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  • 11 de Junho, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

As fobias e o medo do sufixo

Condenar fobias coletivas, que levam o sofrimento e a violência a minorias, é um dever de cidadania e um ato de humanismo. A misoginia é uma fobia de contornos religiosos que atrasou a emancipação da mulher e a submeteu, ao longo dos séculos, ao sofrimento violento e à tristeza profunda.

A xenofobia é responsável por guerras e dramas que uma sociedade civilizada não pode consentir. Os dramas vividos ao longo da história, pela pulsão homofóbica, tantas vezes oriunda de quem se sente atraído pelos comportamentos que execra, são uma mancha na história da humanidade e um comportamento que está longe de ser erradicado.

As fobias individuais são um caso psiquiátrico, as coletivas um problema social.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem devia ser assimilada em qualquer lugar e por todos. O analfabetismo, a fome, o atraso social, o tribalismo e os preconceitos são responsáveis pelos atropelos a direitos que muitos povos nem sequer conhecem.

Dito isto, urge denunciar o sufixo «fóbico» como álibi para absolver crimes. Tal como a escravatura e o canibalismo foram combatidos, porque o horror a tais comportamentos a isso conduziu, outras iniquidades devem ser combatidas sem constrangimentos.

O apodo de cristianofobia não pode impedir que se averiguem os crimes praticados em épocas recentes pelo catolicismo irlandês, sobre mulheres e crianças, ou a cumplicidade do clero espanhol no genocídio franquista. É preciso neutralizar as forças que afastaram o juiz Baltasar Garzon, as ameaças do cardeal Rocco Varela e os resquícios franquistas das hostes do PP.

Ninguém se atreve hoje a chamar a alguém fascismofóbico ou nazismofóbico porque as ideologias eram e são perversas e porque produziram e produzem crimes. Não é o ato de pensar, por mais perverso que seja, que pode ser punido, mas os crimes a que conduz e quem os pratica.

A acusação de islamofobia afigura-se hoje como a cumplicidade com o mais implacável dos monoteísmos, a mais primária das religiões do livro e os mais perversos métodos de proselitismo, perpetrados por indivíduos fanatizados, desde crianças, nas madraças e nas mesquitas, por pregadores do ódio que prometem virgens e rios de mel.

O medo dos talibãs é uma arma que a extrema-direita europeia usa para se substituir na redução de liberdades e no ódio sectário. A Al-qaeda, ao contrário do que certa esquerda diz, é a expressão das crenças e desejos de um profeta analfabeto vertidos num manual terrorista chamado Alcorão.

Do Paquistão aos EUA, da Europa à região africana de Sahel, do Kosovo às Repúblicas ex-soviéticas, todos os dias se formam novas células de fanáticos que querem submeter o mundo a Maomé e as liberdades aos ditames da sharia. Tal como sucedeu na Europa, com a repressão política ao clero, para que pudéssemos ter ou não ter religião, é urgente reprimir a vontade de um deus malévolo para que os homens possam ser livres e felizes.

Um caso grave é a Turquia, com um vigoroso exército. Erdogan, muçulmano moderado, como europeus e americanos o designam, declamando tautologicamente um oximoro, decapitou as Forças Armadas e o aparelho judicial, que defendiam a laicidade, com a legalidade do voto, enquanto reislamizou o País, ao sabor da fé e a caminho da sharia.

11 thoughts on “As fobias e o medo do sufixo”
  • Molochbaal

    Concordo. Mas tendo em atenção os exageros.

    Por exemplo, quando o Moura andava numa veia de exterminador implacável, o próprio Esperança se demarcou daquilo que era, concretamente, islamofobia.

    Graças a deus que o Moura apresenta melhoras e já distingue a Malala do talibã que lhe deu o tiro na cabeça.

    Mas a islamofobia existe mesmo, assim como o ódio contra a religião e os crentes em geral.

    É uma questão de equilíbrio. Pode-se ser contra tudo, sem exageros.

    • stefano666

      acho meio contraditório um cidadão ibérico expressar essa fobia extrema ao islam…
      acaso os mouros foram cruéis com os ibéricos ??

  • Zeus

    Concordo. A crueldade é apanágio dos crentes,.

  • Carpinteiro

    Vislumbras – te menos mal, mas prefiro o João Pedro Moura para nos cumandar.

    • Carlos

      Como vês, continuas o mesmo analfabruto de sempre. E ladrão de nicks, pois então! Quanto ao texto, propriamente dito, nada. É natural: falta-te a dimensão ética.

  • Carlos

    As fobias individuais são um caso psiquiátrico, as coletivas um problema social.

    Exactamente aquilo que toda a gente diz de vós, em ralação ao complexo de fobias de que sois portadores, começando pela fobia às religiões, aos crentes e à Igreja.

    Não deixa de ser curioso que os mais xenófobos sempre foram os ateus, principalmente os China, os do Sri Lanka e os da Coreia. Estes últimos são modelos intoleráveis de misoginia.

    E ainda tens a lata de querer ligar misoginia a religião, quando ela foi herdada das sociedades tribais e do oriente, pouco religiosos e, sobretudo, quase nada evangelizadas.

    Ninguém se atreve hoje a chamar a alguém fascismofóbico ou nazismofóbico porque as ideologias eram e são perversas e porque produziram e produzem crimes

    Ou seja, quem descarregar a sua fobia sobre os novos partidos do poder na Ucrânia, por exemplo o Svoboda que é neo-nazi, ou na Grécia onde Aurora Dourada também tem larga expressão, nestes casos, dizes e defendes tu, não deve sequer ser criticado…
    Como dizia o saudoso Raul Solnado: “Hena que besta!…”

    Concordemos que o fanatismo é mesmo um problema. E vós, tal como os talibãs, sois um exemplo disso.

    • Molochbaal

      Confesso que me perco no meio das tuas complexidades. Deves estar mesmo muito à frente.

      Portanto, somos informados, pela primeira vez, que o oriente é menos religioso e que de lá vêm todos os males.

      A este nível de cientificidade, só falta dizer que o bicho do caruncho é culpa dos benfiquistas e que o pessoal da Amadora é mais dado a discussões conjugais.

      Onde é que vais buscar todas essas espantosas descobertas científicas carlinhos ?

      Ao almanaque de astrologia ?

    • stefano666

      todo chinês e coreano é ateu ?? hahahaha

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