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  • 16 de Maio, 2015
  • Por Carlos Esperança
  • Fátima

Fátima, terra de fé

Não sou insensível ao sofrimento dos desesperados que procuram uma boia de salvação, aos doentes que aguardam um milagre, aos crentes que se mortificam na esperança de serem ouvidos por um deus, através de uma imagem de barro, quando os homens os abandonam.

Confranjo-me com os deserdados da sorte a rastejar no genuflexódromo da Cova da Iria, com os que envergam os restos da farda que trouxeram das colónias para agradecerem o milagre do regresso, com os pobres que deixam os únicos brincos ou o cordão de ouro que lhes restava na feira da fé que uma legião de clérigos promove.

São assim os que sofrem. Seria injusto criticar a ingenuidade de quem foi condicionado na infância, de quem se deixa contagiar pelas multidões, de quem aproveita transportes pagos pelas autarquias em ano de eleições.

Vergonha é da multinacional da fé que explora um povo que sofre e a miséria humana ao som de cânticos a um ídolo de barro, que ajoelha a multidão aos pés de um cardeal a um gesto canónico e arrecada o óbolo da gente simples.

Condicionar a liberdade com gestos mecânicos e sinais cabalísticos, aspergindo com o hissope a multidão em transe, é o número de circo que os atores executam na perfeição e o público recebe em lágrimas de comoção.

Daqui a dois anos o espetáculo será o mesmo mas os números redondos das datas têm o condão de embotarem o discernimento e redobrarem a fé.

16 thoughts on “Fátima, terra de fé”
  • Oscar

    Fátima é idolatria e anti-cristianismo, mas,quando o humano falha, é natural que as pessoas se voltem para os ídolos de pés de barro.

    Eu não acredito que Maria, mãe de Jesus, tenha aparecido em Fátima, para debitar um conjunto inane de baboseiras, mas respeito a fé de todos quantos, às vezes de forma desesperada, procuram, nesse lugar, um pouco mais de paz e de saúde para as suas vidas.

    • GriloFalante

      “Porque as perguntas exigem respostas, como é que sabes que a Lúcia não viu uma entidade na Cova da Iria ?”

      Adoro a tua coerência.
      E já agora: como é que sabes que a entidade que Lúcia presumivelmente viu, não era a mãe de Jesus?

      • Alexandre Carvalho

        e você, por acaso sabe?

        • GriloFalante

          Responder a uma pergunta com outra pergunta, é anti-dialético.

        • Deusão

          eu sei. Era o zé piroca . A moça estava dando no mato e para despistar a família disse que viu mariazinha, mas quem saiu correndo foi o zé piroca, quando viu o pai de Lucia vindo em sua direção.

      • Oscar

        A resposta à tua questão é muito fácil de fornecer.

        As distorções entre o que as crianças disseram que viram em 1917 e as invenções de Fátima 2 permitem concluir que foi tudo inventado

        Que a conhecida imagem de Fátima nem sequer corresponde à entidade que Lúcia afirmou ter visto em 1917. Foi concebida por mestre Thedim

        E que a mensagem de Fátima 2 é um chorrilho de asneiras anti-cristãs.

        Se precisares, virei aqui demonstrar-te porquê.

        Precisas ?

        • Deusão

          Não. Guarde tais patetices para a tua paróquia; lá, os fiéis são mansos e acreditam em qualquer besteira que você diga.

    • Deusão

      E elas encontram paz ou mais um pouco de desespero e fanatismo ?
      Mais fanatismo, mais dinheiro no bolso da nefasta e nojenta icar.

  • Oscar

    “De qualquer modo, eu NUNCA disse que a Lúcia não viu. Aliás, eu até
    estou convencido de que viu “Uma jovem, entre 12 a 15 anos de idade, com
    argolas nas orelhas, usando meias brancas e uma saia pelos joelhos, com
    um cordão de ouro e uma medalha aos bicos…”

    Grilo Falante, ” O Embuste”, 13/5/2015

    Eu também admiro a tua coerência…

    E já agora: como é que sabes que a entidade que Lúcia presumivelmente viu, não era a mãe de Jesus?

    O que é que te faz ficar convencido que Lúcia via uma jovem de 12 a 15 anos na Cova da Iria, em 1917, que não seria mãe de Jesus?

    Também és capaz de responder a estas perguntas ou quando as questões te são devolvidas, ficas calado ?

    • GriloFalante

      Agora sim, estás a ser coerente. Quando não consegues responder, tentas lançar a confusão. É a tal fuga para a frente. Ou isso, ou dizes que o interlocutor não está ao teu nível. No meu caso, até é verdade: não estou ao teu nível. Não desço tão baixo.

      • Oscar

        Tento lançar a confusão, Grilo ?

        Então porquê ?

        Fundamenta a tua afirmação.

        És capaz ou nem por isso ?

        A baixaria não estará precisamente quando me acusas de algo que nem sequer fundamentas ?

        P.S. Já agora que estamos em debate, és capaz de explicar como é que sabes que a entidade que Lúcia presumivelmente viu, não era a mãe de Jesus?

        Ou preferes manter-te na tua manobra de diversão, para não responderes à pergunta que te devolvi ?

    • Deusão

      eu já confirmei isso também. Lucia foi à gruta para dar no matinho. O pai da moça já estava desconfiado dos desaparecimentos misteriosos da filha. Quando soube que mais uma vez ninguém tinha notícia da menina resolveu averiguar ou “bater mato”, como se dizia então. O casal estava no bem bão, lucia e zé piroca, quando ouviram ruídos na mato. O que fazer ? disse zé piroca à sua amada. Lucia, versada em quiromancia e embromação, lembrou-se de que o pai era um asno crentóide, e prontamente desenhou um plano para livrar o seu grande amor , zé piroca, do perigo, contando que o gajo daria um jeito de após passado o perigo, voltar e levá-la dali.
      O zé piroca até que voltou, mas aí já era Lúcia que não queria mais largar o osso. Casa, cama, comida boa enquanto toda a Europa estava atolada em camadas de miséria e rancor. Só doida de pedra larga esse festim matutou Lúcia. E o zé piroca ? lamento por ele, mas piroca não há de faltar: seja dos padres , seja dos crentes, eu vou é me esbaldar: dar, comer e dormir. Dormir, comer e dar. Afinal, tenho saúde e merda, a resto deus provê- como diria o frei.
      E assim fez a jovem Lùcia, que era da roça, mas não era tonta.

      • Oscar

        Faz um favor à humanidade: vai tomar os comprimidos, vai…

        • Deusão

          por que a minha estória é pior que a da icar ? a minha versão dos acontecimentos tem a vantagem de ser coerente.; a da icar qualquer um que não seja um asno crentóide percebe tratar-se apenas de um embuste – uma armadilha pega-trouxa.

  • Carlos

    Que raiva se apropria de vós quando vos deparais com algo que não podeis, de todo, desdizer. Limitais-vos a mandar para o ar um vendaval de bacoradas, algumas tão infantis que metem pena, outras não estupidas que metem nojo, mas nada de objectivamente palpável, lógico, racional e consistentemente inquestionável.

    Não deixa de ser curiosa a vossa visão da teologia neotestamentária, pois é dessa que falamos quando nos referimos ao cristianismo. Além de demonstrar completa ignorância do assunto, permite ver a falta de cultura geral que vos envolve.

    Honestamente, acho que ninguém teria tempo e paciência para vos ensinar coisas tão básicas que desconheceis. Por que razão não vos informais minimamente antes de escrever imbecilidades como aquelas que aqui escreveis?

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