Loading

Categoria: Imprensa

3 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O divórcio deve ser difícil

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, contestou hoje as iniciativas legais para facilitar o divórcio civil, alegando que provocam a destabilização das famílias.

Embora salientando que as propostas do Bloco de Esquerda e do PS de alterar o diploma não foram discutidas na Assembleia Plenária, D. Jorge Ortiga apelou aos católicos para que «defendam a vida familiar em consonância com o sacramento do matrimónio»

D. Jorge Ortiga admitiu que essas «iniciativas fragilizam» o núcleo do casal e vêm «desestabilizar a vida familiar».

No documento final da assembleia, a CEP diz seguir «com atenção as iniciativas legislativas referentes ao casamento e ao divórcio» e recorda «particularmente aos católicos a doutrina da Igreja sobre o matrimónio», lamentando qualquer proposta que venha «fragilizar ainda mais a estabilidade social, que tem no casamento e na família o seu fundamento».

Fonte: Sol, 03 de Abril de 2008.

3 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Profeta agredido por seguidores

Os membros de uma seita ortodoxa russa que regressaram à superfície, após cinco meses de refúgio num abrigo subterrâneo, agrediram violentamente, quarta-feira, o líder da seita, provocando-lhe um traumatismo craniano.

De acordo com o vice-governador da região de Penza (a Sudoeste de Moscovo), Oleg Melnitchenko, houve uma luta entre os membros da seita e o seu líder, o auto-proclamado profeta Piotr Kouznetsov.

Desse confronto, resultou um «traumatismo craniano aberto» do líder da seita.

Três dos últimos 14 membros da seita, incluindo um bebé de 20 meses, saíram do abrigo subterrâneo onde se encontravam desde há cinco meses e no qual esperavam o fim do mundo.

Os três elementos, uma mãe com duas crianças, foram convencidos por Kouznetsov, que foi transportado de um hospital psiquiátrico onde estava internado, a abandonar o abrigo.

A seita estava refugiada, desde Novembro de 2007, num abrigo subterrâneo, para se proteger do fim do mundo que, no seu entender, ocorreria em Maio de 2008.

A seita ameaçava fazer-se explodir caso a polícia tentasse retirá-los à força.

Fonte: Sol, 03 de Abril de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O culto da caverna

Mais 14 membros de um culto russo que esperava pelo fim do mundo debaixo da terra, saíram nesta terça-feira depois de a neve derreter, causando uma segunda derrocada na gruta.

O grupo mudou para uma casa nas proximidades onde vivia o líder religioso, que se auto-declara profeta Pyotr Kuznetsov.

Os negociadores tentavam persuadir os restantes 14 a saírem do abrigo subterrâneo, construído no último Outono na região de Penza, a 650 quilómetros de Moscovo. Comunicavam por uma chaminé que vinha dar à superfície.

O vice-governador Oleg Melnichenko disse que uma parte da gruta tinha caído nesta terça-feira e que os membros do culto disseram às autoridades de emergência que tinham tido uma visão divina que os instruiu a sair.

Na sexta-feira, outros sete membros já tinham abandonado o abrigo, quando se dera uma primeira derrocada, ameaçando a destruição de toda a estrutura do abrigo.

Ao todo, 35 pessoas tinham entrado para a caverna no início de Novembro para esperar pelo fim do mundo, que eles disseram que ocorreria em Maio.

Ameaçaram a polícia detonar a gruta se as autoridades os tentassem tirar à força.  O grupo que saiu nesta terça-feira entregou três espingardas.

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Intervenção a bem da nação

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa exortou os católicos a intervirem mais na sociedade, perante um Estado que não deve ser «militantemente ateu».

Se a tolerância é cada vez mais a base da «sociedade pluralista» actual, regista-se hoje «uma incrível exclusão da presença católica dos ambientes públicos e políticos», afirmou D. Jorge Ortiga.

«Não podemos aceitar ser excluídos dum processo de humanização integral» e o «Estado democrático não pode ser militantemente ateu e deixar de reconhecer, respeitar e procurar satisfazer a opção dos cidadãos a quem proporciona as condições necessárias para viver a sua religião, respeitando as outras crenças», sustentou.

Para o arcebispo de Braga, «os cristãos portugueses devem manifestar que nunca abdicarão, em princípio e acções, dos seus direitos e das responsabilidades inerentes que derivam da simples cidadania».

Por isso, os cristãos «devem acordar para uma maior responsabilidade sócio-política» e «afirmar a sua capacidade de intervenção, não tendo medo de congregar ideias, suscitar iniciativas e delinear uma cultura», defendeu.

Na assembleia plenária desta semana serão eleitos novos órgãos directivos, mas o até agora presidente da CEP defende que o catolicismo «acredita num futuro marcado pelos valores que professa» e por isso «nunca poderá prescindir de dar o seu contributo à edificação dum país mais justo».

Na sua opinião, «a intervenção na vida social é estruturante do cristianismo», explicou o arcebispo de Braga que recusa fazer uma análise da actuação da Igreja baseada em «realidades estatísticas ou resultados de sondagens».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Tudo sereno

A encenação d’ «Os Versos Satânicos» foi considerada «pura provocação» à comunidade muçulmana por muitos religiosos, mas a estreia não provocou as reacções violentas que muitos receavam.

O escritor Bahman Nirumand descreveu as produções como «equipamento bélico psicológico» sob a aparência de liberdade artística, que apenas servem os mais radicais. «Posso garantir que os fundamentalistas devem estar muito contentes», afirmou, na rádio alemã.

A estreia d’ «Os Versículos Satânicos», no teatro de Potsdam, foi escoltada por um forte aparato policial embora não tenham ocorrido quaisquer incidentes.

A comunidade muçulmana residente do país decidiu ignorar o acontecimento e houve até quem dissesse que «insultar o Islão» era apenas mais uma forma de atrair audiências.

O encenador da peça, Uwe Laufenberg, afirmou que a obra não pretende atacar o Islão ou causar algum tipo de controvérsia, mas sim celebrar um livro fundamental na história da literatura moderna.

«Espero que seja uma chance para se perceber do que realmente trata a narrativa», declarou. «A história da obra de Rushdie é sobre unidade e não contra ninguém».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Versão 2.0

Numa entrevista, a propósito da Semana Santa, monsenhor Marcony Vinícius Ferreira, braço direito do arcebispo de Brasília, João Braz de Avis, propôs métodos revolucionários para passar a palavra da fé entre uma juventude «cada vez mais apática».

«Jesus usaria a internet, assim como o Papa usa o telefone celular, todos os meios onde a sua palavra pudesse chegar», disse.

Há pouco mais de dois mil anos, Jesus «entrou em Jerusalém num Domingo de Ramos montado num burro, que era o ‘Omega 2.0’ de hoje», acrescentou Marcony, referindo-se a um modelo automóvel que a norte-americana General Motors deixou de fabricar no Brasil em 1998.

«Jesus foi à casa de homens ricos como Zaqueu, Mateus e Simão. Este ofereceu-lhe um jantar fabuloso. Foi à casa de pobretões como Marta, Pedro e outros. Jesus se aproveitaria dos espaços oferecidos para interagir. Iria ao Congresso Nacional, ao Maracanã. Onde Ele pudesse conversar com o povo, ser ouvido, Ele iria», assegurou o religioso, perguntado sobre se Cristo aceitaria um convite para um churrasco.

Fonte: Sol, 21 de Março de 2008.

28 de Março, 2008 ricardo s carvalho

diarreia verbal

«[…] “Não há amor sem sofrimento e dor”, já tinha avisado o presidente da Conferência Episcopal quando foi apresentado o “Divórcio na Hora”, um portal de internet de iniciativa de privados, aproveitando as potencialidades do novo Cartão Único do cidadão para simplificar alguns procedimentos burocráticos.

Esta quinta-feira foram várias as vozes da Igreja Católica que se levantaram contra a mudança da lei do divórcio, que visa acabar com o longo calvário dos divórcios litigiosos. O padre Duarte da Cunha, que foi responsável na diocese de Lisboa pela Pastoral da Família, foi o que se destacou, ao acusar as propostas do Bloco e do PS de “sentimentalização excessiva do amor”.

Este professor de teologia, filosofia e antropologia do matrimónio na Universidade Católica acrescenta que “o amor é uma construção permanente, não é algo que se sente um dia e no outro não”. Daqui, o sacerdote partiu para a associação destas propostas à “desagregação da família” e à “violência dos jovens”, tudo “sinais de uma sociedade que não cuida de si”.

Para rematar a sua oposição à mudança da lei do divórcio, o padre Duarte da Cunha deixou ainda ao Diário de Notícias uma pergunta: “Só se pensa na liberdade do que se quer divorciar. E onde está a liberdade do que não se quer divorciar?” […]»

(Esquerda.Net --- 28-Mar-2008)

(também no Esquerda Republicana)

27 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

Deputado holandês divulga filme anti-islâmico na Internet

Foi hoje colocado na Internet o filme contra o Islão do deputado holandês de extrema-direita Geert Wilders.

Ao longo de 15 minutos, «Fitna» (termo árabe para divisão ou discórdia) mostra imagens de recentes atentados e declarações de radicais islâmicos, associando-as a versículos do Corão em que se faz a defesa da «jihad» (guerra santa).

Com este filme Wilders diz querer mostrar como o Corão incita à violência e promove o ódio contra as outras religiões.

Numa entrevista recente, o fundador do Partido da Liberdade chegou a apelidar de «fascista» o livro sagrado dos muçulmanos e a compará-lo ao «Mein Kampf», de Adolf Hitler.

A terminar o filme, legendado em francês e inglês, surge um grande plano do Corão e uma mão pega numa das folhas. No plano seguinte, sob um fundo negro, ouve-se o som de uma folha a ser rasgada mas, em legenda, o autor garante que a página arrancada pertencia a uma lista telefónica. «Não me cabe a mim, mas aos próprios muçulmanos rasgar os versos de ódio do Corão», acrescentam as mesmas legendas, em que Wilders volta a acusar o Islão de «querer governar, submeter e destruir a civilização ocidental».

Fazendo uma analogia com a derrota do nazismo, em 1945, e do comunismo, em 1989, o deputado da extrema-direita diz ser «agora tempo de a ideologia islâmica ser derrotada», antes de concluir: «Parem a islamização, defendam a liberdade».

Fonte: Público, 27 de Março de 2008.

27 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

ONU condena discriminação do Islão

O Conselho dos Direitos Humanos da ONU aprovou a resolução por 21 votos a favor e 10 contra, com a oposição da Europa e Canadá.

A resolução, submetida pelo Paquistão em nome da Organização da Conferência Islâmica, contou com a oposição da União Europeia e 14 abstenções.

No texto lêem-se preocupações com «as declarações nas quais as religiões – nomeadamente o Islão e os muçulmanos – são atacadas, tenham a tendência para se multiplicar nos últimos anos». Menciona ainda os «estereótipos deliberados que visam as religiões, os seus adeptos e pessoas sagrados nos órgãos de comunicação social».

«Lamenta a utilização da imprensa escrita, dos meios audiovisuais e electrónicos», a fim de incitar «aos actos de violência, à xenofobia ou à intolerância» e à «discriminação face ao Islão ou a qualquer outra religião».

O Conselho declarou-se «vivamente preocupado com a intensificação da campanha de difamação das religiões e do perfil étnico e religioso das minorias muçulmanas desde os trágicos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001».

Além disso, o Conselho preocupa-se com as «tentativas que tenham por objectivo assimilar o Islão ao terrorismo, à violência e às violações dos Direitos Humanos».

O representante da União Europeia, o embaixador da Eslovénia Andrej Logar, lamentou um texto «unilateral, que se centra apenas no Islão».

Fonte: RTP, 27 de Março de 2008.