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  • 18 de Junho, 2013
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

A Turquia nas mãos de muçulmanos ditos moderados

Pio IX dizia que o catolicismo era incompatível com a democracia mas, por virtude da segunda, foi desmentido. Não foram os papas que outorgaram a liberdade, esta impôs-se nos países moldados pelo Iluminismo, a Reforma e a Revolução Francesa.

No Islão jamais foi feita a prova de que a liberdade e a fé podiam coexistir. Não são os islamitas que são perigosos, são os fundamentos do Islão. O Corão apela à guerra santa e ao extermínio dos infiéis como sucede com todas as doutrinas totalitárias, com todos as religiões que se julgam as únicas empresas de transportes autorizadas a circular nas estradas que conduzem ao Paraíso.

A eleição de Abdullah Gul, em 2007, para Presidente da República foi uma afronta aos setores laicos e progressistas da Turquia moderna, especialmente aos militares e juízes, que sustentavam a laicidade imposta pela figura tutelar da Turquia moderna – Kemal Atatürk. Foi também a grande vitória do pio Erdoğan, primeiro-ministro desde 1954.

Como não há democracias militares nem de juízes, coube aos turcos respeitar a decisão das urnas e a Erdoğan, que detém o poder, respeitar a Constituição, apesar da religião.

Essa foi a última oportunidade para o Islão mostrar pela primeira vez que se conforma com o pluralismo e que um presidente e um PM islamitas são capazes de respeitar os que creem e os que não creem no Profeta, bem como os que não creem em profetas.

Se a democracia soçobrar na Turquia, prova-se que o Islão não renuncia à obediência ao anacronismo do livro sagrado e que entre a civilização e a barbárie, entre a liberdade e a fé, só resta a espada para defender uma ou impor a outra.

Enquanto Erdogan, um paciente devoto, foi urdindo a subordinação do País à demência do Corão, e esmagando a contestação laica, com a benevolência americana e europeia, a Turquia sofreu um processo de reislamização lento e eficaz. Os turcos secularizados já arriscam a vida para combater a opressão de um regime validado nas urnas e ungido nas mesquitas.

Sucedem-se as cargas policiais, os confrontos e endurece a repressão, com invocações a Alá e preces ao misericordioso Profeta contra os turcos secularizados. A polícia dispara a matar e o Governo ameaça usar o Exército para dissipar protestos contra Erdogan.

No dia 29 de outubro deste ano de 2013, era vulgar, comemorar-se-ia o 90.º aniversário da República homenageando Atatürk, o pai da Turquia moderna e laica. Erdogan, com o Corão em uma das mãos e na outra o exército, conduz em direção a Meca a República que deixará de ser «constitucional, democrática, secular e unitária».

18 thoughts on “A Turquia nas mãos de muçulmanos ditos moderados”
  • Anti tolo

    Antolo liga para a Telepizza.

  • Exterminador implacável

    Religião não é violência infantil.

  • Exterminador implacável

    O Islão é pacífico.

  • Exterminador implacável

    O futuro das crianças depende da sua educação.

  • Exterminador implacável

    Eu sou o futuro do meu país.

  • Exterminador implacável

    Islão: transformando pessoas em animais selvagens há demasiado tempo.

  • Exterminador implacável

    Eu sou um professor muçulmano moderado.

  • Exterminador implacável

    Religião não é violência infantil.

  • Exterminador implacável

    A Europa no futuro ou o surgimento de uma nova espécie: Homoislamensis. O futuro da civilização.

  • Exterminador implacável

    Nós somos normais. A razão está do nosso lado.

  • Exterminador implacável

    Porque insultas a minha religião? Porque insultas o meu profeta? Não vez que nós é que estamos certos?

  • João Pedro Moura

    CARLOS ESPERANÇA disse:

    1- “Pio IX dizia que o catolicismo era incompatível com a democracia mas, por virtude da segunda, foi desmentido.”

    Teria sido desmentido?!
    O catolicismo é que se adaptou à democracia, forçosamente por esta…
    O catolicismo continua incompatível com a democracia…
    … Pois que assenta o seu
    poder hierárquico e ideológico, não em escrutínio eleitoral periódico dos seus sequazes, mas sim em eleição majestática e carismática, vitalícia, e nomeação de dirigentes regionais e assessórios, os bispos, por essa entidade vitalícia, o papa…
    Portanto, isto está desconforme o sistema democrático…

    2- “Não são os islamitas que são perigosos, são os fundamentos do Islão.“

    E quem é que pega nos fundamentos do Islão e os torna perigosos???!!!
    Palavras são… palavras, apenas…
    O perigo advém da hedionda escumalha islâmica, que as interpreta, como querem, e fustigam o outro, a seu bel-prazer…

    3- “Foi também a grande vitória do pio Erdoğan, primeiro-ministro desde 1954.”

    Ele não é primeiro-ministro desde 1954, mas sim desde 2003.
    Nasceu em 1954…

    4- “Essa foi a última oportunidade para o Islão mostrar pela primeira vez que se conforma com o pluralismo e que um presidente e um PM islamitas são capazes de respeitar os que creem e os que não creem no Profeta, bem como os que não creem em profetas.”

    A Turquia é o país muçulmano mais liberal e sê-lo-á sempre. Balança entre o oriente e o ocidente, não só em termos culturais, mas também geográficos.
    Os turcos em nada concernem à boçalidade arabesca ou médio-oriental, sendo gente mais evoluída.
    O que acontece é que estes países não tiveram revoluções verdadeiramente democráticas e laicas, que englobassem o povo, a grande massa do povo, como houve no ocidente.
    O melhor político mundial do séc. XX, o turco Mustafa Kemal, fez uma grande revolução, algo de muito extraordinário na História, há 90 anos, mas não englobou o povo néscio nessa revolução, duma forma conscientemente assumida. Antes foi um político carismático e um dirigente fora de série, que o povo seguiu, como quem segue uma figura semidivina, um guia que os orienta no caminho da redenção, mas não no caminho da autolibertação, que é a primeira via de libertação.
    Havia um grande desfasamento entre o escol político e intelectual do país e o povo ignaro e boçal.

    Acontece que essa autolibertação está a ocorrer agora, mas só numa camada mais jovem, perfeitamente ocidentalizada, que mal se enquadra nos esquematismos políticos, arcaízantes e islamizantes, do país.
    Essa camada mais jovem é cerca de 30%, isto é, as jovens que não usam tapamentos têxteis islâmicos na cabeça e os seus varões congéneres. A grande massa das mulheres, que usa tais vedações têxteis e mentais, que são os outros 70% mais os seus homens congéneres, é que dão o voto ao Erdogan e seus pares…
    Qual o futuro disto?
    Aguardemos…

  • Provocador

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