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  • 11 de Agosto, 2012
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

A CASTRAÇÃO SACERDOTAL

Por

ONOFRE VARELA

Os sacerdotes católicos começam por ser (e são-no por toda a vida) homens. Uma boa parte deles, provavelmente, constituirá uma colecção de homens frustrados. E isto porque a condição sacerdotal que assumiram na juventude, operou desvios nos seus modos de pensar e comportar.

Um dos desvios foi-lhes imposto pela proibição de darem uso ao sexo que, quer o papa queira, quer não, os padres possuem. O sexo tem uma função específica que vem escrita no caderno de encargos de cada um, que é o código genético, e negá-lo… é um berbicacho!…

O instinto sexual é uma condição natural. Funciona como mola impossível de conter para perpetuar a espécie. E todos os seres vivos (vegetais incluídos) o fazem das mais variadas maneiras e nas mais incríveis situações. Alguns deles até morrem depois da missão cumprida, como o louva-a-deus e o salmão. Os homens também estão,
incontornavelmente, abrangidos por essa lei natural.

Os padres católicos, porém, estão impedidos de serem homens biológica e psicologicamente inteiros, o que, se em alguns indivíduos acaba por ser uma condição pacífica, em muitos outros não o será, já que a condição de macho, de uma espécie inteligente e erótica (e o erotismo é importante), é-lhes negada, proibida e censurada.
A lei clerical que os impede de se realizarem sexualmente pode modificar (e modifica) o comportamento social de alguns indivíduos de sotaina e cabeção.

Dir-me-ão que há quem consiga viver casto, sem actividade sexual. É verdade que sim. (Ó p´ra mim!… À porta dos 70, já não me afadigo como aos 20 e aos 40!…). O cérebro dos humanos opera milagres! As possibilidades comportamentais do Homem são imensas, como ser inteligente e racional que é. O Homem é o único ser que se adapta a
quaisquer condições, inclusive àquelas onde as possibilidades de vida são impossíveis (como, por exemplo, navegar o espaço para lá da camada protectora da atmosfera), graças ao seu poder inventivo, à técnica e às capacidades específicas do cérebro que possui.

Há quem viva sexualmente casto e em harmonia, quando a condição da castidade parte de si mesmo. Sendo assim, a sua situação psicológica, muito provavelmente, será perfeita, porque se trata de uma opção pessoal. É como viver só, rejeitando a compartilha do apartamento.

Quem assim se comporta está a cumprir a sua vontade e a viver de acordo com ela. A sua condição de macho — o instinto sexual desse indivíduo —, não está a ser violentada, já que ser casto é uma opção própria, ditada pelo seu cérebro, por isso, intrínseca ao seu modo de pensar e de sentir. É o seu desejo. O mesmo não se poderá dizer quando a condição de castidade lhe é imposta; lhe chega de fora de si, em forma de lei escrita e com superiores hierárquicos fiscalizadores, como polícias de trânsito a
avaliarem o seu modo de conduzir. As reacções psicológicas desse indivíduo — interno de um seminário e rodeado de machos com os mesmos instintos sexuais a serem, coercivamente, refreados —, não será, certamente, as mesmas do outro que não é casto por imposição, mas por opção.

A Igreja é cheia de homens a quem foi imposta a castidade contra a sua vontade natural, e que transportam esse dilema nos seus cérebros, convivendo mal com ele todos os dias das suas vidas. Má convivência que, necessariamente, se reflectirá nas suas atitudes comportamentais. Mas a Igreja também tem sacerdotes que se relacionam sexualmente, numa situação obrigatoriamente clandestina, compensando o seu lado afectivo (e erótico) na relação sexual como prémio do desejo.

Estas relações, para os seus intervenientes, só têm a negatividade de serem clandestinas, imprimindo-lhes algo de relação incompleta e “pecaminosa”. Como relação secreta, não se pode mostrar aos outros a felicidade que se sente por amar fisicamente aquela pessoa!
Quanto à relação em si, desde que partilhada com parceiros (mulher ou homem, tanto dá) de maioridade e por vontade própria, ela é perfeita!

E como todos nós sabemos, por notícias que às vezes vêm a público, a Igreja enferma do crime de pedofilia, a juntar a tantos outros crimes e atitudes prepotentes que brotam do seu útero parideiro de desgraças, juntamente com mais uma colecção enorme de abusos de vária ordem contra a sociedade onde a Igreja se estabeleceu, e principalmente
contra as mulheres que são as eternas e preferidas vítimas do conceito do deus patriarcal, arcaico, homófobo e castigador.

Dirão os religiosos, na condição de advogados do diabo, que os crimes de pedofilia na classe clerical não são da Igreja, enquanto instituição, mas, apenas e só, de alguns sacerdotes.
Claro que sim! Mas um só que fosse, já era demais para a santidade de que a ICAR se apregoa. Um só energúmeno padre que abuse sexualmente de uma criança, é uma aberração da instituição, mercê da moral que a Igreja diz representar!

Na realidade, o número de padres pedófilos e abusadores sexuais de menores e de portadores de deficiência, é imenso!
E estes crimes são, habitualmente, silenciados pela hierarquia da Igreja. Os casos que chegam às páginas dos jornais serão, apenas, uma gota de um oceano de maldades.
A condição de “animal-predador-sexual”, no homem comum, é limada pela ética comportamental aprendida no meio que o formatou desde o berço como animal gregário que é, e pela lei instituída na sociedade, o que o impede de, quando estimulado pelo instinto sexual, violar todas as mulheres com que se cruza na rua.

Mas este homem comum, foi educado para se insinuar, escolher mulher, conquistá-la, namorar, e, por vontade dos dois, viver em comum e envolver-se numa troca de sexo, de saliva e de outros fluídos corporais numa dádiva mútua. Disto (que é bom!…), os padres estão proibidos de usufruir!

A Santa Madre Igreja e o papa, que é seu parceiro (B16, não esqueçamos, provém da ala mais extremista, direitista, estúpida, retrógrada, prepotente, arcaica, medieval e tenebrosa da ICAR), batem o pé para que assim continue a ser, permitindo-se os desvios que a Natureza opera nas cabeças sacerdotais (há religiosos que também são autores de actos positivos? Um dia falarei sobre isso).

A Igreja esquece que os padres, lá por serem padres, não deixam de ter erecções… e reprimi-las é anti-natural, embora esteja de acordo com o sacro-sadismo de infligir auto-sofrimento para atingir a santidade (!) e, se calhar, por essa via, conseguir um orgasmo…

Coibir a sexualidade é um acto psicologicamente violento, não sendo, por isso, um bom princípio para se ser uma pessoa de bem e conviver em harmonia consigo e com os outros.
Tenho para mim que quem não tem uma relação sexual que o satisfaça, não pode ser boa pessoa. E mais: provavelmente será azedo no modo de se expressar e conviver. Azedume que se nota em alguns recados de rodapé que estes textos às vezes suscitam… não é?!…

A esses espíritos azedos de fel, permito-me sugerir-lhes que conquistem uma mulher e se deitem com ela (*).
Vão ver que é bom!… e vão-me agradecer a sugestão!…
Vá… experimentem!…

(*) – Não sei se terão estaleca para isso. Se calhar só têm força na língua para vomitar insultos…

Onofre Varela.

28 thoughts on “A CASTRAÇÃO SACERDOTAL”
  • cínico

    Não existe crime de pedofilia, mas trata-se de mera imprecisão do articulista. A pedofilia é uma desordem mental e os pedófilos podem ou não ser abusadores sexuais, embora seja certo que a grande maioria sente uma irreprimível compulsão de praticar sexo com crianças pré-púberes. Existe sim crime de abuso sexual de menores, que pode ser praticado por pedófilos ou não pedófilos. Os casos de abusos sexuais de menores, cometidos por sacerdotes católicos, são repulsivos e muito censurável o encobrimento que, sobre eles, foi feito no seio da hierarquia da Igreja Católica.Mas alguém obriga um padre a manter-se na Igreja Católica, contra os seus impulsos sexuais ? Quando um casal contrai matrimónio na ICAR e jura fidelidade, alguém os obriga a manter-se fiel por toda a vida ? As pessoas são livres de aderirem às instituições que entenderem e de respeitarem ou não as suas normas.Por mim, acho muito bem que os sacerdotes católicos pudessem casar-se e também concordo que a repressão sexual pode conduzir a desvios e abusos sexuais. Mas será esse o tipo característico de abusador ? Não é. A maior parte dos abusos são cometidos por indivíduos com vida sexual activa e a maior percentagem de abusos de crianças ocorre nos seios das famílias, existem vários estudos que o atestam.

    ” Tenho para mim que quem não tem uma relação sexual que o satisfaça, não pode ser boa pessoa” , diz o Varela.

    Ai sim ? Mas tem para si porquê ? Com base em que lógica de argumentação ? O casto Gandhi não foi boa pessoa ? Nelson Mandela, que teve tantos anos preso e isolado, não é boa pessoa ? Tornou-se um homem azedo e intolerante ?

    O Varela, neste artigo, até disse algumas coisas certas, mas aqui estampou-se a alta velocidade.

    E ficou ao nível do Carlos Esperança, quando este já asseverou que ” a crueldade é apanágio dos crentes” ou que ” os EUA são um povo pouco dado a pensar”.

    P.S. O Varela, desta vez, já teve mais tento na língua. Já não cuspiu as suas anteriores ofensas contra os crentes. Terá sido apenas por falta de força na língua para vomitar insultos ? Esperemos pelos próximos andamentos…

  • kavkaz

    A proibição dos sacerdotes casarem e constituírem família para poderem trabalhar na profissão de padre é um abuso dos patrões do Vaticano, neste caso, do alemão Ratzinger, o responsável máximo.

    O direito a constituir família faz parte dos “Direitos Humanos”. É abusador e infractor quem viole este direito das pessoas.

    Já há dentro da Igreja Católica quem proteste por esta violação dos direitos dos funcionários do Vaticano. Mas falta ainda consciência e coragem para colocar fim à violência abusadora papal. Precisam de mais organização e acção!

    O Tribunal dos Direitos Humanos deveria pronunciar-se sobre esta situação vergonhosa do Vaticano!

    • cínico

      Ou seja: os sacerdotes católicos são ” obrigados” a cumprirem os votos de castidade , segundo o Kavkaz.E já agora,pergunto, as pessoas que se casam pela Igreja Católica são ” obrigadas a um casamento monogâmico ? E a serem sexualmente fiéis ? O Tribunal dos Direitos Humanos também deveria pronunciar-se sobre estas ” vergonhosas” situações ? De os casais católicos não poderem ser bígamos e possuírem os seus múltiplos haréns ? Estão a ver por que é que Portugal desceu tão baixo e permanece na cauda da Europa ? É por causa deste tipo de gentalha que, em vez de ter mioleira no cérebro, tem serrim. É isto o ateísmo em Portugal ? Esta total falta de tino ? Esta constante mediocridade intelectual ?

      • Bufarinheiro

        “os sacerdotes católicos são ” obrigados” a cumprirem os votos de castidade”?
        Não. Deviam era limitarem-se a bater umas punhetas em vez de andarem a assediar criancinhas.

        • cínico

          Vai também dizer isso a todos os ateus que assediam criancinhas, estilo Arthur C. Clarke.

      • kavkaz

        Merdoso, faz-me perguntas só depois de responderes às questões fáceis que te fui deixando e que não respondeste até hoje!

        • cínico

          Como se vê, este tipo de gentalha não consegue argumentar, só consegue escarrar. Agora é que eu percebo aquelas pessoas que dizem que os ateus são más pessoas, ressabidos e mesquinhos.É por causa de tipos maldosos, ignorantes e incultos como tu.

          • kavkaz

            Tens o que mereces! Fazes perguntas e exiges respostas, mas NUNCA respondes às perguntas simples que te deixei.

            Só os bandalhos é que se comportam como tu!

          • cínico

            Tu só te desqualificas, as tuas ofensas passam-me ao lado. Mas agora percebe-se por que razão há tanta gente que considera os ateus gente desprezível.É injusto para aqueles que são boas pessoas, mas aqui, neste blogue, o que mais se nota são ateus mesquinhos, primários, incultos, ignorantes e reaccionários. Tu és só mais um desses.

          • kavkaz

            Vai, bandalho, para a tua igreja!

          • cínico

            Estás a ver ? Só sabes insultar, mas alinhavar uma ideia de forma minimamente estruturada, nicles.

    • João Pedro Moura

      KAVKAZ disse:
      1- “A proibição dos sacerdotes casarem e constituírem família para poderem trabalhar na profissão de padre é um abuso dos patrões do Vaticano (… ) O direito a constituir família faz parte dos “Direitos Humanos”. É abusador e infractor quem viole este direito das pessoas.” Não, Kavkaz, nem é abuso dos “patrões do Vaticano” nem é infração ao “direito a constituir família”.Como eu explico, mais abaixo, os seminaristas e os padres já sabem que, para pertencer à clericalha tartufa, têm de guardar castidade. Por isso, só ingressam na organização os que comungam de tal prática compulsiva.Nada pode impedir uma organização, de direito privado, de estipular o preceituário que entender, agrupando os sequazes que comungam de tais preceitos.Se uma organização de campos de nudistas determinar que o pessoal terá que estar nu lá dentro, é preceito a respeitar por todos os nudistas, até porque é mesmo para isso que estão lá.Se um grupo religioso, ocupando um convento, determinar que terão que fazer jejum em certos dias, ou só poderão falar 15 minutos por dia, ou têm que levantar-se, todos os dias, às 6h 30m, para as matinas eucarísticas ou do que seja, assim será, de acordo com a sua regra constituinte…… A que todos os referidos aderiram de livre vontade, portanto, sem compulsão coercitiva de direitos……Sob pena de expulsão de padres, nudistas e frades (que ajuntamento eu fui arranjar!…) das ditas organizações. 2- “Já há dentro da Igreja Católica quem proteste por esta violação dos direitos dos funcionários do Vaticano. Mas falta ainda consciência e coragem para colocar fim à violência abusadora papal. Precisam de mais organização e acção!”Isso é outra coisa! Isso é dissensões dentro de organizações. Se reclamarem muito e não lhes derem o que querem, enfim, vislumbro uma saída…3- “O Tribunal dos Direitos Humanos deveria pronunciar-se sobre esta situação vergonhosa do Vaticano!”Esse tribunal tem mais que fazer do que interferir em organizações de direito privado. Aliás, nem pode intervir, por isso mesmo.
      4- A ICAR está muito bem como está, com o celibato obrigatório, a interdição do sacerdócio feminino e outras coisas cerceadoras e plenamente assumidas…
      Se começam a mudar aqui e acolá, a coisa poderá ficar demasiado atualizada e consentânea com o século… e nós, ateus, depois iríamos criticar e gozar com quê?! Era o início do “desemprego” entre os ateus e, quiçá, a diminuição da nossa gente…
      Assim, a ICAR apodrecerá melhor…

      • cínico

        “e nós, ateus, depois iríamos criticar e gozar com quê?! Era o início do
        “desemprego” entre os ateus e, quiçá, a diminuição da nossa gente…”

        A propósito de gozo, toma para te entreteres:

        http://www.youtube.com/watch?v=tbztDT7t6IY&list=FLFc-XLSVmtfNnbjQlm1Jw-g&index=6&feature=plpp_video

      • kavkaz

        João Pedro Moura, não estou de acordo consigo em que seja aceitável as infracções aos direitos humanos só porque os seminaristas acordaram em serem celibatários para obterem o emprego que pretendem.

        Os Direitos Humanos são os direitos das pessoas, não são direitos cuja propriedade pertence aos patrões. Mesmo que a estes lhe apeteça não devem roubar (é disto que se trata na verdade) os direitos que são pertença das pessoas. Os padres casarem ou não casarem é uma questão pessoal (dos padres) e, diria, intransmissível.

        Não serão comparáveis os direitos fundamentais do homem com os exemplos que apresentou das regras de nudismo duma organização privada ou o jejum de 15 minutos. Isto nem está na “Declaração Universal”. Mas o direito a casar está! E é disso que estamos a falar. E ele foi roubado aos padres pelos Papas!

        A Igreja Católica deve ser a única organização mundial que proíbe os seus funcionários de casar… Não é estúpido e sintomático? É.

        Eu tenho a ideia de que o Tribunal dos Direitos Humanos deverá ter como objectivo defender os direitos humanos. É disto que trata a sua actividade, Se tem muito que fazer, então organize-se e trabalhe melhor. Está em falta. E não é o argumento do “direito privado” que os deve deixar a dormir. É a defesa dos Direitos Humanos, o direito de casar dos padres, o que se trata.

        Não ficaria preocupado se deixasse de criticar o Vaticano pelas misérias que tem. Só ficaria feliz se me deixassem sem argumentos. É sinal de que respeitavam os direitos humanos e falavam Verdade. Mas, infelizmente, não terei nunca tal sorte!

        • João Pedro Moura

          KAVKAZ disse: 1- “Os Direitos Humanos são os direitos das pessoas, não são direitos cuja propriedade pertence aos patrões. Mesmo que a estes lhe apeteça não devem roubar (é disto que se trata na verdade) os direitos que são pertença das pessoas. Os padres casarem ou não casarem é uma questão pessoal (dos padres) e, diria, intransmissível.”a) Os Direitos Humanos são das pessoas, realmente, mas isso não significa que as pessoas não possam prescindir dalguns… para poderem pertencer à organização que querem…Aqui não se trata de haver patrões que “roubam” direitos, mas sim duma organização que se assume com o preceito do celibato obrigatório. Não são “os de cima” que impedem e os “de baixo” que tentam conseguir esse direito. Não! É toda a organização que se define com essa restrição. Só ingressa quem quer e quem assume tal preceito.b) O protesto do Kavkaz, contra esse direito privado, por analogia, levaria também à contestação da interdição do sacerdócio feminino, por violação da igualdade constitucional, vigente na generalidade dos países democráticos; à contestação da eleição única dum papa, sistema eleitoral e de representação este completamente desconforme com a lei das associações de qualquer país democrático; à contestação da interdição de divórcio católico, porque seria uma grave violação, também, dum direito humano, etc.Todavia, não há lugar para tais contestações externas, porque o Vaticano é um “país” regido, portanto, por leis próprias e composto por aderentes assumidos e livres para se excluírem, assim querendo… 2- “Mas o direito a casar está! E é disso que estamos a falar. E ele foi roubado aos padres pelos Papas!” Os papas não “roubaram” o direito de casar, porque os papas são padres e estes assumem tal interdito. Se eles assumem e se estão numa organização de direito privado, nada obsta. 3- “A Igreja Católica deve ser a única organização mundial que proíbe os seus funcionários de casar… Não é estúpido e sintomático? a) O casamento de “funcionários” também está proibido entre os budistas e ortodoxos conventuais.É! Completamente estúpido, aparentemente…b) Todavia, para se avaliar a legitimidade ideológica e fundamental dum preceito, há que confrontá-lo com a fonte doutrinária matricial e constitucional da organização em causa.Assim, a ICAR tem duas fontes doutrinárias: por um lado, a Bíblia, e, por outro, a própria ICAR, pela sua tradição, catecismo, encíclicas, concílios e sínodos, cartas pastorais, etc.c) Ora, confrontando o celibato eclesiástico obrigatório com a Bíblia, aquele cai logo, pois esta diz em 1 Timóteo 3:2 , “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; “.“Bispo”, naquele tempo, era o dirigente das comunidades primevas de cristãos, era o “episcopoï” (literalmente, do grego, “aquele que vê por cima”), correspondente ao atual padre. Portanto, nada obsta, antes pelo contrário, que os dirigentes religiosos se casem, segundo a Bíblia. d) Quanto ao celibato obrigatório da tartufaria clerical, enfim, isso começou logo a ser interditado com o Concílio de Elvira, em 295, embora fosse um concílio espanhol, portanto, restrito, seguindo o interdito para o Concílio de Niceia, em 325, primeiro ecuménico, e reafirmado vigorosamente nos 3 concílios de Latrão, em 1123, 1139 e, particularmente, em 1179, sob a presidência do papa Alexandre III, o mesmo que reconheceu a independência de Portugal, no mesmo ano… 36 anos depois da sua efetivação…e) Daqui decorre, imperativamente, o seguinte quesito, absolutamente fundamental e incontornável, para o religionário católico: qual a fonte primordial, prioritária, fundamental da autoridade doutrinária, em caso de contradição: a Bíblia ou a Igreja?Problema deles…Mas é difícil dizerem depois que seguem a Bíblia… 4- “Eu tenho a ideia de que o Tribunal dos Direitos Humanos deverá ter como objectivo defender os direitos humanos.“E tem! Mas a “jurisdição” é sobre os Estados … normais e sua legislação, compostos por homens, mulheres e crianças, com direito a viver na sua terra natal e a usufruírem de direitos que eles próprios instituem, através da ação política.O tribunal, pois, não pode interferir em organizações de direito privado, de adesão facultativa. 5- Em mensagem mais abaixo, no ponto 4, comentando o artigo do Onofre Varela, eu tento explicar o porquê dessa aparente aberração de interditar o casamento dos padres.

          • kavkaz

            Caro João Pedro Moura, reconheço que as suas respostas são geralmente muito interessantes e repletas de informação. No entanto, eu entendo ser reprovável e inaceitável que os “direitos humanos” das pessoas (sejam padres ou quaisquer outras quaisquer pessoas) possam ser anulados por detrás de um emaranhado jurídico espertalhão com o objectivo de impossibilitar às pessoas os direitos que lhes pertencem.

            Eu não ponho em causa o facto de haver padres que desejem ser celibatários. Mas isso será uma decisão dos próprios. Outra coisa é a cláusula prévia do patronato que só terá emprego quem for celibatário. Quando os padres mudam de ideias com o tempo (e isso pode acontecer naturalmente) estão “enjaulados” no voto infantil que fizeram previamente ou terão de despedir-se do emprego e sem solução à vista imediata. E isto é abuso do Vaticano que coloca os seus funcionários em situações vitalícias inaceitáveis do ponto de vista ético e moral.

            Acho que esta questão deve ser levantada sempre que possamos, pois o tomar de consciência dos abusos do Vaticano é meio caminho andado para possibilitar que tal termine. Veja-se que várias outras igrejas aceitam já, com naturalidade, que os seus padres casem e constituam família se o quiserem. E isto é que está certo e em consonância com os “Direitos Humanos”!

            Obrigado pela seus comentários! Um abraço.

          • João Pedro Moura

            KAVKAZ disse:

            1- “Eu não ponho em causa o facto de haver padres que desejem
            ser celibatários. Mas isso será uma decisão dos próprios. Outra coisa é a
            cláusula prévia do patronato que só terá emprego quem for celibatário.”

            a) Nem é “uma cláusula
            prévia do patronato” nem é um “emprego”.

            A Igreja não é um patronato, mas uma associação privada,
            portanto, com direito próprio, englobando pessoas que, entre outras coisas, se
            assumem no celibato obrigatório e têm e deverão ter toda a legitimidade para o
            fazerem. É uma regra básica do clero católico.

            Não é um “emprego”, porque não se trata aqui de contratar gente
            para “trabalhar” numa atividade económica qualquer, podendo os “empregados”, se
            fosse uma qualquer atividade, gostar mais ou menos do que fizessem, relevando,
            principalmente, o vencimento que auferissem.

            Se for uma atividade económica e profissional qualquer, o
            patronato não pode impedir casamentos nem quaisquer outros direitos da vida em
            comunidade.

            Ora, a organização e propaganda religiosa, não recruta profissionais
            que vão ser pagos e executar um trabalho por isso, quer gostem quer não. Sendo
            uma organização privada, tem regras fundacionais próprias e agrega os que
            comungam dessas regras.

            O que seria abusivo e ilegal era a ICAR dar emprego a pessoas
            leigas, mesmo que católicas, e exigir-lhes celibato, pois estas, a partir do
            momento que foram contratadas, entram na alçada dos códigos de trabalho e
            demais leis do país.

            b) Há dias, um pároco duma freguesia de Viana do Castelo foi
            afastado da sua paróquia, pelo bispo (“aquele que vê por cima”), por ser
            considerado “doente”. Ele não aceita, alegando que o bispo o afastou pelas suas
            alegadas críticas aos responsáveis da organização duma festa religiosa local. O
            referido padre vai recorrer do seu afastamento ao abrigo do direito canónico.
            Pois, direito canónico e nunca direito civil.

            Até lhe podiam ter feito uma patifaria. Problema dele e da sua
            Igreja…

            Todavia, uma organização privada tem que obedecer à lei das
            associações, implicando que um recorrente, depois de não se sentir justiçado
            pela direção da sua organização, possa recorrer aos tribunais civis, alegando
            incumprimento estatutário.

            Ora, na ICAR, tal não é possível pela sua definição fundamental,
            que a exclui da lei das associações.

            2- “Quando os padres mudam de ideias com o tempo (e isso pode
            acontecer naturalmente) estão “enjaulados” no voto infantil que
            fizeram previamente ou terão de despedir-se do emprego e sem solução à vista
            imediata.”

            Exatamente! Mas o problema é deles, que ingressaram numa organização
            com as caraterísticas da ICAR!

            Suponho que serão menos de 10 os que anualmente fazem isso, em
            Portugal, para se casarem. São os “padres casados”, que até se podem casar pela
            Igreja, depois de serem reduzidos ao estado laical, após autorização do Vaticano.
            Muitos estão agrupados em duas organizações: a associação Fraternitas e a associação Rumos. São cerca de 400 “padres
            casados”, em Portugal.

            Quanto à perda do “emprego”, não o sendo, constitui um problema
            grave para muitos, pois poderão não ter grandes alternativas. Admito até, nos
            casos-limite, uma perda de fé e um aborrecimento doentio, mas continuando no
            serviço, fingindo…

            Problema deles…

            Mas eu, se tivesse posses financeiras, não me importava de fazer
            um apelo público à deserção dos padres, que se tornassem ateus ou que quisessem
            abandonar a ICAR, em atitude de dissidência, e ajudá-los a refazerem a vida…

            3- “E isto é abuso do Vaticano que coloca os seus funcionários
            em situações vitalícias inaceitáveis do ponto de vista ético e moral.”

            Os padres e, antes, os seminaristas já sabem para o que vão. Se
            vão, é porque se assumem pelo celibato obrigatório. Ninguém impõe nada àqueles
            que assumem…

            4- “Acho que esta questão deve ser levantada sempre que
            possamos, pois o tomar de consciência dos abusos do Vaticano é meio caminho
            andado para possibilitar que tal termine. Veja-se que várias outras igrejas
            aceitam já, com naturalidade, que os seus padres casem e constituam família se
            o quiserem. E isto é que está certo e em consonância com os “Direitos
            Humanos”!

            Mas, ó Kavkaz, o que é que nos
            interessa dos problemas internos da ICAR???!!! O que nos interessa desse tipo
            de problemas do inimigo ideológico???!!! Quantos mais problemas a clericalha
            tartufa tiver, melhor para o ideário ateísta, melhor para a nossa crítica,
            melhor para o nível intelectual do país!

            A religião é a coisa mais estúpida
            do mundo… e arredores! É deixá-los entregues à sua sorte! Que se consumam,
            que se combatam, que desapareçam todos!

          • mestre

            o aposto ST° Paulo, na naquela altura,”aconselhava” ao casamento; e dizia, “se nao poder-vos controlar(cmo eu)casai-vos,e isso é mais importante, que leis vinda de ROMA

  • kavkaz

    – O que a Teologia não sabe nem pode explicar… Os deuses serão assassinos…

    Relâmpago mata dez pessoas numa mesquita.

    Pelo menos dez fiéis morreram e 20 ficaram feridos na sexta-feira ao
    serem atingidos por um relâmpago no exterior de uma mesquita em Sylhet,
    no nordeste de Bangladesh, informaram as autoridades.

    As vítimas foram atingidas por um raio quando saíam da
    mesquita após as orações observadas durante o mês sagrado do Ramadão,
    que é observado por todo o Bangladesh, país maioritariamente islâmico.
    O chefe da polícia local, Bayes Ahmed, disse que algumas das vítimas morreram no local e outras a caminho do hospital.

    Sylhet fica a 192 quilómetros a nordeste da capital do país, Dhaka.

    http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2715533

    • cínico

      “Sylhet fica a 192 quilómetros a nordeste da capital do país, Dhaka”

      Até que enfim que disseste algo de jeito. Parabéns, Kavkaz.

  • Haddammann Veron Sinn-Klyss

    Esperança … esse cara ficou no páreo contigo na escrita. Que texto bem escrito, bem elaborado. Eles tinham de lhe dar um prêmio. Só por isso, vou ter de dedicar uma atenção bem cuidada sobre umas essas tais coisas; e colocar aqui. Parabéns MESMO! Como diariam as garotas, “tão botando pra arrebentar”! Acho que até eles vão se sentir mais humanos. Tão vendo como os sem-crenças assim somam bastante na Sociedade? Os protestantes-evangélicos são uma aberração muito pior, totalmente sem condições de acertar esse troço, torço para que se extingam como os dinossauros, e levem os espíritas com eles. Não lembro de nenhum padeiro católico que sacaneasse o pão, mas quando os “crentes” começaram a invadir o comércio, a primeira coisa foi a onda de BROMATO DE POTÁSSIO no pão, para arrostarem-se como “abençoados” donos de duas padarias num relâmpago. Desde pequeno só tenho visto que o CRENTE-evangélico seguidor do paulo-assassino não passa de um LADRÃO-SAFADO, ESTUPRADOR e ASSASSINO. Basta ver como esse luladrão infestou a Sociedade Brasileira de pastutos e se vangloria no deboche, entupindo a Sociedade de Crack, e igrejas de PILANTRAS-CANALHAS, elementos que lambrecaram a Política Brasileira toda com imundície e corrupçao. Mesmo o país católico nos dias de João Paulo II, o Brasil teve um Presidente não-crente (FHC), e se não me engano o esse outro moço, o Sarney, era ou é um macumbeiro, ou pelo menos colocou lá os búzios nas moedas, numa atitude até laica mesmo; embora os crentóides tenham caído de pau em cima; mas foi o mais HONESTO de todos os presidentes que tivemos. Quer queira a mídia vendida, ou não. Fato é FATO. Na época de Sarney e FHC tivemos um político de oposição de primeiríssima linha, o Brizola, que esse pústula ladrão do Mensalão traiu, junto com um escróqui evangélico-protestante com nome de trombadinha (lá do Rio de Janeiro). A Igreja católica com essa ala hitlerista do B16, outro feio como a falta de tarimba de outro “oposição de nada” que é o “serrinha”, um bonequinho ruim que, como a garotada brincalhona diz: só “peida na farofa”, arranjam lá seus “heróis” vagabundos como o “barbozinha” que nunca dava as caras nas sessões de votação lá no STF, só foi botado lá para fazer-se de “gente du béin” vestido com a fachada de “juiz”.
    Mas vamos consertar isso. Vamos sim!

  • João Pedro Moura

    ONOFRE VARELA disse:

    “A Igreja é cheia de homens a quem foi imposta a castidade contra a sua vontade natural”

    1- A Igreja não impõe a castidade contra a “vontade natural” dos padres ou futuros padres, porque estes já sabem ao que vão…
    Decorrentemente, a “vontade natural” dos padres e seminaristas é a … castidade…

    2- O que acontece é que sendo a castidade imposta uma coisa antinatural, e refreadora da impulsividade libidinosa e normal das pessoas, tende a provocar tensões e outros problemas pessoais.
    Segue-se que, muitos padres, encarando inicialmente a castidade como uma coisa aceitável, não aguentam, e enveredam por… atividades sexuais de parceria…

    3- o investigador espanhol, Pepe Rodríguez, autor, entre diversos livros, da obra A VIDA SEXUAL DO CLERO, que conhece bem o meio eclesiástico espanhol, contando com vários amigos padres, revela que haverá cerca de 70% de homossexuais no clero espanhol. Isto não significa, necessariamente, praticantes… mas é uma percentagem altíssima e muito dissonante da percentagem de homossexuais na sociedade, obviamente…
    Extrapolando, é de prever uma percentagem muito alta de padres católicos, com tendências homossexuais, nos outros países…
    Por diversas vezes, tenho reparado em intervenções de padres, com certos tiques amaneirados…
    Não é por acaso, que tem existido uma elevada quantidade de padres envolvidos em cenas pedófilas homossexuais, que tem levado a milhares de processos judiciais, particularmente nos EUA, com avultadíssimas indemnizações pagas às vítimas.
    É desconcertante que esses indivíduos, não só violem o interdito eclesiástico das relações sexuais, como, acrescidamente, violem um segundo interdito social, a pedofilia, e um terceiro, a homossexualidade, eminentemente doutrinário e abominado mortalmente pela Bíblia…
    Donde decorre que há uma misteriosa apetência de homossexuais por coisas religiosas, a ponto de se tornarem padres, mas depois, claudicando, em termos sexuais…

    4- Palpita-me que, na origem, fundamentação e manutenção continuada do cristianismo, estiveram numerosos homossexuais “espiritualistas”, que edificaram a igreja católica, e, ao não deixarem e interditarem a descendência biológica, acumularam riquezas, até se tornarem enormes, riquezas essas que, assim, não tinham que ser herdadas por filhos, mas mantidas pela estrutura eclesial…
    Palpita-me…

    • cínico

      “2- O que acontece é que sendo a castidade imposta uma coisa antinatural,
      e refreadora da impulsividade libidinosa e normal das pessoas, tende a
      provocar
      tensões e outros problemas pessoais.
      Segue-se que, muitos
      padres, encarando inicialmente a castidade como uma coisa aceitável, não
      aguentam, e enveredam por… atividades sexuais de parceria…”

      Mas os pastores da linha protestante não se podem casar ? Podem. Até podem casar, pelos vistos com pessoas do mesmo sexo.

      E não há acusações de abusos sexuais de menores no âmbito das igrejas protestantes ? Há.

      Então por que é que este blogue nunca aqui publicou, que me lembre, acusações de abusos sexuais de menores nas igrejas que permitem o casamento dos respectivos pastores ? Tem resposta para esta objecção, ó Moura ?

      Para maiores desenvolvimentos, pode conferir aqui:

      http://foro.univision.com/t5/Cristianos-Evang%C3%A9licos/PASTORES-EVANG%C3%89LICOS-PEDERASTAS/m-p/447220388#axzz23HQTQm4a

      http://www.youtube.com/watch?v=JBtkkj1H0sA

      • cínico

        O Moura tem todo o direito ao seu palpites, mas há quem alegue sustentar que 60% dos homossexuais do movimento gay de Brasília são ateus. Nisto, de sondagens e palpites há-os para todos os gostos:

        http://roberto-cavalcanti.blogspot.com.br/2008/01/em-braslia-mais-de-70-dos-gays-so-ateus.html

      • Jorge Junqueira

        Êpa, calma lá, vamos devagar. Tem gay em todos os grupos. Até entre papas já teve uns viadinhos.

        • Ateu sim, e daí ?

          É só mais uma provocação do merdoso. A reportagem informa que, dos gays com renda superior a 5 salários e curso superior, 60 % são ateus. É uma constatação do fato que, quando maior a renda e o nível educacional, menos religiosas são tais pessoas. Por que seria diferente com os gays ?
          Ele não quis dizer que 60 % dos ateus são gays (pensando bem, quis sim. O merdoso adora uma provocaçãozinha).

        • Ateu sim, e daí ?

          qual deles não gosta de ser sodomizado ? acha que usam vestidinhos por que? o clero é todo formado por pessoas com sérios distúrbios sexuais.

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