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  • 8 de Junho, 2015
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

Haverá maior atentado à dignidade muçulmana do que a própria lei islâmica?

Texto de Sam Harris retirado do livro “O fim da fé”

Os muçulmanos declaram repetidamente que o imperialismo ocidental atentou contra a sua dignidade, orgulho e honra. Que devemos nós retirar daqui? Haverá maior atentado à dignidade muçulmana do que a própria lei islâmica?

Para um exemplo moderno do tipo de sociedade que pode emergir da doutrina do Islão, basta lembrarmo-nos do que era o Afeganistão sob o jugo dos Talibãs. Quem eram aquelas criaturas inverosímeis a correr de um lado para o outro com as suas longas vestes, sempre na iminência de serem espancadas por mostrarem um bocadinho do tornozelo? Eram as mulheres (iletradas) da Casa do Islão.

Por muito repressivos que sejam, os ditadores tendem a ser mais liberais do que os povos que oprimem. O Príncipe Abdullah, por exemplo – um homem que não se distinguiu por ser propriamente um liberal – propôs recentemente que as mulheres fossem autorizadas a conduzir no país. A verdade é que o seu povo altamente oprimido não foi capaz de apoiar este gesto de evolução civilizacional e o príncipe foi obrigado a recuar.
Nesta altura da sua história, se lhe derem liberdade de voto, o povo muçulmano votará livremente pelo corte radical das suas liberdades politicas. Também não devemos perder de vista a possibilidade de eles virem a restringir as nossas liberdades, assim lhes seja dado o poder para o fazerem.

Não há dúvida de que a nossa (USA) colaboração com os tiranos muçulmanos – no Iraque, na Síria, na Argélia, no Egipto e noutros países – foi deplorável. Não fizemos nada para contrariar os abusos e a simples chacina de dezenas de milhares de muçulmanos pelos seus próprios regimes – regimes estes que, em muitos casos, foram ajudados por nós a chegar ao poder. A nossa incapacidade para apoiar a revolta Xiita no sul do Iraque em 1991, depois de nós próprios a termos instigado, figura certamente entre as acções mais imorais e desastrosas da nossa politica externa nas últimas décadas. Mas a nossa culpabilidade neste plano deve ser mitigado pela consciência de que se a democracia tivesse chegado subitamente a estes países, ela não seria mais do que um atalho para a teocracia.

Parece nada haver nos princípios do Islão que permita resistir ao resvalar para a sharia (lei islâmica), embora haja muito para a encorajar. Esta é uma verdade terrível que temos de enfrentar: a única coisa que hoje existe entre nós e o mar revolto da irracionalidade muçulmana é o muro de tirania e abusos de direitos humanos que nós próprios ajudámos a erigir.

Esta situação tem de ser remediada, mas não podemos simplesmente obrigar os ditadores muçulmanos a abandonar o poder e a abrir as urnas. Seria como abrir as urnas aos cristãos do século XIV.

(Enviado por Paulo Franco)

13 thoughts on “Haverá maior atentado à dignidade muçulmana do que a própria lei islâmica?”
  • Oscar

    E vossemecês o que pensam : a tortura, defendida pelo senhor Sam, já será compatível com a dignidade humana ?

    http://www.huffingtonpost.com/sam-harris/in-defense-of-torture_b_8993.html

  • Nelson

    A historia de como a cruz vermelha recolheu 24 Milhoes de dolares de donativos(orçamento de projecto), diz que fez casas para 130.000 pessoas e na realidade, CONSTRUIU 6 CASAS!

    Assim se vê a caridade destas instituições ligadas á religião…

    https://www.propublica.org/article/how-the-red-cross-raised-half-a-billion-dollars-for-haiti-and-built-6-homes

    https://www.propublica.org/documents/item/1690716-lamika-factsheet-from-red-cross-website.html

    • Carlos

      A cruz vermelha é uma instituição ligada a que religião?

      • Carlos

        História inventadas por inúteis que nunca fizeram nada pelos outros.

        No último Dia dos Direitos Humanos (Dez.2014), a CV foi homenageada em vários Estados americanos, incluindo a Florida.

        A acusação feita à CV é bem conhecida de toda a gente e é uma estupidez: a CV recebe dinheiro mas tem total liberdade de o usar onde quiser, não num lugar pré-determinado. Há situações de maior necessidade do que o USA,,, a CV escolhe os que entende.
        Embora a CV não seja um organismo da Igreja Católica, a verdade é que a maioria dos seus colaboradores são católicos. Curiosamente, ou talvez não, as acusações partem sempre da frota ateia ou seu território de domínio. A razão é simples: trata-se de terrorismo a tentar impedir a assistência aos que dela necessitam – essa é a prioridade do terrorismo ateu.

        Falta só dizer que os ateus querem, a todo o custo, que os voluntários da Cruz Vermelha sejam obrigados a denunciar crimes de que tenham conhecimento e a testemunhar no TPI. Trata-se, apenas, de tentar impedir a CV de operar nas condições em que opera, pois de outra forma seria IMPOSSÍVEL.

        Tretas, aldrabices e terrorismo ateu… nada mais.

    • Nelson

      together…

    • N*

      eles merecem 🙂 porque a caridade é para ser recompensada nesta vida, não na próxima!

  • João Pedro Moura

    SAM HARRIS disse

    «Nesta altura da sua história, se lhe derem liberdade de voto, o povo muçulmano votará livremente pelo corte radical das suas liberdades politicas.»

    «…se a democracia tivesse chegado subitamente a estes países, ela não seria mais do que um atalho para a teocracia.»

    Mirabile dictu!!!

    Sam Harris pensa exatamente como eu.

    Em todas as eleições de países muçulmanos, árabes ou médio-orientais, excetuando a Turquia, desde o Irão à Argélia, passando pela Palestina, Tunísia e Egipto, sempre que houve eleições livres, venceram os partidos islâmicos, liberticidas.

    Única exceção: a Tunísia, que, depois de primeiras eleições, que deram vitória aos islamitas, parece querer inverter a lógica do liberticídio islâmico… A ver vamos…

    Por que é que isto acontece neste tipo de países islâmicos, de etnias árabe e médio-orientais, como os persas e os pashtuns do Afeganistão e Paquistão?

    Como é que uma massa popular, perante a possibilidade de obter a liberdade, não faz como outra qualquer massa de gente normal, votando em partidos da liberdade ou propugnando a dita, de armas na mão???!!!

    A resposta surge imperante: por causas genéticas!

    Porque há genes gravados no código genético dessa gentalha que inibem a manifestação duma atitude de liberdade.

    São povos duma emotividade descontrolada, tresloucada, fanáticos da religiosidade, capazes de matarem por motivos fúteis, relativos a essa mesma religião ou a códigos consuetudinários de honra e vergonha, que existiam nos povos cristãos até à 200 anos…

    Esta gentalha liberticida só se compraz em ambientes político-sociais eivados de totalitarismo político e religioso, com elevado sentido de ordem e severas repressões, porque é a única maneira de os manterem… na ordem…

    Introduz-se um projeto de liberdade nesses povos e países, no meio de revoltas e motins e é o … caos! Não conseguem lidar com a liberdade…

    O que se vê é logo ameaças às mulheres, aos seres que querem liberdade e democracia, atentados, matanças, enfim, boçalidades facinorosas várias…

    Talvez seja devido ao excesso de religiosidade, que os inça…
    …E o livre curso religioso estraga tudo!…

  • Carlos

    O autor deste texto é um perfeitíssimo ignorante em cultura islâmica.
    Alguém pode debater com pessoas que manifestam este grau de ignorância?

  • carlos cardoso

    É verdade que em eleições livres os países arábio-muçulmanos tendem a eleger partidos islâmicos. Em alguns casos esses mesmos partidos
    conseguiram matar a democracia que os tinha levado ao poder (como aconteceu na Faixa de Gaza com o Hamas e no Egipto de Morsi).

    Mas não penso que isso tenha alguma coisa a ver com genética. Antes com cultura, cultura essa que é mantida e transmitida pela educação, nomeadamente a ministrada pelos religiosos.

    As excepções da Turquia e da Tunísia parecem confirmar isso. Na Turquia foi preciso alguém como Mustafa Kemal (Ataturk), a vigilância do exército que impediu muitas vezes a tomada do poder pelos islamistas e cem anos para termos hoje uma democracia mais ou menos moderna e funcional. No entanto não estamos livres de um regresso ao passado, como Erdogan tem tentado. O povo turco é que não parece ir na cantiga e ainda bem. Na Tunísia também foi o povo, um dos menos religiosos do sul do Mediterrâneo, que, depois de se ter enganado uma vez ao eleger os islamistas, reconsiderou e elegeu um partido laico.

    A melhor maneira de ajudar esses países é apoiar uma educação não religiosa, mas os resultados só aparecem a longo prazo.

    • João Pedro Moura

      CARLOS CARDOSO disse:

      «Mas não penso que isso tenha alguma coisa a ver com genética. Antes com cultura, cultura essa que é mantida e transmitida pela educação, nomeadamente a ministrada pelos religiosos.»

      Entre genética e “cultura” vai uma diferença acentuada…

      A “cultura” define um povo, um indivíduo, em termos de língua, mentalidade, ideias, usos e costumes.

      É tudo aquilo que ficou, depois de termos esquecido tudo aquilo que aprendemos…

      As culturas interagem, como acontece entre minorias e maiorias nacionais, etnias e, enfim, entre os povos que fazem parte da globalização e têm conhecimento do que se passa noutros povos, nomeadamente, nas vanguardas civilizacionais europeia e americana, contando com a asiática.

      Os povos mais atrasados, como os muçulmanos e os africanos, têm consciência e informação de que a melhor vida é a da Europa vanguardista e EUA. Por isso, é que muitos emigram ou tentam emigrar para esses países…

      Todavia, tratando-se de questões religiosas, já a boçalidade muçulmana, sobretudo a mais hedionda, não se importa nada de matar e ser morta por uma ideia religiosa, que não lhes traz qualquer vantagem, a não ser o morticínio, a prisão, ferimentos marcantes ou um qualquer banimento.

      Como é que os muçulmanos idiotas são capazes de preterirem uma vida mais ou menos tranquila e próspera, nos países vanguardistas, por uma conspiração mortal e totalitária, persistente???!!!

      As pessoas aculturam-se. E as culturas mais fortes impõem-se, assimilando as menos fortes.

      Então, como é que as idiotas islâmicas persistem em usar as vedações têxteis na cabeça e noutras parte do corpo, em terras liberais europeias e americanas???!!! Não reparam na dissonância?!

      Ainda por cima, mulheres já nascidas nessas terras de liberdade…

      A conclusão explicativa impõe-se, então:

      É porque tais seres sofrem duma inibição genética tão forte, capaz de contrariar o fluxo normal da aculturação. É porque têm uma tamanha pertinácia, que nada os contraria no seu reacionarismo larvar.

      Ora, são os genes que garantem a vida e todo o seu suporte de longo prazo e não a “cultura”.

      Logo, o problema do reacionarismo e conservadorismo muçulmanos, mormente em etnias árabe e pashtuns, só pode ser causado por resistência genética.

      O genótipo é que suporta a cultura, e não esta aquele.

      Portanto, trata-se das profundezas do organismo e não há nada a fazer…

      …A não ser fustigar essa escumalha, implacavelmente…

      • Carlos

        “Os povos mais atrasados, como os muçulmanos e os africanos, têm consciência e informação de que a melhor vida é a da Europa vanguardista e EUA.”

        “Mais atrasados”, “melhor vida”, “melhor” ou “pior”, são adjectivações subjectivas e pessoais.

        O que tu achas melhor, eles podem achar pior. O que tu achas bom, eles acham mal. Ora, no peso objectivo da verdade, tu não tens mais razão do que eles, a não ser para ti. E, quando dizes “as idiotas islâmicas”, elas dizem “o idiota ocidental”. Quem está certo? És tu? Quem te dá esse dom de superioridade?

        A tu mistura de “genética” com “cultura”, além de ser um visão nazi (e, de certo modo, marxista) que todos desejamos enterrada, é um disparate que não merece comentário.

        Já no que respeita a “povos mais atrasados”, sendo difícil de perceber o que é o “atraso”, não tens razão alguma.

        A África e a Ásia são compostas por países pobres, mas não são pessoas atrasadas, nem menos inteligentes, nem menos capazes, nem desconhecedoras do mundo actual.

        A pobreza, na sua maior parte, é fruto do Ocidente. Essa pobreza condiciona uma série de factores humanos que determinam ciclos infindáveis de exploração e ladroagem dos Ocidentais. Porém, estes povos conhecem muitas mais coisas do que a maioria dos Ocidentais.

        No tempo que alguns palermas confundiam cultura com domínio de saberes enciclopédicos, houve gente ignorante e imbecil a chamar-lhes “atrasados”, mas hoje, na realidade geo-cultural actual, é bem mais comum encontrar um jovem europeu (português, francês, holandês, alemão, etc.) muito menos integrado na sua cultura e desconhecedor do que ela é, do que encontrar um africano ou asiático nas mesmas condições. Pior ainda se compararmos o conhecimento de outras culturas. Os europeus estão unas dezenas de anos atrás destes povos. A explicação, entre outras coisas, passa pela falta de cultura e a escravidão das novas tecnologias, pois a Internet não transmite nada daquilo que estas sociedades produzem, trocam e vivenciam.

        Riqueza e desenvolvimento, nem bem-estar e qualidade de vida não são sinónimos.

        Os movimentos migratórios voluntários são, essencialmente, económicos. Não são culturais.

        Portanto, não tens razão alguma nas tuas observações. Aliás, demonstras um raciocínio inquinado pela falta de cultura europeia: os muçulmanos vivem todos escravizados, são terroristas e estúpidos.

        Quem pensa assim, numa Europa onde o islamismo cresce de forma rápida entre os nativos europeus, está muito longe de conhecer o mundo do século XXI.

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