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Humor de Verão – “In memoriam”

Há dias, um companheiro de tertúlia convidava-me a assistir a uma missa em memória dos colegas de trabalho falecidos. Como é óbvio, a minha primeira reacção ia ser a de recusar mas, depois, acabei por aceitar, já que assistir não é o mesmo que participar e, por outro lado, sempre quis ver se tinha havido alguma evolução desde os longínquos tempos em que era obrigado ao ajoelha-levanta-senta.

Como a missa era em memória de companheiros, pensei tratar-se de uma missa encomendada por esse companheiro, muito dado às coisas pias, mas logo me desiludi: tratava-se, afinal, de uma missa corriqueira, diária, isto a julgar pelo horário afixado à entrada. Só que o companheiro em questão, pagou por ela como se fosse missa de encomenda. Como se não bastasse, entrou ali tudo quanto era gente, o que quer dizer que a missa não era privada. Fez-me lembrar a situação em que se dá boleia a um amigo e, no fim, pede-se a esse amigo o dinheiro da gasolina. Ou seja, fez-se uma missa normal, e cobrou-se como se fosse privada. O padre limitou-se a dizer que era em memória dos falecidos. Na minha terra, chama-se fraude…

Bom, quanto ao resto, pouco ou nada modificou, a não ser aquela cena ridícula do “saudai-vos, irmãos”, que é uma coisa cuja finalidade não consegui perceber, a princípio. Isto porque nós saudamos os que estão ali à mão se semear, os que estão mais afastados não têm direito à nossa saudação. E fiquei com pena, por causa de uma boazona que estava mais à frente, e a quem eu não tive o ensejo de saudar, como desejava. Depois, debrucei-me sobre o assunto, e compreendi: Jesus disse para amarmos o próximo como a nós mesmos. Ora, naquele caso, próximo é entendido de forma literal: nós saudamos o próximo que está próximo, e não o próximo que está afastado, já que estando afastado não está próximo, por isso já não somos obrigados s amar nem, logicamente, a saudar.

Entendido.

Mas depois, já fora da igreja, ainda fiz uma proposta ao meu companheiro: e se em vez de gastar dinheiro na missa em memória, ele organizasse uns almoços em memória? Era mais proveitoso, e a gente lembrava-se dos falecidos, bastava fazer o habitual minuto de silêncio, que até podiam ser dois, que eu não me importava. Depois, atacávamos o que estivesse sobre a mesa, e não se falava mais no assunto.

O meu companheiro rosnou qualquer coisa que eu não compreendi, mas pareceu-me não ter gostado da ideia.

É um ingrato, é o que é.

12 thoughts on “Humor de Verão – “In memoriam””
  • cínico

    Não sei por que razão o companheiro do moreirinha ” rosnou qualquer coisa”. Provavelmente o Moreira está habituado a rosnar e pensa que todos são como ele.Se assim for,não admira que ele, quando, todas as manhãs se vê ao espelho e se prepara para a tosquia dos seus caninos pelitos, comece logo a fazer au-au como bom rosnador que é, enquanto abana a a sua fiel e submissa caudita.Um castiço este moreirinha rosnador. Como, pelos vistos, ele gosta de boazonas cadelas, já o imagino a lamber-lhes os cuzinhos em plena praça pública, assim não deixando os seus canídeos predicados por lambidelas alheias. Por tudo isso, é muito natural que o moreirinha, sempre que um dos seus companheiros falecer, aprecie mais atacar uns ossitos recheados de chichinha farta do que poder não conter as suas caganitas dentro do espaço clerical mais solene. Um castico este moreirinha canino e rosnador. Trata os seus companheiros abaixo de cão, mas questões éticas não fazem propriamente parte do seu lado irracional.Lamber os cuzinhos às boazonas, em memória dos seus companheiros de tertúlia, e fazer chi-chi contra as esquinas da sua rua deve ser o seu prato forte.Gostos não se discutem e do moreirinha já é de esperar tudo, até cagar à tripa forra nos momentos de evocação dos seus companheiros falecidos.

    • cínico

      Estes ateus são de facto uns pontos, gostam de cair no ridículo com uma velocidade estonteante. Cá para mim, do que eles gostam mesmo é de fazer o papel de bobos.O moreirinha só consegue discernir os seus interlocutores quando lhe rosnam no mesmo tipo de linguagem animal. E no ” Diário Ateísta” aquilo também já anda a descer abaixo de cão, com o Pinho a discursar filosoficamente contra a parolice ateísta, com base na constante edição de caricaturas de Jesus. Agora deu-lhe para publicar uma composição de ” Jesus Selling Hot Dogs At The Ballpark”, embora com as caixas de comentários quase vazias. Lá no fundo da sua alma, o Pinho tem é uma enorme inveja do Rodrigues. Deve ser aquele tipo de indivíduo que se arma ao pingarelho, com a mania que é fino, mas depois diverte-se à brava a sair dos restaurantes 5 estrelas a palitar os dentes e a dar traques na rua. Coitados destes ateus sem eira nem beira. Quanto ao moreirinha é o que se sabe, gosta de cadelas boazonas e de ossitos cheios de carninha farta. Já o Pinho levou recentemente das que não esperava. Ainda não parei de rir, querem saber porquê ? Ora vejam este comentário que o ateu Rodrigo César Dias recentemente lá deixou:

      “Eu tinha e ainda tenho o costume de frequentar este blogue. Gostava principalmente dos textos do Carlos Esperança.Mas acho que, a partir do instante em que o blogue começou a se parecer com uma revista,com as suas fotografias, desenhos e outras patacoadas desse tipo, ele começou a perder muito a qualidade. A discussão séria sobre os problemas ligados à religião, com a sua tentativa incessante de assaltar o estado e impor suas crenças e seus valores a toda a população,vem cada vez mais cedendo espaço a provocações pueris, que não levam a nada nem a lugar nenhum. Posts como esse servem apenas para dar uma aparência de futilidade e leviandade a este blogue, irritando crentes e afugentando ateus. A partir de agora sou um leitor a menos”.

      Mas que gozo, que gozo, que esse comentário me deu. Bem que o Pinho estava a merecê-las. Por cá é o que muito pouco se vê. Saudosos tempos em que por aqui debitavam as suas habituais patacoadas os primários rodrigues, kavkazes, ateus sim e daí e outras luminárias do mesmo gabarito intelectual.Isto agora anda tão fraquito que até mete dó. Agora só temos mesmo o moreirinha a rosnar. Pouco, muito pouco para gente com tamanha envergadura intelectual. Mas só de letra, já se vê.

      • Bufarinheiro

        Por hoje também já rosnaste o suficiente

        • cínico

          Tocou-te ? Ficaste furibundo ? Amuaste ? Olha, vai também mastigar uns ossitos que, em tempo de crise, é preferível a chuchares no dedo.

          • Zemano

            Ó “Merdoso” hoje não usas o meu nick porquê?!

      • kavkaz

        Antolo, parolo rastejante, e se fosses rosnar para a tua igreja dos atrasados mentais?

        • cínico

          A igreja dos atrasados mentais ? Qual ? A dos teus pais católicos ?

          • kavkaz

            A tua, palhaço rastejante!

    • Pitonisa

      Ai, rico, o Nandinho anda mesmo com esse fígado numa lástima. Eu sei que não é fácil aturar uma mulher ateia que é contra o machismo e obriga o rico a divisão de tarefas. Como se não bastasse, o Ricardo Pinho não o deixa comentar no Diário Ateísta. A cereja em cima do bolo é que o seu melhor amigo bebe-lhe o whiskey todo.
      Tenha calma, rico. Olhe que o Zé Moreira provavelmente nem estava a referir-se a si, quando falou em “rosnar”. Digo eu, que sei que o antónio fernando nem é dos que rosnam; o rico é uma fera e morde logo. Mas é claro, o rico sabe perfeitamente que o Zezinho nem estava a referir-se a si, mas prontes o Nandinho não podia não podia passar sem deixar as suas mijadelas de marcação territorial. No fim de contas, o rica gaba-se tanto e cai como um patinho quando lhe lançam uma casquinha de banana. Ai, Nandinho, olhe que está a desiludir-me.
      Quanto ao Ricardo Pinho, siga o meu conselho: volte a dar-lhe graxa, como fazia a princípio. Olhe que essa sua atitude não é muito propênsica a que o Ricardinho aibra as portas do DA.
      Vá, rico. Tome Guronsan, lave a loiça quando a esposa ateis mandar, que os ateus não querem nada com machismos.
      Um ósculo da sua
      Pitonisa.
      E rosne menos, rico, Rosne menos.
      PS Há muito tempo que não o vejo armado em maricas, com aquela roupa da Brassárida. Olhe, Nandinho, volte a vesti-la, para a gente se rir um pouco.

  • Haddammann

    Não percebestes a “saudação”? Pô, a ‘boazuda’ é um coelhinho que vai pular lá para o outro banco quando tu voltasses, e assim tu ías indo, indo. Nas “evangélicas” funciona assim: Botam um trubufu do teu lado, e uma menina bobiça perto de um negão todo enfeitado de correntes de ouro e tal — aí se a guria já tá reprimida em casa (eles cercam direitinho), eles “jógam” aquela do ‘prârnu di jéórsuis pra vida dela; e o negão aproveita pra bolinar a menina — anormalmente ele já tá no esquema das “firmas-de-segurança” ‘protetora das famíla’. Esses “arranjos” fazem esses criadouros/puteiros encherem de lascivos-podres que não têm condições de conquistar uma mina na categoria. Geralmenrte são invejosos, safados, e ladrões.
    Outra coisa: No Brasil tem-se de botar um IPEACHMENT no dilma, botar o luladrão na CADEIA, e desmoronar tudo que é “templo” de roubadores do povo.
    Se a igreja católica tivesse querendo ainda ter alguma chance de ensejar um romance que valesse para novos tempos em nossa Sociedade, teria de contar muito com os sem-crenças; pois são os sem-crenças que mais são os “próximos” que não perturbam as paroquiazinhas modestas que ficam nos bairros humildes, quando governos atuam devidamente. O alastramento que houve dessas aberrações protestantes-evangélicas foi devido a falhas fragorosas de ineptos como o B16. Mal ou bem, durante os anos 80 havia mais “tato” e mais liberdade e mais sossego e mais confiança nas interações sociais.
    Àparte o rebuliço que há em qualquer época na Sociedade, nunca a honestidade pode ser subjugada para pulhas pisarem nas populações.
    Então, meus caros, se não vislumbram pessoas competentes, procurem-nas. Todos nós ganharíamos.
    É assim.

  • kavkaz

    Paguem ao padre que ele manda-vos para o céu… Mas vão continuar no cemitério!

  • Haddammann

    Observem esta matéria do FHC em Portugal e notem o que eu disse aí em comentário anterior:
    http://exame.abril.com.br/economia/noticias/fhc-nao-acredita-em-uma-desintegracao-da-uniao-europeia
    Pois bem. Esse moço, ex-Presidente, viveu um momento bastante bom no Brasil, tinha um “inimigo” valoroso (o Leonel Brizola) e hoje fala abertamente em Portugal que “as dívidas eram dos bancos” e “passou para os governos”. ISSO É UM FATO. Esse tipo de postura sincera num discurso mostra que mesmo ele tendo dito ser “sem-crença” (e ter perdido muito apoio com isso) sua honestidade e laicidade são disparadas mais aproveitáveis do que toda a mentirada do nazi-teo-pulhismo que infestou o Brasil com uma lambança e roubalheira jamais vistas. E embora a desgraça venha sendo feia no Brasil desde 2002, os “fiéis-crentes” — enganados por pústulas-chefetas-parasitas (que comem até o osso das pessoas dentro das crenças) — são tão interesseiros e desvinculados de um mínimo brio civil que menosprezam os “próximos” que não compactuam com as religiões.
    O fato é que, embora me detestem pelo que declaro, o fato é que “igreja” não seria lugar para gente putrefacta da cabeça, e nem gente pútrida teria de estar infurnada dentro de “igrejas”; mas nunca vimos tanto disso nesses últimos doze anos, e também, principalmente, a mesma corja apodrecendo a política.
    Pergunto a cada um deles: Fiz alguma coisa de ruim, de apenas ter estado a instruir estudantes com os mais esmerados conceitos, que inclusive as escolas nem dispunham para dar? Por isso esmagaçaram-me? Coloquem as contas e vejam o que fizeram. Foram injustos, enriqueceram pulhas, e deram azo a que pessoas de fibra, corajosas, sonhadoras, determinadas, tarimbadas, fossem perseguidas em muitas e muitas atividades na Sociedade.

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