Loading

Mais um crime religioso

Irlanda – Morreu a mulher a quem foi negado o aborto de um feto inviável, como já foi aqui foi noticiado pelo José Moreira.

Halappanavar Savita, uma dentista indiana de 31 anos, grávida de 17 semanas, morreu em 28 de outubro no Hospital Universitário de Galway (oeste da Irlanda), porque os médicos se recusaram a realizar um aborto, embora estivesse em risco e sem que o feto fosse viável.

Os médicos esperaram até que o feto parou de bater, quatro dias após o diagnóstico, e a mãe morreu de septicemia.

Diário de uns Ateus – Cumpriu-se a lei irlandesa e a vontade do Papa. Por isso a Irlanda será cada vez menos católica.

25 thoughts on “Mais um crime religioso”
  • Mateus

    Eu não sou católico, situo-me politicamente à esquerda e defendo a lei irlandesa sobre o aborto, segundo a qual este só pode ser legalmente praticado em caso de risco de vida da mulher. Se fosse ateu, pensaria exactamente do mesmo modo. A problemática do aborto não tem que ser abordada numa exclusiva dicotomia entre pessoas religiosas do lado do NÃO e pessoas não religiosas do lado do SIM, como, aliás se infere do facto de, em Portugal, a larga maioria das pessoas ser católica ou cristã, e, no último referendo sobre o aborto, 60% dos portugueses terem votado no SIM. Isso significa que a maioria dos votantes que, em Portugal, votaram a aprovação da lei do aborto, são crentes, católicos ou cristãos. Ora, não foi por causa dessa percentagem dos referidos 60% que Portugal deixou de ser um país predominantemente católico ou, pelo menos, de pessoas crentes em Deus. Na minha família, houve pessoas que votaram no NÃO e outras no SIM. Todas elas são crentes em Deus e politicamente de direita. Já aqui exprimi o meu ponto de vista relativamente ao que entendo por carácter iníquo, anti-civilizacional e reaccionário de uma lei do aborto, como a nossa, que permite a uma mulher a total liberdade de decidir pôr fim a uma vida humana em gestação pela simples manifestação da sua vontade, sem passar pelo crivo de uma tipificação legal que enunciasse de forma precisa em que exactas circunstâncias o aborto poderia ser praticado até às 10 semanas de gestação. Na minha escala de valores éticos, só uma sociedade muito primitiva e atrasada permite esse verdadeiro escândalo, de se poder pôr fim a uma vida humana inocente e indefesa por mero acto decisório da sua progenitora. Para mim, só existe uma forma eticamente legítima de aborto: quando a vida da progenitora corre perigo e não é possível salvá-la sem que tenha que ser praticado o aborto do feto em gestação. É certo que esta problemática pode envolver conflito de valores. Mas, volto a repetir: quando existe conflito de valores, devemos dar primazia ao valor eticamente mais elevado. E este é sem dúvida o de uma vida humana inocente e indefesa. E torno novamente a dizer que o argumento do aborto clandestino não é decisivo nem convincente para me afastar deste ponto de vista, tanto mais que, a partir das 10 semanas de gestação, nenhuma mulher em Portugal pode decidir abortar livremente, sem sofrer as sanções penais que a lei prevê. E onde estão agora aqueles que tanto esgrimiram esse argumento ? As mulheres, que pratiquem abortos, às 11, 12, 13 semanas já devem ser discriminadas negativamente relativamente àquelas que os cometam livremente até às 10 semanas ? Então, às 11, 12 ou 13 semanas, já não se coloca o argumento do aborto clandestino ? Eu sou coerente com a minha posição e não alinho no ” politicamente correcto” só porque 60% dos portugueses entenderam legitimar essa lei iníqua. Quem votou SIM é que tem que responder perante as suas próprias incoerências, nomeadamente no que respeita ao aborto clandestino, que necessariamente continuará a ocorrer após as 10 semanas. Portugal está muitíssimo longe de constituir exemplo, nesta matéria, em relação à Irlanda, bem pelo contrário. Quanto ao caso concreto da notícia editada, as conclusões são fáceis de tirar. Se os médicos irlandeses sabiam que a mulher indiana corria risco de vida e não praticaram o aborto, legalmente permitido pela lei irlandesa, cometeram um acto ilícito e reprovável. Se sabiam que essa mulher iria ser inevitavelmente afectada por septicemia e, portanto, iria ficar em perigo de vida, são igualmente censuráveis, por terem omitido as boas práticas clínicas. Mas há ainda outra hipótese, que Carlos Esperança obviamente silencia. Em todo o mundo, nos mais diversos hospitais, nas mais diversas circunstâncias, provavelmente também nas situações em que são praticados abortos, legalmente autorizados, morrem incontáveis pessoas atingidas pela praga das infecções hospitalares.

    • kavkaz

      antoniofernando,
      Amesma reposta ao fascista antoniofernando, disfarçado de mateus:

      A Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez é justa e equilibrada e não obriga ninguém a abortar! Portanto, podes estar descansado que podes parir os filhos todos que quiseres!

      A nova lei foi aprovada em referendo pelo Povo português que é quem mais ordena em Portugal e permite às mulheres que desejam abortar um apoio médico e consulta de planeamento familiar antes da tomada de decisão do aborto. é uma medida progressiva que diminuiu drasticamente os abortos feitos na clandestinidade e em condições de “vão de escada” e perseguidas pelas hordas de padres e católicos fanáticos. As mulheres portuguesas estão muito melhor com esta lei do que na situação anterior fascista.

      Felizmente, Portugal não é um país teocrático em que as mulheres seriam consideradas pessoas de segunda ou terceira categorias, como acontece em países como o Vaticano, Arábia Saudita, Irão e outros.

      • Mateus

        Fascista e nazi és tu, grande reaccionário, que apadrinhas ideologicamente o governo de Passos Coelho e seus muchachos e estás completamente nas tintas para as pessoas vítimas da política recessiva de direita. Fascista és tu que preferes a caridadezinha da Isabel Jonet a uma justiça social efectiva, onde toda a pessoa seja tratada como cidadão e possua condições dignas para viver, Mas para isso é preciso impor mais justiça aos ricos, o que não te agrada, não é ? Os mais pobres e a depauperada classe média que paguem a crise, não é reaccionário reles ? O tempo em que já esteve mais longe um verdadeiro governo de esquerda em Portugal vais estando cada vez mais curto, para enorme desprazer de direitistas como tu. Tu és apenas mais um daqueles que legitimas o holocausto dos inocentes. Isso sim é fascismo e nazismo na sua mais cruel expressão. Além do mais, permaneces o mesmo idiota de sempre. A lei do aborto não obriga ninguém a abortar ? Então por essa lógica vesga, os homicidas podem matar à vontade, sem nenhuma espécie de sanção social e penal, porque ninguém obriga ninguém a matar, patarata ? A nossa lei sobre o aborto é um nojo, pelas razões que já desenvolvi, eticamente é asquerosa, própria de sociedades primitivas e incivilizadas. É a expressão da mais vil barbárie. E tu gostas disso. Gostas,mas como tens má consciência, acabas por referir-te a essa lei iníqua sob o eufemismo de ” Interrupção Voluntária da Gravidez”. Isso sim é nazismo encapotado de ” politicamente correcto”. Vale exactamente o mesmo que substituir a expressão ” homicídio” por ” Interrupção Voluntária da Vida Humana”. Ou seja, nada. Quanto ao aborto clandestino, deixaste por explicar por que razão são discriminadas negativamente as mulheres que não podem abortar legalmente às 11, 12 ,13 ou mais semanas. Aos hospitais públicos não podem ir porque cometem crime, dado que já ultrapassam o prazo das 10 semanas. Então aonde é que essas mulheres vão fazer os seus abortos clandestinos, grande patarata ?

        • Mateus

          Em complemento do meu anterior comentário, quero acrescentar o seguinte:

          Eu louvo a acção do Banco Alimentar Contra a Fome e sou um dos que regularmente contribui para as suas campanhas. Nem sabia que essa instituição era dirigida pela Isabel Jonet. Mas não confundo justiça social com acção caritativa. Nenhum problema está nas acções caritativas, mas na forma como estas são exercidas. Se elas são ideologicamente assumidas como mero complemento da devida justiça social, concordo. Eu se vir na rua alguém que me peça dinheiro para comer, não hesitarei um segundo em pagar-lhe directamente uma refeição, embora entenda que, num verdadeiro estado social, nenhuma pessoa deve passar carências alimentares, de saúde ou de habitação. Num verdadeiro estado social, ninguém deve dormir ao relento. São condições mínimas básicas de qualquer sociedade civilizada, que a nossa não é. O problema do Banco Alimentar contra a Fome não está nessa meritória instituição, mas nas graves declarações proferidas pela Isabel Jonet, quando afirmou, designadamente, não existir miséria em Portugal. Isso, sim, é uma grave ofensa a todos os portugueses que já vivem no limiar da pobreza. O problema não está, portanto, nas acções caritativas que não visem legitimar a pobreza ou encapotar a miséria social. O problema está, ideologicamente, naquelas pessoas que preferem a caridade à justiça social e que fazem constantemente discursos legitimadores da ordem capitalista selvagem instituída ou da inane política recessiva do desgoverno de Passos Coelho. E é isso que está em causa nas deploráveis declarações de José Policarpo e de Isabel Jonet, que o direitista Kavkaz grotescamente aplaudiu.

          • kavkaz

            O fascista antoniofernando, cristão com desconto de 50 %, não quer saber do facto de em Democracia o Povo ser mais ordena. Levaste uma bela lição do Povo português no referendo sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez. Levaste outra lição nas eleições para deputados à Assembleia da República. É só levares… Mas tu gostas de levar e quanto mais melhor! É por isso que aqui vens todos os dias… :-)))

          • Mateus

            LOL…só me fazes rir, grande patarata. Lembras-te desta:

            ” Se eu tenho vergonha de mim. Eu respondo-te que sim ! ”

            (Kavkaz)

          • deus

            Se continuar a roubar nicks nem o inferno o irá aceitar. Lembra-se ? não roubarás.

          • Mateus

            Olha quem fala, o brazuca badalhoco, disfarçado de “deus”…

          • deus

            Engano seu. Eu sou deus. Por que não aceita isto ? aceita, sem contestar, que jesus era gente boa, ético (?) , fazia milagres e ainda por cima era meu dileto filho. Aceita que eu mandei escrever a bribreca. Eu sou seu único deus, asno crentóide.

          • stefano666

            essa vitoria do povo e do IVG deve ter atormentado bem a alma de cerejeira hehehehe

        • stefano666

          aborto é assassinato e holocausto?? meu caro., você anda fumando muita maconha

      • stefano666

        o ironico é ke o Bahrein e A.Saudita… 2 teocracias… são mais permissivos com o aborto! Os paises que proibem totalmente o aborto são paises de tradição catolica… (El Salvador, Chile,Malta,Nicaragua)

    • Carlos Esperança

      Aqui foi um caso de risco de vida da mãe. E resultou na morte para gáudio da moral católica. Há quem pense que a moral é exclusiva das religiões embora o passado de todas elas seja pouco abonatório.

      • Mateus

        Eu não sou católico e se fosse ateu perfilharia o mesmo entendimento. Por isso concordo consigo quando sustenta que a moral não é exclusiva das religiões. Tem toda a razão, não é. Mas, repito, eu se fosse ateu, subscreveria a mesma posição. Aliás, no caso do último referendo sobre o aborto, 60% dos portugueses pronunciaram-se a favor do SIM. Nessa percentagem, está certamente incluída uma larga e maioritária franja de portugueses, que são pessoas religiosas, de tradição predominantemente católica. Ora, esse facto mostra que a aprovação da última lei do aborto até foi contra o que você caracteriza como ” moral católica”. Mas isso a mim não me importa. Se a minha visão nalgum ponto coincidir com qualquer aspecto da dita moral, eu não vou deixar de subscrever o meu ponto de vista, independentemente de coincidir ou não. Não tenho nenhuma espécie de preconceito em relação a esse aspecto, embora divirja de inúmeros dogmas e posições moralistas da ICAR. No entanto, no caso do aborto, a minha posição é clara e ditada unicamente por razões da minha consciência. Se,no caso da notícia editada, houve risco de vida da mãe, concordaria com a prática abortiva, por ser a única excepção que se me afigura eticamente defensável. Mas apenas nessa situação. Nas demais situações, mesmo que haja forte conflito de valores, considero que uma visão politica progressista deve defender a parte mais frágil, inocente e indefesa, que é o feto humano. No que respeita ao passado ” pouco abonatório” das religiões, você só é vesgo para o lado que não lhe interessa ver. Só consegue ver torquemadas, mas já não é capaz de ver Francisco de Assis, Aristides de Sousa Mendes, Gandhi ou Nelson Mandela. Ora, essa visão mesquinha e panfletária já não consegue convencer ninguém com dois dedos de testa. Trata-se de um discurso ateísta mesquinho e primário, provavelmente merecedor dos frenéticos aplausos de qualquer caricato Kavkaz, mas não passa disso. Hoje, em Portugal, há já muita gente que não alinha nesse tipo de discurso intelectualmente demagógico e parcial. Por isso mesmo é que o ateísmo, entre nós, se encontra num nível percentual extremamente débil, equivalente à debilidade do próprio discurso proselitista do Carlos Esperança e similares.

      • stefano666

        felizmente nem todos os cristãos concordam com o vaticano… Alguns aprovam o aborto neste caso.

  • Marco

    A história está mal contada. A lei irlandesa não tem a ver com a religião do país, nem a morte da mulher tem nada a ver com o aborto.

    Há aqui uma intenção na noticia, o que a torna estupidamente imprecisa.
    Gostava de ver um “informe” médico, pois a noticia baseia nas declarações de familiares, logo imprecisa.

    A morte do bebé não era motivo para a morte da mãe.

    O tópico é desonesto e não tem a ver com um pais católico.

  • kavkaz

    Os religiosos praticam crimes com tanta frequência que nem dão já por isso!

  • kavkaz

    PUBLICIDADE

    Os DESCONTOS estão de volta….

    Compre no MATEUS e tenha um desconto de 50 % em cristão.

    P.S. Campanha válida para os mentecaptos.

  • deus

    Oba. Quer dizer que, ao invés de uma vou receber duas almas ?
    Peraí que já vou preparar um chá com biscoitos para receber bem as visitas.
    Engraçado que eu só estava esperando uma, o que será que houve ? Quem foi o humano gentil que enviou-me uma a mais ? terá sido o papalhaço ? ou algum asno crentóide que acha que eu preciso muito de almas ?

  • deus

    Dia quinze de novembro. Um viva para a república federativa do Brasil.
    Pessoalmente, eu nem gosto muito de repúblicas, sabe ? apetece-me mais reinados de extrema direita, como o meu e o do meu vizinho pilantra, o alá, fraudador da contabilidade. Já contei para vocês que ele conta os pedaços das almas como um alma inteira ? pilantra. Bobagem, estou reclamando de quê ? vou é fazer igual.
    Estou com uma dúvida (questão ética, mas já disse que vou mandar a ética às favas): posso contar a alma do feto como uma alma inteira ou só vale a da mãe ? Não me lembro se eu coloco a alma no momento da fecundação ou só depois que a criança nasce…mas, já disse, vou contar duas almas. Que se dane a ética.

  • deus

    Carlos, que tal um quadro sobre o monge budista que seguiu à letra o meu escrito: faça-se luz ?
    só não era para ser no centro de Pequim…

    11º mandamento: não seja idiota, não torne um instrumento dos manipuladores.

    Sabe, alteraram radicalmente os meus mandamentos. Os 10 que o Constantino escreveu não são meus; são dele. Mas cala-te boca, ele é o chefe e eu tenho que ficar calado senão perco o emprego.

  • kavkaz

    A Igreja dá felicidade aos crentes: Estes NÃO precisam de lhes pagar o IVA.

You must be logged in to post a comment.