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  • 12 de Abril, 2015
  • Por Carlos Esperança
  • AAP

Associação Ateísta Portuguesa – Carta ao Núncio Apostólico

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Excelentíssimo Senhor

Núncio Apostólico Rino Passigato

Embaixador do Vaticano

nunciaturapt@netcabo.pt

Avenida Luís Bívar 18
Lisboa 1069-147 LISBOA

Excelência,

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) segue com perplexidade a aparente recusa de acreditação do novo embaixador de França pelas autoridades do Vaticano.

Sendo Laurent Stefanini um prestigiado diplomata, cuja acreditação o Governo Francês continua a aguardar, teme-se que a Cúria Romana procure um incidente diplomático devido à homossexualidade  do embaixador nomeado.

A verdade é que, após a nomeação pelo governo francês, em 5 de Janeiro, do seu novo embaixador no Vaticano, na Villa Bonaparte – residência oficial dos embaixadores franceses no Vaticano –, vivem-se momentos de incerteza e desconforto sob o odor de uma intolerável homofobia.

Lê-se no preâmbulo da D.U.D.H. que «As palavras de abertura da Declaração Universal dos Direitos dos Humanos são inequívocas: “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” Entretanto, atitudes homofóbicas profundamente enraizadas, muitas vezes combinadas com uma falta de proteção jurídica adequada contra a discriminação em razão de orientação sexual e identidade de género, expõem muitas pessoas LGBT, de todas as idades e em todas as regiões do mundo, a violações evidentes de seus direitos humanos.»

A AAP, na defesa dos Direitos Humanos, pede a V. Ex.ª para transmitir ao Chefe de Estado do Vaticano, de que V. Ex.ª é embaixador em Portugal, a nossa inquietação pela demora da acreditação do supracitado embaixador e, sobretudo, pela legítima dúvida de que tal demora se deva a uma intolerável postura homofóbica.

Excelência, a AAP espera do atual Papa uma decisão de não discriminação de quem quer que seja em função da sua orientação sexual e um procedimento de acordo com o adotado pelos Estados de países democráticos.

Aguardando a resolução deste problema de acordo com os Direitos Humanos,

Apresentamos a V. Ex.ª os nossos cumprimentos.

Odivelas, 11 de abril de 2015

Direção da Associação Ateísta Portuguesa,

9 thoughts on “Associação Ateísta Portuguesa – Carta ao Núncio Apostólico”
  • Oscar

    Só pergunto isto: alguma vez o Carlos Esperança se insurgiu contra a repetição de comentários, flagrantemente homofóbicos, produzidos neste site, por vários comentadores ateus, ao longo de vários anos ?

  • João Pedro Moura

    O que é que a AAP tem a ver com questões de política interna do Vaticano e suas relações diplomáticas com a França???!!!
    Nada!!!

    O Vaticano é homofóbico porque a Igreja o é!
    Portanto, não se trata de nenhuma novidade…

    Ademais, isto é assunto entre 2 países e nada concerne a Portugal, para a AAP intervir…

    Se a AAP não gosta da anti-homossexualidade do Vaticano, então poderá criticá-lo, mas apenas enquanto princípio ideológico da ICAR, em particular, e do cristianismo, em geral, e não enquanto princípio de política interna e de relação diplomática

    • Oscar

      Olha quem fala:

      1 – “A psicologia da pessoa homossexual, denotando um carácter mais
      delicado e baralhado de atributos…”

      João Pedro Moura,”Bardamerda Sr. Deputado”, DduA ,25/2/2012

      2 –

      “Acrescidamente, em matéria política, desportiva, direção de empresa,
      força determinativa, génio inventivo e criativo, as mulheres são
      substancialmente inferiores aos homens e nunca se lhes equipararão.”

      João Pedro Moura, ” Bardamerda Sr. Deputado”, DduA, 25/2/2012

    • Carlos

      “O Vaticano é homofóbico porque a Igreja o é!”

      O Vaticano não é homofóbico, pois não tem leis como o Rússia ou a Coreia do Norte, ou muitos países africanos.

      Isso a que tu chamas “homofóbico”, sou eu (que não sou da Igreja), com muita honra e muito gosto, e também é uma percentagem da população do mundo que, de certeza e sem conhecer alguma estatística, ultrapassa muito os 90%.

      Se queres dizer que “homofobia” é não alinhar com a imbecilidade e as taras do lobbie gay, e queres passar a mensagem que isso é uma coisa má, desilude-te. É o que há de mais decente, coerente e honesto na civilização humana.

      Todo o imbecil que quer criar direitos adicionais para alguém em função das suas taras sexuais, além de ser um palerma inqualificável, está a ofender um principio básico: todos os homens são iguais e não interessa nada disso. Num mundo civilizado, as regras são contemplam taras, gostos ou manias.
      Sou favorável aos princípios básicos da DUDH, onde todo o Homem é tratado de forma igual, apenas por ser humano, sem olhar a nenhuma outra característica, incluindo essa. Daí que me sinta ofendido pelo facto de se alterarem ou criarem leis para abarcar taras, manias, apetites, desportos ou demências.

  • Ateu Direito

    Mais um tiro seco. Este moralismo dos direitos humanos já fede. Pressões do lobby gay? Como é que se pode tirar suposições de uma coisa sobre a qual não se conhece o processo? Era capaz de ser mosca para ver o quanto a padraria se vai rir deste manifesto.

  • Carlos

    A DUDH nada referia a propósito dos gays.

    Para a DUDH, o ser humano é tratado de forma independente do sexo, gostos ou ideologias.
    Colar a DUDH à causa do lobbie gay, é uma forma de aldrabice que não deve ser aceite, pois funciona como um ataque à DUDH, segundo o seu propósito e os seus objectivos.

  • carlos cardoso

    Devo dizer que esta intervenção da direcção da AAP me parece surpreendente.

    A que propósito é que uma associação de ateus de um terceiro pais intervém oficialmente com base numa noticia sobre o eventual motivo do atraso da acreditação de um embaixador francês no Vaticano?

    Desde quando é que a direcção da AAP acha estranha a homofobia da ICAR?

    Com que direito é que “a AAP espera do atual Papa” o que quer que seja?

    Por mim, quanto mais anacrónica a ICAR se mostrar, mais fácil se torna combatê-la e o que espero de qualquer papa é que continue a mostrar o grande engano que aquilo tudo é.

    • João Pedro Moura

      CARLOS CARDOSO disse…

      … E eu corroboro inteiramente.

      • Carlos

        A pergunta é mais surpreendente ainda se for feita correctamente:

        Com que propósito e com que atrevimento uma reles associação de esquina de rua pretende pedir explicações a alguém, ou questionar um Estado soberano sobre questões de política internacional e relações diplomáticas entre Estados.

        A petulância e a falta de “noção do ridículo” desta gente só não é ofensiva porque pode ser dada como demente, ignorante ou palerma.

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