Caríssimo irmão em Cristo, como pode blasfemar dessa maneira? Consegue provar que todos os cães são ateus? Clro que náo. Mas eu provo que a sua afirma+ão é falsa, o que nem me surpreende. Veja aqui:
Mas que raio está a fazer, na segunda foto, o padre, com aquela caldeirinha e o hissope, aparentemente a lançar pingos de qualquer coisa, para os canídeos?!
Será que é remédio ou um paliativo de baixo impacto ambiental e fraco consumo de energia ou um influxo hidrativo de propriedades miraculosas?!…
… A saber…
Caríssimo irmão em Cristo, permita-me que lhe lance a minha bênção e o elucide.
Relativamente à gravura a que alude, aquela personagem a que chama um “padre” é, na verdade, um frade na nossa modesta abadia. Ainda é novato, nós chamamos “noviço” “básico” ou “cufechado”, como se pode ver pela vestimenta e pelo ar meio artolado.. Está, pois, o nosso estimado irmão, a fazer um dos primeiros piedosos exercícios, que é o de abençoar os animaizinhos com água-benta n´69, destinada a combater a impotência sexual. Se tivermos conhecimento, por exemplo, de que o canídeo, depois de abençoado, se atirou à dona quando esta estava a tomar banho e se baixou para apanhar o sabonete, consideramos os efeitos positivos. Se verificarmos que dá resultado, passamos a abençoar os homens, como é da praxe, sem alterar a benzedura da água, já que é na dita benzedura que residem as virtudes curativas.. Por exemplo, a água-benta nº 11 destina-se aos maridos infelizes, como o próprio nome sugere.
De salientar que as nossas águas-bentas estão certificadas e têm Denominação de Origem Controlada, nada dessas mistelas que aparecem em certas igrejas, que devem ser tão bentas como o Oscar. Acrescento que a água, a nossa água, é submetida a rigorosos controlos de qualidade, e a verdade é que a DECO nunca disse mal do líquido. Também não disse bem, mas isso é outra conversa.
Aproveito para esclarecer que, caso a água-benta não produza os efeitos pretendidos, o que acontece frequentemente, aliás, não temos notícia de resultados positivos, mas é natural, as pessoas sentem-se bem e não repetem o medicamento nem dão feed-back, dizia eu que caso não sejam conhecidos resultados positivos, a água é deitada fora, os recipientes lavados para não haver hipótese de contaminação, e muda-se as palavras da benzedura. Mas sempre com muito rigor. O António Costa é um aprendiz, à nossa beira, nessa coisa do RIGOR.
Uma coisa lhe garanto: as primeiras experiência de bendição, são sempre feitas com animais.
Elucidado?
Então, saúde e merda, que Deus não pode dar tudo.
Eu não sei se os cães são ateus ou não, mas há duas coisas que tenho por adquiridas:
i – Vejo muitas fotografias de actos verdadeiramente admiráveis protagonizados por cães; não vejo nenhuma imagem decente ou admirável protagonizada por ateus.
ii – Vejo que os cães são muito mais «socializados», «humanos» e decentes do que todos (TODOS e sem excepção) os neo-ateus que conheço, encontro na Internet ou já ouvi falar.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.
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5 thoughts on “A bênção”