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Categoria: Humor

1 de Junho, 2010 Carlos Esperança

Frases para a História…

Por detrás de leis como o aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual e outras está o totalitarismo do orgasmo. Parece que o deboche agora se chama “modernidade”.

João César das Neves in DN

27 de Abril, 2010 Carlos Esperança

Momento zen de segunda_ 26_04_2010

Na sua homilia de hoje, no DN, João César das Neves (JCN) parece apavorado com a legalização do casamento gay, convencido definitivamente da sua obrigatoriedade ou servindo-se do pretexto para não falar dos escândalos que inundam a sua Igreja.

Qual profeta, ungido na sacristia de uma paróquia rural, JCN afirma que «Aquilo que chocará o futuro são sem dúvida as tentativas radicais e atabalhoadas na legislação da família», motivo que o levou a intitular o sermão «A construção de um monstro».

Considera a lei do aborto de 2007, responsável pelo morticínio de milhares e insurge-se contra o que chama «enorme fraude política de usar um referendo não vinculativo sobre a despenalização do aborto” para o legalizar, omitindo que o anterior, igualmente não vinculativo e menos participado, suspendeu a legislação legalmente votada na A.R..

Depois de uma frase pia, de ressonância apocalíptica, « O aborto é apenas um aspecto, de longe o mais sangrento, da vasta investida recente contra a vida», atira-se à “lei da procriação medicamente assistida” de 2006 exibindo um desvelo pelo embrião humano superior ao que alguma vez lhe mereceram as crianças que morrem vítimas da fome, da guerra e das doenças que o seu omnipotente deus consente.

«As leis do divórcio de 2008 e uniões de facto de 2009 constituem enormes atentados à instituição familiar, só comparáveis à campanha de 2010 pelo casamento do mesmo sexo», – diz o microfone da Igreja católica ligado às segundas-feiras no DN.

JCN encara a educação sexual como uma imposição de «ideologia frouxa e lasciva» às crianças e jovens e ruge contra as praias de nudistas. Depois mistura coisas diferentes: divórcio (quererá proibi-lo?), uniões de facto e filhos fora do casamento, a que atribui a baixa natalidade, esquecendo que pior, para a reprodução, é a castidade.

JCN considera a legislação familiar portuguesa, em linha com o que se passa na Europa, um plano malévolo digno de Nero, Napoleão e Hitler, esquecendo as paixões que os dois últimos despertaram em altos dignitários da sua Igreja.

Enfim, JCN é uma poderosa vacina contra a Igreja de que é prosélito.

14 de Janeiro, 2010 Ricardo Alves

O Papa quer falar connosco

Tenho sempre a agenda bastante preenchida, mas se ele quiser podemos ir beber umas bijecas. Tenho é muito para lhe dizer, se ele me quiser ouvir com a mesma paciência que eu tenho tido para o ouvir.

16 de Novembro, 2009 Carlos Esperança

Momento zen de segunda_16-11-2009

Pitecos - Zédalmeida

Pitecos - Zédalmeida

João César das Neves (JCN), ex-assessor do ex-primeiro-ministro Cavaco Silva para os assuntos económicos, pretende ser um assessor vitalício da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, nome com que o Vaticano, por vergonha, crismou o ex-Santo Ofício.

JCN aprecia as liberdades individuais como Maomé o toucinho ou o Papa Ratzinger o Concílio Vaticano II. Inconsolável por não ter optado pelo sacerdócio, faz as homilias no Diário de Notícias, às segundas feiras. Por enquanto em vernáculo, mas com fortes probabilidades de passar ao latim em homenagem ao concílio de Trento.

O bem-aventurado põe na defesa dos sãos costumes e no combate ao que julga ser a devassidão, o zelo de um talibã, o fervor de um cruzado e a convicção de Torquemada.

JCN sabe que o PS ganhou as eleições legislativas com a promessa da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sabe que faz parte do seu programa, como, aliás, o afirma, mas a memória do Antigo Testamento não lhe permite consentir tal abominação, apesar de lhe minguar a coragem para matar os homossexuais como manda o livro sagrado.

Assim, agarra-se ao referendo com a ansiedade de um náufrago. Chama arrogante ao primeiro-ministro porque – diz JCN –, “mostra não entender a democracia” ao recusar o referendo e pretender cumprir o que reiteradamente prometeu durante a campanha.

Numa reflexão pia, diz JCN que “nunca a política desceu tão baixo” como no processo político que levou à descriminalização do aborto, a que o devoto chama a promoção do aborto livre e barato. Não é um rasgo de inteligência nem de honestidade intelectual, mas é a manifestação de proselitismo que há-de garantir-lhe uma assoalhada no paraíso.

Nesta homilia, o bem-aventurado teve ainda espaço para manifestar o azedume contra a “lei da procriação medicamente assistida” ((Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho) e contra a lei do divórcio (Lei n.º 61/2008 de 31 de Outubro) promulgada pelo actual PR com uma mensagem, em 20 de Outubro, que pareceu ter sido escrita por este piedoso beato.

A prédica termina com alguns pios insultos e uma profecia, em jeito de maldição: «As gerações futuras censurarão asperamente a nossa pelas terríveis infâmias legais cometidas contra a vida e a família».