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A Espanha, o fascismo eclesiástico e a IVG

Gil Tamayo, secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, diz que “O debate sobre a malformação não é negociável”.

A Espanha, sob a influência tenebrosa da Opus Dei, regride nas leis da família e nega o direito ao aborto de um anencéfalo. Sob as sotainas acalenta-se o ódio e os homens que gostam de vestir roupas femininas exigem às mulheres que o seu corpo esteja ao serviço dos preconceitos deles.

Quem conhece dramas de mães de filhos com espinha bífida ou das que trazem no útero um feto incompatível com a vida, sem poderem interromper a gravidez, sabe a maldade que encerra a decisão imposta por um governo que a Opus Dei corroeu por dentro.

O rancor de celibatários, as manhãs submersas dos seminários e o veneno misógino dos livros pios conduzem a esta demência perversa a que falta um módico de sensibilidade, um resquício de compaixão, um mínimo de humanidade.

A refinada maldade que impõe à mulher a continuidade de uma gravidez teratogénica só é possível germinar em pessoas sem coração e com o cérebro embotado pela violência de uma educação castradora da sexualidade, dos afetos e da inteligência.

A IVG não é uma obrigação que se imponha, sejam quais forem os riscos, é um direito.

Criminalizar a grávida que aborte por ter rubéola ou por lhe ter sido diagnosticada uma má formação fetal, só pode sair da mente perturbada de um fascista misógino ou de um clérigo embrutecido por jejuns, abstinências e cilícios com que pensa salvar a alma.

4 thoughts on “A Espanha, o fascismo eclesiástico e a IVG”
  • David Ferreira

    Gente torpe que é urgente desmascarar e ridicularizar.

  • Molochbaal

    Ainda bem que o Moura nos garante que a Europa não pode regressar ao obscurantismo religioso. Ao que parece porque temos um super-gene extraordinário, que-mais.ninguém-tem-muito-menos-os-safados-dos-islões, que assegura que sejamos uns progressistas do caraças.
    É que, se não fosse a segurança garantida por esse super-gene, eu juraria que estamos a andar para trás.
    Gostei especialmente do ministério do interior espanhol ter atribuído uma condecoração à virgem Maria.
    Isto, depois de terem corrido com um juiz, por ter querido investigar os crimes de Franco, dá bem a imagem das prioridades da justiça espanhola.
    Só falta os tribunais espanhóis começarem a julgar processos com base no juízo de deus.
    Arranja-se uma arena, umas mocas, e que ganhe o melhor.
    O fifi até já me convidou para um.
    Como não tem quaisquer argumentos para apresentar aqui, pensa que, se me matar à paulada, em holocausto ao menino jesus, ganha a discussão.
    Ao mesmo tempo dá vivas à inquisição e faz planos para matar os ateus do blogue.
    Enquanto isso, no parlamento, os amiguinhos neoliberais-católicos do fifi, conseguiram mais uma vez negar os direitos cívicos dos homossexuais.
    Abençoado seja o tal gene progressista dos europeus, porque, se não fosse ele, eu diria que está mesmo a haver uma tentativa de regresso em força à idade média.

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