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  • 9 de Novembro, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

OS CATÓLICOS “PRATICANTES”…E OS OUTROS…

Por

João Pedro Moura

Dentre as diversas modalidades religiosas praticadas, avulta a do catolicismo.

Esta modalidade, mais concretamente, esta doutrina religiosa, tem uma particularidade que, de resto, deve ser comum a outras: existência de “praticantes” e de ”não-praticantes”, todos eles, pelos vistos, católicos pela graça do seu deus…

Mas, o que é isso de “católico não-praticante”?

Um católico praticante é aquele que pratica… o catolicismo! Nem mais! Mas, então, se se diz católico, claro que tem de praticar o catolicismo!

Não! Nem sempre é claro! Aliás, geralmente é obscuro, pois que também há os “católicos não-praticantes”, quero dizer, os católicos que não praticam o catolicismo, isto é, portanto… que não são católicos!…

Oh, chiste! Oh, lógica sandia! Como, assim???!!!

A expressão “católico praticante” é um pleonasmo.

A expressão “católico não-praticante” é uma contradição antitética.

Se uma pessoa se assume através duma doutrina, é lógico que terá de praticá-la, sob pena de ser um adepto falso.

A expressão “católico praticante” é tão jocosa como dizer-se “futebolista praticante”, “advogado praticante” ou “médico praticante”. Obviamente, um futebolista é praticante de futebol; logicamente, um advogado é praticante de advocacia; irrecusavelmente, um médico é praticante de medicina; inegavelmente, um professor é praticante de docência…

Poderia lá haver um molibdomante não-praticante?! Aceitar-se-ia que houvesse um helicicultor que não praticasse a helicicultura?! Concebia-se outrora, entre os gregos, que houvesse um alectoromante que não praticasse a alectoromancia?! Irrefutavelmente que um mitilicultor é praticante de mitilicultura!…

Já para não falar dos hirudinicultores…

Mas eis que os católicos dão uma definição diferente da que se aceitaria corretamente. Dizem eles que um “católico praticante” é aquele que vai à missa! Nem menos!…

Infere-se, consecutivamente, que ser praticante de catolicismo é… ir à missa!

Examinemos bem esta definição daquela expressão cómica.

Uma pessoa tem a ideia de ir à missa. Vai. O que é que ela fez? Praticou a ideia de ir à missa, somente!

Ora, então, uma pessoa que não se considere católica e que, por um certo motivo, fosse a uma missa, tinha de ser considerada praticante de catolicismo! “Católica praticante”, portanto!…

Se uma pessoa vai a uma missa e fica ali, passiva, ouvindo e vendo a celebração ritual e rotineira, não está a praticar nada! De resto, o que ela praticou foi a ideia de ir à missa, que é uma coisa diferente de se ir a uma missa e praticar lá alguns preceitos rituais. Há pessoas, sobretudo homens, que vão a uma missa e ficam lá atrás, de pé, a observar, sem fazerem mais nada. Que é que eles estão a praticar?!…

Acresce que, a missa não pode ser identificada, sinonimamente, com o catolicismo. Aquela é, apenas, uma parte deste. Quem vai à missa e toma parte na comunhão e noutras práticas, está simplesmente a praticar uma parte do catolicismo. Sendo assim, só poderá intitular-se católico se assumir e praticar todo o preceituário que essa doutrina dogmática oficialmente instituiu, mas que nunca costuma ser definido nem pelos mais exímios praticantes dessa modalidade…

Afinal, o que é o catolicismo? O que é ser católico?

9 thoughts on “OS CATÓLICOS “PRATICANTES”…E OS OUTROS…”
  • Frei Bento

    Caríssimo irmão em Cristo:
    Antes de mais, sirvo-me de si para pedir perdão ao outro irmão que costuma
    ser o primeiro a comentar. Mas a verdade é que esperei cinco minutos e como o irmão Oscar sem acento (e sem assento?) não respondeu, atrevi-me.
    Dito isto, como diria o irmão Marcelo, deixe-me dizer-lhe que está errado. Profundamente errado. Ora vamos lá a ver.
    Em primeiro ligar, uma pessoa pode ser simpatizante de um qualquer clube de futebol. Eu, por exemplo, sou portista. Mas, note: portista não praticante. O que quer isso dizer? Simplesmente, que assisto, quando o meu superior permite, aos jogos de futebol do meu FCP. Ora, de acordo com as premissas do irmão João Pedro Moura (JPM para os amigos e para os irmãos), para ser considerado um verdadeiro portista eu teria de ir lá para baixo jogar futebol! Nada disso, irmão. Nada disso. Por várias razões. Para já o Lopetegui não deixava. Penso eu de que… Mas quem não deixava, absolutamente, era o árbitro, pela singela razão de que só são admitidos onze jogadores oficiais em campo. E quando digo “oficiais” sei o que estou a dizer: porque quando assisto aos jogos, Deus assiste comigo. E com o fervor das minhas orações na potência máxima, Deus Nosso Senhor torna-se o 12º jogador. Está bem, podem dizer que é batota, mas quando o árbitro ou os fiscais de linha também jogam já ninguém diz nada. Explicando: quando o FCP perde é porque eu não assisti ao jogo.
    Ora, tudo isto para dizer o quê? Que um católico, cristão ou nem por isso, pode perfeitamente arrogar-se como tal, ou seja, católico, e não participar no jogo. Ou seja, assiste à missa, engole a hóstia, reza umas ladainhas, e depois caga-se para os ensinamentos. Isso não faz dele, um católico menos católico do que os outros. É o chamado católico não-praticante, tal como eu sou um portista não-praticante. Mas CRENTE! Crente em Deus e no FCP, e a ordem dos factores é arbitrária. Um católico também pode ser só crente. Percebeu agora?
    Saúde e merda, que Deus não pode dar tudo.

    • João Pedro Moura

      FREI BENTO palestrou:

      1- “…uma pessoa pode ser simpatizante de um qualquer clube de futebol. Eu, por exemplo, sou portista. Mas, note: portista não praticante. O que quer isso dizer? Simplesmente, que assisto, quando o meu superior permite, aos jogos de futebol do meu FCP. Ora, de acordo com as premissas do irmão João Pedro Moura (JPM para os amigos e para os irmãos), para ser considerado um verdadeiro portista eu teria de ir lá para baixo jogar futebol!”

      Ilustre amigo cristão:

      As minhas premissas para definir um “simpatizante portista “ não são as de ter “ir lá para baixo jogar futebol”, mas sim a simples proclamação, por atos e ditos, de tal afeição.

      Um “futebolista praticante” é que teria, como eu disse, de ir jogar futebol, para fazer jus ao título; um simpatizante, enfim, basta manifestar-se como tal…

      2- “Ora, tudo isto para dizer o quê? Que um católico, cristão ou nem por isso, pode perfeitamente arrogar-se como tal, ou seja, católico, e não participar no jogo. Ou seja, assiste à missa, engole a hóstia, reza umas ladainhas, e depois caga-se para os ensinamentos. Isso não faz dele, um católico menos católico do que os outros. É o chamado católico não-praticante, tal como eu sou um portista não-praticante. (…) Um católico também pode ser só crente.”

      a) Tem que haver coadunação entre a teoria, mesmo que epitética, e a prática. Se assumem uma doutrina, mas não a praticam, então não são verdadeiros sequazes dessa doutrina.

      b) Ao contrário do que o frade pensa, um católico não pode ser apenas crédulo, tem que praticar o preceituário definido pela igreja detentora dessa “verdade” doutrinária…
      …Mas que nunca definiram…
      Um simples crente é um deísta qualquer, sem expressão eclesiástica.

  • Oscar

    Só dois marretas a conversarem em registo uníssono ? Isto anda cada vez mais fraquito, até mete dó.

  • Molochbaal

    Temos um bom exemplo de católico não praticante, aliás, cristão não praticante, no fifi.

    Para além de violar os mandamentos, com as suas falsificações e ameaças de morte, renega os ensinamentos de cristo, que se proclamava herdeiro do AT e modifica os supostos atributos dos seus deuses, independentemente da vontade das igrejas.

    Há duzentos anos, a própria igreja que ele tanto defende, terse-ia encarregue de o matar em praça pública. Como perdeu esse poder, hoje em dia qualquer gato pingado inventa uma teologia á medida. Eles fazem tuning aos seus deuses, quitando-os, para que os deuses fiquem à imagem e semelhança de qualquer um.

    • Manuel

      Olha que alguns dos mais severos torturadores eram assim para disfarçar a sua falta de fé.

      • Molochbaal

        Talvez seja esse o caso do “cristão” que aqui regularmente ameaça de morte e falsifica nicks.

        No fundo sabe que tudo aquilo em que diz acreditar é uma treta.

        Então, para se manter agarrado áquilo, ataca os outros. É uma maneira de se ocupar, para não pensar a sério nas tretas em que diz acreditar.

        Porque, se pensasse, até tinha vergonha. Assim, anda entretido a provocar os outros e nem pensa no assunto.

    • João Pedro Moura

      MOLOCHBAAL disse:

      “Eles fazem tuning aos seus deuses, quitando-os, para que os deuses fiquem à imagem e semelhança de qualquer um.”

      Mirabile dictu!…
      …E uma alegoria muito piadética…

  • Oscar

    Missão cumprida. O terceiro marreta, do molocho, saiu logo da toa, como se exige a uma verdadeira e submissa barata tonta. Por hoje chega, mas amanhã há mais.

    • Molochbaal

      Com certeza fifi, missão cumprida.

      Sabes, este blog foi feito já a pensar em ti e nenhum de nós escrevia na net antes de te conhecer.

      Se desapareceres, tudo acabará. O blog fecha e deixamos todos de ir à net.

      Sabes, o mundo gira á tua volta.

      E o mais hilariante é que eu começo a pensar que tu acreditas mesmo nisso.

      Nunca vi tarado mais atrasado mental do que tu.

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