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Categoria: AAP

15 de Março, 2013 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) Carta aos sócios

Prezado consócio:

«É com profunda alegria que, em meu nome pessoal e em nome de todo o povo português, saúdo o Papa Francisco», lê-se numa mensagem de felicitações enviada por Cavaco Silva ao Papa Francisco I, divulgada na página da Presidência da República na Internet.
***

As saudações do senhor presidente da República ultrapassam a mensagem protocolar habitual para chefes de Estado e, com acentuado cunho pessoal, manifesta «profunda alegria» na saudação ao novo chefe do único Estado totalitário da Europa.

Creio que todos os membros da Associação Ateísta Portuguesa terão, como eu, ficado perplexos pela saudação ao Papa Francisco «em nome de todo o povo português».

Não me revendo na alegria nem na representação que Sua Excelência se atribui para um ato de genuflexão pia, lamento que o respeito que a Constituição impõe para com o PR, não tenha correspondência no respeito que deviam merecer a Sua Excelência os ateus, agnósticos, livres-pensadores e outros cidadãos que condenam o Papa e o Vaticano.

Acresce que o novo papa é claramente homofóbico e misógino, para além das relações suspeitas que teve com Videla, circunstâncias que seguramente merecem aos ateus da AAP o maior repúdio e a mais viva indignação.

Na impossibilidade de recolher a opinião dos colegas da Direção, em tempo útil, para elaborar um comunicado consensual, como é nosso hábito, não quero deixar de lhe transmitir o meu repúdio por termos sido incluídos na «profunda alegria» do PR, certo de que todos desprezamos as teocracias e defendemos afincadamente a laicidade do Estado, constitucionalmente consagrada e debilmente respeitada por Sua Excelência o Presidente da República.

Com a certeza de que continuo em sintonia com as centenas de sócios da AAP, apresento-lhe as minhas cordiais saudações ateístas.

AAP, 14 de março de 2013

a) Presidente da Direção

P. S. A presente carta será publicada no Diário de uns Ateus.

28 de Janeiro, 2013 Carlos Esperança

Veja amanhã no Diário de Notícias

Debate encerra Grande Investigação DN

Auditório do DN encheu para ouvir os cinco oradores convidados para debater o papel do Opus Dei na Igreja e na sociedade
O ambiente plural do debate que hoje encerrou a publicação da Grande Investigação DN sobre o Opus Dei foi um dos aspetos destacados pelos oradores Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia, Ludwig Krippahl, vice presidente da Associação Ateísta Portuguesa, Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Pedro Gil, diretor do gabinete de imprensa do Opus Dei e Tolentino Mendonça, vice-reitor da Universidade Católica.

“Parte integrante da Igreja”, como defendeu Manuel Morujão, o papel do Opus Dei na sociedade e na Igreja Católica foram os temas em destaque, sem esquecer as particularidades da obra fundada em 1928 pelo padre aragonês Josemaria Escrivá de Balaguer.

A relação com a cultura, nomeadamente a existência de livros desaconselhados à leitura, a função das mulheres e as penitências pessoais encorajadas pela obra foram alguns dos tópicos discutidos.

24 de Janeiro, 2013 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) – Lisboa_DN

Opus Day: A influência do Opus Dei na sociedade em debate. Na próxima segunda-feira, dia 28, realiza-se o debate ‘Opus Dei: o papel e a influência na Igreja e na sociedade’, que surge na sequência da publicação de mais uma Grande Investigação DN.

O debate será moderado por João Céu e Silva, grande repórter do DN, e terá como oradores Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia, Ludwig Krippahl, vice-presidente da Associação Ateísta Portuguesa, e Pedro Gil, diretor do gabinete de imprensa do Opus Dei. Para assistir ao vivo a este debate, que tem início às 11:00, terá de inscrever-se através do e-mail conferencias@controlinveste.pt

O número de participantes está naturalmente limitado à capacidade do auditório. Ou então seguir a emissão em direto no site do Diário de Notícias.

Para quem quiser conhecer melhor o outro lado da sombra. Imperdível.

Debate sobre a influência do Opus Dei na sociedade

18 de Janeiro, 2013 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa

Por amável deferência de João Goulão, é possível colocar à disposição dos leitores o breve diálogo que teve lugar na 3.ª parte do programa , a partir do minuto 19:

Veja AQUI

18 de Janeiro, 2013 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

História breve de uma longa espera antes de entrar em direto na TV

Chamaram-me de urgência quando almoçava com uns amigos. O padre Borga estava atrasado e ia entrar eu, antes da hora prevista, para preencher a falta. Deus não dorme. Ele chegou primeiro e teve todo o tempo que os tementes merecem. Cruzei-me com ele quando ia entrar na maquilhagem. Antecipou-se e eu fiquei a ver desfilar os «colegas» do “Portugal no Coração”.

Enquanto aguardei os minutos destinados ao réprobo ainda passaram por mim a D. Lili Caneças, a Aura Miguel, certamente com calos nos joelhos, a Alexandra Solnado e a sua assessora privativa, enfim, muitos figurantes e figurões que conheciam os cantos à casa e logo desciam para o estúdio.

Mantive-me na sala que me destinaram, dentro de um fatinho completo, com gravata, a disfarçar o ar pelintra de quem é convidado por favor e pouco apreciado. Eis que chegou uma jovem escassamente vestida, a contrariar o pedido que a Irmã Lúcia fez a Marcelo Caetano para que proibisse a minissaia.

– Sou a Ruth Marlene e estas são as minhas meninas, este é o meu «brother», a acentuar  a vocação poliglota, e aquele é… confesso, não fixei o nome. Oscularam-me em fila, elas, e eles apertaram-me a mão. Abençoadas raparigas cujos corpos são um regalo para a vista e, quiçá, para o tato.

Naquele ar saturado de incenso, num espaço com odor a sacristia, brilharam os corpos de jovens desinibidas cujo pecado é bem mais sagrado do que o dos tartufos e beatos que vendem a fé a retalho e promovem a superstição por atacado.

A partir de hoje prefiro qualquer Ruth Marlene a todos os Borgas, Caneças e Auras que levam deus ao domicílio e a ignorância em ondas hertzianas aos confins de Portugal.

Ámen!

16 de Janeiro, 2013 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) – RTP-1

Convidado pela RTP – 1, estarei amanhã no programa «Portugal no Coração» , depois das 16H00, como presidente da Associação Ateísta Portuguesa (AAP).

O programa tem lugar entre as 15H00 e as 18H00.

Entre outros convidados, estará a Aura Miguel, crente fervorosa, e a não menos crente Alexandra Solnado, interlocutora habitual de Deus embora não haja a mais leve suspeita de que Deus fale com ela.

27 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) lamenta o encerramento do único diário ateísta, para além do DIÁRIO DE UNS ATEUS.
Pessoalmente, agradeço ao Ricardo Pinho o contributo que deu para a causa ateísta e o seu apelo a favor da Associação Ateísta Portuguesa.
Até breve, Ricardo Pinho. Tens o teu nome no Diário de uns Ateus e espaço para escreveres. Os ateus têm divergências e dúvidas. Bastam os crentes para terem certezas e cultivarem os dogmas.

Em 1999 fundei um sítio web para que se juntasse uma comunidade de ateus e agnósticos para a socialização, informação, e eventual criação duma associação ateísta. Em 2005 foi finalmente criada a primeira associação ateísta em Portugal.

 

Agora, sem recursos para manter uma comunidade e uma publicação neste endereço, encerro-o dignamente. Ateus e agnósticos que achem importante continuar a participar numa comunidade secular, são convidados a inscreverem-se na Associação Ateísta Portuguesa.

 

Quanto a nós, para já é um adeus.

 

@ricardo

25 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

Convite da Associação Ateísta Portuguesa ao Sr. Patriarca Policarpo

O cardeal-patriarca de Lisboa convidou, esta segunda-feira, os “descrentes” com “inquietações no seu coração” a celebrar o Natal católico na expectativa de poderem encontrar “luz e paz” que lhes alivie o sofrimento.

Ignorava a anatomia das inquietações e, depois do Natal católico, cujo convite aceitei, senti mais peso no estômago do que inquietações no coração. Depois do bacalhau, do polvo e dos respetivos acompanhamentos, regados com excelente vinho que guardo para a liturgia dos momentos canónicos, esqueci as inquietações que o patriarca domicilia no coração.

Por um momento, ainda, recordei os sem-abrigo e as vítimas das guerras de que o deus do Sr. Cardeal é responsável (tudo é da vontade de Deus) mas a alegria das companhias com quem partilhei as vitualhas, com uma garrafa de vinho só para mim, afastaram as inquietações. Ninguém precisou de agradecer ao deus do Sr. Cardeal os alimentos, de debitar ave-marias ou fazer sinais cabalísticos. Limitámo-nos ao convívio familiar e a cultivar os afetos que nunca nos abandonam.

Não levo a mal que o Sr. Patriarca convide os descrentes a celebrar uma festa dos seus devotos, apenas me causa surpresa em quem consentiu que no dia 13 de maio de 2008 se fizesse uma peregrinação a Fátima «contra o ateísmo» e que, no mesmo ano, tenha considerado o ateísmo «a maior tragédia do nosso tempo», pelos vistos maior do que as guerras, as pandemias, a fome e as catástrofes que o seu deus é incapaz de evitar ou capaz de ser o responsável.

Mas, dado o convite que o Sr. Policarpo fez aos descrentes, entre os quais me conto, e ao facto de ter celebrado o Natal católico, sem missa, incenso ou água benta, aproveito para convidar o Sr. Cardeal para o almoço ateísta que todos os anos a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) leva a efeito.

Está desobrigado de levar a mitra, o báculo e o anelão. Basta levar os cigarros. O resto chegará à mesa sem rituais exotéricos e encontrará boa companhia. Há de ver que os ateus são mais divertidos do que as beatas que lhe confessam os pecados ou os padres que lhe ajeitam os paramentos.