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  • 3 de Julho, 2015
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

O Estado Islâmico e a civilização

O Estado Islâmico (EI) começou a inovar a interpretação do Corão, o manual terrorista que absorveu o pior que o Antigo Testamento legou aos monoteísmos. A decapitação já usada contra hereges estrangeiras, foi aplicada pela primeira vez contra mulheres sírias acusadas, tal como os maridos, de feitiçaria.

O EI lançou ataques simultâneos contra vários localidades sírias e conquistou à milícia curda uma área importante da cidade de Tel Abyad na fronteira turca e não parará aí. O terror é a vitamina do êxito, capaz de unir o Islão no ódio contra a civilização, na orgia de sangue que usa armas sofisticadas e tecnologia de ponta.

É o grito de raiva da civilização árabe falhada, capaz de unir turcos, caucasianos, persas e árabes na sujeição a Maomé, beduíno boçal e amoral, a quem o arcanjo Gabriel ditou a cópia grosseira dos monoteísmos anteriores – o Corão –, no trajeto de Medina a Meca.

A decadência árabe criou o EI nos escombros do Iraque, arrasado pela demência de um cruzado evangélico que teve na subserviência dos cruzados romanos que explicitavam a sua fé, Blair, Aznar e Barroso, os cúmplices na mentira e no crime, ao arrepio da ONU.

No dia 29 de junho, data do primeiro aniversário da criação do Califado, esperava-se já a comemoração festiva que a demência pia impõe – atos de terrorismo que deixam Alá a babar-se de gozo e Maomé a percorrer a geografia de todas as virgens que há de ter ao seu dispor, no Paraíso.

Sobra aos combatentes do EI tudo o que nos falta, determinação, competência e fé, por mais estulta que seja a última. São especialistas a causar pânico, quer na Tunísia com a matança de turistas, quer nas mesquitas xiitas do Iémen e da Arábia Saudita ou, apenas, com a decapitação de um cidadão em França, em nome do EI. Sobram jovens exaltados, de ambos os sexos, estimulados pela violência e êxito pio, a demandarem o Califado, aliciados em guetos, mesquitas, madraças e no ciberespaço.

Há um ano, o autodenominado Califa anunciou aos sunitas de todo o mundo o EI, como o seu Estado, e pediu que fossem construí-lo ou o apoiassem onde quer que estivessem. Foi o apelo à jihad ‘urbi et orbi’, em árabe. Os regimes despóticos xiitas tremem com a nova ditadura que não descura assistência às populações e é pragmática nas negociações com os chefes tribais. As democracias, apesar do pânico, fazem concessões ao Islão.

Ex-generais de Saddam Hussein treinam e comandam o exército muçulmano mais bem preparado e armado, capaz de aproveitar as tempestades de areia, com drones e satélites cegos, para conquistas furtivas. O exército iraquiano, desmotivado e cobarde, abandona armamento americano sofisticado e fardamentos, perante multidões famintas de um país a que destruíram o Estado e a quem o EI assegura a sobrevivência.

Há uma década que os servidores de uma ditadura laica, desempregados e perseguidos, vêm organizando, com êxito, um exército moderno ao serviço da mais funesta religião, perante o pavor e o desespero de quem vê ameaçada a civilização.

3 thoughts on “O Estado Islâmico e a civilização”
  • Oscar

    O exército iraquiano é cobarde, afirma o sr. Carlos.

    Mas se todos fossem tão corajosos como vossemecê, que dispara palavras, julgamentos éticos e qualificativos de carácter a uma velocidade estonteante, já há muito tempo que os fanáticos islâmicos tinham sido derrotados.

    Pena é que essa lusitana intrepidez não permita ao sr. Carlos lutar com armas na mão ao lado dos combatentes iraquianos, de cuja honradez vossemecê desmerece.

    Mas a sua coragem limita-se apenas ao campo de batalha das palavras.

    Porque dar o peito às balas fica apenas para aqueles que vossemecê considera cobardes.

  • João Pedro Moura

    CARLOS ESPERANÇA disse:

    1- “A decadência árabe criou o EI nos escombros do Iraque, arrasado pela demência de um cruzado evangélico que teve na subserviência dos cruzados romanos que explicitavam a sua fé, Blair, Aznar e Barroso, os cúmplices na mentira e no crime, ao arrepio da ONU.”

    Lá tinham que vir as habituais atoardas panfletárias do Carlos Esperança, sobre o “cruzado evangélico” e os “cruzados romanos”… supostos “arrasadores” do Iraque e “cúmplices na mentira e no crime”…

    Parece que C.E. não compreende, nem quer compreender que, quem “arrasou” o Iraque, foi a hedionda escumalha islâmica, foi o povo islâmico, fanático e cruel, que, em vez de aproveitarem o derrube do crudelíssimo ditador, Saddam Hussuíno, não, enveredaram antes pela guerra civil autodestrutiva e por ataques aos libertadores da coligação dirigida pelos norteamericanos…

    …Guerra civil essa que se avolumou, enormemente, com a saída da coligação militar estrangeira e entrada em cena do famigerado “Estado Islâmico”…

    A coligação facultou tudo aos iraquianos: dinheiro, logística, instrução, proteção, mas eles recusaram, na prática, porque são liberticidas e antidemocratas, não têm sequer mentalidade para lidar com a liberdade e a respeitabilidade cívica.
    Só sabem impor as suas conceções iliberais, dominar, reprimir, assassinar…
    Têm um problema genético qualquer, inflexível à aculturação normal.

    E Carlos Esperança, na sua efusão emocional descontrolada, em que rotula, aligeirada e estupidamente, tudo e todos, não encontra outra expressão para os libertadores do Iraque, reprimido por um ditador brutal e sanguinário, do que a designação de “cruzados”, como se vivêssemos na Idade Média, em plena empresa de saque, conquista e proselitismo religioso…
    Quem empregava a expressão “cruzados” era o Bin Laden e os seus sequazes atuais e similares…

    2- “As democracias, apesar do pânico, fazem concessões ao Islão.”

    Quais concessões???!!!
    Sempre o mesmo estilo aligeirado, de rótulo de atoarda panfletária, sem nexo…

  • PMRam

    Ao ler atentamente o texto do Carlos Esperança, não encontro propriamente nenhuma inconsistência contra a narrativa oficial da media ocidental, está bastante bem resumido independentemente do tom inflamatório.

    Acho que se pode acrescentar que no dia da proclamação também se anunciou a rotura com o acordo Sykes-Picot, o famoso acordo que produziu as fronteiras do Médio-Oriente tais como (nós) as reconhecemos.

    É uma pena que os povos árabes não se adaptem à nossa visão para o médio oriente, eu pessoalmente ia-me sentir muito mais descansado se não tivesse que assistir aos acontecimentos dos últimos (quantos?) anos. O que acaba por saltar à vista é que, independentemente da unificação à volta do Islão e do Corão, existem remanescências culturais que não se conseguem alterar ou erradicar.

    A ideia ilustrativa de um dia se poder viajar de Meca a Jerusalém e voltar a casa sem passar por fronteiras e checkpoints é mais familiar na mentalidade
    de um árabe do que se pode pensar, bem como o é a ideia de fazer comercio livremente na mesma região, e Não, não estou a referir-me a
    mercados livres ou TTP’s e afins, estou a falar de: “vou ali vender uma
    cabra ao meu vizinho que mora do outro lado do deserto”. A nossa obsessão
    em chamarmos-lhes Iraquianos ou Sírios é que parece cada vez mais obsoleta.

    Também é de dizer algo acerca da “nossa” apetência para fazer acordos com califas e obter algum controlo sobre aquela região que precede o “boom” do petróleo em mais de 200 anos e nunca mostrou sinais de abrandamento. Acho que é significativo relembrar que a primeira
    Armada do Atlântico foi criada para proteger a rota dos escravos e permitir o
    influxo dos mesmos ao continente Norte Americano, e para prevenir que, ou os escravos africanos acabassem no fundo do oceano juntamente com as embarcações e as suas tripulações ás mãos dos piratas (maioritariamente Holandeses), ou prevenir que as tripulações americanas fossem capturadas
    e escravizadas por piratas Árabes. Engraçado; Pirata/Terrorista – Terrorista/Pirata… a coisa continua…

    Agora que estamos a assistir a uma revolta à séria, bem organizada, bem financiada e com um mar de aderentes estamos surpreendidos? E estamos surpreendidos que o tenham feito à volta das barbaridades professas nos textos religiosos do seculo XII depois do atrasado mental do G.W.Bush (o cristão “born-again”) fazer as declarações públicas que fez à volta do passarinho (o J.C.) que lhe disse para ir libertar o povo Iraquiano?

    Acho que era uma boa ideia um dia deixar os árabes em paz e arranjar um método qualquer de fazer negócio com eles que não implica controlar território que não nos pertence e “gerir” as riquezas dos ditos países através de corporações internacionais, embora os tempos correntes assim não o permitam.

    Vamos lá rezar (O_o) para que a coisa não alastre muito na maravilhosa democracia do Egipto, visto que, se há coisa que já se percebeu é que isto melhora sempre que o EI capitaliza e tira partido das instabilidades regionais. Olhos postos nas notícias!

    ++Pontos para o pontífice da igreja católica à uns meses a esta data, por não compreender a importância geopolítica da Turquia e escolher 2015 para reconhecer o massacre Arménio. Não é que não seja um acontecimento merecedor do seu devido reconhecimento, é só que a altura para enviar cartas inflamatórias ao governo turco pareceu-me como que, meio obscena.

    Ps: Não compreendo porque é que para se comentar neste tipo de blogue se tenha que usar uma linguagem arcaica como tenho lido em várias publicações.

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