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Categoria: AAP

5 de Setembro, 2010 Carlos Esperança

AAP – Carta aos sócios

A Associação Ateísta Portuguesa não pode deixar de congratular-se com a afirmação do eminente cientista inglês, Stephen Hawking, de que não há espaço para Deus nas teorias sobre a criação do Universo.

O cientista usado pelas Igrejas para mostrar que, à falta de argumentos, as crenças têm quem as defenda, exibiam a sua enorme inteligência com a beata insinuação de que os ateus não estavam à sua altura, como se isso provasse a existência do deus criado pelos homens e à custa do qual vivem as religiões.

A afirmação de que o Big Bang foi apenas uma consequência das leis da Física sem qualquer papel de Deus, deixa os vendedores de ilusões mais sós. A teoria do professor Stephen Hawking surge no seu novo livro, intitulado The Grand Design, e contraria as posições assumidas anteriormente pelo cientista, que chegou a defender que a crença num Criador não era incompatível com a Ciência, num livro publicado em 1988.

A AAP reitera a sua satisfação pela conclusão de Stephen Hawking a respeito do Big Bang e subscreve as palavras de outro grande cientista e referência dos ateus, Richard Dawkins, a esse respeito: «Obrigado Hawking. Disseste alto e bom som o que todos nós já repetimos sem fim: deus não faz parte da explicação do mundo em que vivemos».

Saudações ateístas.

Associação Ateísta Portuguesa – 02-08-2010

28 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

COMUNICADO

A  Associação Ateísta Portuguesa (AAP), profundamente revoltada com as condenações à morte de que são vítimas cidadãos iranianos, manifesta a sua indignação contra o assassínio dos acusados de sodomia, adultério ou oposição ao Estado teocrático de Teerão.

Na defesa da Declaração Universal dos Direitos do Homem, do respeito pelo pluralismo e do direito à liberdade individual, a AAP  solidariza-se com a manifestação contra as lapidações no Irão, manifestação que terá lugar hoje, dia 28 de Agosto, às 18:00, no Largo de Camões, em Lisboa.

Assim, convidam-se todos os sócios, em especial os que vivem na região de Lisboa, a integrarem a referida manifestação, solidários na luta pelos Direitos Humanos e em protesto contra a pseudo-justiça que, em nome de uma crença absurda, desrespeita os mais elementares direitos de defesa das vítimas e aplica castigos que ofendem a civilização e repugnam à dignidade humana.

3 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

AAP – Carta ao bispo Carlos Azevedo

Senhor bispo Carlos Azevedo

A sua preocupação com o ateísmo em geral, e com a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) em particular, já o levou a proferir afirmações incorrectas a respeito desta Associação, quer no matutino onde regularmente escreve, quer em entrevistas:

1 – «Afirmar que Nuno Álvares Pereira foi canonizado graças a um milagre, que ridicularizam, é desonesto» – disse o Sr. Bispo num artigo, visando claramente um comunicado da AAP.

A AAP compreende o embaraço com o milagre obrado no olho esquerdo de D. Guilhermina, queimado com óleo de fritar peixe, à custa de duas novenas e de um ósculo numa imagem do Condestável, mas é difícil compreender a recusa de publicação da resposta ao referido artigo, como se tivesse sido a Associação Ateísta a inventar o milagre, e não a Igreja católica, e como se o milagre não fosse condição sine qua non para a canonização.

2 – Tendo o presidente da AAP, a título pessoal, considerado “inoportuna” a vinda do Papa Bento XVI a Portugal, no passado mês de Maio, o Sr. bispo Carlos Azevedo declarou à Agência Lusa que “São 70 pessoas. Acho que têm o direito de ter a sua opinião, mas é uma opinião muito reduzida do conjunto da população portuguesa, que está a vibrar e a preparar-se para a visita do Santo Padre “, afirmações reproduzidas pela Rádio Renascença e por alguns canais televisivos. Desta vez, a resposta da AAP informando o Sr. Bispo do erro na estimativa, pois só os sócios fundadores ultrapassaram largamente a centena, mereceu-lhe apenas o silêncio.

3 – Neste último Sábado, a terminar a entrevista concedida à jornalista Patrícia Jesus, no Diário de Notícias, lê-se:

Outro dos seu traços marcantes é a frontalidade. Que às vezes lhe vale a colagem a uma ala mais fundamentalista da Igreja. Recusa o rótulo. “Da primeira vez que a Associação Ateísta se meteu comigo, escrevi-lhes uma carta. Acho que ficaram surpreendidos. Sou frontal mas com uma abertura enorme. Gosto do diálogo, fruto de ter crescido com nove irmãos. E admiro todas as pessoas que são verdadeiras na sua busca.”

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) lamenta nunca ter recebido a referida carta, não considera que se tenha “metido” alguma vez com o Sr. Bispo Carlos Azevedo e, infelizmente, todas as tentativas de responder às suas alegações, ou de corrigir afirmações falsas, esbarraram num silêncio e desinteresse muito diferentes do diálogo do qual o Sr. Bispo diz gostar.

Esperando que o Sr. Bispo tenha realmente a abertura e admiração pela verdade que indica ter, a AAP aguarda os seus esclarecimentos ou as correcções que reconhecer necessárias. E, igualmente apreciadora do diálogo e da frontalidade, a AAP agradece desde já ao Sr. Bispo a sua amável carta, ainda por receber.

Apresentamos-lhe os nossos cumprimentos.

AAP – Associação Ateísta Portuguesa, Odivelas, 02 de Agosto de 2010.

14 de Julho, 2010 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

(…)

Para a Associação Ateísta portuguesa, a presença de símbolos religiosos na sala de aulas só serve para dividir. “A proibição é perfeitamente legítima e o compromisso não é aceitável“, diz, considerando que é inconstitucional porque viola a separação entre Estado e Igreja, e porque “reflecte um proselitismo que exclui os ateus e livres pensadores.”

Nota: Na última página do DN, hoje,  vem uma entrevista à AAP (site indisponível).

1 de Julho, 2010 Carlos Esperança

Ateísmo, laicismo e anticlericalismo

Para quem esteja em Lisboa e pretenda participar, informa-se que a próxima conferência na BM-RR é amanhã.

1 – Ateísmo, Laicismo e Anticlericalismo em Portugal

Dia 02 de Julho – 18H30: Ricardo G. Alves (Presidente da Associação República e laicidade)

Tema: Laicidade e ensino

Biblioteca-Museu República e Residência – Espaço Cidade Universitária

(Próximo da Faculdade de Farmácia)

Rua Alberto de Sousa, 10 – A  (Zona B do Rego) – Lisboa

Estações de Metro: Cidade Universitária; Entrecampos

27 de Junho, 2010 Carlos Esperança

Os ateus são mais pacíficos?

OS ATEUS são mais pacíficos?

É uma questão que emerge de uma das listagens mais interessantes que existem. É o GPI, Global Peace Index, fruto de um centro de estudos baseado em Londres.

Think tank, como são comummente chamados tais centros no mundo globalizado.

Tratei já do GPI neste espaço.  Especialistas trabalham com mais de 20 indicadores econômicos e sociais de 144 países e montam uma lista da paz e riqueza  mundiais.

Uma das coisas que impressionam, e têm despertado uma discussão vibrante, é a alta colocação dos países “ateus”, aqueles em que a maior parte das pessoas não acredita em Deus.  A Suécia, com 85% de ateus, cintila no GPI e em todas as análises comparativas de desenvolvimento  económico, humano e social.  Bem como a Dinamarca, a Noruega , a Islândia e a Finlândia.

24 de Junho, 2010 Carlos Esperança

AAP_Campanha de Apostasia 2010


Caríssimos,

Hoje recebi uma excelente notícia ao abrir a minha caixa do correio (postal). Tinha lá um envelope do “Archeveche de Paris – Archives de Catholicité”.

A carta diz o seguinte “Em resposta à sua carta de 4 de Maio passado, informamos que tomámos em consideração a sua vontade de deixar de pertencer à Igreja Católica”. Conforme o seu pedido, a sua vontade foi inscrita na margem do registo do seu acto de baptismo (conforme comprovativo em anexo).

Assinado pelo Secretário do Archevêché com a chancela oficial.

Anexo o meu registo de baptismo (agora o completo com indicação do padrinho/madrinha, pais, assinaturas, etc…) onde inscreveram a menção «”Ab Ecclesia defectio actu formalite Catholica” por carta de 4.5.2010, renunciou ao seu baptismo»

Sinto-me mais leve 🙂

Cumprimentos,

Se vos aparecer alguém de França e que precise de ajuda, com informações ou com a língua, estou disponível. Em Inglês também posso ajudar.

Cumprimentos,


Sandra

19 de Junho, 2010 Carlos Esperança

Carta a Saramago

Amigo Saramago

Recebi, desde há umas horas atrás, alguns telefonemas e mensagens de amigos meus espanhóis que te adoram. Uma amiga minha dizia que a qualidade ou virtude que mais admirou em ti, e que mais a marcou, foi a lucidez. Concordo absolutamente com ela. E disse-lhe que tu morreste, segundo me informaram, em plena lucidez e consciência, sem qualquer medo ou surpresa em relação à morte. Foi assim e não podia ser de outra maneira, porque tu tinhas da vida e da morte o conceito antropológico, filosófico e de liberdade com que vivem e morrem os homens que não são homens vulgares.

E tu não foste um homem vulgar. Por isso me enojam as pessoas vulgares que te odeiam, como odeiam tudo o que está para além da fronteira onde a sua mente não consegue chegar. Do ponto de vista literário, tu fizeste o que, ate aí, ninguém fez, talvez depois do Padre António Vieira. Revolucionaste a literatura, quebraste a cristalização da literatura clássica como se tivesses feito explodir um fogo de artifício ao fim da página trinta ou quarenta do teu “Levantado do chão”. Criaste uma profunda influência na maior parte dos escritores portugueses actuais. E não só portugueses. Eu não sou nenhum especialista em literatura nem pretendo armar-me em tal, mas como tu pensavas e bem, a literatura é uma espécie de “Casa de Deus” onde todos cabem e têm o seu lugar. Claro que “Casa de Deus”, aqui, a terás entendido como casa da arte. Deus nada tem a ver contigo nem comigo.

Consta-se que nunca disseste mal ou menosprezaste outro escritor. Por isso, creio que não desprezarás a minha opinião. Passaram perante os meus olhos, nas minhas leituras, além de ti, dezenas, se não centenas de escritores, desde a minha juventude, desde aqueles dezoito anos, em que eu devorava Dostoievski, debaixo dos lençóis, à luz de um foco olho-de-boi para que minha mãe não visse. Sinto que tenho algum direito a falar da tua obra. E a tua obra foi das mais belas que li, das que mais me ensinaram e perturbaram, no construtivo sentido que a perturbação pode trazer, das mais difíceis de construir, das mais penosas a levantar do chão.

E fizeste-o com toda a humildade e sabedoria das grandes mentes que têm a noção da sua pequenez humana. Basta ver que por todos os teus livros vagabundeia um narrador que não és tu nem uma personagem inventada, um fio condutor que não é obra estéril de ficção, mas a voz de um povo, a voz do povo, a voz da humanidade. Quem fala nas entrelinhas de toda a tua obra é a humanidade. Magnífica mensagem, a da humanidade silenciada. Comoves-me, meu amigo, porque entraste profundamente no coração do meu pensamento.

Referes a tua infância, tão bem descrita no discurso de Estocolmo, como a única fase da tua vida, digna de uma autobiografia. A tua pepita de ouro, ali burilada debaixo da figueira com o teu avô. O resto da tua existência, dá-lo tu a entender, não passa de cascalho na ingrata tarefa garimpeira da vida. Entendo-te tão bem, Saramago. Também eu tive uma infância a contar as estrelas e a percorrer com os olhos a Estrada de Santiago. Também eu tive histórias de encantar e aterrar. Também eu me vesti de sol e me despi de luar. Também eu tive uma tigela de café com sopas de pão, no mais belo pequeno almoço da minha vida.

Mas a tua escrita, profunda e admirável escrita, que vai desde a esperança ao descrédito na humanidade, é a tua humanidade. A tua terceira qualidade que em nós penetrou de forma convincente. Irmãs gémeas ou trigémeas inseparáveis. A escrita do pensador, a lucidez do escritor, a humanidade do ser humano, a humanidade do criador de utopias, que consegue ter a coragem de chegar ao fim da vida sorrindo das suas próprias utopias. Morres com um sorriso nos lábios, não pela paz do mundo pela qual lutaste, mas com a paz de quem tudo fez para que assim não fosse, depois de teres dito ou pensado que, no fim de contas, das tuas contas, o homem é uma merda, um vírus que apareceu na cadeia evolutiva, metido à força no gráfico de Hillis, contaminando, irremediavelmente, não só toda a humanidade como toda a ordem natural dos seres vivos. Creio que tens razão, embora mantenha ainda a esperança ou a utopia de a não teres.

Adão Cruz

18 de Junho, 2010 Carlos Esperança

José Saramago – COMUNICADO da AAP

COMUNICADO

A Associação Ateísta Portuguesa, profundamente consternada com o falecimento de José Saramago, prémio Nobel da Literatura e ateu coerente, manifesta à família do enorme escritor o testemunho da sua solidariedade e o respeito pela sua memória.

José Saramago não foi apenas o mais destacado escritor de língua portuguesa, foi também uma figura ímpar do ateísmo que nunca vacilou na crítica ao obscurantismo e na luta contra a superstição.

As suas convicções ateístas mereceram da Associação Ateísta Portuguesa (AAP) uma proposta para o tornar membro honorário desta associação, proposta entusiasticamente votada na sua primeira Assembleia Geral, em 19 de Julho de 2008.

O País, a literatura e o ateísmo estão de luto.

Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 18 de Junho de 2010