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  • 3 de Novembro, 2013
  • Por Carlos Esperança
  • Laicidade

Foi há 103 anos – A lei do divórcio de 1910

Faz hoje 103 anos que foi decretada a primeira lei do divórcio que seria publicada, no dia seguinte, no Diário do Governo nº26, de 4/11/1910, p. 282.

O decreto de 3 de novembro decidiu no seu Artigo 1º que o casamento se dissolve:
1º – Pela morte de um dos cônjuges;
2º – Pelo divórcio.

O segundo ponto, sendo um avanço civilizacional de notável alcance, agitou as mitras, ergueu báculos, adejou sotainas e, sob as tonsuras, rangeram dentes, enquanto a acidez gástrica aumentava e crescia o ódio à República.

«Marido e mulher terão desde então o mesmo tratamento legal, quanto aos motivos de divórcio, aos direitos sobre os filhos». Já não bastava o divórcio pôr em causa a ordem divina, interpretada pelo clero, veio ainda a igualdade de género a contrariar preceitos pios que a parenética de séculos tinha defendido.

A paz e a ordem só voltariam com Salazar, graças à Concordata, que extinguiu abusos contra o sacramento do matrimónio e a vontade celibatária dos avençados do divino.

Ateo gratias. Viva a República!

5 thoughts on “Foi há 103 anos – A lei do divórcio de 1910”
  • Tolo_Mor

    Avanço civilizacional ? Ora, ora, no tempo dos nossos ancestrais ninguém se casava ou divorciava. Eram todos ao molhe e fé em deus.

    • David Ferreira

      E continua a ser. Só que às escondidas. A natureza vence sempre qualquer conceito regulador sociocultural.

      • Molochbaal

        Não digas isso ao fifi, que ele pensa que nas famílias católicas é tudo santo.

  • Molochbaal

    A proibição do divórcio prejudicou gravemente a vida de centenas de milhares de pessoas.

    Muitos viviam separados há décadas, sem nada em comum e com famílias reconstruídas – mas ainda casados “oficialmente” no papel e nas consequências sociais e burocráticas, que todos os membros da família sofriam, crianças incluídas, por uma lei demente dos fifis.

    É engraçado que ainda hoje gozem com o mal que fizeram e ainda por cima se façam passar por “moralmente” superiores a pessoas que apenas tentavam reconstruir as suas vidas.

    Bem, eu li algures que a SOBERBA é um pecado mortal.

    Se calhar ainda vamos reencontrar muito fifi nosso conhecido no quinto dos infernos…

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