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A gula da Igreja e as intenções pias do tribunal

Por

A. Horta Pinto (advogado)

“CASO DOS CTT” – UM PONTO CONTESTÁVEL DA DECISÃO

Foi ontem conhecida a decisão do Tribunal de Coimbra sobre o chamado “caso dos CTT”.

Um dos arguidos – pelo menos – foi condenado em pena de prisão cuja execução ficou suspensa, ficando essa suspensão subordinada ao cumprimento do dever de entregar a duas instituições de solidariedade social uma contribuição monetária de determinado valor. Tal subordinação é inquestionavelmente permitida pelo disposto nos artigos 50 e 51 do Código Penal.

O que já é contestável é a escolha feita pelo Tribunal das instituições beneficiárias dessa contribuição monetária: a “Casa de Formação Cristã da Rainha Santa Isabel” e a “Obra do Frei Gil”. Não se duvida de que ambas se dedicam também a obras caritativas. Mas a verdade é que a primeira, como o seu nome indica, tem como principal objetivo “a formação cristã” (leia-se “católica”). Quanto à segunda, informa o “Google” que um dos seus fins é “proteger a família, zelando pelo culto dos padroeiros da Ordem Dominicana”.

Não se compreende que, sendo Portugal um Estado laico, um órgão de soberania obrigue um cidadão a subsidiar a “formação cristã” e o “culto dos padroeiros da Ordem Dominicana”.

15 thoughts on “A gula da Igreja e as intenções pias do tribunal”
  • kavkaz

    O Tribunal se queria distribuir o dinheiro seria justo entregá-lo às Finanças para o Orçamento do Estado. Este tem imensas dívidas para pagar a muitas organizações. Ao entregá-lo a organizações A ou B está a cometer uma injustiça. Está a favorecer um grupo privado em detrimento do país que é quem financia o Tribunal.

  • Miqueas

    O Tribunal deve ter andado a ver se encontrava instituições de solidariedade social humanitárias ateístas, mas não encontrou nenhuma. Os ateus são muito bons a criticar de rabo alapado, mas solidariedade social efectiva não é com eles. Por isso, é perfeitamente compreensível a decisão da juíza. Lá no fundo, as constantes críticas de certos ateus ressabiados traduzem apenas o reconhecimento implícito da sua má consciência.

    • João Pedro Moura

      MIQUEAS disse:

      “O Tribunal deve ter andado a ver se encontrava instituições de solidariedade social humanitárias ateístas, mas não encontrou nenhuma. Os ateus são muito bons a criticar de rabo alapado, mas solidariedade social efectiva não é com eles.”

      O Miqueas já devia saber que o ateísmo é um ideário negador de deus e das religiões e não uma instituição de solidariedade social. Só.
      Pelo que, confundir o ateísmo com igrejas e outras associações religiosas, tentando menoscabá-lo por não praticar “solidariedade social”, é não perceber do assunto e apoucar os ateus, estupidamente…

      • Miqueas

        Na sequência do meu anterior comentário, digo agora que a Inveja justifica muitos comportamentos. No mundo, não são conhecidas organizações de ateus tendo como objectivo a prática da solidariedade social. Se repararmos nos gurus do Novo Ateísmo, o Dawkins, o Hitchens e o Harris, o que é que vemos ? Fartaram-se de encher os bolsos de dinheiro com as conferências e os livros que publicaram a dizer mal de tudo o que se relacione com religião. Por isso, é fácil de entender por que razões uma grande maioria de ateus se insurge constantemente contra o fenómeno religioso: Uns porque dá dinheiro e outros por mera inveja. As únicas organizações que ainda fazem algo em benefício dos mais desprotegidos são, de facto, as religiosas. E isso os ateus não conseguem suportar. É claramente um problema de má consciência ateísta. Ou se se preferir, de muita lábia, muita parra e pouca uva.

        • kavkaz

          Muita lábia, muita parra e NENHUM DEUS têm a Igreja Católica e as outras religiões da concorrência a que vocês apelidam de religiões falsas! Dos deuses de que fala atua igreja é blá-blá-blá e bonecada para parvos enfiarem o barrete!

          Quanto à solidariedade não te vou dizer o quê e a quem. É assunto que não te dirá respeito! Se não sabes nomes conhecidos de ateus que ajudaram outros será um problema de ignorância. Em vez de perderem tempo nas missas a cantarem o “Avé Maria” poderiam cultivar-se mais.

          Tenta saber de onde vem o dinheiro da solidariedade apregoada pela tua igreja e aprenderás que também sai do meu bolso. Mas isto é já demais para a tua camioneta.

          Aproveita para leres o artigo abaixo sobre a apregoada e famosa “misericórdia”. Sei que não dará para perceberes, mas…

          http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3265949

          • Miqueas

            Muita lábia, muita parra e pouca uva, sim, qual a dúvida ? Onde é que os ateus se organizam para fazer obra social ? Onde é que os ateus estão no terreno da miséria humana? Junto dos refugiados da guerra ? Em situações de terramotos ou de catástrofes ? Népia. Estão com o rabo alapado no quentinho dos seus sofás a dizer mal daqueles que fazem algo pela humanidade. Qual a dúvida ?

          • kavkaz

            Miqueas, não percebeste nada do que eu escrevi. Torna a ler de-va-ga-ri-nho e com A-T-E-N-Ç-Ã-O. Se conseguires perceber o que eu escrevi está muito bem, se não perceberes, paciência.

            Como sabes, não é objectivo dos ateus criar excêntricos, obter dinheiro de milhões de pobres para criar meia dúzia de ricos e aviar-se também do negócio. Os ateus também não têm o monopólio do jogo que faz ainda mais pobres através da dependência e da ilusão de prémios.

            Se vocês fossem tão espectaculares como pretendes dizes já há muito tempo que a pobreza tinha acabado. E ela não terminou. Vocês, como pretendes dar ideia, serão os únicos a ajudar os pobres. Olha que ajudam muito mal. A pobreza existe desde o início da Igreja Católica e com ela continuará.

            Quando puderes raciocinar e chegares a alguma conclusão diz-nos onde estão e o que fazem os teus TRÊS deuses para combater a pobreza de que te falas. Se olhares para a vida no Vaticano verás que é só vida de luxo e riqueza por todo o lado.

            Por isto, não te deves dirigir aos ateus, mas aos teus deuses que não existem nem farão coisa alguma pelos pobres. Também deves dirigir-te ao Vaticano que tem imenso dinheiro feito à custa da conversa de ajudar os pobres. Quanto mais fala, mais enriquece.

            Não queiras dar lições aos ateus, pois o clero o que fazem é viver dessa conversa. Nós, ateus, fazemos o que sabemos e podemos e a mais não somos obrigados. E já é muito bom abrirmos os olhos a muitas pessoas e perceberem que a religião é uma roubalheira aos pobres. Estes podem guardar muitas economias e viver melhor se não sustentarem uma organização exploradora dos pobres de espírito, como tu.

          • João Pedro Moura

            KAVKAZ disse:

            “Quando puderes raciocinar e chegares a alguma conclusão diz-nos onde estão e o que fazem os teus TRÊS deuses para combater a pobreza de que te falas.”

            Mirabile dictu!!!

          • GriloFalante

            Tu continuas a cair nas esparrelas do antoluísafernandodgragqueenprovocador.
            Se isso te conforta, não estás sozinho.

          • kavkaz

            Deve ter-se em atenção que há coisas importantes que outras pessoas também lerão. E é para elas que respondo ao antolo. Deixar em branco determinadas insinuações do palhaço antolo não me parece ser a decisão certa. É preferível desmontar a vigarice religiosa para que a todos fique bem claro quem é quem.

            Se não responder ficará apenas a vigarice do antolo como se fosse “verdade”. E o que ele escreve é pura vigarice religiosa. Ele é pago (anda aqui há anos) para tentar sujar e destruir o blogue, criar atritos, conflitos e vigarizar tudo e todos o melhor que souber. Calar-nos é deixá-lo fazer o trabalho de porco católico sem oposição.

            É ingénuo não lhe dizerem nada e permitirem-lhe tudo!

        • João Pedro Moura

          1- A solidariedade da sua Igreja (?), Miqueas, é sentar-se à mesa do orçamento de Estado e pedir ou
          aguardar subsídios estatais para gerir as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social).

          2- Não gerem com o dinheiro da Igreja, mas sim com o do Estado preguiçoso e subsidiador.

          3- A solidariedade social, Miqueas, passa, também e em primeiro lugar, pela escola e pela escolarização. É ai que a população se deverá formar para desempenhar as melhores funções e desenvolver a economia do país.

          4- E disso a Igreja nunca quis saber, ao longo de séculos e séculos, mantendo a população analfabeta, porque o analfabetismo não questiona ou pouco questiona e povos, que não questionam, pastam mais facilmente na mansuetude ovelhum das igrejas e no imobilismo social, tão proveitoso para a sua Igreja (?)…

          5- Não é por acaso que a sua Igreja (?) tem colégios e uma universidade para uma elite económica e católica (presumivelmente e/ou principalmente…), onde se pagam centenas de euros por mês, para os filhos de tal elite estudar, enquanto o contingente geral do povo segue para as escolas públicas, que os Estados começaram a criar em massa, a partir do séc. XIX, enquanto a sua Igreja, a tal da “solidariedade social”, cultivava o ensino elitista para os filhos dos próceres da economia e política…

          6- Para o povo, a Igreja dá caridade, umas esmolas retiradas à população para a… população, sem
          cuidar de saber e de aplicar uma verdadeira política social que exija formação profissional e escolar e só depois subsídio, se for caso disso, que é a verdadeira política de combate à pobreza…

          7- Falar de pobres, como a sua Igreja fala, e amarrá-los toda a vida à pobreza da esmola, em vez da formação profissional e escolar, só serve para perpetuar a pobreza, que era o que aconteceria se os Estados, a partir do séc. XIX, não tivessem executado uma verdadeira política social de retirada em massa das pessoas da pacatez bovina da esmola e do analfabetismo, geradores de pasmaceira social e pobreza…

          • Miqueas

            Muita lábia, muita conversa de blá-blá-bá, João Pedro. Mas a realidade não desmente. As pessoas religiosas, em Portugal, são as únicas que andam na rua a tentar dar algum conforto aos sem abrigo. É certo que essa é uma obrigação do Estado, mas, se o Estado não protege os sem-abrigo, a solução mais cómoda e egoísta é não fazer nada por eles. O que é os ateus fazem ? Organizam-se para tentar fazer algo por eles? Népia. Só dizem mal daqueles que ainda se preocupam pela desgraça humana.Esta é a verdade, verdadinha, que vocês não gostam de escutar. Problema da vossa má-consciência, é muito fácil de constatar.

          • João Pedro Moura

            Como eu já disse, Miqueas, e não repetirei, o ateísmo não concerne a solidariedade nem a organização social. Portanto, não vale tentar metê-lo em sítios onde não é chamável…

          • Miqueas

            Pois não, não é chamável. De facto, em termos de organização e comprometimento social, os ateus não se vêem. Ficam-se nas covas, isso nota-se bem.

  • kavkaz

    Parece que o antolo mudou de nick e é agora o Miqueas. O estilo é parecido.

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