A última bênção de B16 no Vaticano
A nomeação do barão Ernst Von Freyberg, cavaleiro da poderosa Ordem de Malta e construtor de tanques de guerra, como novo presidente do Banco do Vaticano, revela que a maior preocupação de B16 não era a teologia, era a tesouraria.
Que o burro ou a vaca fossem afastados do presépio é um mero detalhe da mitologia católica, mas que o cardeal Bertone se mantivesse à frente do IOR, era um perigo para as finanças do obscuro Estado.
Foi coerente com a tradição católica a última atitude relevante do papa demissionário. Ninguém se interessa pelo passado da Igreja mas todos os cardiais e bispos se torturam com as finanças do Vaticano e temem as consequências da lavagem de dinheiro e das eventuais conexões com a máfia.
Não foram os casos de pedofilia que abalaram o Estado criado por Mussolini, foram as contas opacas do IOR e a luta do Opus Dei pelo seu controlo. Este Papa era agente da prelatura que protegeu JP2 e o arcebispo Marcinkus. Tarcisio Bertone tinha mais poder. Deus nunca foi visto no Vaticano mas o único deus de que há provas, o dinheiro, anda alheio à teologia mas atento ao poder das sotainas.
B16 pode dar-se por feliz por poder prescindir da tiara e do camauro, vivo. Valeu-lhe ter anunciado em direto a sua decisão. Doutro modo teria morte natural. Sem autópsia.
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