Loading
  • 8 de Julho, 2015
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

OS PROBLEMAS TEOLÓGICOS DA TAUMATURGIA

Por

João Pedro Moura

Os problemas religiosos da taumaturgia, como eu já disse noutros artigos e comentários, assentam em duas objeções fundamentais, que a Igreja contorna habilidosamente, mas que lhe vai granjeando algum êxito, entre os crédulos e néscios:

  • Qual o tratado teológico, ou outras obras fundamentais de teologia, que demonstre que alguém ligado à Igreja, no estado de defunto, está apto para curar um mal?!

É que não chega dizer que fulano ou beltrano impetrou a benesse curativa a um(a) morto(a) qualquer, supostamente integrante do jardim da celeste corte.

É absolutamente necessário demonstrar que tal ou tal outra figura, do aprisco eclesiástico, ao morrer, ingressou numa espécie de bloco operatório, de tal jardim celestial, ficando apta a operar prodígios taumatúrgicos, post mortem, em vez de prodígios cirúrgicos, ao vivo…

Dentro deste problema, ainda se fazem as seguintes objeções:

  1. Por que é que tais “milagres” só são operados numa ou noutra pessoa, preterindo milhões doutras, que, certamente, também rezam, impetrando cura divinal para os seus males???!!!

 

  1. Por que é que tais supostos milagres só são relatados uma ou duas vezes, com notória projeção mediática, para justificarem a beatificação ou canonização, mas depois parece que tal taumaturgia cessa definitivamente, não mais se falando de terceiro milagre, quarto… décimo…quinquagésimo… alheando-se o Vaticano de quaisquer outras “investigações”???!!!…

E o(a) santo(a )morto(a), depois de um ou dois milagres, fica , então, num estado ocioso, alheio às impetrações dos seus crédulos???!!!

Isto é, faz um ou dois milagres e depois fica parado toda a vida, digo toda a morte…

  1. E o miraculado, depois, viverá para sempre?! Não voltará a ter a mesma doença ou outra, de que morrerá?!… E o taumaturgo não poderá aplicar um segundo resgate, digo um segundo milagre ao mesmo doente?!

Que atitude tão desprezível, por parte desta divinofauna defunteira, essencialmente tida como bondosa e misericordiosa!…

  • Se a Medicina não consegue explicar tudo o que acontece no nosso corpo, incluindo aparecimentos e desaparecimentos de doenças, por que é que se atribuem os desaparecimentos inexplicáveis de doenças a não menos inexplicáveis forças divinais???!!!

Será que o que não é explicado pela ciência, é explicável pela Igreja católica?! E apenas por esta?! E as outras religiões e igrejas?!

Para quando milagres de alto impacto ambiental, como a regeneração de mãos e pés, braços e pernas… amputados???!!!…

…Capazes de convencerem os próprios ateus…

6 thoughts on “OS PROBLEMAS TEOLÓGICOS DA TAUMATURGIA”
  • Oscar

    Braços e pernas amputados, sr. João ?

    Isso é canja.

    Procure no Google por Miguel Juan Pellicer, no milagre da Calanda.

    Quanto às outras questões teológicas que levanta, para tudo há uma razão de ser, mas, como vossemecê bem sabe, nem sempre é fácil encontrá-la.

  • carlos cardoso

    Aquilo que eu ainda não percebi é a razão pela qual um(a) crente, quando tem tantos santos mais que comprovados no catálogo, vai pedir milagres a um defunto que não é santo, sem saber se tal defunto tem algum poder. Parece-me demasiado arriscado e desnecessário.

    • João Pedro Moura

      Boa, Carlos Cardoso!

      Mas, se releres o texto, eu insinuo, como explicação para o teu quesito, que essas figurinhas do jardim da celeste corte têm só 1 ou 2 milagres, na “OPA”, Oferta Pública de Aquisição, redundando em esgotamento definitivo de “stock” taumatúrgico, após concretização da OPA…
      Daí que os crédulos peçam, quiçá, sucessivamente, a várias figuras amadeiradas ou porcelânicas, do aprisco eclesiástico, que até costumam emoldurar os nichos parietais das igrejas, até acertarem com o taumaturgo provido…

      Entretanto, pergunto, meu caro C.C., quando é que os impetrantes crédulos começarão a pedir milagres ao verdadeiro taumaturgo, DEUS, o único C.E.O. do céu, ou ao seu ectoplasma filial, Jesus Cristo, em vez de os impetrarem a figuras menores da galeria estratosférica?…
      Será que o povo crédulo não confia no seu deus?!

      • carlos cardoso

        Eu li o texto mas pensei que esses santos de um ou dois milagres que referia eram os modernos, os feitos à pressa, como o JP2 ou o Nuno Álvares Pereira, não os de currículo
        confirmado como por exemplo o Santo António. Estes últimos devem ter dezenas, (centenas, milhares?) de milagres nos CVs respectivos. Talvez até haja, algures no Vaticano, um serviço que mantenha em dia tais CVs. Podiam também publicar gráficos da evolução do numero de milagres por santo, para que os crentes pudessem ajuizar de quais os mais eficazes.

        Quanto à sua pergunta, segundo as minhas informações, não são os santos que fazem directamente os milagres: eles só intercedem pelos crentes, quais solicitadores, junto do “patrão”, como se tal patrão precisasse de ser informado ou convencido…

        Uma outra explicação possível para a minha dúvida seria o crente pensar que os santos confirmados teriam tantos pedidos que poderiam facilmente esquecer o dele, enquanto um simples candidato a santo teria muito menos “clientes” e poderia tratar disso com maior eficácia, isto sem contar com a satisfação que teria tal defunto ao ver que alguém acreditava nele.

        De qualquer das maneiras tudo isso não passa de um arrazoado de disparates.

  • João Pedro Moura

    Devido a misteriosos problemas de (des)formatação, a que sou alheio, o texto saiu com alterações lamentáveis.
    Quando escrevo que tais problemas taumatúrgicos assentam em duas objeções fundamentais, refiro-me àqueles dois tracinhos, em que deveria estar 1 e 2, mas que foram substituídos, vá-se lá saber porquê, pelos tracinhos.
    Os 3 sucessivos 1,1,1, correspondem às alíneas a, b e c do primeiro ponto, substituídas, misteriosamente, por aqueles números monótonos…

    • Oscar

      Dois tracinhos, em que deveria estar 1 e 2, foram substituídos, vá-se lá saber porquê, pelos tracinhos ?

      Depois os 3 sucessivos 1,1,1 , que correspondem às alíneas a, b e c, do primeiro ponto, foram misteriosamente substituídos por aqueles números monótonos ?

      De facto, isso é muito estranho, sr. João.

      Terá sido uma vingançazinha do criptocomunista ?

      Vossemecê já pensou em apresentar queixa na AAP ?

You must be logged in to post a comment.