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Saber se existe.

Vários comentadores discordaram, pelo menos em parte, da minha proposta de que a ciência decide se algo existe comparando diferentes hipóteses. Se bem que já tenha abordado isto algumas vezes, é daqueles temas que quanto mais se tenta explicar melhor se consegue perceber, pelo que só tenho a ganhar em tentar de novo. A quem se incomodar porque eu “chovo no molhado” peço desculpa, mas não há reembolsos.

Vamos supor que queremos determinar se existem tubarões num charco. Temos de considerar, pelo menos, duas hipóteses: a hipótese de existirem tubarões nesse charco e a hipótese de não existirem. Em qualquer investigação há sempre mais do que uma hipótese a considerar e alegar revelação divina, infalibilidade ou alguma intuição mágica para ignorar alternativas será intelectualmente desonesto. Assim, encontrar a resposta a qualquer pergunta acerca dos factos consiste em seleccionar a hipótese mais plausível de um conjunto de hipóteses. Um ponto fundamental, sistematicamente descurado pelos apologistas do sobrenatural, é que estamos a avaliar as hipóteses e não o objecto de estudo em si. Não estamos a seleccionar tubarões mas sim a melhor hipótese acerca da existência destes.

Por isso, podemos chegar a uma conclusão acerca da existência ou inexistência de algo mesmo sem observar a coisa em si. Não é uma questão de provar a sua existência ou inexistência mas apenas de escolher a melhor hipótese. Se o charco é pequeno, isolado e não se vê lá nada a mexer é razoável excluir a hipótese de ter tubarões. Aqui há mais três pontos a salientar. Primeiro, excluir uma hipótese é exactamente o mesmo que preferir uma alternativa. A hipótese não desaparece, enquanto tal, mas é preterida em favor de outra. Segundo, esta escolha não é definitiva nem irreversível. Se encontrarmos indícios de tubarão devemos rever esta decisão. Finalmente, o que exigimos da hipótese não é apenas que seja compatível com a informação de que dispomos mas também que minimize especulações sem fundamento. Por exemplo, a hipótese de haver tubarões no charco pode ser rejeitada por contradizer o que sabemos sobre charcos e tubarões. Mas a hipótese de haver tubarões mágicos invisíveis, apesar de não contradizer quaisquer evidências, exige assumir essa tal magia e invisibilidade, premissas que nunca poderemos testar. Por isso, se bem que completamente protegida de qualquer refutação, esta hipótese acaba por ficar atrás de outras mais simples. Sem indícios de tubarão, a hipótese preferível, e que exclui as alternativas, é a de que o charco simplesmente não tem tubarões, nem normais nem mágicos.

É por este processo que a ciência hoje conclui não haver deuses. Antigamente, pelo mesmo processo, concluía de forma diferente. Quando Darwin era jovem, a explicação cientifica consensual para a origem da Terra e da vida era o livro do Génesis. Um deus super inteligente e poderoso criou tudo porque queria e viu que era bom. Nessa altura não se tinha encontrado hipóteses mais plausíveis, pelo que esta era a preferida. Mas, gradualmente, partes desse relato foram-se revelando incompatíveis com o que se descobria e a hipótese de um deus ter criado cada planeta e cada espécie acabou descartada em favor de outras que dispensam qualquer deus. Muitos cristãos alteraram então a sua interpretação da Bíblia e passaram a considerar o Génesis como uma metáfora, mudando a sua hipótese para a de um deus invisível na tentativa de evitar problemas com a ciência. Mas isto não resulta, porque essa hipótese continua a competir com as alternativas.

Acerca dos deuses, podemos considerar três hipóteses. A primeira é a de que existem e influenciam a realidade que observamos. Fazem milagres, castigam, criam coisas, destroem, causam doenças, curam e o que mais lhes dá na gana. Esta tem o problema de não ser compatível com o que observamos. Antigamente parecia que era, e muita coisa se atribuía aos deuses. Mas quando se cura a lepra com comprimidos, se usa satélites para prever a meteorologia e se põe para-raios até em igrejas a ilusão desvanece-se. A segunda é a de que os deuses existem, têm poder para alterar tudo se quiserem mas nunca fazem nada que se possa detectar. Essa tem o problema grave de complicar imenso para não chegar a lado nenhum, acrescentando premissas sem fundamento nem utilidade. A hipótese mais plausível é de que não existe deus nenhum. É a mais plausível porque resolve todos os problemas sem qualquer inconsistência com o que observamos e sem invocar premissas desnecessárias.

A objecção do costume é que isto não prova, em definitivo, a inexistência de deuses. Pois não. Também não prova, em definitivo, a inexistência de tubarões mágicos invisíveis. Mas isso é irrelevante porque o que a ciência faz não é provar em definitivo o que quer que seja. É avaliar as hipóteses, compará-las e optar pela que melhor encaixa na informação disponível. Neste momento, é a hipótese de que os deuses são ficção humana. Nem sempre foi assim, e até pode deixar de ser mas, neste momento, dizer que Deus existe é contradizer a ciência.

Em simultâneo no Que Treta!

24 thoughts on “Saber se existe.”
  • deus

    Permita-me um pitaco.

    Para se formular uma hipótese, qualquer que seja. faz-se necessário um fenômeno a ser estudado. As hipóteses devem ter consistência e não podem ser reduzidas a um simples capricho ou especulação vã.

    Quando a humanidade estava ainda nas cavernas muitos dos acontecimentos diários não podiam ser explicados, pois não existia nem mesmo a escrita para que outros também pudessem apresentar seus palpites.

    Por que caí a chuva ? ora, é claro que é por vontade divina. E o raio ? idem. E por aí vai.

    Mas a humanidade se formou e um por um dos fenômenos que eram explicados pela vontade divina foram desmistificados.

    Nos tempos atuais precisamos encontrar um fenômeno em que se possa incluir a hipótese da existência de deus. Surge um problema: não há tal problema. Conclusão: a hipótese da existência de deus é inútil e desnecessária.
    Por isso deus não existe. Não há hipótese e ser descartada. O que não temos é um problema para encaixar tal hipótese.
    Em outras palavras: para que serve deus ?

    • GriloFalante

      O melhor é dar esse – esclarecido – discurso à crentalhada. Ao fim deste tempo todo, e já lá vão uns milhares de anos, os crentes ainda não sabem por que razão os deuses foram inventados. Isto, apesar de, a cada dia que passa, o Deus do livro estar a ser, metodicamente, “desinventado” – passe o neologismo.

      • deus

        Pois é, meu caro.
        Como efetivamente eles nada tem para apresentar, passam ao discurso filosófico – filosofia de buteco, depois da quinta ou sexta dose: Não se pode afirmar ou negar nada. O que deus criou aí está para provar, e outras sandices do mesmo gênero. Lamentavelmente, muitos dos lavados em criança duvidam das possibilidades de existência do supremo, mas por medo do inferno (outra fábula) fingem acreditar no et fodão.
        Algo está mudando pois a postura firme de muitos ateus tem assustado a crentalhada, levando-os ao que os chefes parasitas mais odeiam: o questionamento da crença, e o deus de amor (?) começa a ficar só.

        • Artur Falé

          Filosofamos…filosofamos…. porém a verdade é que mesmo sendo confirmável a existência do dito, o facto é que ele não age, pura e simplesmente é inútil, a não ser para uns quantos que à sombra da ingenuidade da fé uns coitados ganham lucro disso. Perfeitamente adequado a: “O sexo dos anjos” discutamos issso e sairemos tremendamente enriquecidos com o resultado.

  • deus

    Imagine um mundo sem religiões.
    Posso imaginar um mundo bem mais avançado – 1000 anos à frente – e com total respeito entre as pessoas.
    Agora imagine um mundo sem ateus.
    Também é fácil. Basta ver um filme sobre a idade das trevas. Pensando bem, talvez estiaríamos ainda pior.

  • Daniel

    “Dizer que Deus existe é contradizer a ciência ” é uma daquelas frases falaciosas, sem sentido lógico. A hipótese Deus não é a mesma que a dos ” tubarões mágicos invisíveis” e o Ludwig sabe disso, mas não se coíbe de ser intelectualmente desonesto ao comparar o incomparável. Não existe nenhum filósofo que alguma vez tenha perdido o seu precioso tempo a afirmar ou a refutar a existência ou inexistência de ” tubarões mágicos invisíveis”, mas já foram preenchidas inúmeras páginas da história do pensamento filosófico a discutir a existência ou não de Deus.A título meramente exemplificativo, Descartes, Espinosa, David Hume, Kant, Hegel, Bertrand Russell. Portanto, a hipótese Deus é e mantém-se filosoficamente plausível. Depois, essa conjectura metafísica não tem que ser, nem pode ser, resolvida pela Ciência, pois, como o Ludwig também tem a obrigação de saber, a Ciência baseia-se no chamado método científico e, as ciências positivistas, como a Física ou a Química, baseiam-se no chamado método experimental. Portanto, a hipótese Deus não cabe no âmbito estrito de qualquer método experimental, para além de não ter sequer explicado qual seria o ramo científico a que caberia demonstrar a inexistência de Deus. Mas já não existe nenhum cientista sério que alguma vez se tivesse atrevido a tentar provar que Deus não existe. Portanto, dizer que Deus existe só seria contradizer a Ciência, se esta pudesse afirmar que Deus não existe. E isso a Ciência não consegue.Aliás, no plano lógico, podem até existir tubarões mágicos invisíveis, a menos que a dita Ciência consiga provar que não existem. Karl Popper já demonstrou que a validade da Ciência é sempre precária. O facto de não serem conhecidos cisnes pretos não significa que não possam existir cisnes pretos. A ciência baseia-se no método indutivo. Ora, David Hume e Karl Popper também já demonstraram que o método indutivo não permite generalizar factos conhecidos, por muitos que sejam, a factos desconhecidos. Podem teoricamente existir cisnes pretos, porcos que voem, anjos alados e tubarões invisíveis. Isso não contraria nenhuma lei lógica, nem se pode afirmar que contrarie as leis da natureza . O facto de serem conhecidos determinadas leis da natureza não significa que todas as leis da natureza estejam desvendadas. Por isso, podem perfeitamente existir unicórnios e gnomos e o Ludwig não tem forma epistemologicamente válida de os refutar. A única coisa que ele pode afirmar é que não são conhecidos casos de unicórnios, gnomos, cisnes pretos ou tubarões invisíveis. Mas isso é muito pouco para fundamentar a pretensão apodíctica do Ludwig.Como se vê, é muito fácil desmontar as suas teses simplórias. Um pouco de lógica proposicional e a refutação da validade generalizante do método indutivo chegam e sobram para lhe retirar o tapete debaixo dos pés.

    • David Ferreira

      A sua análise é exaustiva e dedicada mas peca por excesso e por defeito. Nem a lógica proposicional nem a análise filosófica provam a existência de deuses. Mas existe, contudo, essa possibilidade. Possibilidade essa que, segundo o Ludwig afirmou, não está descartada. A realidade, no entanto, é outra. Uma vez que o conhecimento nos permite justificar a maior parte das realidades apreendidas por nós, a hipótese da existência do Deus publicitado pelas religiões anula-se por si própria. Tudo entra no reino da especulação. Se partirmos do princípio de que tudo o que conseguimos imaginar é possível ser real, então deuses e demónios, assim como extraterrestres, se poderão afirmar como possibilidades. O facto é que nenhuma destas proposições se manifesta ou manifestou objetivamente perante nós.

      A sua argumentação revela-se, por isso, inútil. Pretende tirar o tapete dos pés de Ludwig quando os pés dele estão assentes na terra e quando nem sequer existe algum tapete. Continua, portanto, no campo meremente especulativo.
      E não sei por que insiste em atribuir o epíteto de intelectualmente desonesto a quem apenas expõe a sua visão da realidade baseada na racionalidade. Não há nenhuma desonestidade em apenas se falar sobre o que se conhece, salvaguardando a possibilidade de esse conhecimento poder vir a ser aperfeiçoado e melhorado. Desonestidade intelectual será interpretar a realidade de uma forma especulativa pensando que isso confere algum tipo de credibilidade.

      • Daniel

        O Ludwig é intelectualmente desonesto quando compara situações incomparáveis, pelas razões que já adiantei e que não vou repetir.A lógica proposicional ou a análise filosófica não servem para provar a existência ontológica seja do que for. A filosofia é essencialmente especulativa.As “ciências duras” tendem a ser exactas, mas a Física Quântica já veio introduzir o padrão moderno do indeterminismo científico, contrariamente ao que sucedia no paradigma da Física Clássica. “Realidade objectiva”é o que não existe em face da perspectiva da Física Quântica. Toda a realidade dita objectiva está sempre dependente do olhar subjectivo do observador. Por isso, Ludwig volta a não ter razão quando postula que “podemos chegar a uma conclusão acerca da existência ou inexistência de algo mesmo sem observar a coisa em si.” Isso não é verdade ao nível específico da Física Quântica, pois a conclusão acerca de uma coisa, não só deixou de corresponder ao princípio do determinismo causal, como até passou a aferir-se pelo princípio da incerteza de Heisenberg e ainda está dependente da perspectiva individual de cada observador. Não existe isso da ” coisa em si” ou da ” realidade objectiva” A chamada “coisa em si” está intimamente relacionada do observador. Este a a “coisa em si” são ontologicamente inseparáveis. Depois, quanto à questão que o Ludwig levantou, reafirmo que um pouquinho de lógica proposicional refuta completamente a falaciosa afirmação do Ludwig. O facto de existirem milhões de observações sobre cisnes brancos só significa que todos os cisnes já observados são brancos, não permite concluir que não possam existir cisnes pretos. E o mesmo é logicamente possível em relação aos tubarões invisíveis, aos gnomos e duendes, aos anjos alados e aos porcos que voem. O facto de não serem conhecidos não significa que não existam. Apenas se sabe que os tubarões conhecidos são visíveis e que os porcos conhecidos não voam. Aliás quanto aos tubarões invisíveis, se existirem tubarões invisíveis, como é que o Ludwig poderia demonstrar a sua inexistência, se eles existissem e fossem invisíveis ? Como é que se demonstra algo invisível ? Não se demonstra, ainda que possam existir tubarões invisíveis para além dos visíveis.

        • Daniel

          Afinal parece que sempre existem cisnes pretos, quando, a partir do século XVIII, se descobriu uma espécie de cisnes pretos:

          http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_cisne_preto

          Quanto aos ” tubarões invisíveis” vai ser impossível provar a sua existência, mesmo que existam, pois, no momento em que forem vistos, deixam de ser invisíveis.

        • David Ferreira

          Se não se consegue demonstrar, para quê construir castelos no ar?

          • Daniel

            Castelos no ar ? O quê ? Esta frase falaciosa do Ludwig ? :

            1-“dizer que Deus existe é contradizer a ciência”

            Ou antes esta ?:

            2-” podemos chegar a uma conclusão acerca da existência ou inexistência de algo mesmo sem observar a coisa em si”

            O Ludwig não consegue, nem demonstrar que ” dizer que Deus existe é contradizer a ciência” ,nem que se pode chegar a uma conclusão acerca da existência ou inexistência de algo mesmo sem observar a “coisa em si”.

            Vamos por partes:

            Em que termos é que a Ciência pode afirmar que Deus não existe? E o que é isso da ” Ciência” nos termos abrangentes que Ludwig fala ? É a Física ? A Clássica ou a Quântica ? É a Matemática ? É a Química ? A Medicina ? A Sociologia ? A Psicologia ? E, entre elas, quais as respectivas correntes científicas a que Ludwig se apega ? Ou são todas juntas, metidas no ” albergue espanhol” chamado ” Ciência”?

            Depois de definido esse pressuposto, qual o método científico ou experimental usado pelo Ludwig para postular que Deus não existe ? E que concepção de Deus é que está subjacente à hipótese do Ludwig ? A do Génesis ? A teísta ? A deísta ? Qual ou quais ?

            Se o Ludwig acompanhasse noções elementares da Física Quântica, saberia que não existe a ” coisa em si”, a ” realidade objectiva”, independente do sujeito que a observa e interpreta.

            E se fosse rigoroso em relação aos limites epistemológicos de qualquer ramo da ciência, saberia que a Ciência, baseando-se no método indutivo, apenas pode tentar demonstrar os factos conhecidos. Não pode, a partir de factos conhecidos, extrapolar para todo o tipo de factos ainda por conhecer.

            Isso, sim, da parte do Ludwig, são castelos de ar aos pontapés.Eu prefiro dizer que é tentar deitar poeira para os olhos dos intelectualmente incautos.

          • David Ferreira

            Se você não é um intelectualmente incauto, como é que se define? E o que é que as religiões teem feito a não ser deitar poeira para os olhos dos incautamente desprovidos de intelecto?
            O método religioso é a fé. A fé é um pressuposto que não leva a lugar nenhum, muito menos justifica o que quer que seja. A física quântica ainda está na sua fase embrionária, como tal não pode ser apresentada como justificação de factos nem para a ciência nem para a religião. A ciência quer ver para saber. A fé não precisa de ver, alimenta os olhos das sensações com desejos e anseios que se autoprojetam na vontade de crer.
            É no conjunto acumulado dos saberes que a ciência tem fornecido que a noção de Deus se tem extinguido.
            Deus não é mais do que o nome que alguns dão a tudo o que não se conhece. Outros preferem ir dando nomes novos aquilo que se vai conhecendo.

          • Daniel

            A física quântica ainda está na sua fase embrionária ? lol…

            ” É no conjunto acumulado de saberes que a ciência tem fornecido que noção de Deus se tem extinguido”…lol

            ” A Ciência” é assim uma espécie de Fada Madrinha dos ateus…lol…

          • David Ferreira

            A ciência não é a fada madrinha de ninguém. Será antes um Sherlock Holmes. Penso que os ateus não precisam de seres míticos, como fadas. Essa é mais a vossa especialidade. Eu diria, mais a vossa necessidade. É uma característica de quem ainda não se encontrou.

            Em vez de se rir dê um passo em frente e apresente-nos o seu Deus. Depois vamos ver se são os ateus que se ficam a rir ou se vai, mais uma vez, acabar a rir de si e para si próprio.

          • Daniel

            Apresentar-lhe o meu Deus ? Tenho mais que fazer do que tentar convencer materialistas empedernidos.Você faça as perguntas quiser no oráculo de Delfos à sua querida amiga, ” A Ciência” e satisfaça-se, ou não, com as respostas que a sua Fada Madrinha lhe ditar. Eu penso por mim e para mim e basta-me. Em caso de dúvida, você pode sempre socorrer-se dos postulados simplórios do Ludwig.

          • David Ferreira

            Sempre que tenho dúvidas procuro esclarecê-las. Estava à espera que me fornecesse algumas, mas você retraiu-se. É o que acontece com o seu Deus. Retrai-se à medida que é confrontado.

            Seja como for, o Deus que você tem apresentado nem é digno desse nome. É uma coisa, uma possibilidade. Você é agnóstico, está visto. Porque se não o é, o Deus que apresenta como algo incognoscível, não é mais que a suposição da possibilidade da existência de um algo que entra no campo do agnosticismo.

          • Daniel

            Você manda na sua vida, na minha vida e nas minhas concepções filosóficas mando eu. Acredito em Deus, mas não foi essa crença que me motivou essencialmente a criticar os chavões simplistas do Ludwig. O tipo de ” cassette” que o Ludwig e você debitam são uma afronta ao pensamento racional e lógico, por motivos que já enunciei nos meus primeiros comentários e que não vou repetir. Esse tipo de discurso já não se usa, é de uma fragilidade intelectual confrangedora. Sabe o que é que eu gostaria ? Que o Ludwig aparecesse aqui para o debate das suas ideias. Ele, quando é confrontado, raramente aparece. Gosta de falar sozinho. Depois, quando se vê refutado, fica calado. Deveras eloquente de que nem ele acredita na força dos seus simplórios argumentos.

          • David Ferreira

            Você até pode achar que o discurso é de uma fragilidade intelectual, está no seu direito. Mas você erra numa questão muito simples. A ciência não anda à procura de Deus. Analisa dados e factos, testa-os, comprova-os e apresenta-os. Os resultados do seu labor são para o benefício de todos.
            A filosofia que você constantemente apresenta não é mais que um onanismo cerebral, algo que pode satisfazer necessidades do momento, mas que não dá uma completa satisfação e cujo produto se manifesta infértil porque derramado na esterilidade do vazio.
            A ciência ajuda-nos a compreender o funcionamento dos mecanismos e gera confiança, simplicidade e honestidade. A filosofia assume-se como um mecanismo de compreensão da funcionalidade e produz ideologias que permitem a desonestidade, a complexidade, abrindo caminho para a desonestidade perpetuamente desculpável.
            Ambos são úteis. Mas só um é verdadeiramente honesto.

    • Marco

      EXCELENTE!

      Acho que este comentário é de extrema importância por dois motivos:

      1 – Os textos do Ludwing partem sempre de um principio absurdo: ele acha que todos os argumentos que lhe sejam apresentados são destronados pelas suas opiniões, pois acha-se com um superioridade “cientifica” e intelectual que, por si só, invalidada tudo o que os outros dizem.

      Liga-se a isto o facto do Ludwing achar que é um cientista ou o porta-voz da ciencia. Na verdade não é uma coisa nem outra. E, o que ele afirma, as suas opiniões e argumentos, não demonstram mais capacidade, inteligencia ou autoridade do que o que todas as outras pessoas afirmam, nem os seus argumentos são mais perfeitos ou atendíveis que os dos demais comentadores.

      2 – A forma como o Ludwing establece algumas extrapolações e comparações, além de rondar o absurdo, demonstra o pouco rigor e a pouca competência ciêntifica. O mérito de uma pessoa que se diz próxima da ciência deve começar na honestidade das abservações, no rigor dos argumentos e na seriedade das afirmações. A extrapolação dos exemplos dados pelo Ludwing funciona em demérito das posições que ele, pretensamente, diz assumir.

      • médico

        Voltaste a falar contigo mesmo, antolo? Já sabes que não podes deixar de tomar os comprimidos, porra!
        Tu estás mesmo doente, pá!.

        • Marco

          Conheces-me de algum lado, grande corno?

          Panascas filhos da puta como tu, gostava de lhes puder apertar o gargalo.

          • médico

            Claro que conheço. Pela tua linguagem pacífica e cordial, só podes ser um daqueles que comem hóstias todos os dias.
            Ou então, um fugido do manicómio.
            Ou ambas as coisas.
            Realmente, na última contagem faltava-me um louco furioso. Agora já sei quem é: és tu. Mas como se não te bastasse ser louco, ainda és crente, o que aumenta a gravidade da patologia. Ainda bem que fugiste; não tinhas cura, e estavas a tirar o lugar a gente menos louca do que tu.
            Os padres que te aturem, eles é que te puseram assim.

    • Pitonisa

      Ai, rico, que falta o menino estava a fazer!!! Mesmo disfarçado
      de Marco e/ou de Daniel, o Nandinho não pode renegar as suas raízes. Nobres
      raízes, acrescente-se. António se chamava o de Pádua, ou de Lisboa, consoante o
      lugar onde estejamos, e Fernando era o de Bulhões, e ambos se confundiram num
      só, como o António Fernando. Diga lá, depois desta santidade toda, não seria
      altura de criar o seu conceito de catolicismo, tal como criou o seu conceito de
      Deus?

      Mas do que eu já tinha saudades era da sua verve! As
      voltas que o menino dá, para dizer a mesma coisa. Sim, porque dali não sai. É
      como as 1000 maneiras de cozinhar bacalhau, acaba sempre em bacalhau. E quando se lhe contra-argumenta com racionalidade,
      o menino responde com um “lol”, mas não sai disso. Nem contrapõe, porque
      bacalhau é bacalhau.

      Sabe, Nandinho, aprecio muito as formas como o rico
      acaba por dizer… nada. Que eloquência! Os políticos têm muito a aprender consigo.
      Faz-me lembrar aquele diálogo entre dois amigos:

      – Hoje fui a um
      restaurante gourmet!

      – Ai sim e então?

      – O meu almoço foi camarão envolvido em molho bechamel, com pequenos
      apontamentos de salsa frisada australiana, em cama de massa fina banhada em pão
      ralado crocante e confitada em óleo vegetal …

      – O quê ??? O que é que tu comeste, pá?

      – Oh meu tosco, comi um rissol!!!

      Agora imagine este diálogo ornamentado
      com grandes nomes da culinária, e da dietética, e teríamos um texto à moda do
      António Fernando.

      Não nos abandone mais, rico.

      Um ósculo da sua

      Pitonisa

  • deus

    Será que o antolo é totalmente burro ou finge ser 100 % e é só 90 % burro ?
    Podemos analisar a genética de cisnes e tê-los azuis ou amarelos. O cisne é real , existe. O o jesus que tem atochado em si ? podemos analisá-lo e tentar encontrar uma utilidade para o palerma ? Claro que andar atochado no antolo pode ser de fato a única utilidade – um tipo de simbiose entre palermas.

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