da lei divina; és a que convenceu aquele a quem o diabo não foi suficientemente valente para atacar. Assim facilmente destruíste a imagem de Deus, o homem. Devido à tua deserção, incluso o Filho de Deus teve que morrer.” (Tertuliano, Padre da Igreja, “De Culta Feminarum”, 1.1)
“É Eva, a tentadora, de quem nos devemos cuidar em toda a mulher… Não consigo entender que utilidade pode ter a mulher para o homem, se se exclui a função de conceber crianças.” (Santo Agostinho de Hipona, Padre da Igreja)
“As mulheres não devem ser iluminadas nem educadas de forma alguma. De facto, deveriam ser segregadas, já que são causa de insidiosas e involuntárias erecções nos santos varões.” (Santo Agostinho de Hipona, Padre da Igreja)
Não se compreende muito bem como continuam a existir mulheres cristãs. Uma estranha síndrome de “Belém”?
Cá por mim ainda bem que existe a mulher. Se ela não existisse, como é que iria funcionar a mola?

publicado às 19:13

4 de Junho, 2016 Carlos Esperança

Na sequência do artigo de Fernanda Câncio

Por

E-pá

Sem querer entrar em espirais de vindicta julgo que a situação vivida actualmente no campo da Educação, com os denominados contratos de associação que têm sido um terreno fértil para o múnus da Igreja Católica no nosso País, já deveria ter provocado, colateralmente, o questionar político da Concordata e de todos os privilégios e iniquidades lá estampados.

Hoje, ainda continuo a interrogar-me por razão o Estado português tem um contrato de excepção com a ‘Santa Sé’ (denominado Concordata) quando o normal e espectável seria a existência de acordos sectoriais bilaterais com o Estado do Vaticano, elaborados em conformidade com o Direito Internacional e sempre concordantes com princípio da reciprocidade.

Os dados que Fernanda Câncio questiona (e solicitou ao MF) não podem ficar circunscritos a questões contabilísticas, orçamentais ou de investimentos, mas devem ir ao fundo da questão. Que é eminentemente política: trata-se de revogar iníquas prerrogativas como foi feito ao longo da História em relação a outros direitos ditos consuetudinários (estou a lembrar-me, p. exº., da escravatura).

31 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Marginal e provocador

Cardeal espanhol convida à desobediência civil

O cardeal arcebispo de Valência, Antonio Cañizares, (foto) pediu aos católicos que desobedeçam às leis que considera injustas, baseadas na “ideologia mais insidiosa e destruidora da humanidade de toda a história, que é a ideologia de género”.

E ninguém o prende!

cardeal

31 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Pensando em meu pensamento

Os que no último domingo, apoiados pelos bispos, foram vociferar contra os cortes nos contratos com os colégios, junto à AR, são os mesmos que se manifestariam a favor dos cortes no Colégio Alemão, Colégio Valsassina, Liceu Francês ou Colégio Moderno, da família Soares, se porventura, qualquer deles, gozasse de tão obsceno privilégio.

E o que não se diria – e com razão –, do Colégio Moderno, fundado pelo grande pedagogo, Dr. João Soares!

30 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Os bispos e a febre amarela

Não lhes bastava que a escola pública pagasse a propagação da fé católica a professores nomeados discricionariamente pelos bispos e pagos obrigatoriamente pelo Estado, ainda querem que as escolas confessionais sejam mantidas pelo Orçamento.

Os bispos perderam a cabeça e a compostura e deixaram cair a mitra. Na peregrinação das esmolas, em que marchavam amigos do peito e da hóstia, os bispos recolheram-se ao Paço, pousaram o báculo e mandaram arear o anelão e engomar a mitra, enquanto as crianças empunhavam cartazes.

Em frente à Assembleia da República, no dia seguinte ao 28 de maio, um pároco erguia um cartaz, «A escola do meu filho escolho eu», enquanto esperava quem lho segurasse. Uma criança exibia, ufana, outro cartaz, «Deixem o meu filho continuar a estudar na melhor Escola», sobrando-lhe em entusiasmo os anos que lhe faltavam para a paternidade.

Quem visse aquela chinfrineira pia, sem a imagem peregrina da Senhora de Fátima, sem andores, apenas com pendões amarelos, empunhados por mordomos com opas da mesma cor, havia de pensar que o ensino privado tinha sido proibido, os padre-nossos interditos e as Ave-Marias postas no índex.

Aquilo não foi uma manifestação de fé, foi uma epidemia de febre amarela, com erro de itinerário que levou os enfermos ao parlamento e os afastou do Instituto de Medicina Tropical.

Não se discute o direito à manifestação, está em causa uma doença infetocontagiosa.

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29 de Maio, 2016 Carlos Esperança

A peregrinação das esmolas

Ungidos pelos bispos, os apóstolos das escolas privadas pagas com dinheiros públicos, organizaram uma cruzada para conquistar Lisboa aos mouros. Nos púlpitos, pregadores incitaram os fiéis. Agitaram-se as mitras, ergueram-se anelões, brandiram-se os báculos, foram concedidas indulgências plenas aos peregrinos e lançada uma fatwa ao Governo.

Sem novenas, missas ou orações pias, mal confessados e pior comungados, fizeram-se à estrada os peregrinos, a exigir o dízimo aos excomungados. No bornal ia a rasteira que pregaram ao PR e a mentira engendrada do Tribunal de Contas. Como ensina a sharia romana, é lícito mentir em benefício de Deus; o ensino privado não é sacramento, por lapso, e os contratos de associação não são o 11.º mandamento, por não caberem no decálogo.

Os colégios, para cujo funcionamento os senhores bispos reclamam o dízimo, situam-se em zonas pobres, para filhos de operários e trabalhadores rurais. São colégios de Viana do Castelo (2) [Caminha-1 e Cerveira-1]; Braga (8) [Braga-3, Barcelos-2, Famalicão-2 e Vizela-1]; Porto (4) [Amarante-1, Gondomar-1, Santo Tirso-1 e Trofa-1]; Vila Real (1); Aveiro (4) [Aveiro-2, Feira-1 e Mogofores-1]; Viseu (1) [Lamego]; Guarda (2) [Seia-1 e Arrifana-1], Castelo Branco (3) [Covilhã-1, Sertã-1 e Proença a Nova-1], Coimbra (8) [Coimbra-7 e Figueira da Foz-1]; Leiria (3) [Leiria-1, Ansião-1 e Caldas da Rainha-1]; Lisboa (1).

Nestas localidades, onde não chegou o ensino oficial, o direito de escolha é a exigência que o episcopado reclama e a caridade exige.

23 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Colégios privados e parasitismo

O Estado é obrigado a facultar ensino público a todos os alunos e não o exonera o facto de, por motivo de urgência, ter assinado contratos de associação com colégios privados. O oportunismo e a má fé querem tornar definitivo o que, pela sua natureza, é transitório.

O alarido das instituições privadas, pias e profanas, reflete os interesses e influência dos donos nos órgãos de comunicação social, misturando a qualidade do ensino próprio com o de outras, que não têm subsídios, e como se fosse a qualidade e não a legitimidade do pagamento que estivesse em causa.

É obsceno ver colégios que disputam alunos ao ensino público na mesma área, a exigir a perpetuação de contratos cuja celebração, em alguns casos, devia ser investigada.

O amarelo é a cor de quem pretende que o Estado lhe pague a liberdade de escolha. É a mancha, quase inexistente no sul do País, que vai crescendo a caminho de Braga, quiçá pela Estrada de Santiago, como a dos peregrinos nas romagens medievais.

Há colégios que, após terem coagido os alunos a escrever cartas de protesto contra o fim de contratos, enviaram outras aos pais e às mães, escritas e dirigidas ao PR, PM e outras entidades, com envelopes endereçados e selados, para serem devolvidas assinadas. E organizam manifestações com alunos, professores, funcionários e famílias! É preciso topete!

Esses colégios têm intenção de avançar com as matrículas dos alunos, à revelia da lista que o Ministério da Educação divulgou na passada sexta-feira onde 40 vão perder os contratos de associação, no próximo ano, para abertura de turmas de início de ciclo (5.º, 7.º e 10.º ano) financiadas pelo Estado.

Têm o direito de o proceder às matrículas, mas não o de exigir que seja o Estado a pagar a decisão que tomam.
Urge acabar com os abusos do ensino privado e é altura de a Segurança Social fiscalizar as IPSSs. O catolicismo orgânico do país moldado pelo salazarismo não pode continuar a chantagear o Estado de Direito.

As escolas são obrigatórias, as madraças facultativas.

18 de Maio, 2016 Carlos Esperança

A água benta vai ser proibida?

Criminalizar venda ilegal

Ministra da Justiça anuncia que venda de “produtos milagrosos” passará a ser crime

A ministra da Justiça anunciou ontem a intenção de criminalizar actividades que actualmente são infracções contra-ordenacionais, como a venda ilegal de produtos apresentados como “milagres para a saúde”.