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O Eterno Retorno do Fascismo

Com o título em epígrafe, Rob Riemen, filósofo e ensaísta, deu à estampa um pequeno e profundo ensaio cuja leitura recomendo vivamente.

Depois de definir e caraterizar a peste que minou o século passado, Rob Riemen explica como pode dissimular-se em países diversos e como, com outro nome e sob nova capa, está de regresso à Europa. Da sua brilhante explicação podemos colher ensinamentos para o combater.

O fascismo, tal como acontece com várias epidemias, tem um tempo de latência antes de regressar com redobrada virulência. Esta tragédia, à semelhança de muitas outras, que aconteceram por incúria da cidadania e por um exacerbado individualismo, ganha visibilidade pelo prestígio do autor do ensaio citado, pela clareza da análise e força dos argumentos. De resto, há muito que assusta os mais atentos e silencia os invertebrados.

O ensaio lê-se em menos de uma hora e far-nos-á pensar durante anos. Respigo dele um único período: «Assim, o fascismo na América será religioso e contra os Negros, ao passo que na Europa Ocidental será laico e contra o islão, na Europa do Leste, católico ou ortodoxo e anti-semita» [sic].

Antes de aparecer o líder carismático e populista que há de explorar o ressentimento, já existente, antes de aparecer a nova forma de fascismo que jaz no inconsciente vingativo dos irritados, cabe-nos esconjurar a tragédia que se avizinha.

O que me surpreendeu no ensaio, assaz brilhante, não é ocioso repeti-lo, foi a ausência de alusões a outros pontos do planeta, desde a África, onde formas difusas de fascismo se alimentam da tradição tribal, à Rússia, à China e aos países da América do Sul.

Refletindo sobre a leitura do ensaio, não é necessária a erudição do autor para afirmar e qualificar formas de fascismo nos países árabes, no Irão e na Turquia cuja marcha para a sharia é disfarçada sob a designação politicamente correta de “islamismo moderado”.

Neste momento, à medida que a denominada primavera árabe caminha para o inferno islâmico, atrevo-me a caracterizar os regimes árabes e o Irão, apesar de me colocar, na definição do autor, como «fascista da Europa Ocidental», «laico e contra o islão»:

Árabes e iranianos vivem já sob o fascismo islâmico que é antissemita e anticristão, por esta ordem.

7 thoughts on “O Eterno Retorno do Fascismo”
  • Bufarinheiro

    Apenas uma questão.
    Não são os árabes também semitas?

  • Mille Banpa

    O autor equivocou numa coisa: As religiões estão usando ferrenhamente os negros. principalmente no Brasil. adulando-os e insuflando-os como “capatazes” na Senzala Mista em que se formatou o triste coacervado de gente apática, cheia de mimos com cachorros-bibelôs; gente que caminha sem náusea alguma ao lado de largas faixas de esgôto pútrido sem se importar o mínimo com isso.
    Tem algo esquisito nos escravizando, e os fiéis-crentes são os mais responsáveis por isso; fazem-se de robôs-sem-cabeça exercendo extremo mal à Sociedade; e vigiam-se e às outras pessoas, a mando de CANALHAS esquisitos como o mal-afaia. o pústula que em entrevista na Veja — edição de agora — diz pagar 20 mil reais aos que o ajudam a “cuidar” de pessoas do seu pasto (a entrevista é deprimente, faz com que se sinta vergonha de a espécie humana se sujeitar a tais pulhas). E o esqusito intenta alastrar seus currais pelo Brasil. E perguntamos: Como um monte de gente se abaixa como vaca à mercê de um coisa ruim enganador-parasita como esse esqusito elemento?.

  • Ateu sim, e daí ?

    Prezado Carlos,
    não li a obra. O que vou dizer baseia-se nos seus próprios comentários.
    Não acredito que estejamos retornando a um estágio anterior de civilidade e por uma simples razão: após adquirirmos conhecimentos e bens, condições dignas de habitação, não desejamos mais retroceder.
    Quem mora em uma casa decente só muda se puder pagar outra melhor, ou seja, o nosso egoísmo evolutivo cede lugar ao coletivismo estável.
    Veja, a Europa desde a segunda guerra evitou de todas as formas entrar em novos confrontos. Mesmo das campanhas desastradas do Bush, participaram a contragosto. Foram apenas por intere$$e$ ao Iraque.
    A Alemanha, até bem pouco tempo atrás, teve sérios problemas com os imigrantes árabes. Bastou a economia entrar nos trilhos e os problemas reduziram-se substancialmente. A França também deu exemplo nesse sentido ao escolher um governo socialista deixando de lado à direita.
    Onde há ainda grande nacionalismo é nas ex-colônias soviéticas. Tais ressentimentos desaparecerão na proporção inversa da economia.
    Quanto aos EUA, não consigo ver ressentimentos étnicos em um país capaz de eleger um presidente negro – e bastante popular.
    Na América do Sul, só vejo problemas econômicos. Guerras se vierem a ocorrer, serão resolvidas com a intervenção do Brasil e dos EUA.
    Por aqui, o único ponto de preocupação é a Argentina. Mas provavelmente os problemas argentinos serão resolvidos nas próximas eleições. Não acredito que suportarão mais um governo peronista.
    Ainda temos o problema na arabia. Acredito que seja um problema localizado. O Irã é muito mal afamado, mas o que eles, os iranianos, fizeram de fato ? nada. Estão quietos em seu canto, trabalhando, fazendo o país crescer e se desenvolver e nunca se recusaram a negociar. Apenas há negociações duras. Entendo o lado deles. Qual o direito de Israel sem um paraíso fiscal, ter armas atômicas (negam, mas é mentira) e usurparem a Palestina ? O Irã, atualmente, é a única razão da relativa paz na região.
    Resumindo, apesar das palavras sombrias do artigo, não acredito em novas guerras. Acho que estamos passando por uma turbulência causada pelo demente fanático religioso G. Bush.
    A história seguirá e espero que esse cidadão figure apenas em uma nota de rodapé ao lado de Stalin, Hitler, os papas ( não podia deixar passar…hehehe).
    Abraço.

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