Loading

Categoria: Ateísmo

2 de Junho, 2016 Carlos Esperança

Previsões preocupantes

DN – 14 de maio de 2016 – Padre Anselmo Borges

«Atendendo a quatro grandes variáveis – a taxa de fertilidade, a idade das populações, a taxa das conversões e as migrações –, revelam-se duas grandes tendências: um “crescimento excepcional do islão (+73%), que vai crescer duas vezes mais depressa do que a população mundial (+35%) e impor-se como uma religião mundial, tão importante como a cristã; depois, o declínio relativo dos não crentes, agrupados aqui no grupo dos não afiliados, incluindo ateus, agnósticos e os que se não identificam com nenhuma religião: em 2050, serão mais 61 milhões, mas não representarão mais do que 13% da população mundial (contra 16% hoje)”.

A Europa, e em particular a França, constituem excepção: concretamente na França, os não afiliados poderão ver o seu peso duplicar (passando de 28% para 44%), tornando-se o grupo maioritário, à frente dos cristãos (43%). De qualquer modo, concluem os autores do estudo: “As religiões revelam-se muito mais resilientes do que o que se tinha previsto.”»

28 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Coisas da Bíblia

Uma questão nada fácil de engolir pelos crentes, mesmo pelos mais fanáticos! No entanto… Vem no ‘Livro Sagrado’!!!
De onde também se deduz que não houve filhas, mas sim três filhos: Caim, Abel e Set. Caim embirrava com as maneirinhas do Abel e matou-o com um pontapé infeliz. Então ficaram dois rapazes para crescerem e se multiplicarem. Como aconteceu, ninguém sabe e se sabe não conta para a gente…
Tudo mera questão de fé.
 (Enviado por Leopoldo Pereira)
24 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Crença e descrença através de alguns números

Revista Philosophie Magazine (Set. 2015) – Resultados do último grande estudo do Pew Research Center sobre as religiões em 2050.

Evolução do número de crentes no mundo, comparando os anos 2010 e 2050: cristãos: 2170 milhões, 2920 milhões; muçulmanos: 1600 milhões, 2760 milhões; hindus: 1030 milhões, 1380 milhões; budistas: 490 milhões, 490 milhões; judeus: 10 milhões, 20 milhões; sem religião: 1130 milhões, 1230 milhões.

Diário de uns Ateus – A interpretação fica ao critério dos leitores.

21 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Desabafo de um leitor

Por

André Esteves

Um dos principais eventos da astronomia amadora de Portugal está a ser invadida pelas hordas criacionistas…

O programa:
http://nonio.ese.ipsantarem.pt/secundaria/images/stories/noticias/astro.pdf

Com esta maravilhosa palestra:
Universo Programado (por Miguel Ribeiro, Médico e autor do livro “Universo Programado, uma alternativa ao Darwinismo e à religião”)

Porque é que o multiverso não explica as “coincidências cósmicas”.
Parque é que as leis da física e constantes da natureza não explicam a evolução do universo.
Porque é que a emergência da vida implica um programa.
Porque é que a mutação aleatória benéfica é uma impossibilidade probabilística e conceptual.

15 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Fé e descrença – alguns números

(…) «Javier Elzo dá exemplos de percentagens de pessoas que se dizem religiosas em diferentes países. Itália, 74%; Rússia, 70%; Portugal, 60%; Estados Unidos, 56%; França, 40%; Espanha, 37%; Alemanha, 34%; Israel, 30%; Reino Unido, 30% e Suécia, 19%. Percentagens de pessoas que se dizem “ateus convictos”: Espanha, 20%; França, 18%; Alemanha, 17%; Suécia, 17%; Reino Unido, 13%; Portugal, 9%; Israel, 8%; Itália, 6%; Rússia, 5% (“por alguma razão, os estudiosos do fenómeno religioso na Rússia falam da era pós-ateia”). O número de cidadãos que se dizem ateus é superior na República Checa, 30%; Japão, 31%; Hong Kong, 34% e China, com 61%. Excluindo a China e o Japão, é na Europa que se concentra a maior parte de ateus. Mas, como a BBC acaba de anunciar, a China, apesar do controlo governamental, pode tornar-se já em 2030 o país com maior número de cristãos do mundo.» (…)

Padre Anselmo Borges, ontem, no DN.

10 de Maio, 2016 Carlos Esperança

E já é favor

Quando perguntaram a Einstein se acreditava em Deus, respondeu:

– ” Acredito no Deus de Spinoza que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe e não no Deus que se interessa em premiar ou castigar os homens”.

Diário de uns Ateus – Não é por acaso que a ICAR denomina o panteísmo como uma forma de ateísmo.

4 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Resposta ao CDS – Cc. Ministro da Educação e restantes grupos parlamentares.

Associação Ateísta Portuguesa

Resposta ao CDS Cc. Ministro da Educação e restantes grupos parlamentares

Exmo. Senhor Deputado Abel Baptista

Ref.ª: V/ DESPACHO – Associação Ateísta Portuguesa – Nota de carta ao Ministro da Educação.

Senhor deputado Abel Baptista,

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) tomou devida nota da posição do CDS, que V. Ex.ª nos transmitiu em relação à reclamação da AAP, enviada ao Senhor Ministro da Educação, pela iniciativa da diretora do Agrupamento de Escolas de Castelo de Paiva (AECP), Maria Beatriz Moreira Rodrigues e Silva, que, a “convite do Reverendo Padre F. Sérgio”, solicitou aos encarregados de educação autorização para que os alunos se pudessem deslocar, ao largo do conde, entre as 10 e as 11 horas do dia 13 de abril, acompanhados de professores e funcionários, para participarem na receção à «Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima» [sic].

Entendendo a AAP que a Sr.ª Diretora da AECP colidiu com a laicidade a que a escola pública está obrigada, reclamou junto do Sr. Ministro da tutela e deu conhecimento aos grupos parlamentares das questões levantadas e que, a seguir, repetimos:

a) se há alguma legitimidade ou utilidade na suspensão das aulas para participação de alunos do segundo e terceiro ciclos na cerimónia religiosa;
b) se aos alunos que eventualmente se recusaram a participar na referida cerimónia (difícil perante a militância pia da diretora) foram asseguradas aulas;
c) se as aulas sacrificadas pela devoção do órgão diretivo tiveram compensação;
d) se os alunos, professores e funcionários foram abrangidos por qualquer seguro e lhes foi facilitado transporte do Agrupamento até à Igreja Matriz e regresso, ou foram obrigados a deslocar-se a pé.
e) finalmente, se a laicidade da República Portuguesa, no caso da Escola Pública, é acautelada pelo Ministério da Educação e que providências serão tomadas para que outras escolas públicas não reincidam em semelhante prevaricação.

§

Não pode esta Associação deixar de manifestar a V. Ex.ª e ao CDS a sua perplexidade perante a resposta recebida porque, em vez de transmitir a posição do partido sobre as questões referidas, recebemos, com os cumprimentos que agradecemos, três parágrafos que transcrevemos, a seguir, e não resistimos a comentar:

«Graças a DEUS que nas escolas há diretores que são democratas e respeitam as opções religiosas de quem é religioso.
Era o que mais faltava uma escola não permitir que os seus alunos, inscritos na disciplina de EMRC não pudessem num ponto tão relevante para a sua crença participar, até quem sabe, em conjunto co os seus pais.
Da minha parte só posso dizer que Deus guarde a direção desta escola que assim procedeu.»

1 – O CDS, salvo o devido respeito, desconhece e despreza a Constituição da República Portuguesa;
2 – O CDS confunde a democracia com a fé, o direito constitucional com o canónico e a escola pública com as sacristias e, em nome do Deus do Sr. Deputado, apoia o atropelo grosseiro à laicidade praticado pela diretora da AECP;
3 – O CDS, considerando, como legítimo, o ‘direito’ à substituição das horas letivas por manifestações religiosas, deixa transparecer o desejo de transformar a escola pública em madraças romanas onde o catecismo se sobreponha ao programa escolar;
Finalmente, o senhor deputado signatário, ‘a nível pessoal’, pede a Deus «que guarde a direção da escola que assim procedeu». Em suma, substitui o pensamento político por uma homilia e o sentido de Estado pelo proselitismo.
Agradecendo o envio da piedosa prosa que, alheia às questões levantadas na reclamação da AAP, o hão de convencer da utilidade para remissão dos pecados e salvação da alma,

Apresentamos, a V. Ex.ª e ao CDS, saudações republicanas, laicas e democráticas.

a)Direção da AAP

28 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Na sequência do atropelo à laicidade nas escolas de Castelo de Paiva, que interromperam as aulas para que os professores, funcionários e alunos fossem esperar a imagem de “Nossa Senhora de Fátima” [sic], dentro do horário letivo, a AAP reclamou junto do ministro da Educação, dando conhecimento aos grupos parlamentares.

Email recebido do PEV:

«Grupo Parlamentar Os Verdes PEV.Correio@pev.parlamento.pt por gmail.com
Anexos12:17 (Há 4 horas)

para Associação Ateísta Portuguesa

Exmo. Senhor,

Encarregam-me os senhores deputados – Heloísa Apolónia e José Luís Ferreira – de acusar a receção e agradecer a sua mensagem eletrónica, acompanhada pela carta que endereçou ao Ministro da Educação, que mereceu a sua melhor atenção.

Sem mais de momento, apresentamos os melhores cumprimentos,

Joana Gomes da Silva
Chefe de Gabinete»

26 de Abril, 2016 Carlos Esperança

A arte do ludíbrio

Texto retirado do livro de Daniel C. Dennett “Quebrar o feitiço”,
por
Paulo Franco.

A postulação de efeitos invisíveis e indetetáveis que (ao contrário dos átomos e dos germes) são sistematicamente imunes a confirmação ou não-confirmação é tão comum nas religiões que esses efeitos são por vezes considerados definitivos. Nenhuma religião carece deles e algo que não os possua não é realmente uma religião, por muito que seja assim considerada a outros títulos.

Por exemplo, os sacrifícios intrincados a deuses encontram-se em toda a parte e, evidentemente, em nenhum lugar os deuses emergem da invisibilidade e se sentam para saborear o belo porco assado ou beber o vinho. O vinho é vertido sobre o chão ou no fogo, onde os deuses podem apreciá-lo numa privacidade inobservada e o consumo dos alimentos realiza-se queimando-o ou delegando-o aos xamãs, que os comem como parte dos seus deveres oficiais – que conveniente!

Como de costume, não temos de implicar os xamãs, individualmente, ou mesmo como um grupo difuso de conspiradores, na elaboração desta base racional, já que ela
poderia surgir através da replicação diferencial de ritos, mas os xamãs teriam de ser bastante obtusos para não apreciar tanto esta adaptação como a necessidade de afastar as atenções dela. Nalgumas culturas, surgiu uma solução mais igualitária: toda a gente come os alimentos que, de alguma forma, foram também consumidos de forma invisível e não-destrutiva pelos deuses. Os deuses têm o seu tributo e nós sentamo-nos à mesa também. A transparência deste arranjo tão conveniente não será arriscada? Sim, pelo que é quase sempre protegida por um segundo véu: “Estes mistérios ultrapassam toda a compreensão! Nem sequer tente compreendê-los!” O mais frequente é que seja providenciado um terceiro véu: é proibido fazer demasiadas perguntas sobre estes mistérios.

Duas outras práticas correntes dos xamãs são os truques de mãos, tais como a ocultação de entranhas de animais que podem depois ser milagrosamente «removidas» do torso da pessoa afetada, numa «cirurgia psíquica», e o truque de estar amarrado de pés e mãos e, de alguma forma, fazer com que a tenda abane ruidosamente. No enorme espaço de planeamento intencional de possibilidades, estas três formas parecem ser as mais acessíveis para criar efeitos «sobrenaturais» espantosos para impressionar os clientes, já que têm sido redescobertas repetidamente.

Um dos factos mais interessantes sobre estes atos inconfundíveis de ludíbrio é que os seus praticantes, quando pressionados por antropólogos indagadores, exibem uma vasta gama de reações. Por vezes, obtemos uma admissão franca de que estão conscientemente a usar truques dos espetáculos de magia para enganar os clientes, o que, ocasionalmente, defendem como o tipo de «desonestidade sagrada» (pela causa). E noutros casos, o que é mais interessante, uma espécie de nevoeiro santo de incompreensão e mistério abate-se de súbito sobre o entrevistado, protegendo-o de outros questionários corrosivos.

Estes xamãs não são exatamente burlões nem todos, pelo menos – mas, no entanto, sabem que os efeitos que obtêm são segredos do ofício que não devem ser revelados aos não-iniciados, sob pena de os seus efeitos serem diminuídos. Todos os padres e pastores, todos os imãs e rabinos, todos os gurus sabem a mesma coisa, e a mesma gradação, da plena consciência à inocência, pode encontrar-se hoje em dia nas práticas dos pregadores revivalistas, como foi revelado em “Marjoe”, o documentário vencedor de um Óscar que seguiu Marjoe Gortner, um jovem pregador evangélico carismático que perdeu a fé, mas voltou a ser pregador para revelar os truques do ofício.

Neste filme perturbante e inesquecível, revela como faz as pessoas desmaiarem quando põe as mãos sobre elas, como as incita a fazerem declarações apaixonadas do seu amor por Jesus, e principalmente, como as leva a despejarem a carteira na bandeja da coleta.