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A árvore de natal

Quando, em 380, Teodósio I instituía o cristianismo como religião oficial de Roma, a Igreja começou a tratar o assunto com pinças, hábito que mantém ainda hoje, e sempre que lhe convém. Na verdade, não era fácil mudar hábitos pagãos, nem mesmo por um Édito de Tessalónica. Por isso, adoptou a teoria do mamar doce. Desde logo, e por mais que a Bíblia berrasse que Jeová descansou a um sábado, decidiu louvar o Senhor ao Domingo. Era assim que os pagãos faziam, adorando o Sol, pelo que fez uma mistura inteligente; talvez seja mais correcto dizer mistura esperta: deixavam de adorar o Sol, passavam a adorar Deus, mas ao Domingo. Era o chamado “acordo bilateral”. Atitude que tomou ao apropriar-se de outras festividades como, por exemplo, a Páscoa, em que se passava a festejar a ressurreição de Cristo, mas continuava-se a imolar o cordeiro, como nos festejos do Equinócio da Primavera.

O Natal não escapou: foi travestido de nascimento do Cristo já referido, em substituição das festas do Solstício de Inverno, sim senhores, mas os hábitos pagãos não foram eliminados. Aliás, duvido de que qualquer cristão seja capaz de dar uma plausível explicação litúrgica para a árvore de Natal. Porque a árvore de Natal é um ritual pagão, e nada tem a ver com o cristianismo.

6 thoughts on “A árvore de natal”
  • Molochbaal

    Ora.

    Daqui a pouco o católico-aldrabão já vos “desmascara”, dando uma explicação lógica para tudo isso.

    Básicamente, vai dizer que eu sou franquista e o resto é tudo nacional-porreirista, o que, obviamente, explica todas as contradições da bíblia e da doutrina católica.

    Para quem perceba de teologia, obviamente que, eu ser franquista, prova que existe um deus bom, que olha por nós.

    Mesmo que nos afogue aos milhares em tufões e tsunamis, ele está a olhar por nós, ternamente, enquanto nos contorcemos nas dores escruciantes do afogamento. Sem fazer nada. Como um pai faria.

    Claro que, um pai que ficasse a ver um filho a afogar-se, olhando-o ternamente, mas sem o ajudar, seria preso por sadismo homicida e demente. Mas isso são pormenores.

    E o facto de vocês serem todos nacionais porreiristas, justifica também que a igreja se reclame como matriz original da Europa, apesar de a maior parte das suas tradições, como vemos nas datas festivas e símbolos como a árvore da natal, serem decalcadas de matrizes europeias que lhe são milhares de anos anteriores. Noutro caso, tal seria considerado uma mentira descarada, mas o facto de o fifi vos chamar nacional-porreiristas, prova tudo o que ele quiser – é o supra sumo dos argumentos. dá para tudo.

  • Tolo_Mor

    Claro que nem a árvore de Natal nem o 25 de Dezembro têm a ver com o cristianismo. Os cristãos é que gostam de celebrar o Natal como e quando lhes dá na real gana.

    • Pai Natal

      Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante ao que faz nas atuais árvores de Natal. Essa tradição passou aos povos Germânicos. A primeira árvore de Natal foi decorada em Riga, na Letónia, em 1510.
      No início do século XVIII, o monge beneditino São Bonifácio tentou acabar com essa crença pagã que havia na Turíngia, para onde fora como missionário. Com um machado cortou um pinheiro sagrado que os locais adoravam no alto de um monte. Como teve insucesso na erradicação da crença, decidiu associar o formato triangular do pinheiro à Santíssima Trindade e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus. Nascia aí a Árvore de Natal.
      Acredita-se também que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.
      Há outras versões, porém, a moderna árvore de natal teria realmente surgido na Alemanha entre os século XVI e XVIII. Não se sabe exatamente em qual cidade ela tenha surgido. Durante o século XIX a prática foi levada para outros países europeus e para os Estados Unidos. Apenas no século XX essa tradição chegou à América Latina.

      • GriloFalante

        É uma teoria, Antolo, mas há outras. Só que o pernóstico do José Moreira resolveu guardá-las só para si.
        Por exemplo, muito antes de 1510 já os antigos verificavam que os dias iam “morrendo” à medida que se aproximava o solstício. Achavam que era obra de maus espíritos. Vai daí, penduravam pedras presas por tiras aos ramos das árvores. Já estás a ver a origem das fitas e das bolinhas, não estás? Com o vento, as pedras iam batendo umas nas outras e/ou nos troncos das árvores, afugentando os maus espíritos. E a verdade é que, ao contrário das voltas no joelhómetro de Fátima, ou das inúmeras orações com que enchem o saco à santalhada, aquela cena das fitas e das pedras resultava; porque os maus espíritos acabavam por se pôr ao fresco, e os dias, que estavam a diminuir, voltavam a crescer. Irrevogavelmente, ou seja, até à próxima ocasião. Como vês, os rituais pagãos nunca falham, ao contrário das tuas missas, cuja utilidade ainda ninguém descobriu.

        • Molochbaal

          Na teoria exposta aparece, como não podia deixar de ser, a origem pagâ dessa tradição.

          Simplesmente, quem a escreveu, diz a “primeira árvorve de natal”, referindo-se ao Séc. XVI, quando devia dizer a primeira árvore de natal cristã, visto que o próprio admitiu a sua origem anterior ao cristianismo.

          Trata-se apenas do efeito psicológico da burla cristã do natal. Para um cristão o natal só pode ser o natal cristão, independentemente de já ser celebrado milhares de anos antes de cristo.

          Trata-se d euma mistura de ignorãncia com desonestidade. Porque, no dia em que começarem a reconhecer que as suas tradições são pagâs, as igrejas perdem muita da sua suposta representatividade cultural.

          Aí já um Bento XVI não poderia vir dizer que o cristianismo é a matriz cultural de Europa e outras aldrabices que os fifis tanto gostam.

    • Molochbaal

      Fifi.

      Não é questão de dar na gana.

      É questão de bem enganar.

      Assim como tu falsificas nicks, os teus chefes falsificaram datas, apropriaram-se de identidades culturais que não eram deles.

      Tal cão tal donos.

      Assim como essa falsificação histórica, existem muitas mais, comprovadas, como a falsa doação de constantino, as falsas decretais etc etc etc.

      A tudo isso eu sei qual é a tua resposta.

      Que eu sou “franquista”.

      Ou seja, estás-te bem nas tintas para a verdade.

      Mas que se podia mais esperar de um aldrabão de merda?

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