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  • 16 de Setembro, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

Efemérides – 16 de setembro

1973 – O cantor Vítor Jara foi assassinado pelas forças da ditadura de Pinochet, apoiada pela Igreja católica;

1982 – Massacre dos refugiados palestinianos nos campos de Sbra e Chatila, em Beirute Ocidental, por milícias cristãs libanesas perante a indiferença das tropas israelitas;

2004 – Em entrevista à BBC, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, considerou ilegal a intervenção no Iraque, perpetrada pelos cruzados Bush, Blair, Aznar e Barroso.

10 thoughts on “Efemérides – 16 de setembro”
  • João Pedro Moura

    CARLOS ESPERANÇA disse:

    “2004 – Em entrevista à BBC, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, considerou ilegal a intervenção no Iraque, perpetrada pelos cruzados Bush, Blair, Aznar e Barroso.”

    Chamar “cruzados” àqueles políticos é uma linguagem acintosa e provocatória, Carlos Esperança!

    Tais políticos agiram na suposição razoável de que o execrável Saddam Hussuíno estava a preparar bombas atómicas.

    Esse hediondo Saddam já tinha invadido e anexado o Kuwait, em 2 de Agosto de 1990, numa prepotência do mais puro banditismo imperialista, de que já não se via exemplo há décadas.

    Esse neonazi iraquiano dirigia um regime dos mais repressivos e brutais do mundo.
    Estava, evidentemente, em suspeição, por parte do Ocidente.

    O ataque e invasão ocidental do Iraque foi uma consequência lógica e aceitável, na conjuntura coeva. Tal como foi o ataque e invasão do Afeganistão talibanesco…

    Chamar “cruzadas” a isso, como se fosse uma campanha de tipo religioso para atacar, exterminar e banir populações “inimigas” da fé católica, mas sequazes doutra fé, é demasiado desprimoroso e acintoso…

    De resto, a segunda guerra do Iraque é a continuação e conclusão da primeira, que é o que os EUA e aliados deveriam ter feito para aniquilar o regime neonazi iraquiano…

    …E não se ficarem, apenas, por reparar as sequelas do Kuwait…

    O mal ataca-se até à origem, no cerne, no “coração” e no “cérebro”…
    …Foi o que os aliados fizeram na Alemanha, na Itália e no Japão, na 2ª Guerra Mundial…

    • Oscar

      Concordo. Agora, deviam ir à Coreia do Norte. Parece que têm por lá umas armas atómicas, e o DDT (Dono Daquilo Tudo) é, além do mais, um ditador sangrento.

    • João Sousa

      nos anos 80, Saddam era aliado dos EUA… invadiu o Iran e matou 400000 iranianos … além de matar curdos… com a indeferença do cowboy Reagan…
      Saddam ia preparar bombas atomicas… sei sei…
      Partindo de sua lógica… que tal os EUA e Israel tomarem bomba nas fuças sempre….Afinal… sabemos que estes 2 regimes são execraveis que o Pentagono e o Knesset este sempre aprontando.
      Ah.. já que os EUA sao os libertadores do mundo… pq nao se metem com Russia, China e Coreia do Norte?? Ah perdão… O Pentagono nao tem culhões pra se meter com potencias nucleares….

      • Brincalhão

        A União Soviética foi o primeiro estado a ter como
        objetivo ideológico a eliminação da religião. Para alcançar esse fim, o regime
        comunista confiscou propriedades da Igreja, ridicularizou a religião, prendeu
        fiéis, e propagandeou o ateísmo nas escolas… O principal alvo da campanha
        anti-religiosa nos anos 1920 e 1930 era a Igreja Ortodoxa Russa, que tinha o
        maior número de fiéis. Quase todo o seu clero, e muitos de seus fiéis, foram
        enviados para campos de concentração… Por volta de 1939, cerca de 500 das 50
        mil igrejas permaneciam abertas” (Anti-Religious Campaigns).

        “Por quase 70 anos o Partido Comunista tentou erradicar o cristianismo
        da Rússia. Lavagem cerebral, propaganda, infiltração na Igreja, prisões,
        torturas, campos de concentração e execuções falharam em destruir a fé do povo
        em Deus… Durante os anos 1980, 224 milhões de cristãos viviam sob severa
        perseguição estatal, com outros 70 milhões vivendo em igrejas.

        • Molochbaal

          Pois. Mas os ateus fundamentalistas decidiram que os comunistas não contam.

          É assim como vocês a ler a bíblia.

          Escolhem as partes que vos dão jeito e deitam fora o resto.

      • Brincalhão

        Ai tem, tem. Mas qual seria o interesse? Só se atacam os inimigos da sociedade. E para de dizer mentiras e besteiras, comuna reaça. Vai visitar um gulag.

  • Ateismo?

    Os mártires do comunismo na Albânia

    Dom Estevão Bettencourt narra a perseguição e os casos de martírio do comunismo na Albânia dominada pela Rússia. (Revista PR, 456, 200, p. 194). Vejamos o impressionante relato:

    Em 1945, a Albânia tornou-se uma República Popular sob a chefia de Enver Hoxha, que empreendeu violenta opressão religiosa contra cristãos e muçulmanos. A Igreja Católica então contava 124.000 fiéis num total de um milhão de habitantes, mas a sua irradiação ia muito além do número de fiéis. A perseguição desencadeou-se primeiramente contra os Bispos, os Religiosos e os missionários estrangeiros; os fiéis que os defendiam, foram presos, torturados e, às vezes, mortos por recusarem denunciar publicamente os pretensos crimes do clero. Essa primeira onda persecutória visava também a cortar o relacionamento do clero com a Santa Sé mediante argumentos e promessas sedutoras. Os clérigos resistiram; então Enver Hoxha, a conselho de Stalin, resolveu eliminar radicalmente a Igreja Católica. Em 1948 só restava um Bispo católico em vida nas montanhas do Norte do país. Ficavam ainda umas poucas dezenas de presbíteros, que procuravam atender à Liturgia dominical, passando de uma paróquia a outra sob a permanente ameaça de encarceramento ou de execução sumária.

    A situação em breve se modificou quando o governo albanês rompeu com a Iugoslávia; precisava de se consolidar interiormente; daí travar negociações com a Igreja em busca de um modus vivendi. Em 1951, Enver Hoxha aceitou firmar um tratado com Mons. Shilaku, reconhecendo os laços da Igreja na Albânia com Roma. Todavia o texto oficial publicado pelo governo albanês não correspondeu ao que fora estipulado nas conversações. Houve então protestos da parte de sacerdotes, que foram assassinados ou enviados para campos de concentração. Apesar de tudo, o povo católico não renunciava a viver a sua fé.

    Entre 1952 e 1967, a situação se estabilizou entre repressão governamental e resistência dos fiéis. Todos os anos um sacerdote ou uma Religiosa morria em prisão ou em campo de concentração. Quem estava em campo de concentração, era retirado, por vezes, para comparecer a uma sessão de humilhação pública nas ruas das grandes cidades.

    Aos 6 de fevereiro de 1967, Enver Hoxha dirigiu um discurso a toda a nação, incitando a juventude albanesa a levar a termo a luta “contra as superstições religiosas”. Os guardas vermelhos da Albânia, à semelhança dos da China, foram encarregados dessa revolução cultural. As igrejas, os conventos, as mesquitas foram tomados de assalto, profanados, saqueados, incendiados, destruídos ou transformados em depósitos, lojas ou apartamentos. Em oito meses, 2169 lugares de culto foram assim extintos. Aos 22 de novembro de 1967, a Gazette, órgão oficial do governo albanês, publicou um decreto que anulava todos os acordos entre confissões religiosas e o Estado. A administração dos sacramentos, os rituais e as preces públicas foram proibidos sob pena de graves sanções. Os últimos membros do clero e os Religiosos foram presos, espancados em público, humilhados, intimados a apostar e, na maioria, enviados para campos de concentração. Não houve, porém, uma única defecção da parte de sacerdotes católicos.

    O governo foi mais além… Pôs-se atacar qualquer objeto, símbolo ou gesto que pudesse ter significado religioso até mesmo na intimidade da família. Tenha-se em vista o seguinte caso: os católicos albaneses costumam iniciar suas refeições tomando um copo de raki, sua bebida preferida, e levantando a taça com as palavras: “Louvado seja Jesus Cristo!”. Pois bem, a partir de 1967 tais dizeres podiam custar cinco anos de prisão. Os(as) professores(as) de escolas maternais perguntavam às crianças se sabiam fazer o sinal da cruz; caso alguma criança demonstrasse sabê-lo, os seus genitores eram punidos até com cinco anos de prisão. Era proibido fabricar terços com grãos de girassol, como fazem os camponeses de Albânia. Era interditada a Rádio Vaticana, que todas as noites tinha emissões em língua albanesa. Em 1975, foram excluídos também todos os nomes que pudessem lembrar a religião: Benedito(a), Pedro, Paulo, Maria, Joana…

    Não obstante, houve famílias que continuaram a transmitir a fé a seus filhos de maneira secreta. Alguns poucos sacerdotes clandestinos ainda celebravam os sacramentos às ocultas. Nos campos de concentração, os padres batizavam os adultos que o desejassem; caso fossem descobertos, como o foi o Pe. Kurti, eram executados.

    Apesar de toda essa repressão religiosa, não se viu surgir o homem novo albanês exaltado pelos discursos de Enver Hoxha; a vida de fé prosseguiu clandestinamente, enquanto o país foi afundando na miséria ainda hoje perceptível.

    Uma autêntica filha da Albânia, Madre Teresa de Calcutá via essa realidade com olhos confiantes na Providência Divina. Assim, ao receber o Prêmio Nobel da Paz de 1979, declarou:

    “Creio que a Igreja na Albânia está vivendo a experiência de sexta-feira santa, mas nossa fé nos ensina que a vida de Cristo não terminou na sexta-feira santa, e, sim, se consumou na Ressurreição. Nosso povo albanês há de guardar esta verdade na sua mente. Tal é o segredo da paciência cristã…”

    Os primeiros sinais de distensão religiosa ocorreram após a morte de Enver Hoxha. Mas somente em novembro de 1990 (um ano após a queda do Muro de Berlim), o Pe. Simon Jubani um dos raros sobreviventes, celebrou a primeira Missa pública após 1967, correndo ainda o risco da própria vida. Em breve, porém, pôde batizar uma centena de adultos. O regime comunista recuou, como nos demais países da Europa, e aos fiéis foi concedida a liberdade de crença.

    Com dificuldade a Albânia procura reerguer-se. Ainda há violência no interior do país, agravada em 1998 e 1999 pelas guerras nos Bálcãs.

    • carlos cardoso

      Concordo que um regime capaz de gerar monstros como a Madre Teresa de Calcutá é particularmente horrendo.

      O que muitos crentes ainda não perceberam é que, assim como a grande maioria deles não defende um regime teocrático e absolutista, a grande maioria dos ateus também não defende um regime como o de Hoxha.

      • Oscar

        Os verdadeiros monstros são pessoas, como tu, que não fazem nada pelo seu semelhante e que, por causa dos seus problemas de má consciência, só sabem criticar aqueles que fazem alguma coisa.

      • João Pedro Moura

        CARLOS CARDOSO disse:

        “O que muitos crentes ainda não perceberam é que, assim como a grande maioria deles não defende um regime teocrático e absolutista,”

        Os crédulos católicos, judeus e muçulmanos, ao defenderem os preceitos das suas religiões do livro, estão a defender “um regime teocrático e absolutista”.

        O papado é um exemplo de teocracia e absolutismo. Durante cerca de 1500 anos, foi o regime típico europeu, até as revoluções liberais remeterem, paulatinamente, tais clericalismos totalitários para assunto privado…
        Os muçulmanos, como se vê, é só dar-lhes liberdade política, que eles se encarregam da teocracia absolutista…

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