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Quando os cães se calam

Não, hoje prometo não açoitar demasiado a abominável lambisgoia de sacristia que deambula existencialmente entre a base do altar e a pia de água benta, num puro reflexo condicionado. Com o excesso de calor, a consistência das neves vai-se derretendo aos poucos até à desidratação mental.

No seu sermão hebdomadário, o luminar abominável translada o seu paliativo fluxo salivar, que o aroma a hóstia faz efervescer, para a língua afiada dos cães raivosos, esses indigentes rafeiros que o infortúnio permitiu multiplicar no anonimato das tabernas, entre minis sempre poucas, dietéticos pires de tremoços e interjeições catárticas endereçadas aos políticos alternantes e seus respetivos familiares. Segundo o abominoso escriba, estes canídeos excedem largamente em produção de perdigotos o que lhes falta em armazenamento de grãos de sabedoria.

O abominável não convive bem com quem se manifesta desagradado pelas miseráveis condições económicas em que nos encontramos, muito à semelhança de alguns Cardeais da nossa praça. Tanto, que vai ao cúmulo de escrever um artigo onde critica o crítico comum. Não o crítico credenciado, o avençado dos Órgãos de Manipulação Social, mas o crítico comum, o Zé da esquina, a Maria do canto, os que falam muito acerca de tudo sem perceberem um pouco acerca de coisa alguma.

Reconheço que ainda tive uma réstia de esperança de ler um comentário da sua parte, por muito lacônico que fosse, ao Reality Show encenado pelas elites governamentais durante a tomada de posse do novo Cardeal patriarca de Lisboa, onde as palmas e as luzes ofuscaram literalmente a propalada doutrina da igualdade entre os homens e do amor aos pobres. Os vendilhões do templo anteciparam-se à chegada de Sua Eminência Reverendíssima, não montado em burro, mas em topo de gama (há que acompanhar os tempos) e montaram um verdadeiro espetáculo de auto veneração a que não faltou a merecida benzedura. Mas não. Não se morde a mão que nos alimenta.

Diz então o soporífero opinante que “Quanto menos se sabe de um assunto, mais se fala dele; e a veemência cresce com a incerteza e a insegurança”. Diz e eu não sei o que dizer à laia de comentário. E continua, estimulado por anos de dedicação extremosa aos dois poderes que adula: “Quando alguém sofre, para mais injustamente, as suas palavras ganham peso especial. Por isso os maiores disparates passam por sabedoria na boca de vítimas.” Zzzzzz…

Acordei já no fim do ominoso artigo ao som de uns longínquos e acanhados latidos: “Nos momentos difíceis, as pessoas sentem uma irreprimível necessidade de falar, normalmente com mais veemência do que juízo. A vantagem desta compulsiva ânsia de dizer disparates é que cão que ladra não morde.”

Foi nesse momento que tive uma epifania! Ouvi bem ouvido, com estes olhos que bem leram o que li, um grito de angústia a cruzar a tarde soalheira:

– Tirem-me os pregos! Tirem-me os pregos!

14 thoughts on “Quando os cães se calam”
  • orenascido

    Este chanfrado é ateu e chama-se Peter Singer. Defende o sexo entre humanos e animais, como também defende o infanticídio:

    “Quando a morte de uma criança deficiente levar ao nascimento de outra criança com melhores perspectivas de uma vida feliz, a quantidade total de felicidade será
    maior se a criança deficiente for morta. Matar uma criança deficiente não se equivale moralmente a matar uma pessoa. Com muita frequência, isso não é errado.”

    Esse ateu chanfrado é, imagine-se, professor de ética numa universidade dos EUA…

    Nunca li nenhum professor de ética, crente, defender tamanha barbaridade. Mas, pela amostra dos muitos peter singers ateus, podemos antever como seria este mundo se a específica” moralidade” ateísta imperasse:tornar-se-ia ainda mais sórdido.

    A resposta a estas anormalidades ateistas, porém, existe: um firme combate ideológico, democrático, sem concessões, compromissos, vacilações ou quaisquer espécie de tréguas.

    Porque, afinal, quando confrontado, o ateísmo é um tigre de papel. Os ateus rosnam muito mas não passam de uns gatitos enfezados. E há alguns, como Peter Singer, que chegam a defender o sexo entre humanos e animais e o assassinato de crianças

    Tomem que é democrático !

    • Anti tolo

      Antolo eleva-se perante o peso dos seus argumentos.

    • Novo ateu

      Pobreza mundial

      Em Famine, Affluence, and Morality, um dos mais conhecidos ensaios filosóficos de Peter Singer, o autor afirma que a injustiça de algumas pessoas viverem em abundância enquanto outras morrem de fome é moralmente indefensável. Singer propõe que todos os trabalhadores sejam obrigados a entregar pelo menos 10% do seu rendimento para resolver o problema da pobreza dos outros. Tendo ainda como pano de fundo esse tema publica em 2009 o livro The Life You Can Save – Actin now to end world poverty.

    • Moloch Baal

      Sim?

      E há crentes que defendem o extermínio dos negros, dos homosexuais, dos judeus, etc.

      E a tua igreja, que discrimina abertamente os homosexuais?

      Tu a isso dizes nada?

      Lá na EMCR só vos ensinam a hipocrisia e a adrabice?

  • Carlos Esperança

    Excelente análise do «momento zen de segunda».

  • Fernando GS

    Quer-me parecer que este renascido que por aqui anda é o abominável disfraçado. Há muitas semelhanças no discurso.

  • Hena!

    O cães que ladram, neste caso, são os teus deste blogue, certo?

    • Hena!

      Os ateus, claro!!!

      • Anti tolo

        Calma, Antolo, calma…

        • Hena!

          Podias mostrar.nos a licença, para confirmar se este é o Kavkaz, O Moloch, Ferreira…
          Eu não vos conheço só pelo focinho.

          Que é um ateu, ninguém duvida, mas o nome… como se chama… Vá lá nada de vergonha!

          • Anti tolo

            Somos legião…

          • Moloch baal

            Ah!

            Queres dizer que és tu, o aldrabão dos mil niks falsificados, que é muito corajoso.

            Tu até de sexo mudas só para não te reconhecerem.

            Tem vergonha na cara meu anormal.

          • odin

            Será que este chanfrado anti-cristão e pagão e adepto do Heavy Metal também faz o culto sacrificial de crianças ? Não me admiraria nada.Não és o único reaça. Há muitos mais chanfrados como tu.

            http://www.publico.pt/mundo/noticia/suspeito-com-ligacoes-ao-assassino-noruegues-breivik-detido-em-franca-1600375

          • Moloch Baal

            É possível.

            Sabes que isto das religiões às vezes dá a volta ao miolo das pessoas.

            PS

            Gostei do teu “argumento” de que sacrifico crianças.

            Quem não tem argumentos a sério tem de se agarrar a qualquer parvoíce não é?

            Entretanto estávamos a falar da completa estupidez de tu, o falsificador de centenas de nicks, se estar a armar em corajoso e moralista por outros usarem os seus próprios nicks.

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