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Jurisprudência islâmica

O India Today, uma publicação semanal indiana, divulgou em 28 de novembro a compilação de algumas das mais puritanas fatwa islâmicas emitidas no Egipto durante a presidência do deposto líder Mohamed Morsi, uma listagem de verdadeiros atentados à dignidade humana a que a radicalização islâmica infelizmente nos vai acostumando.

Durante o curto mandato presidencial de Morsi, a Irmandade Muçulmana, uma organização fundamentalista que pretende estabelecer a sharia rejeitando o islamismo mais moderado, assim como alguns grupos igualmente violentos e fanáticos de salafistas, emitiram regularmente aguerridas fatwa contra as mulheres. Uma das que sobressai, indiscutivelmente, é a que refere que, uma vez que o género do vocábulo “mar” em árabe é masculino, se e quando a água do mar entrar em contato com a região pélvica da mulher, esta estará a cometer literalmente adultério, pelo que deverá ser punida. Nunca será demais realçar que, de acordo com a sharia, o corpo da lei religiosa islâmica, a pena padrão imposta a uma mulher por adultério é a lapidação, uma das formas de execução de condenados mais bárbara que a humanidade já concebeu.

De acordo com o relatório, as fatwa emitidas por ambos os grupos radicais referiam as mulheres como estranhas criaturas, criadas apenas para o sexo. Consideravam as vozes das mulheres, o seu aspeto e a sua presença fora de casa como ofensivas, algumas ao ponto de considerarem a própria condição de mulher como uma ofensa.

Algumas das fatwa emitidas oficialmente incluíam:

– A proibição de a mulher comer determinados vegetais ou, inclusive, de tocar em pepinos e bananas, uma vez que o seu formato fálico lhes poderia despertar inconvenientes desejos sexuais;

– A ordem para as mulheres desligarem os sistemas de ar condicionado de suas casas na ausência dos maridos, uma vez que mantê-los ligados poderia indicar a um qualquer vizinho que estas se encontrariam sozinhas em casa, pelo que qualquer um deles poderia ser acometido do desejo de cometer adultério;

– O dever de casar após atingirem a provecta idade de dez anos, como forma de prevenir o desvio do “caminho certo”;

– A anulação do matrimónio se um casal for apanhado a praticar o coito em nudez integral;

– A autorização para o uso de mulheres como escudos humanos em períodos de confrontação violenta;

– A destruição das pirâmides e da esfinge, por serem imagens pagãs;

– A sanção da execução de todos os que se manifestassem contra o então presidente Mohamed Morsi;

– A proibição de cumprimentar cristãos a qualquer cidadão muçulmano.

Recordo o discurso do presidente norte-americano Barack Obama proferido durante a 67ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde referiu que o futuro não deve pertencer aos que difamam o profeta do Islão mas que, para se ser credível, também não deverá pertencer aos que assistem à profanação das imagens da figura de Jesus cristo sem condenar igualmente tal prática. Percebe-se a diplomacia e vislumbra-se o corretivo. Mas não podemos senão lamentar que em pleno séc. XXI figuras tão proeminentes da nossa sociedade se vejam obrigadas a ter que moderar publicamente comportamentos repugnantes por parte de organizações radicais cuja mundividência está tão afastada dos mais básicos direitos humanos como a sonda Voyager 1 do planeta Terra. E tudo graças a esse potente veneno esotérico que pode ser a religião quando a alienados paladinos da fé, tenha ela a proveniência que tiver, é reconhecido o direito de eternizarem crenças de sistemas culturais primitivos que, ungidos de um cunho divino socioculturalmente aceite, impõem a obrigatoriedade moral de um respeito muitas vezes imerecido, ao mesmo tempo que repelem a crítica demasiadas vezes manietada.

O Islão fundamentalista avança, como outrora avançou o cristianismo mais escorbútico. A princípio dissimulado, impudente logo que o consiga. Nem todo o Islão é radical, dirão uns. Sabemo-lo. Mas o futuro não pode pertencer a quem cobardemente o tolera com receio de ferir um segmento das suas próprias convicções.

30 thoughts on “Jurisprudência islâmica”
  • Tolo_Mor

    Este Ferreira é chato como a potassa.

  • kavkaz

    O crime do abuso de crianças vem de cima…

  • kavkaz

    Os tipos não imaginam o que os espera…

  • Tolo_Mor

    E o ateísmo mais escorbútico também não tem lugar nas reflexões do Ferreira ?

    • David Ferreira

      Quando começarem a apedrejar mulheres em nome do ateismo, terá com toda a certeza.

  • João Pedro Moura

    Isto é uma demonstração da impossibilidade de um regime democrático e liberal aceitar a hedionda escumalha islâmica.
    São indivíduos tão alienados da vida moderna, civicamente falando, é uma massa de tal modo cruel e abjeta, que torna impossível qualquer entendimento com a mesma.
    Apenas visam dominar, cercear e, em última instância, matar quem não pensa como eles.

    Os problemas causados pela hedionda escumalha islâmica resolvem-se a ferro e fogo.

    • stefano666

      Então pq nossos ancestrais (que viviam em Al-Andalus) não foram mortos por eles ?

      • João Pedro Moura

        STEFANO 666 perguntou:

        “Então pq nossos ancestrais (que viviam em Al-Andalus) não foram mortos por eles ?

        Pelas mesmas razões por que os mouros, que viviam na cristandade, não foram mortos pelos cristãos…

    • Molochbaal

      E os milhões de islâmicos que arriscam a vida a lutar contra a irmandade muçulmana, também os matavas todos?

      • João Pedro Moura

        MOLOCHBAAL perguntou:

        “…também os matavas todos?”

        Não sei se há “milhões de muçulmanos” a lutar contra a irmandade muçulmana…
        Os que votaram num regime islâmico no Egito, para só falar neste país, constituíam cerca de 75% dos votantes…
        O que sei é que a hedionda escumalha islâmica mal se diferencia da totalidade da massa islâmica, incluindo nesta, portanto, aqueles que, mesmo se considerando a si próprios islâmicos, serão uma espécie de “não-praticantes”, como a maioria dos católicos de pacotilha…

        Quem se considera muçulmano, mas respeitador da democracia e da liberdade, incluindo, portanto, a igualdade cívica homem-mulher, é bem-vindo.
        O resto é massa de forma… boa para ser incinerada em fornos, a fim de se produzir metano, um útil biogás e a única coisa interessante para aproveitar dos corpos da hedionda escumalha islâmica…

        O atual regime egípcio traçou o caminho: ferro e fogo sobre a turba islamita, quando necessário…
        … Com o beneplácito tácito das democracias ocidentais…

        • Molochbaal

          Então, para ti, as multidões que protestaram contra Morsi, os militares anti-morsi, são meia dúzia de pessoas.

          Só porque te dá jeito fazeres-te de ceguinho e fingir que não viste as multidões a protestar contra o governo fundamentalista.

          Se calhar não pagaste a conta da electricidade e não viste TV nesse mês. Coitado.

          E de ceguinho continuas a fazer.

          Disseste que Morsi teve 75% dos votos.

          Então 25% dos eleitores não apoiam Morsi.

          Bem, 25% de 50 milhões de eleitores, faz DOZE MILHÕES E MEIO DE PESSOAS que não apoiam Morsi.

          Doze milhões, mais do que a população de Portugal, que tu, coitado, “não consegues” ver.

          Entretanto, como É MENTIRA que Morsi tenha tido 75% dos votos, PORQUE TEVE 51%, na realidade, os milhões “invisíveis” para ti, serão 25 MILHÕES DE PESSOAS.

          Na verdade, na segunda volta, ambos os contendores tiveram quase o mesmo resultado, uns doze milhões para o candidato laico militar e uns 13 milhões para Morsi.

          Mas não és ceguinho coisíssima nenhuma e viste perfeitamente as manifestações de massas anti Morsi e os resultados das eleições.

          O que se passa é outra coisa muito diferente.

          O que se passa é que tu tens um ódio doentio qualquer aos muçulmanos e estás a fazer propaganda de ódio puro ao estilo do KKK.

          Com isso estás apenas a dar razão aos fundamentalistas e a dar razões aos moderados para deixarem de o ser e aderirem ao fundamentalismo.

          Só espero que a stuas ideias não tenham muita saída, porque eu tenho vergonha delas e serão razão para aderência em massa aos fundamentalistas.

          http://pt.wikipedia.org/wiki/Eleição_presidencial_do_Egito_de_2012

          • stefano666

            prefiro não opinar plentamente sobre a politica egipcia pq nao conheço plenamente…
            mas.. nunca ouvi falar de Nasser, Sadat e Mubarak bancando os ultras de Allah.

          • stefano666

            e o Iran de Reza Pahveli? Curioso.. o Xá era islâmico xiita… mas era meio anticlerical…
            curioso.. nem todos anticlericais são ateus e agnósticos.

          • Molochbaal

            Pois.

            Parece que muitos crentes são moderados, seja qual for a religião.

            Só não vê quem NÃO QUER ver.

          • Molochbaal
          • Molochbaal

            http://www.youtube.com/watch?v=mU2KNod2qm8#t=29

            http://www.youtube.com/watch?v=vXKhUmwjupM

            Tudo meia dúzia de “invisiveis” para os islamófobos.

            Calcula-se que 20 milhões de pessoas tenham arriscado a vida nas manifestações contra Morsi.

            Mas os islamófobos não os viram.

            Devem ter mudado de canal nos momentos certos…

          • João Pedro Moura

            MOLOCHBAAL disse:

            1- “Então, para ti, as multidões que protestaram contra Morsi, os militares anti-morsi, são meia dúzia de pessoas.”

            “As multidões que protestaram contra Morsi” eram formadas por aqueles que não votaram nele, a começar pela minoria laica de 15%, mais alguns hediondos do al-Noura fundamentalista, sôfregos de “pureza islâmica”…

            2- “Só porque te dá jeito fazeres-te de ceguinho e fingir que não viste as multidões a protestar contra o governo fundamentalista.”

            Eu vi as multidões apoiarem Morsi, antes e depois de ser derrubado…

            O que deve contar, em democracia, são os votos nas eleições e não a força oclocrática da turbamulta…

            Naturalmente que, num lado e noutro se arranjam multidões de protestatários. E daí? Achas que deve governar a multidão maior ou a votação maior?
            Se viveste o PREC português, lembrar-te-ias das multidões esquerdistas que enxameavam, frequentemente, a rua e a praça portuguesas…
            Convertidas em votos, tais multidões redundavam em menos de 20% dos votos parlamentares, para só referir estes…

            3- “Disseste que Morsi teve 75% dos votos.”

            Não deturpes o meu escrito. Eu disse que 75% votaram num regime islâmico, parlamentar, e não apenas no Morsi e na sua irmandade.

            Todavia, na eleição presidencial, o Morsi teve pouco mais de 50%, tendo o candidato laico beneficiado dalgum voto protestatário dos islamitas mais radicais.

            Por qualquer lado que se analise o problema, verificamos sempre a supremacia islâmica.

            Contudo, existe uma minoria educada e ocidentalizada, que é capaz de mobilizar umas centenas de milhar de pessoas contra o arcaísmo e boçalidade da hedionda escumalha islâmica. É isso que se viu nas manifestações anti-Morsi.
            Mas o que conta é o voto.

            Aqui há tempos, também houve manifestações no Irão,
            contra o presidente Mamute Amadoemijado, que nada adiantaram, pois eram manifestações dos apenas 16% de laicos…

            A democracia liberal é impossível nos países muçulmanos, pois são indivíduos geneticamente avessos a tal…
            … E as alterações genéticas demoram umas centenas ou milhares de anos a ocorrerem no genótipo humano…

          • Molochbaal

            ” tendo o candidato laico beneficiado dalgum voto protestatário dos islamitas mais radicais.”

            ???????????

            Pois.

            Então os supostos ultra fundamentalistas iam logo votar no candidato laico, contra a irmandade muçulmana!!!

            Ou seja, segundo a tua teoria, os que votaram contra a imposição do fundamentalismo eram quase todos ainda mais fundamentalistas que, só por birra, foram logo votar no candidato anti-fundamentalista !!!!

            Está-se mesmo a ver que tem imensa lógica.

            Estou banzado. Parece que a escola “argumentativa” do fifi frutifica em vários quadrantes.

            Ou seja, dizes que o que conta são eleições, mas para ti tanto faz votar contra ou a favor do fundamentalismo, porque, segundo a tua linda maneira de pensar, os que votaram contra o fundamentalismo, são ainda mais fundamentalistas, só que ainda mais embirrentos!!!!

            Devias formar equipa mista com o fifi, para interpretar “metáforicamente” os resultados das eleiçoes.

            O fifi agora também pode dizer que os anti-aborto é que ganharam o plebiscito, mas votaram pela descriminalização só por birra.

            Com argumentos destes eu ganhava qualquer discussão.

            Depois tinha era vergonha de me olhar no espelho.

            “existe uma minoria educada e ocidentalizada, que é capaz de mobilizar umas centenas de milhar de pessoas ”

            Houve DOZE MILHÔES de pessoas a votar CONTRA o fundamentalismo.

            Estás a MENTIR DESCARADAMENTE quando dizes que apenas umas dezenas de milhares são contra o fundamentalismo.

            Vai interpretar metafóricamente resultados eleitorais para a paróquia do fifi.

            “A democracia liberal é impossível nos países muçulmanos, pois são indivíduos geneticamente avessos a tal…… E as alterações genéticas demoram umas centenas ou milhares de anos a ocorrerem no genótipo humano…”

            !!!!!!!!!!

            Heil Moura.

            Ainda não percebi onde queres chegar com essas alarvidades.

            Estás a defender teorias racistas ?

            Pensas que os europeus, criadores do nazismo, da inquisição, do estalinismo e da plutocracia é que desenvolveram “genes democráticos” que, naturalmente, os levam a ser sempre uns grandes democratas por determinismo genético ?

            Foi por isso que criaram as ditaduras mais sanguinárias da História?

            E seja ou não por racismo, temos o exemplo bósnio, libanês, ou indonésio de democracias parlamentares.

            Por falar nisso, na Indonésia os fundamentalistas nunca ganharam as eleições.

            Segundo as tuas teorias da treta, isso deve provar que os indonésios são os mais os fundamentalistas de todos.

            São tão, tão, tão, mas tão, fundamentalistas, que até votam contra o fundamentalismo, só por birra.

            Estás no bom caminho para ganhar o óscar fifi da interpretação metafórica.

            Ainda não compreendi a razão de ser do teu islamofobismo mórbido, mas acho que devias procurar tratamento médico.

            Porque é mesmo doentio.

          • João Pedro Moura

            MOLOCHBAAL disse:

            1- “Então os supostos ultra fundamentalistas iam logo votar no candidato laico, contra a irmandade muçulmana!!!”

            Molochbaal, os islamitas constituem uns 75% dos votos das eleições legislativas no ano passado, somatório dos votos do PJL, da irmandade (38%), mais os do Al-Nour (29%), mais umas franjas de marginais dissidentes dos principais partidos islâmicos.

            Se o Morsi ganhou as presidenciais por 51%, para onde foram os restantes votos islamitas?

            Decerto que uma franja de islamitas apoiou mais o Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro da era Mubarak e
            segundo mais votado na segunda volta das presidenciais, do que o Morsi.
            Questões de não engolir “sapos vivos” e outros fanatismos…
            Ou então, houve transferências espúrias de votos, ou uma faixa islamita, mais ou menos ignorante e boçal de povo capaz de votar em candidatos, como o Shafiq, “laico”, antigo primeiro-ministro de Mubarak, talvez com algum carisma…
            …Carisma esse tão vigente nesses povos pestíferos…

            Senão, não vislumbro para onde foram os restantes votos islamitas. Também há que contar com os 50% de
            absentistas e seus caprichos, de eleição parlamentar para a presidencial.

            Seja como for, são os islamitas que têm a supremacia social no Egito.

            2- “Houve DOZE MILHÔES de pessoas a votar CONTRA o fundamentalismo.”

            E TRINTA E OITO MILHÕES que votaram A FAVOR do fundamentalismo ou abstiveram-se.
            Então, quem são os maiores?

            3- “Estás a MENTIR DESCARADAMENTE quando dizes que apenas umas dezenas de milhares são contra o fundamentalismo.”

            Estás a MENTIR DESCARADAMENTE, pois eu disse que a tal minoria ocidentalizada era capaz de mobilizar umas
            centenas de milhar nas manifestações e, portanto, uns milhões de votos.
            Mas não passa duma minoria…

            4- “Pensas que os europeus, criadores do nazismo, da inquisição, do estalinismo e da plutocracia é que desenvolveram “genes democráticos” que, naturalmente, os levam a ser sempre uns grandes democratas por
            determinismo genético ?”

            Penso que os europeus, isto é, os criadores da liberdade, da democracia, da tolerância, dos direitos humanos,
            desenvolveram propriedades intelectuais, necessariamente com suporte genético, fautoras de progressismo social, político, liberal, cívico, autênticos faróis de referência e admiração doutros povos.

            Nazismo, Inquisição, estalinismo, etc. são acidentes e incidentes de percurso.

            De resto, a diferenciação europeia emerge, particularmente, com a Revolução Francesa, a maior revolução mundial e ponto de viragem histórico, em direção ao progressismo.

            5- “Foi por isso que criaram as ditaduras mais sanguinárias da História?”

            As “ditaduras mais sanguinárias da História” são do séc. XX, porque os meios tecnológicos mais mortíferos
            também o são. Além de que guerras e disputas internacionais também são próprias de grandes densidades demográficas.

            A melhor maneira de analisar e perspetivar uma ideologia ou uma política é equacionar a sua relação com a
            liberdade.

            6- “E seja ou não por racismo, temos o exemplo bósnio, libanês, ou indonésio de democracias parlamentares.”

            E até o Irão, à sua maneira…
            Eu falei de democracias liberais e não propriamente de democracias parlamentares.
            Há uma diferença vincada, que concerne ao progressismo, que abordei acima.
            Nem todas as democracias parlamentares são liberais…

            7- “Por falar nisso, na Indonésia os fundamentalistas nunca ganharam as eleições.

            É verdade. O atavismo arcaico e boçal concerne mais aos muçulmanos árabes e médio-orientais. São essas etnias
            que constituem um flagelo.

            Na Malásia, tal como na Indonésia, os muçulmanos também dominam a cena político-social, mas
            são etnias mais pacíficas. Apenas mais pacíficas…

          • Molochbaal

            Apoio do fundamentalismo mais extemista ao anti-fundamentalismo?

            Só por birra?

            Mas porquê seguires o caminho mais difícil?

            Não é mais simples seguires o caminho mais natural para chegar ao óbvio?

            Porque razão os anti-fundamentalistas iam deixar de votar nos seus líderes e os fundamentalistas iriam votar por eles?

            Não achas que é um bocado de folhetim a mais?

            Para encontrares os doze milhões que votaram contra o fundamentalismo na segunda volta, basta juntares os votos da primeira volta no Nasseriano Shafik, com os do liberal Moussa, mais os do socialista Sabahi.

            Ficas com doze milhões, quase treze, sem teres de andar a fazer acrobacias fantásticas com votos ultra-fundamentalistas a apoiar o anti-fundamentalismo.

            Mas essas contas tão simples não te apetece fazer.

            De qualquer maneira, as tradições laicas do egipto não se explicam por apoios conjunturais dos fundamentalistas.

            É evidente que uma franja importante da população islâmica está contra o extremismo, simplesmente esse facto é um obstáculo às tuas visões “genéticas” do islamismo e, por isso, preferes fazer d econta que não os vês.

            E sim, os moderados são uma minoria. E?

            Vocês, ateus, são uma minoria muito mais pequena em todo o mundo do que os liberais são no Egipto, e não é por isso que merecem ser tratados com o desprezo com que tu tratas os moderados islâmicos.

            E o facto de vocês serem uma minoria insignificante, por exemplo em Portugal, dá aos crentes o direito de proclamar que o cidadão português é “genéticamente” católico e que vocês são uma aberração para ser ignorada?

            Os islamitas moderados, mesmo em minoria, conseguiram doze milhões de votos no Egitpto, milhões de vezes mais representativos do que os ateus são em Portugal, por exemplo.

            Devias respeitar e reconhecer a verdade. Milhões de islãmicos lutam pela moderação religiosa nos seus países. O nosso papel devia ser apoiar essas pessoas e não declarar que são uns insignificantes, porque a sua raça é “geneticamente” fundamentalista. O que só vai dar razão aos fundamentalistas.

            Isto é o que manda a verdade e a decência.

            E até a estratégia pura e simples.

            Porque, se os fundamentalistas quisessem aumentar o seu recrutamento, só tinham de publicar por toda a parte os teus insultos ao islão como um todo e as tuas declarações e de insignificância e suposta “aberração genética” dos moderados. Porque, supostamente, “geneticamente” todos deviam ser fundamentalistas.

            O que nos leva ao teu determinismo genético em relação aos europeus.

            Sim, foram os inventores da democracia.

            Entretanto, eu sei que não gostas de história e está-se a ver porquê.

            É que tu dizes que os períodos de ditadura eurpeia foram “acidentes” de percurso.

            Mas a história diz exactamente o contrário.

            Os perídos de democracia dos povos Europeus, não devem perfazer mais de 1% da sua história.

            Todo o resto do tempo vivemos em fundamentalismo religioso, em estados aristocráticos ou feudais, em monarquias de direito divino etc.

            So much para as tuas tretas do determinismo “genético” europeu, que deve por os cabelos em pé aos verdadeiros geneticistas.

            Mas tu preferes ignorar os factos, para propagar o teu ódio.

            É esse ódio que eu quero perceber.

            Trata-se de uma questão racial?

          • João Pedro Moura

            MOLOCHBAAL disse:

            1- “Para encontrares os doze milhões que votaram contra o fundamentalismo na segunda volta, basta juntares os votos da primeira volta no Nasseriano Shafik, com os do liberal Moussa, mais os do socialista Sabahi.”

            Pois, essas contas são as mais plausíveis para os 12 milhões de votantes no antimorsismo…
            … Mas o problema continua a ser o Morsi/Irmandade Muçulmana, vencedor absoluto, e os fanáticos do Al Noura, que obtiveram 29% nas parlamentares e que, pelos vistos, não foram votar em massa no Morsi, nas
            presidenciais, mas abstiveram-se, pois que não quiseram ser derrotados pelo mesmo.

            O preocupante são os 38 milhões de votos, entre pró-Morsi e abstencionistas, dos quais uns milhões de fanáticos hediondos.

            2- “E sim, os moderados são uma minoria. E?
            Vocês, ateus, são uma minoria muito mais pequena em todo o mundo do que os liberais são no Egipto, e não é por isso que merecem ser tratados com o desprezo com que
            tu tratas os moderados islâmicos.”

            Eu não tenho problema nenhum em considerar gente aceitável os “moderados islâmicos”, desde que eles respeitem a liberdade…

            3- “E o facto de vocês serem uma minoria insignificante, por exemplo em Portugal, dá aos crentes o direito de proclamar que o cidadão português é “genéticamente” católico e que vocês são uma aberração para ser
            ignorada?”

            Portugal e a cultura laica de irradiação europeia, em que estamos matricialmente inseridos, dá direito à tolerância das diferenças e à liberdade de expressão, base do conceito de direitos humanos. Isto é progressismo. Coisa que não existe nos países muçulmanos, ou tem sérias restrições…

            O “geneticamente católico” ou religioso não existe nos países dotados de progressividade.
            Só existe nos países e culturas atávicas, como as muçulmanas, com destaque para as etnias árabe e
            médio-orientais.

            Os países progressistas tendem a perder religiosidade, paulatina, mas acentuadamente.
            Os países da boçalidade islâmica, não.

            4-. “Milhões de islãmicos lutam pela moderação religiosa nos seus países. O nosso papel devia ser apoiar essas pessoas e não declarar que são uns insignificantes,
            porque a sua raça é “geneticamente” fundamentalista. O que só vai dar razão aos fundamentalistas.”

            Essa “luta pela moderação religiosa nos seus países” não sei bem o que é. Mas talvez tu saibas…

            Quando se introduz a liberdade política num sistema árabe ou médio-oriental, ganham os islamitas e perdem os “moderados”. Estes, portanto, são irrelevantes num
            eventual e fantasmagórico processo de liberalização.

            Os “moderados” que se mantêm e se mantiveram no poder, nesse tipo de países, executam políticas de “islamismo moderado”, que em nada atingem os fundamentos da pernície religiosa, antes servem para manter coágulos políticos e sociais de prepotência política e privilégios económicos que, em caso de crise sistémica,
            como a “primavera árabe”, voltam-se contra esses moderados e as massas boçais voltam-se contra eles…

            …E tudo isso é o caldo de cultura da hedionda escumalha islâmica, porque emergem como “redentores”
            e puristas da religião salvífica, que estabeleceria a prosperidade sócio-económica.
            Por isso, a populaça crédula e boçal vota em massa nos partidos e personagens carismáticas e redentoras…
            …E sempre será assim, como a História desses povos tem demonstrado. Sofrem de inibição genética. Não conseguem progredir, inovar socialmente, e criar outro
            quadro intelectual consuetudinário.

            5- “É que tu dizes que os períodos de ditadura eurpeia foram “acidentes” de percurso.
            Mas a história diz exactamente o contrário.
            Os perídos de democracia dos povos Europeus, não devem perfazer mais de 1% da sua história.”

            Não estás a perspetivar bem a evolução histórica europeia…
            A História europeia, mormente dos países mais vanguardistas e, sobretudo, desde o advento de
            sistemas democráticos, mais ou menos alargados, é uma história de progressismo e de liberalização.
            As ditaduras foram conjunturas e não estruturas. Essa é que é a diferença primordial e fundamental, relativamente aos povos destituídos de progressismo…

            6- “Trata-se de uma questão racial?”

            Não é este o local mais apropriado para grandes debates históricos sobre matérias extrarreligiosas.
            Todavia, como isto também tem implicações religiosas, olhando para o panorama mundial das prestações dos
            povos, é fácil concluir que o progressismo, incluindo a atitude de afastamento e menorização da religião, é mais apanágio do ramo germânico-nórdico da
            civilização europeia…
            … A que se acrescenta, cumulativamente, as “etnias” chinesa, japonesa e coreana…

          • Molochbaal

            “é fácil concluir que o progressismo, incluindo a atitude de afastamento e menorização da religião, é mais apanágio do ramo germânico-nórdico da
            civilização europeia…”

            Está explicado o teu anti-islamismo “genético”.

            Esquece.

            Aliás, devias ter começado por aí, que eu via logo que não adianta estar com grandes conversas.

          • stefano666

            Engraçado.. o islamismo quando reinou em Portugal na época do mouros.. não tinha a má fama do Papado.

          • Molochbaal

            Não digas isso.

            Para o Moura, os islâmicos são sempre os maus, por determinismo genético.

            O islão podia ter uma civilização brilhante, com centros culturais e cidades magníficas, enquanto o ramo “germano-nórdico” europeu vegetava em cidades em ruínas, aldeias miseráveis e andava a queimar bruxas.

            Mas o que importa são aqueles super genes germano-nórdicos, que fazem o Moura desprezar tudo o que seja muçulmano.

          • João Pedro Moura

            MOLOCHBAAL disse:

            “O islão podia ter uma civilização brilhante, com centros
            culturais e cidades magníficas, enquanto o ramo “germano-nórdico” europeu vegetava em cidades em ruínas, aldeias miseráveis e andava a queimar
            bruxas.”

            Os árabes tiveram uma civilização brilhante na época medieval, superior à cristã…
            De resto, em totalitarismo, assemelhavam-se…
            … Mas, depois, na época moderna, inverteu-se a tendência…
            … Que ainda mais se distinguiria, na época contemporânea…

            Há povos, realmente, capazes de grande progresso…

          • stefano666

            pela lógica de JP MOURA(sobrenome bem irônico)…

            então.. Hitler e a o pessoal da KKK eram grandes pessoas….afinal provinham do ramo germânico-nórdico da civilização europeia

          • Molochbaal

            Digamos que tinham os genes certos, os genes da democracia, não aqueles genes muçulmanos imundos, como Benazir Butto ou Malala.

          • stefano666

            oh…

  • stefano666

    Pq os milicos egipcios nao fuzilam a dita Irmandade.. já ke essa é ameaçadora ?

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