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  • 12 de Fevereiro, 2013
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

A ICAR e a resignação de B16

A interrupção do pontificado de B16 foi um ato inédito. Há quase 600 anos que nenhum papa saía vivo da função. Algumas vezes foi o patrão servido de os chamar à sua divina presença, como se diz no jargão católico; outras, foram circunstâncias alheias à vontade dos próprios ou mera conveniência de serviço.

B16, cúmplice do predecessor, foi o papa designado pela Opus Dei que, no conclave, se substituiu ao Espírito Santo, e assim manteve o poder no Vaticano. A obsessão da Opus Dei pelas canonizações e pelo dinheiro, levou-a a controlar o IOR (Banco do Vaticano) e a canonizar todos os mártires da Guerra Civil de Espanha que combateram do lado de Franco. Houve um ou outro engano mas, entre tantas centenas de santos, era difícil não cometer erros crassos e fácil esquecer os padres bascos assassinados por Franco, por se terem colocado do lado errado.

B16 foi o intelectual que aguentou JP2, um papa rural e crente em Deus, cujos objetivos eram a libertação da Polónia do comunismo e a ocultação dos escândalos da sua Igreja. Converteu-se numa estrela pope enquanto o cardeal Ratzinger zelava pelo esvaziamento do concílio Vaticano II.

A pedofilia e a lavagem de dinheiro no banco do Vaticano convergiram para o desprezo da fé e abandono da ICAR por parte da Europa. A defesa da fé e das finanças ficaram a cargo da Opus Dei e dos Legionário de Cristo que, longe de prestigiarem a casa-mãe, se encarregaram de lhe granjear uma imagem ultrarreacionária. A Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) está no bom caminho para o regresso, mas, por estranho mimetismo com o Islão, a ICAR vai percorrendo o caminho de regresso à Idade média.

O Vaticano II foi sendo persistentemente substituído pelo concílio de Trento e a Igreja, cada vez mais retrógrada, afastou muitos dos que se habituaram a acreditar nela desde a infância.

A Opus Dei terá decerto a chave da porta de onde sairá o novo papa mas as guerras na Cúria não deixarão espaço ao novo pontífice para gozar a tiara. A ICAR deixa de ser a fonte de preocupação que ameaça a liberdade. Agora é o Islão que urge de ser contido.

12 thoughts on “A ICAR e a resignação de B16”
  • supranumerário

    “A defesa da fé e das finanças ficaram a cargo da Opus Dei e dos Legionário de Cristo”

    É cada pontapé na gramática que aqui se dá. A defesa das finanças ficaram a cargo do Opus Dei e da Legionários de Cristo é que estaria correcto. O Opus Dei é uma prelatura da Igreja Católica e a Legionários de Cristo é uma congregação religiosa. “Os legionário de Cristo” não é nada em termos de boa correcção ortográfica, por razões óbvias que me dispenso de invocar. Mas mesmo que estivesse escrito ” dos legionários de Cristo” sempre estaria errada, pois trata-se de uma entidade colectiva, não de quaisquer legionários como tais considerados.

    Uma alternativa correcta à expressão usada pelo escriba seria ” a defesa da fé e das finanças ficaram a cargo da prelatura Opus Dei e da congregação legionários de Cristo”

    Quanto à ” estrela pope”, tirando a vogal ” e” à ” pope” final, pouco faltou para também estar ortograficamente correcta.

    • Numerário com cilício

      Quando minguam argumentos válidos, ataca-se o articulista. O que é preciso é atacar, não é, antoniofernando? Tens cão? és preso. Não tens cão? És preso na mesma.

      • supranumerário

        Errar é humano. Insistir no erro é disparate e o Carlos Esperança tem a mania que nunca incorre em erros gramaticais e ortográficos mas farta-se de dar pontapés na gramática.Porém, também faço a minha autocrítica: ” a defesa da fé e das finanças ficaram a cargo da Opus Dei e dos Legionário de Cristo” está ainda errada por outra óbvia razão:” a defesa da fé e das finanças ficou a cargo do Opus Dei e da Legionários de Cristo” é que estaria correcta. O Carlos Esperança, antes de criticar os erros lexicais e ortográficos dos outros, tem que começar por rever os seus próprios erros. Não sabe como referenciar o Opus Dei, escreve B16 quando devia escrever Bento XVI, deus em vez de Deus e nem sequer consegue uma concordância verbal elementar no caso da defesa da fé e das finanças. Todos erramos quando escrevemos na língua portuguesa, mas o Carlos Esperança tem a mania que nunca se engana.Às tantas pensa que é Deus.

        • Grunho

          Não sei se te mande à merda se para a merda.

          • supranumerário

            Pois não sabes,isso é muito natural, estás habituado a viver na merda e depois ficas confuso quando te mandam à merda.

        • Numerário com cilício

          Já experimentaste o “Ciberdúvidas”? Estão a aceitar colaboradores, de preferência intelectuais, como tu.

        • Numerário com cilício

          Já agora: o Carlos Esperança nunca disse que os grilos são insectívoros, nem ortópetros. Não me recordo que tenha escrito septicémia.
          Já te penitenciaste, antóniofernando?

    • Carlos Esperança

      A ICAR não é um erro de ortografia, é um erro de casting no exercício da razão.

  • stefano666

    o papa JP2 deveria ter ficado feliz ao ver o Exercito Vermelho expulsar a Wehrmacht da Polônia.

  • Milba

    “Sair” e ficar à espreita COM DECISÃO ATIVA sobre um “sucessor” dá calafrios, parece o reino divino-pulhítico do lula e do dilmo. Pode ser até que ele anuncie um “PIBÃO” antes de “trabalhar” nos bastidores. Isso desanima, ou deve desanimar, qualquer católlco. Desse jeito nunca os Americanos vão meter o Bush num Tribunal Internacional, nem o lularápio numa CADEIA até acabar de apodrecer.
    Essas “jogadas” é que fazem a esperança de progresso da Sociedade capengar.

  • O Culto Professor

    Agora só cá falto eu com a minha habitual erudição. Ora prestem atenção:

    Dirijir ou não “dirijir” eis a questão. E por favor não nos acusem de falar-mos mal da Igreja. Não me incomodam as estravagâncias de que se reveste o dia-a-dia destes crentes

    Culto, não sou?

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