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Reflexão sobre questões de reciprocidade

Na vida como no amor o principal é a reciprocidade. A igualdade e a justiça dependem dela.

A plurigamia repugna-se mas resigno-me se os homens e as mulheres tiverem o mesmo tratamento jurídico. O adultério é um ato de traição mas se a anuência for mútua não o estigmatizarei.

Os deuses são falsos e as religiões fraudes organizadas mas se as mulheres e os homens tiverem direitos iguais tornam-se toleráveis e passam a meras multinacionais para venda e divulgação de orações.

O direito de repúdio de uma mulher só é infame e infamante porque não é permitido à mulher o direito de repudiar o homem.

Sem casamento não há divórcio mas, aceitando a legitimidade de um, tem de se aceitar o direito ao outro.

Se os símbolos religiosos entram nos edifícios públicos o busto da República deve estar presente nas igrejas. Se as paredes das escolas têm crucifixos as capelas devem ter fotos do Presidente da República. Se a imagem da Senhora de Fátima viaja pelas paredes dos hospitais a primeira-dama deve ter a fotografia nas paredes das sacristias.

A toponímia das nossas cidades está pejada de santos e referência religiosas. É altura de as paróquias começarem a denominar-se Afonso Costa, República e Joaquim António de Aguiar.

Um bispo dá nome a largos, Voltaire pode designar as novas igrejas. O Papa entra na toponímia de uma cidade, a Praça de S. Pedro pode passar a chamar-se Garibaldi.

Não é justo que o espaço público fique saturado de santos, beatos, bispos e papas e a ICAR ignore nomes que evocam a liberdade e a cultura, de Machado Santos a Salgueiro Maia, de Voltaire a Raul Rego, de Tomás da Fonseca a Saramago.

A nova basílica de Fátima devia ter sido consagrada ao livre-pensamento – um espaço de liberdade – em vez de à improvável Santíssima Trindade.

Se forem proibidos pagodes, igrejas, sinagogas, enfim, templos de qualquer religião e espaços antirreligiosos, não faz sentido que sejam consentidas mesquitas para quem não aceita outra religião e impõe violentamente a sua.

6 thoughts on “Reflexão sobre questões de reciprocidade”
  • provocador

    Saramago, qual? Aquele bandalho que saneou, no PREC de má memória, mais de vinte jornalistas pelo mero facto de não terem ficha aberta no PCP? Afonso Costa, qual ? Aquele outro bandalho que insultava e agredia todos quantos deles divergiam, como Sampaio Bruno, António José de Almeida e o conde de Penha Garcia ? São esses os bandalhos, modelos de referência do Carlos Esperança ?

    • Carlos Esperança

      O Nobel do nosso contentamento e glória da língua portuguesa.

      • provocador

        A atribuição do prémio Nobel não transforma bandalhos em gente ética. A prova disso mesmo é Saramago e a intolerante da Ellen Johnson Sirleaf.

        • Carlos Esperança

          Os anónimos são a lepra que alastra no ciber-espaço.

          • provocador

            O Kavkaz e o Grilo Falante também são lepra ? Com ” amigos” como você quem precisa de inimigos ?

  • Veron

    Seu post totalmente pessoal mostra as limitações de sua cultura. A “reciprocidade” não é espalhar cultos à insandescidos, nem às suas pífias vaidades fúteis e daninhas. Se queria falar sobre “Reciprocidade” por que não leu NADA do pensador Haddammann? E porque, ainda até hoje, não sabe que o voltário não passava de um plagiador de Lavoisier, assim como o aristótolos foi um plagiador-sofista de Aristarco, e de outros.
    Os cacoetes da maçonaria lhe embotaram o prumo da reta Justiça e da sensibilidade; está a caçar láureas avançando no que não lhe coube outorgada competência.
    Na obra O ESPAÇO e a Procedência do Movimento está colocada toda a conceituação da RECIPROCIDADE, e esse labor literário-sócio-educativo foi RETIRADO das mãos do pensador antes de ser publicado; mas hoje até as saias-short de personagens (da parte do romance do primeiro livro) conceituadas como moda de praia para garotas, até isso está hoje sendo usado por elas, e os patifes que ROUBARAM e usurparam e usurpam tudo que tem nessa obra estão a enriquecer às expensas, à custa de mais de 28 anos de labor do Pensador Haddammann.
    Os fiíes-crentes nem querem saber disso, ou não lhes deixam saber, mas uma hora a verdade virá ante a cara de todos, e esses pastifes-pastutos vão pagar tudo que fizeram aos que vivem em brio e dignidade.

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