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  • 18 de Novembro, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

Murros no estômago e vergonha

Respigo do DN de ontem, pág. 19, as seguintes informações que tão bem conheci e que a memória, talvez por vergonha, empurrava para épocas mais recuadas.

1969 – As mulheres casadas deixaram de precisar de autorização do marido para tirarem passaporte;

1974 – Foi decretado o acesso das mulheres a todos os cargos da carreira administrativa local, à carreira diplomática e à magistratura, ainda com interdição de acesso às Forças Armadas que só terminaria em 1990;

1975 – Fim de crimes de honra legais, com a anulação do art.º 372.º do Código Penal, que apenas previa pena de desterro para o marido que matasse a mulher em flagrante de adultério ou filhas menores de 21 anos, vivendo «debaixo do pátrio poder», que fossem «corrompidas»;

1976 – O Art.º 13.º proíbe tratamento discriminatório em função de sexo, com alteração dos artigos do Código Penal, o que permitia ao marido ler a correspondência da mulher e o que atenuava a pena se a prostituísse.

A afronta, a humilhação e a crueldade, que o ordenamento jurídico consagrava, eram a marca da ditadura clerical-fascista, a odiosa manifestação dos sentimentos que crápulas nutriam para com as mães, irmãs, filhas e mulheres, num país que era a cela comum dos que tinham a desdita de viver em Portugal.

Aqui ficam estas informações como denúncia dos cavernícolas que defenderam o mais atroz dos regimes, a mais hedionda discriminação de género e o mais vergonhoso dos preconceitos misóginos.

Sei porque combato os talibãs. Porque os conheci, aqui, em Portugal, onde a violência doméstica é a herança dessa fauna que entre a missa e o mês de Maria agredia, violava e torturava as mulheres. Até na lei.

7 thoughts on “Murros no estômago e vergonha”
  • Jorge

    É curioso que nem falas na laica 1ª república, onde as mulheres eram consideradas “seres inferiores” e pouco mais do que objectos de exibição pública, a começar pelo busto da república.

  • Epaminondas

    Como sabemos, o 5 de Outubro foi levado a cabo pela Maçonaria. No entanto, pela Constituição de 1911, as mulheres não tinham direito a voto e o presidente da República não era eleito por sufrágio universal.

    http://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/APrimeiraRepublica.aspx

    Grandes democratas, esses, os republicanos maçons e laicos da 1ª República, de que o Carlos Esperança tanto gosta….

    • Carlos

      Segundo os ateus deste blogue, vocês são uns mentirosos…
      As republicas laicas, desde a revolução francesa, passando pelo nazismo e pelo comunismo, terminando hoje na Coreia do Norte ou na China, são exemplos de respeito pelas mulheres, pela igualdade, pela democracia e pela vida humana.

  • xanana

    o mais atroz dos regimes… Qual, o regime comunista? porque esse sim foi e continua a ser o mais atroz dos regimes, basta ver o saldo de mortos. Quanto ao estado novo, bom, não foi bom, mas não foi tão tão mau como o querem pintar. basta relacioná-lo com outros regimes para se apurar tal facto.

    • Molochbaal

      Xiii.

      Quatro nicks falsos de uma vez.

      Pensas que assim te ligam mais ?

      Só dás pinta de atrasadinho mental e cada vez mais se está tudo a cagar para ti – precisamente por causa desta pinta de aldrabão de merda.

      És mesmo palhaço fifi.

      • GriloFalante

        Não te preocupes, Molochbaal. Quando há idiotas que confundem laicismo com ateísmo, nazismo e comunismo, está tudo explicado.

        • Molochbaal

          Pois.

          Mas eu preocupo-me muito com o fifi. Toda a gente o considera já um pobre tarado. Já praticamente sou só eu que lhe ligo, qualquer dia acaba a falar sozinho. Coitadinho.

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