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  • 10 de Maio, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

EU, MALALA…

Por

João Pedro Moura

Malala Yousafzai, a jovem estudante paquistanesa atingida a tiro por um taliban, em 9 de Outubro de 2012, por reivindicar a escolaridade feminina, narra a sua vida no livro “Eu, Malala…”, publicado em novembro de 2013, em Portugal.

É, também e sobretudo, um relato pungente e dramático sobre o processo de reislamização do Paquistão, nomeadamente, no Vale de Swat, região noroeste, próxima do Afeganistão, donde Malala é natural.

A autora centra-se na vida da região, mas carreia numerosos pormenores da vida político-social paquistanesa e regista, particularmente, a emergência dos talibans na sua região e a sua ordinária propagação, fruto da iliteracia, do conservadorismo, da pobreza e da falta de empenho das autoridades, civis e militares, em combater tal flagício: a hedionda escumalha islâmica.

Malala descreve o aparecimento e desenvolvimento do movimento taliban, no Paquistão, como dificilmente alguém descreverá. A autora vive num sítio e relata o que lá vai acontecendo, com o aparecimento dos primeiros talibans: instalam uma rádio (financiados por quem?) e difundem a sua ideologia pestífera…

… Nos sismos, os muçulmanos fundamentalistas, em geral, são os mais dedicados ajudantes no transporte de pessoas e bens…

À falta de eficácia dos tribunais, os talibans instalam tribunais arbitrais e chamam os litigantes, que, confiantes numa justiça rápida, aceitam as sentenças…

Implicam logo com as mulheres e alguns usos e costumes delas, concretamente a educação, dizendo que não é para meninas… insistindo que não é para meninas… reiterando e, depois, ameaçando que a educação não é para meninas…

…A populaça, temerosa perante a altivez e assertividade da cambada talibanesca, vai cedendo, retirando filhas da escola, e as próprias mulheres vão abandonando as deambulações pelas lojas e mercados, sobretudo sozinhas, porque os talibans não querem e ameaçam…

Tudo isto, ante a complacência das autoridades locais e regionais que, ou aderem mesmo à boçalidade taliban ou colaboram passivamente, numa cobardia e capitulação impressionantes, perante a avançada da “hedionda”…

As autoridades nacionais deixam que a peste se instale, pois que tal região, o Vale de Swat, goza de autonomia e… desprezo da população pelas autoridades, e, muito tempo depois, vão combater os hediondos e alarves talibans, displicentemente …

Um dia, depois de várias ameaças, um taliban manda parar a carrinha de transporte escolar, onde ia a Malala, e dispara contra a mesma, ferindo-a gravemente. Depois de ser tratada, precariamente, no país, Malala beneficiou de circunstanciais apoios de pessoal médico britânico, presentes no Paquistão, e foi transportada para o Reino Unido, onde foi bem tratada, sobreviveu e parece estar pronta para o combate pela educação feminina, mormente em terra infestada pela hedionda escumalha islâmica.

Malala não seria nada, se não tivesse o pai que tem, um muçulmano “liberal”, “moderado”, que sempre promoveu a educação da filha e é dono de várias escolas na região, umas para rapazes e outras para raparigas, eventualmente uma ou outra mista.

Malala é uma muçulmana, moderada, que se destaca pela defesa abnegada da educação feminina. Malala inquiria os opositores misóginos sobre a procedência da suposta proibição da educação feminina, no Alcorão. É claro que não obtinha resposta, porque o Alcorão não prescreve tal proibição…

Como diria Malala, citando um oficial militar paquistanês, o fundamentalismo talibanesco é uma mentalidade. É uma estranha mentalidade, misógina, agressiva, intrinsecamente perversa e totalitária, acobertada no Islão, mas não necessariamente conforme o seu preceituário.

O problema aqui é saber e registar como é que um povo, néscio, crédulo, temeroso, passivo, se deixa indrominar pela arrogância desmedida da hediondez islâmica e lhe obedece…

Malala, muçulmana moderada? O que é a “moderação islâmica”?

Enfim, é ela e o pai…

Malala, apesar de viver no Reino Unido, parece que ainda não cedeu no porte da vedação têxtil da cabeça (sim, mais do que veladas, aquelas mulheres são… vedadas…) e, nos primeiros dias, ela e a mãe ficaram escandalizadas com as roupas das britânicas…

É difícil definir o que é um muçulmano “moderado”. Sê-lo-á conforme são aqueles cristãos que estão integrados na ordem político-social moderna dum país e não reclamam penas bíblicas, conforme um “moderado” muçulmano também não reclamará pela “sharia” islâmica…

Um muçulmano “moderado” é aquele que responderá “não” aos seguintes quesitos:

– É a favor de pena de prisão ou morte aos muçulmanos que abandonarem a religião islâmica?

– É a favor de pena de prisão ou morte a quem criticar alguma coisa do Islão?

– É a favor de pena de prisão ou morte, podendo esta ser executada por um familiar, aplicada às mulheres que tiverem relações sexuais sem casamento?

– É a favor da obrigatoriedade, pelo menos imposta pela família, do véu islâmico?

Os que responderem “não” são “moderados”…

Quem são? Quantos são?

O livro de Malala não responde nem se centra nestes quesitos. Malala, nas situações críticas por que passou, reagiu sempre com fervor religioso e com intensas orações, orações estas que perpassaram sempre a sua vida e, certamente, perpassam.

Vamos indo e vamos vendo a evolução desta jovem mulher, de elevadíssima consciência cívica, ótima aluna, inteligente, curiosa, como poucas muçulmanas haverá, e com enorme vocação para ser política…

…Ou médica ou professora… para o sexo feminino, claro. Praticamente, as únicas profissões que as jovens, no meio original dela, poderiam ter…

Um livro que eu recomendo a toda a gente…

Eu, Malala malala-taliban-scared

20 thoughts on “EU, MALALA…”
  • Ja_Deista_Nao_Sou

    O Stefano vem já ai a defender os talibans.

    • carpinteiro

      Tony.

      Abençoado seja o teu melhor amigo, e da tua “maravilhosa esposa ateia”, mais as massagens que te faz à próstata.
      Operam verdadeiros milagres em ti Tony. Até já moderas a linguagem!
      Já quanto ao mongolismo, confirma-se o diagnóstico, continuas na mesma…

    • stefano666

      se estivéssemos nos anos 80.. apoiaria sim…
      pois Reagan disse que eles eram freedom fighters…
      (ironic mode)

      • Molochbaal

        É diferente.

        Nesse tempo os talibans davam jeito.

        Aliás, eu vi o filme do Rambo 3 e os freedom fighters eram todos buéda bonzinhos e bacanos, um pouco tímidos até. Havia era um russo muito mau.

    • stefano666

      e se defendesse.. qual seria o problema??
      você defende a igreja e eu nem me esquento

      • Nem Mais

        Caro “stefano”:

        Uma coisa são os radicais Talibaãs, outra coisa e muito diferente, são os Muçulmanos.

        As principais vítimas dos Talibaãs (não sei qual a grafia correcta, mas atendendo à fonética árabe, parece-me mais correcta do que Talibans), como aqui se demonstra, são os próprios povos islâmicos.

        Daquilo que conheço destes países (e conheça um bom bocado), os Talibaãs não reúnem grande aceitação em nenhuma etnia ou país, ao contrário, por exemplo, do Hezbollah.
        Aqueles são sempre perigosos e estão constantemente a inventar razões para conflitos.

        Na verdade, a larguíssima maioria dos islâmicos são gente como toda a outra. Mas os radicais… eu não creio que assim seja.

        Evidentemente que o que o João Pedro Moura escreve é uma barbaridade. Isto só prova a ignorância e a desinformação que grassa por cá.
        Para mim, quando uma pessoa tem juízos pré concebidos e se nega a escutar quem sabe mais do assunto, ou se atreve a desdizer quem protagoniza uma dada factualidade, pode ser considerado um radical mesquinho e infame.

        • stefano666

          Joao Pedro Moura age como porta-voz dos massmedias (cheios de mentiras e meias -verdades).
          é verdade que existem islâmicos linhas -duras…
          mas querer demonizar a todos os islâmicos é o cúmulo.

  • Molochbaal

    Quero saudar o Moura, pelo reconhecimento de que existem muçulmanos moderados. Há uns tempos era um bocado difícil.

    Entretanto, acho que todos temos de reconhecer que esta rapariga, CRENTE, tem mais colhões do que nós todos juntos, na luta contra o radicalismo religioso.

    Ela e milhares de outros CRENTES, arriscam a vida, muitos morrem, todos os dias, na luta contra o radicalismo religioso.

    É que é muito fácil criticarmos, dos nossos confortáveis sofás…

    • Nem Mais

      Está correcta a ideia, no entanto, eu acho que, a propósito dos Talibãas se fala indevidamente em “radicalismo religioso”. Os Talibãas não são ninguém em termos religiosos, Não lhes conheço nenhuma autoridade religiosa ou estrutura religiosa autónoma.

      São uma seita de fanáticos que usam e deturpam a religião, mas podiam usar o ateísmo, o futebol, ou outra coisa qualquer.

      • Molochbaal

        Sim, ó aldrabão de merda. Os talibans não são radicais religiosos, devem ser ateus. És mesmo um porco nojento.

        • Deusão

          Desta vez o parvo tem razão. A motivação que impulsiona os talibans tarados de merda é o cultivo da papoula. O fanatismo é apenas pano-de-fundo para encobrir o tráfico. Todos os pilantras funcionários de deuses inexistentes têm sempre algo a encobrir e usam a fantasiosa crença-mito-religião para tal. No Brasil, à época da colonização e ainda hoje com os “missionários-geólogos” na amazônia, a religião apenas serve para disfarçar o contrabando de minerais preciosos.
          Só otários acreditam em deuses e na “superior moral religiosa”.

          • Molochbaal

            Se fosse só para traficar droga, não precisavam de andar a matar míudas, só por irem à escola. O mèxico está cheio de traficantes e ninguém é morto só por querer ir à escola.

            Evidentemente que são traficantes de droga e ao mesmo tempo radicais religiosos.

            Agora, claro que as coisas más, não se devem á religião em si mesma, mas a quem a pratica.

            Isso aplica-se a qualquer grupo religioso.

            Também a discriminação das mulheres e dos homosexuais, a defesa dos interesses das classes ricas, situações habituais na igreja católica, também nada têm a ver com a religião em si mesma.

            Evidentemente que nenhum deus disse aos católicos que o preservativo ou a homosexualidade é pecado, ou que as mulheres não podem ter direitos iguais na igreja.

            Eles simplesmente vão inventando tabus, para ganharem poder sobre as pessoas.

            Isso deve-se ao facto de existirem pessoas más a controlararem as igrejas.

            Porém, a partir do momento em que as controlam e que tranformam crimes em práticas a seguir, obrigatoriamente, por fé religiosa, esses crimes tornam-se questão de radicalismo religioso.

            Independentemente de haver outras pessoas que façam o mesmo, noutras situações, por outras razões.

            Se há pessoas que defendem traficantes de droga por fé religiosa, se há pessoas que discriminam mulheres e homos por fé religiosa, evidentemente que estamos perante uma questão de radicalismo religioso.

          • stefano666

            o pior … o clero romano é cúmplice destes pulhas.
            Os traficantes chegaram a construir mega-templos para provar a devoção deles a $anta igreja (o finado narco Heriberto Lazcano fazia isso) e fazem doações generosas…
            a igreja teve o desplante de fazer este video.
            http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3021635&seccao=EUA+e+Am%EF%BF%BDricas&page=-1

          • Molochbaal

            Pois.

            Entretanto, o interesse da igreja em fazer esse vídeo, pode ter sido económico.

            Mas, a partir do momento em que, por causa do vídeo, haja pessoas a defender os traficantes por fé religiosa, o assunto torna-se uma questão religiosa.

            A razão original pode ser a manipulação interesseira, mas a aprtir do momento em que alguém, mesmo manipulado, faz disso uma questão de fé, passa a ser MESMO uma questão religiosa.

          • stefano666

            o video exorta o perdão aos assassinos dos pais da menina. isso é bem vil por parte da igreja…
            façamos video exortando o perdão a mulheres que abortaram. veremos se a igreja perdoará.. não..
            a igreja foi capaz de excomungar médicos que fizeram aborto numa menina estuprada

          • Deusão

            Está muito mal informado e a sua argumentação é infeliz: no México os traficantes são processados, presos e muitos são mortos. Mesmo porque os americanos não tolerariam um estado traficantes à porta.
            O talibã controlava todo um estado.
            A merda da religião é o pano de fundo e á a motivação dos desgraçados. Matar crianças é só diversão para os tarados religiosos.
            O que é a fé religiosa senão um sintoma de doença mental ?
            Religião é para idiotas. Qualquer um associado a uma religião não passa de um imbecil.

          • Molochbaal

            Também não exageremos.

            Cada um acredita no que quer.

            Nem todos os religiosos são como os animais provocadores que aparecem neste blog.

        • Nem Mais

          O problema dos Talibaãs é uma questão de extremismo e fanatismo. Nisso são exactamente iguais a este blogue e à tua pessoa em particular: tu és uma pessoa sem educação, sem valores, sem princípios, mais de 90% do que escreves são interpretações mentirosas dos factos e, fazes isso pelo mesmo motivo que os talibaãs o fazem – extremismo fundamentalista. O que está em causa não é a religião, mas sim as pessoas e os seus propósitos.

          Repara que já vimos pessoas deste blogue apoiar os anticlericais espanhóis e comuno-marxistas, eles próprios extremistas fanáticos iguais aos talibaãs.

          Se não fosse a religião Islâmica, os Talibaãs existiriam de igual modo, apelando a outros factos culturais e com outro nome.

          Grande parte da conflitualidade no “mundo árabe” é de origem étnica e não é religiosa: Xiitas contra Sunitas; Sunitas contra Curdos, etc… todos eles islâmicos.

          Se estes se dizem religiosos? Sim, é verdade!
          Mas, o problema não é serem religiosos, nem serem islâmicos. O problema é serem fundamentalistas como tu, terem a mesma filosofia de vida que tu tens, serem más pessoas como tu és… digo melhor: como os membros deste blogue são.

          • Molochbaal

            Claro meu monte de merda.

            A culpa das guerras religiosas deve ser do ateísmo.

            Além disso, xiismo e sunismo, não são etnias, mas grupos religiosos.

            Vê se te informas, antes de dizer bacoradas.

  • Ja_Deista_Nao_Sou

    O JPM está bem ao nível dos fanáticos talibans:

    ” As mulheres são substancialmente inferiores aos homens e nunca se lhes equipararão”

    JPM

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