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Da fé e suas particularidades

A ansiedade com que alguns crentes se empenham na busca de provas científicas ou de discernimentos filosóficos que lhes permitam corroborar as crenças obstinadas, não lhes permite a serenidade suficiente para ajuizarem que essa busca contradiz em todas as particularidades o método e a convicção que precedem todo o seu empenho intransigente: a fé.

Quem tem fé acredita convictamente, sem necessidade de prova, numa asserção inverificável. Quem acredita convictamente numa asserção inverificável, não necessita de a tentar justificar. Logo, quem tenta a todo o instante justificar a essência da sua fé, ou não a tem ou não a entende.

46 thoughts on “Da fé e suas particularidades”
  • Jairo

    Ao autor deste texto,

    não confunda fé cristã ( confiar e guardar os mandamentos de Deus) com fideísmo ( princípio epistemológico auto-refutante e irracional). Informe-se, vá estudar. É o meu conselho.

    • David Ferreira

      Ao autor do texto anterior:

      A fé cristã está pejada de fideístas. Os crentes cristãos mais obstinados costumam tornar-se fideístas quando todos os argumentos que utilizam se tornam incredíveis. O fideísmo é, portanto, um princípio utilizado quando vos interessa, numa eterna contradição existencial.

      Toda a fé cristã se constitui como auto-refutante e irracional. Constantemente surgem novas interpretações da fé, novas interpretações de Deus. A crença é uma célula contraditória que se reproduz de acordo com o interesse dos seus apologistas.
      Não o mando estudar porque não quero ser condescendente consigo. Digo antes: estude-se. A sua fé já é demasiado confusa e cada crente tem a sua forma de a interpretar.

      • David Ferreira

        Esquecia-me de um pormenor. Por acaso mencionei a fé cristã? Não me parece. Ou você não consegue ver mais que a crença que adotou, entre milhentas outras?

        • Jairo

          David Ferreira, a sua afirmação sobre “quem tem fé” necessariamente inclui os que têm fé cristã. Ora, no Cristianismo a fé não é uma questão de epistemologia, mas de relação e confiança em Deus. O fideísmo, aquilo a que o seu texto se refere ENGANANDO as pessoas como se fosse a (única) definição de fé, é um princípio epistemológico irracional, auto-refutante e, veja lá como são as coisas, sem fundamento e já negado há séculos pelo cristianismo. O resto do seu comentário são asserções típicas de um publicitário ou propagandista. Deixa a lógica circular e a sua injustificada fé sobre a fé dos outros:informe-se e depois argumente. « A partir da criação, isto é, do mundo e da pessoa humana, o homem pode, só pela razão, conhecer com certeza a Deus como origem e fim do universo e como sumo bem, verdade e beleza infinita.» Catecismo da Igreja Católica. E mais uma pista. Segundo o Novo Testamento, também “Crês tu que Ele existe ? Também os demónios creêm”. Reparou num pormenor? Nenhum cristão diz que tais criaturas têm fé. Antes pelo contrário. Uma coisa é a EXISTÊNCIA DE DEUS ( questão de conhecimento racional ) outra é a CONFIANÇA EM DEUS ( questão de vontade e relação pessoal: “a fé sem obras é morta” + “se me amas guardai os meus mandamentos”, etc, etc). Portanto, corrija lá o seu genérico “quem tem fé” que introduziu uma definição do fideísmo, resultando num belo espantalho.

          • David Ferreira

            « A partir da criação, isto é, do mundo e da pessoa humana, o homem pode, só pela razão, conhecer com certeza a Deus como origem e fim do universo e como sumo bem, verdade e beleza infinita.»

            “Crês tu que Ele existe ? Também os demónios creêm”.

            “a fé sem obras é morta” + “se me amas guardai os meus mandamentos”, etc, etc).

            A teologia do catecismo católico pode funcionar bem em criancinhas a quem se pretende lavar o espírito crítico.
            Gosto particularmente da parte dos demónios. Algo para assustar criancinhas, concerteza…
            Guardai os mandamentos. Quais mandamentos? Aquela fotocópia barata de dizeres onde apenas em dois deles se pode encontrar alguma moral de valor? Aqueles do Deus narcisista e arrogante que tem tanto receio que a sua criação adore outras entidades que precisa de exigir que o amem?
            O cristianismo já negou o fideísmo. Quando lhe serviu, utilizou-o. Prática usual da Santa Madre Igreja. São dois mil anos a treinar malabarismos que justifiquem a necessidade de uma organização opulenta e inútil.
            Não, meu caro, não pretendo enganar ninguém. Aqui esponho as minhas ideias. Tem o direito de não concordar. Se não lhe agradam, não leia.
            Aqui não há criancinhas para mimar.

          • Ícaro Cristão

            Pérolas…. Esta resposta do Jairo é boa porque explica, desmonta e acrescenta. Vai no sentido do que já disse nestes fóruns, é aqui nas catacumbas dos comentários que se tropeça em bons textos, como este. Pena o DF pôr-se com aquelas coisas das criancinhas… Abraço

          • David Ferreira

            Desculpe que lhe diga, mas, a meu ver, só uma criança “engole” o discurso de Jairo, que não desmonta nada e muito menos acrescenta.

          • Ícaro Cristão

            David, eu explico então. Acrescenta porque explica o que é a Fé. Desmonta porque revela a fraqueza do seu argumento. É simples. Abraço

          • David Ferreira

            Ícaro, passo a explicar-me também. Apenas define uma interpretação particular de fé. O meu argumento é bem direcionado e ainda não li aqui argumentos de peso que o contrariem, ou que eu considere válidos. É complicado… Abraço

          • Ícaro Cristão

            O argumento (?) é tão fraco que se anula a si mesmo. Basta lê-lo.

      • tt

        Esta resposta demonstra mais a ignorância e a má-fé.

        O Jairo disse, e com razão, que, seja por ignorância ou por má-fá, os ateus misturam tudo.

        Genericamente é isso que se vê aqui.

  • Daniel

    “Responder-lhe-ei convenientemente numa próxima oportunidade. E não
    espere do meu discurso gongórico um autêntico fiasco, mas sim uma
    trovoada de saloísmo ateu”

    David Ferreira

    Foram dois parágrafos retumbantes de ” saloísmo ateu”, do David, bem ao jeito daquilo que a sua visão materialista é capaz de lhe permitir. Este David vive num mundo em que tudo o que não seja empiricamente testável não lhe oferece garantias de existência real.

    Por isso, deste autêntico fiasco davidiano, era possível ler-se algo como:

    ” Quem tem fé, acredita convictamente,sem necessidade de prova, numa asserção empiricamente inverificável, como aqueles que acreditam na natureza imaterial, invisível e empiricamente não testável dos sentimentos”

    • David Ferreira

      Não era esta a resposta que lhe prometi.
      Quanto a essa, aguarde. Mesmo que eu vivesse nesse mundo absolutamente materialista que refere, não percebo o que tanto o apoquenta nisso. Você deve achar-se alguém especial no mundo dos homens. Alguém que se acha com capacidades de entendimento superiores ao comum dos mortais. Algo típico de quem anseia pela eternidade. Você e a miraculosa Joana Solnado fariam uma parelha digna de se ver.
      O impíricamente testável até poderia ser uma proposta aceitável e válida. Obviamente que todo esse mundo imaterial implode no mito do seu Jesus. O seu estilo repetitivo começa a tornar-se enjoativo. Você constantemente deturpa as coisas e só valoriza o que lhe interessa, o que vai de acordo com o fanatismo das fantasias com que sonha.

      • Daniel

        “Não era esta a resposta que lhe prometi. Quanto a essa, aguarde”

        Aguardo, quero ver até que ponto é que você aparece com a sua terrível ” trovoada de saloísmo ateu”, tão prometida, mas para já adiada.

        “Mesmo que eu vivesse nesse mundo absolutamente materialista que refere, não percebo o que tanto o apoquenta nisso.”

        Não me apoquenta rigorosamente nada. No seu mundo materialista, a frase que você proferiu e que eu parafraseei é que me interessou destacar, para demonstrar a que ponto conduziria esta sua doentia obcessão com a necessidade de prova de asserções verificáveis:

        “Quem tem fé acredita convictamente, sem necessidade de prova, numa asserção inverificável”

        Como é óbvio e você fez de conta que não viu, essa sua frase poderia ter correspondência com esta, tendo em conta que os sentimentos são realidades imateriais, invisíveis e insusceptíveis de empírica comprovação:

        ” Quem tem fé, acredita convictamente,sem necessidade de prova, numa asserção empiricamente inverificável, como aqueles que acreditam na natureza imaterial, invisível e empiricamente não testável dos sentimentos”

        Você não acredita convictamente que há pessoas que nutrem sentimentos por si ? Se sim, não é pela íntima convicção que essas pessoas o estimam ? Mas como sabe que as pessoas o estimam, se os sentimentos são invisíveis e imateriais ? Que certeza pode ter que esses sentimentos, de terceiros, existem em relação a si ? Como pode testá-los empiricamente ? Não pode, não consegue. Ou tem fé que há pessoas que o amam e estimam ou não tem. Por isso, se você acreditar nos sentimentos de terceiros, está a acreditar convictamente sem necessidade de prova em realidades empiricamente não testáveis.

        Mas como você deve ser um desconfiado existencial e não acreditar em asserções empiricamente não testáveis, sempre que alguém disser que o ama, você provavelmente irá dizer-lhe que essa é uma asserção que não pode ser provada por meios empiricamente testáveis.

        Essa é a lógica ridícula da sua metafísica materialista. Na minha metafísica idealista, as lágrimas são expressões de sentimentos ou emoções humanas, não se limitam a meras composições materiais de água e sais minerais. E, na minha metafísica idealista, quando alguém me diz que me ama, eu acredito ou não acredito, não vou retorquir com o disparate de que os sentimentos, por imateriais e invisíveis, não serem empiricamente testáveis.

        “Você deve achar-se alguém especial no mundo dos homens. Alguém que se acha com capacidades de entendimento superiores ao comum dos mortais”

        Olhe que essa também não é uma asserção empiricamente testável. Você não consegue captar os meus sentimentos . Que se passa consigo ? Onde está a sua coerência intelectual ? Agora deu-lhe para ter fé em realidades empiricamente não testáveis ? Deu-lhe para ser bruxo ?

        Mas fique tranquilo que eu não me sinto superior a ninguém, apenas não gosto de abdicar da minha opinião pessoal

        Se anseio pela eternidade ? E depois, se eu ansiasse pela eternidade qual o problema ? Em que é que isso o incomoda ? Eu também acredito que os sentimentos de terceiros por mim existem, não sou um descrente como você em relação a tudo o que não sejam realidades empiricamente não testáveis.

        “Você e a miraculosa Joana Solnado fariam uma parelha digna de se ver”

        Então, o David não consegue resistir a estalar o seu falso polimento ? já entrou naquela fase em que tenta escarnecer com base na comparação com a Joana Solnado ? Com a actriz Joana Solnado ? Não sabia que ela era miraculosa ? Como sabe ? Fez-lhe alguma experiência materialmente testável ? Do estilo: ” abre as pernas para eu testar se existes” ?

        “O impíricamente testável até poderia ser uma proposta aceitável e válida”

        Sim, o empiricamente testável é uma coisa do caraças.

        ” O seu estilo repetitivo começa a tornar-se enjoativo”

        É tal e qual como o seu, mas eu aguento bem os estilos enjoativos de gente como você.

        “Você constantemente deturpa as coisas e só valoriza o que lhe interessa, o que vai de acordo com o fanatismo das fantasias com que sonha”

        Você tem muita letra, muito paleio, mas quem se der ao trabalho de desmontar as suas frases simplórias, consegue facilmente provar que você é um autêntico fiasco.

        Muita parra mas pouca uva.

        • David Ferreira

          Ora muito bem, pelo menos vejo que habita em si uma réstia de humor. Então não sabe que a Joana afirma que curou o cancro do pai? E sobre as pernas dela só lhe posso dizer que há coisas que nem a garantia de salvação e eternidade me levariam a testar. E o modus vivendi que ela pratica ultimamente só atesta a impraticabilidade dessas mesmas pernas, uma vez que se dedica a extorquir dinheiro a pobres de espírito que acreditam nas suas visões psicadélicas. Mas apenas porque neste mundo não há almoços de borla, quanto mais visões ou concepções do paraíso.

          Quando disse o empiricamente testável, queria citar o seu “empiricamente inverificável”. Erro meu, leve lá a taça.

          Quanto aos sentimentos, bom, nem sei por onde hei-de começar. Aquilo que você refere como sentimentos, dos quais todos somos providos, tem uma explicação biológica, química e que advém da evolução. Não é por causa disso que temos que os aplicar na prática friamente ou negligenciá-los sequer. Acho que o paralelismo que tenta esboçar não é o mais adequado. Só assim se pode explicar a noção de frieza ou desumanidade que faz das pessoas mais, digamos, “materialistas”.

          Obcecado eu? Acha mesmo? Convicto nos meus propósitos, talvez. Eu sou eu e respondo por mim, com a minha originalidade e com as motivações que sinto e que considero estarem certas, independentemente de, por vezes, não as conseguir expôr com mais clareza, uma vez que não me encontro aqui de plantão. Mas o que aqui coloco sou eu, uma pessoa, uso o meu nome, não me escondo numa legião de heterónimos bíblicos.

          O polimento adequa-se às respostas que as circunstâncias requerem.

          Você realmente tem muita uva, muito sumo. Pena é a sua parra ser empiricamente inverificável e verificavelmente inexistente.

          • Daniel

            “Quanto aos sentimentos, bom, nem sei por onde hei-de começar”

            Experimente colocá-los num tubo de ensaio para ver se os consegue empiricamente demonstrar.

          • David Ferreira

            Não é necessário tubo de ensaio para demonstrar sentimentos. Estava com inveja e também optou por se tornar saloio.

          • Daniel

            Você agora é bruxo ? Afinal põe-se a tentar adivinhar os meus sentimentos ?Fico à espera da sua ” trovoada de saloísmo ateu”. Já tarda, deve estar a ver se arranja inspiração para os relâmpagos. Força, não se iniba, ponha aí toda a sua sabedoria que é para o pessoal ver o que você verdadeiramente vale.

          • David Ferreira

            A seu tempo. Eu não acredito nas tretas dos bruxos. Mas que os há, há.

  • Ícaro Cristão

    Vê-se que DF não vai à raiz das coisas. Por exemplo, das palavras. Fé vem do Latim “Fides” que, conjugada, quer exactamente dizer Confiança. Ora tem Fé que Confia numa determinada história ou facto. Nós, cristão, temos Fé, ou seja, Confiamos no Facto de Jesus ser Deus, ter morrido e, mais importante, ter Ressuscitado. A Fé num facto. Oh David, agora quem não tem Fé é que vem aqui dizer do que se trata num tom moralista? É má Fé!!

    • David Ferreira

      Meu caro Ícaro, a sua fé interpretação de fé não é idêntica em todos os cristãos.

      Todos os que aqui se apressaram a comentar e manifestar a sua interpretação específica de fé, se esqueceram de um pormenor muito importante. Esse pormenor fundamental está manifesto no início do texto, que passo a referir:

      • David Ferreira

        “A ansiedade com que alguns crentes…” Alguns.
        A incerteza e a ansiedade levam-nos, por vezes, a enfiar depressa demais todas as carapuças que nos dão a provar.

        • Ícaro Cristão

          Oh David, mas que grande confusão. Não me apressei. Simplesmente tropecei no post e comentei. Não houve pressa. Quanto à interpretação de Fé é a dos Cristãos que seguem Pedro, ou seja, o Santo Padre. E essa é a interpretação que lhe damos. ps: continuo a não perceber porque se perde, nestes debates, com “carapuças” e coisas que tais. Debata, homem.

          • David Ferreira

            O comentário anterior era para si.

          • Ícaro Cristão

            David, posso apenas responder pelo Cristianismo que se torna presente pelos discípulos do Santo Padre, os Católicos, portanto. As tais cisões reportam-se sem excepção à afirmação da Fé Cristã anunciada pela Igreja. Cisões que, mais do que enfraquecer, confirmam a Sua Fé. Abraço

        • David Ferreira

          Terá noção que a interpretação de fé não é idêntica em todas as modalidades de cristianismo. Se assim fosse, não teriam ocorrido tantas cisões e tantas formas de interpretação. Qual delas está certa? A meu ver nenhuma, mas estou aberto a sugestões.

  • Lindinha

    A Fé convertida em crença não é inteligível; ela é uma assertiva aquém da inteligência. A fé quando muito é como uma inferência, plausível como brejeirices do ser humano, que pode se apegar num pé-de-coelho, ou, num trevo-de-quatro-folhas; portanto é de fôro íntimo, instransferível por sua natureza; transportá-la a estraga, vira crença, bestice. É como o homem que imagina ter um leão ao seu lado para protegê-lo; a criança faz isso, o ser humano adulto também. Mas não passa disso. No momento em que se prostra para “adorar” esse leão, a pessoa ficou doente, e ficou ludibriada por si mesma. Nesse estágio os vigaristas entram, e oprimem, e usam com covardia a pessoa enfêrma.

    No caso da inferência inteligível, ela tem consecutiva uma proposição (que já é plural, um arcabouço afirmativo, uma premissa); e esta ao ser elaborada passa a uma condição; daí pauta-se uma causa e um efeito; prontifica-se então uma sentença ou resultado; que já é verificável por uma tese, de teses se faz uma ou mais hipóteses (ou vice-versa), teses e hipóteses fazem um ensaio; ensaios (argumentos concatenados por rigorosa reflexão) já podem conter teoremas; e prossegue-se de teoremas à teorias (condições, causas, leis, co-nexadas em si), e destas aos postulados (que é um conjunto sucinto de conceitos, princípios, e leis, em exímia e simplificada explicação — como os Postulados do Par-Carga, na Lógica Conjuntural do ESPAÇO, de autoria do Pensador Haddammann).

    Um consenso de várias “fés” pode dar ensejo a um romance na convivência de uma civilização; mas um romance sincero dispensa cabalmente fantasias armadas em crenças, (que são forjadas com intuito de dominação e restrição do desenvolvimento da mentalidade das Sociedades de uma Civilização).

    É nesse ponto de elaborações do imaginário que os gibis têm vez, e os “pastores” (patifes interesseiros oportunistas e parasitas) são jogados enfim, pelas pessoas conscientes, no lixo.

    Por essas declarações é que se serviram os larápios enfeitados como líderes políticos hoje para deslustrar os países e a Sociedade, enganando as pessoas e roubando-lhes descarada e vergonhosamente.

    É uma extensão de fatos atinentes a tais assuntos (que primam por atenção), que está pautando várias declarações publicadas no Gleam(er)(s) Team blog.

    • Shere W.

      Quando os homens conceptuaram: “Há uma regência” (ou, uma concatenação de fenômenos que nos leva a ser o que somos); os parasitas-vagabundos-desonestos se amancomunaram e se auto-proclamaram donos dessa “regência”. E deram a ela o nome de “deus”. E fizeram cartilhas de submissão, ensopadas de mentiras, E as espalharam, e com elas forjaram um domínio atroz; e esse conluio usa-as como crença(s): a mais sórdida e violenta arma de destruição e aniquilamento civil.
      Assim deturparam os conceitos, a vida e o viver humano. E tiaram a felicidade sincera do viver de todos, até deles mesmos.

  • David Ferreira

    Bastaram umas simples e simplórias observações para me ver aqui cercado por todos os lados pela Santíssima Trindade da blogosfera anti-ateista, em frenético êxtase apologético. Não fosse eu tão descrente, começava a ficar preocupado com a descarga apocalíptica. Pobre de mim, um desconfiado existencial por defeito genético.

    • Pitonisa

      Ai, menino, olhe, eu tenho de lhe pedir desculpa, sabe? Porquê? Por só agora me dirigir a si. Mas a culpa é toda sua, sabe, seu malandreco? É que o rico tem-me deixado siderada, verdadeiramente petrificada e aturdida, com os seus escritos. E olhe que “são os termos mais brandos que consegui encontrar.
      Sabe, Vidinho – deixe-me que o trate assim, que a minha provecta idade já não dá para alimentar ou, sequer, criar ilusões – há muito tempo que eu não sentia um prazer tão grande. Refiro-me, naturalmente, ao prazer espiritual, que outros, designadamente os carnais, estão-me vedados. Como o menino deve saber, pitonisa que se prese é virgem, mas olhe, eu não vim aqui falar das minhas minudências anatómicas.
      Olhe, rico, eu tenho de lhe dar muitos parabéns! Finalmente, este Diário está a tornar-se asséptico e legível. Até o Grilo Falante já vai tendo alguma conversa escorreita. Sim, que o respeitinho é muito lindo. Só não sei o que é feito do Kavkaz, espero que não tenha perdido o pio ante a verve do David. Claro que o maroto do António Fernando, ultimamente disfarçado de “Daniel”, ainda borra um bocadinho a pintura, mas olhe, tem de lhe dar um desconto. Ele é casado com uma mulher dedicada, mas ateia; o seu – dele – melhor amigo também é ateu. Considerará que é mentalmente pouco saudável, e nada recomendável, viver em tais circunstâncias, principalmente quando se tem o cuidado e se faz o sacrifício de criar um deus só para si – para ele, entenda-se. Porque, caso o menino não saiba, o António Fernando/Daniel/et coetera, chutou o deus da Bíblia para canto, que Zeus me perdoe a linguagem futebolística. Precisamente o único deus reconhecido oficialmente, inclusive pelo próprio Estado Português. Sim, que o Aníbal não falha uma missa com a inevitável rodela de Cristo. Aliás, quando o papa andou por aí, o Aníbal parecia a sombra do homem.
      Pois bem, o grande problema do Nandinho, que apostou que havia de ter mais heterónimos que o Pessoa – e ganhou a aposta, de longe! – já nem é o seu – dele – conceito de deus; o grande problema é que ele quer ser ateu, mas tem vergonha. Ou antes, ainda não descobriu uma maneira airosa de chutar para canto mais este deus, sem que a maralha ateísta faça chacota. Acho que os psicólogos chamam a isso “frustração”, ou lá o que é. Vai daí o Nandinho vem sublimar a frustração batendo em tudo o que mexe – desde que seja ateu. Aliás, às vezes também bate nos correligionários (o JoãoC que o diga, e o Ícaro também não lhe escapou). Veja lá o estado do Nandinho, coitado, que até acha muito bem que toda a gente, ateus incluídos, paguem a assistência espiritual aos católicos, mas, quanto às outras religiões até assobia para o lado. Cinco anos no Conservatório, a aprender a assobiar para o lado. O menino anda por aqui há relativamente pouco tempo, e ainda não conhece os cantos à casa, mas eu sou uma boa cicerone. Ou podia ser, se quisesse, mas dediquei-me ao Nandinho. Ele tem problemas e até nem se revê no conceito da ICAR perante Jesus – que ele diz que é de Nazaré, apesar de ter nascido em Belém. Ou seja, não tarda nada e o Nandinho da minha afeição está a criar o seu – dele, claro – conceito de Jesus. Veja lá, que ele até acha que Jesus não morreu pata nos salvar – embora nunca tenha exp0licado por que carga de água foi dependurado numa cruzeta.
      Por isso, não lhe faça muito mal. O Nandinho é o idiota útil, o Dâmaso que faz falta a este portal; e eu tenho uma grande estima por ele, como deve calcular. Vou mais longe: se eu fosse mais nova, mandava às malvas a “pitonisidade” e entregava-lhe este agora caloso véu himenial.
      E prontes, Vidinho, fico-me por aqui, que a conversa já vai longa, mas o menino merece.
      Uma beijoca da sua

      Pitonisa

      • David Ferreira

        Agradeço os elogios, Pitonisa, que considero como incentivos.
        Não tenho o dom da profecia, como a estimada, mas a previsibilidade de “Legião” começa a tornar-se uma lei física a necessitar de constante afinação, uma tarefa árdua, mas interessante.

        Uma vénia, como convém a uma sacerdotiza

    • Pitonisa

      Ai, menino, olhe, eu tenho de lhe
      pedir desculpa, sabe? Porquê? Por só agora me dirigir a si. Mas a culpa é toda
      sua, sabe, seu malandreco? É que o rico tem-me deixado siderada,
      verdadeiramente petrificada e aturdida, com os seus escritos. E olhe que “são os
      termos mais brandos que consegui encontrar.

      Sabe, Vidinho – deixe-me que o
      trate assim, que a minha provecta idade já não dá para alimentar ou, sequer,
      criar ilusões – há muito tempo que eu não sentia um prazer tão grande.
      Refiro-me, naturalmente, ao prazer espiritual, que outros, designadamente os
      carnais, estão-me vedados. Como o menino deve saber, pitonisa que se prese é
      virgem, mas olhe, eu não vim aqui falar das minhas minudências anatómicas.

      Olhe, rico, eu tenho de lhe dar
      muitos parabéns! Finalmente, este Diário está a tornar-se asséptico e legível. Até
      o Grilo Falante já vai tendo alguma conversa escorreita. Sim, que o respeitinho
      é muito lindo. Só não sei o que é feito do Kavkaz, espero que não tenha perdido
      o pio ante a verve do David. Claro que o maroto do António Fernando,
      ultimamente disfarçado de “Daniel”, ainda borra um bocadinho a pintura, mas
      olhe, tem de lhe dar um desconto. Ele é casado com uma mulher dedicada, mas
      ateia; o seu – dele – melhor amigo também é ateu. Considerará que é mentalmente
      pouco saudável, e nada recomendável, viver em tais circunstâncias,
      principalmente quando se tem o cuidado e se faz o sacrifício de criar um deus
      só para si – para ele, entenda-se. Porque, caso o menino não saiba, o António
      Fernando/Daniel/et coetera, chutou o deus da Bíblia para canto, que Zeus me
      perdoe a linguagem futebolística. Precisamente o único deus reconhecido
      oficialmente, inclusive pelo próprio Estado Português. Sim, que o Aníbal não
      falha uma missa com a inevitável rodela de Cristo. Aliás, quando o papa andou
      por aí, o Aníbal parecia a sombra do homem.

      Pois bem, o grande problema do
      Nandinho, que apostou que havia de ter mais heterónimos que o Pessoa – e ganhou
      a aposta, de longe! – já nem é o seu – dele – conceito de deus; o grande problema
      é que ele quer ser ateu, mas tem vergonha. Ou antes, ainda não descobriu uma
      maneira airosa de chutar para canto mais este deus, sem que a maralha ateísta
      faça chacota. Acho que os psicólogos chamam a isso “frustração”, ou lá o que é.
      Vai daí o Nandinho vem sublimar a frustração batendo em tudo o que mexe – desde
      que seja ateu. Aliás, às vezes também bate nos correligionários (o JoãoC que o
      diga, e o Ícaro também não lhe escapou). Veja lá o estado do Nandinho, coitado,
      que até acha muito bem que toda a gente, ateus incluídos, paguem a assistência
      espiritual aos católicos, mas, quanto às outras religiões até assobia para o
      lado. Cinco anos no Conservatório, a aprender a assobiar para o lado. O menino
      anda por aqui há relativamente pouco tempo, e ainda não conhece os cantos à
      casa, mas eu sou uma boa cicerone. Ou podia ser, se quisesse, mas dediquei-me
      ao Nandinho. Ele tem problemas e até nem se revê no conceito da ICAR perante
      Jesus – que ele diz que é de Nazaré, apesar de ter nascido em Belém. Ou seja, não
      tarda nada e o Nandinho da minha afeição está a criar o seu – dele, claro –
      conceito de Jesus. Veja lá, que ele até acha que Jesus não morreu pata nos
      salvar – embora nunca tenha exp0licado por que carga de água foi dependurado
      numa cruzeta.

      Por isso, não lhe faça muito mal.
      O Nandinho é o idiota útil, o Dâmaso que faz falta a este portal; e eu tenho
      uma grande estima por ele, como deve calcular. Vou mais longe: se eu fosse mais
      nova, mandava às malvas a “pitonisidade” e entregava-lhe este agora caloso véu
      himenial.

      E prontes, Vidinho, fico-me por
      aqui, que a conversa já vai longa, mas o menino merece.

      Uma beijoca da sua

  • GriloFalante

    Não é a primeira vez que, quando um ateu defende que só o comprovável deve ser aceite como existente excluindo, necessariamente, a existência de deuses e outras aldrabices similares, não é a primeira vez, dizia, que se contra-argumenta com os sentimentos – já que estes não são materializáveis e, no entanto, os ateus acreditam neles. Há tempo, um crente asseverava que o ar também não se via e, no entanto, ninguém duvidava da sua existência…
    Eu vejo nisso ou uma certa ingenuidade ou um esforço desesperado para tentar provar o improvável: a existência de divindades. Claro que não acredito em desonestidade intelectual…
    Na verdade, o amor, a amizade e outros sentimentos, além de se encontrarem devidamente estabelecidos como fruto de reacções químicas (como, mais abaixo e bem melhor explica o David) são perfeitamente materializáveis. Um gesto de carinho, um acto solidário, são visíveis, quase arriscava a dizer “palpáveis”, o que não acontece com as ditas divindades.
    É certo que os crentes podem afirmar (já o fizeram muitas vezes) que Deus se materializou em Jesus. E eu acho muito bem que digam, é um direito que não lhes pode, nem deve, ser negado. Mas não há um único documento credível que ateste a existência do tal “filho de Deus”, enquanto existem toneladas que atestam, sem margem para dúvidas, que Jesus foi (mais um) deus pagão, criado pelos gnósticos, e adaptado do então “existente” Dionísio, a.k.a. Osiris.
    Quanto a acreditarem em deuses, repito: é um direito que lhes assiste. Cada um acredita no que quer. Não acreditar, é outro direito.
    Mas não venham dizer que “existe” uma coisa que nunca ninguém viu, sentiu ou cheirou.
    Ou, como diria o Carlos Esperança, nunca fez prova de vida.

    • Ícaro Cristão

      Pega-se em 2kg de Osiris, 3litros de Zeitegeist, 3 colheres de Poltergeist e confusão q.b., bimby a velocidade muito lenta e sai um comment cheio de lugares comuns. Pedia então que o Grilo comprovasse cientificamente (com documentos) todos os seus antepassados pelo menos umas 100 gerações para trás. Não se esqueça que é muita gente e (uma pista) se algum deles não tivesse “de facto” existido você não estaria aqui. Grilo, comprove-me cientificamente todos os seus antepassados que, não tenho dúvidas, existiram. Aquele abraço, e boa investigação.

      • GriloFalante

        Peço desculpa, mas a minha limitada compreensão não me permite acompanhar o sentido do seu desafio… O que é que tem o cu a ver com as calças, ou seja, o que é que o comentário tem a ver com os meus antepassados?

      • David Ferreira

        Ó Ícaro, desculpe intrometer-me, mas poderia perguntar-se de igual modo onde estão os descendentes de Maria, ou seja, os descendentes dos irmãos de Jesus. Não deixa de ser estranho que um evento de tal magnitude como o nascimento do salvador da humanidade, de uma mãe virgem mas que produziu descendência, se tenha perdido nos confins da história. Ou a descendência de José e de Maria terá uma relevância ínfima para os cristãos que elaboraram as escrituras sagradas? Ou terá menos importância do que as descrições extremamente exaustivas da descendência de outros profetas e personagens bíblicos? Ou será esse um segredo bem guardado? Será esse o Santo Graal? Convirá que o mistério que envolve toda a história do profeta que deu origem ao cristianismo tem muitas circunstâncias estranhas. Tão estranhas que nem o seu próprio povo, que o viu nascer, o reconhece como filho de Deus.
        A quase invisibilidade da família de Jesus, de seu pai, de sua mãe e, sobretudo, dos descentes da família que se apresenta como o paradigma da santidade, é algo que não pode ser menosprezado sempre que o espírito crítico e imparcial se insinue.

        • GriloFalante

          “Tão estranhas que nem o seu próprio povo, que o viu nascer, o reconhece como filho de Deus.”
          Pois não, David. Ele só foi considerado “filho de Deus” no decurso de um terreno e pouco recomendável Concílio. Até aí, mais não era do que o símbolo dos cristãos gnósticos.

        • João Pedro Moura

          DAVID FERREIRA disse:

          “A quase invisibilidade da família de Jesus, de seu pai”…

          Qual pai???!!!

          • David Ferreira

            Uma boa questão. Talvez devesse dizer “do marido de sua mãe”.

        • Ícaro Cristão

          David, inspira-se em Dan Brown para tecer comentários? Meu Deus! Parece que Jesus não teve irmãos nem filhos, homem de Deus. E de profeta não tinha rigorosamente nada. Ou seja, os profetas é que O vinham a anunciar. Reparei que não trouxe provas documentais sobre todos os seus antepassados nem os do Grilo. Pelo que concluo que, mesmo sem provas irrefutáveis, pela evidência do que observamos (David e Grilo estão vivos e têm ascendentes) podemos então concluir que os vossos antepassados (tal como os meus) existiram todos. Um abraço aos dois, de boa Fé

          • GriloFalante

            Ó Ícaro, você tem a certeza de que a última rodela de Cristo que engoliu estava dentro do prazo de validade? É claro que todos temos ascendentes, nenhum de nós nasceu por geração espontânea. Mas continuo a dizer que o cu nada tem a ver com as calças. Ou será que você quer dizer que também Cristo tinha ascendentes? Claro que tinha! A dificuldade está na escolha: os referidos por Lucas, ou os indicados por Mateus? Porque os cristãos têm de se decidir, definitivamente: Jesus, ou era filho de Deus, e naão podia ter ascendência paterna (a que vem referida pelos evangelistas citados) ou era descendente de David – e, nesse caso, não era filho de Deus.
            Aliás, sabemos que não era, q.e.d. Simplesmente, porque nunca existiu e, nesse aspecto, dou-lhe razão: quem nunca existiu não pode ter irmãos. Nem ascendentes biológicos. Mas pode ter ascendentes místicos: Osíris, Dionísio, por exemplo…

          • Ícaro Cristão

            Grilo, você acusava os “Crentes” de usar os sentimentos para lhe explicar (muito justamente) que mesmo o invisível como o Amor é real apesar de não poder ser posto num tubo de ensaio (e não pegue nas reacções químicas porque está pura e simplesmente a dar um enorme tiro no pé). O Amor de um Pai por um filho é de facto um bom exemplo para “testar” que o invisível existe. Ainda assim, propus-lhe outro exemplo – já que você andava na química dos sentimentos – de lhe demonstrar que, mesmo sem uma prova física e indesmentível lhe consigo provar algo. Usei então o exemplo dos “Antepassados”. Todos sabemos que os tivemos. Todos nós temos 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós (and so on). Quer então dizer que todas essas pessoas existiram, sem que haja um único documento que o comprove (o que é válido se pensarmos em gerações mais antigas). Logo, dedutivamente, chegamos a uma conclusão dispensando a prova documental. Era este o meu ponto. Agora, se o quiser torcer, contorcendo-se, esteja à vontade… Resumindo e baralhando: científicamente, não lhe consigo provar que Deus existe, como não me consegue provar a inexistência de Deus. Já dedutivamente…

          • GriloFalante

            “científicamente, não lhe consigo provar que Deus existe, como não me consegue provar a inexistência de Deus. Já dedutivamente…”
            Assim, sim! Agora já percebo (eu avisei que a minha capacidade de compreensão é muito limitada, como convém a um grilo). Mas vamos por partes.
            É evidente que consigo provar que Deus não existe. Mas como sou simpático, deixo-lhe a si a primazia: prove, cientificamente, que não existe um papagaio azul invisível no meu ombro direito.
            Claro que não consegue; já dedutivamente… bom, eu não consigo arranjar documentos que provem a genealogia do papagaio visível que, efectivamente, tenho.
            Ó Ícaro: poupe-me, se faz favor. As pessoas podem, “dedutivamente”, chegar às conclusões que quiserem. Não conhece a história daquele rapaz que, só porque não tinha um aquário, era, dedutivamente, maricas? Se quiser, eu conto-lha. Mas não me conte, a mim,, histórias da carochinha. Somos parecidos (grilos e carochas) mas somos diferentes.
            Não confunda.

          • Ícaro Cristão

            lol. Conheço a anedota. Mas penso que percebeu o meu ponto, apesar de desconversar com a história do papagaio. O que lhe provei foi que, mesmo sem provas documentais, podemos com segurança afirmar algo. Com a Fé funciona assim. Acreditamos ou não no que nos afirmam. E experimentamos, sim experimentamos, a existência do tal Deus que você nega. Prove-me então Deus não existe… ou então deixe-se de histórias da carochinha. Abraço

          • David Ferreira

            Parece que Jesus não teve irmãos? Então que foram Tiago, José, Simão e Judas. E quem foram as irmãs mencionadas na Bíblia?

            Você até pode achar que ele não tinha nada de profeta. O mesmo não pensam os Judeus e os Muçulmanos.

            Quanto a mim, os meus antepassados perderam-se nas profundezas das memórias do tempo. Sinal de que a sua existência, porventura, não tenha terá tido grande relevo para a humanidade. Quanto aos que deveriam ter tido relevância para a humanidade, de acordo com os escritos moldáveis, é que não existem provas nenhumas. Nem refutáveis, nem irrefutáveis nem de espécie alguma.

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