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  • 13 de Maio, 2012
  • Por Carlos Esperança
  • Fátima

Crónica de um 13 de maio_1

Maria

Se a alva e meiga Senhora que há noventa e cinco anos poisou numa azinheira, vestida com um manto de luz, para gáudio de três inocentes pastorinhos, por erro de navegação celeste houvesse poisado numa azinheira errada e encontrado um só pastor, mancebo de vinte e tantos anos; se a falta de energia lhe tivesse apagado o manto, sendo a beleza tanta quanto dela disseram as criancinhas, e entre o manto e o corpo nada houvesse, como é de crer, por ser a luz que resplandecia o único vestido que a cobria, poderia o dito pastor chamar-se José, como o humilde e humilhado carpinteiro de Nazaré, e a história seria outra.

 Se o dito pastor, mancebo de vinte e tantos anos, na flor da idade e do desejo, impelido pelos sentidos, fosse tão rápido e eficaz a tomar a dita Senhora como o era a conduzir o rebanho, não seria o papa, muitos anos depois, a entrar em êxtase; seria ele, pastor, ali e então.

E, em vez de serem criancinhas a ouvir “eu sou a Nossa Senhora”, pitoresca apresentação que só ouvi a um sargento, apresentando-se aos soldados, “eu sou o nosso primeiro Vieira”, em vez dessa apresentação que os exegetas atribuem à Virgem Maria, teria ouvido o pastor, mancebo de vinte e tantos anos, mais afeito ao rebanho que ao corpo feminino, à guisa de apresentação e despedida, com voz lânguida e conformada, “eu sou Maria”.

Tudo leva a crer que a referida Senhora, de tão rara beleza, teria esquecido a conversão da Rússia, poupado o dito pastor à oração e, em vez de duas ou três aparições, poderia tentar outras, sabendo embora que não era a azinheira certa aquela em que poisava, mas adivinhando à sua sombra o pastor, mancebo de vinte e tantos anos.

Dizem-me que o País deveria duplicar o número de azinheiras para igualmente duplicar as probabilidades de novas aparições. Tenho a esse respeito opinião diferente, tese igualmente respeitável, embora nestas questões pouco valha a dialética, impossível que é formular a antítese, pois a ciência certa nunca a teremos. Penso que o caminho, o caminho correto, está em duplicar o número de crianças que prefiram à escola a oração e se dediquem à pastorícia, de preferência longe dali, que os milagres raramente se repetem perto, e se acontecem, como há sobejas provas na Ladeira e noutros sítios, nunca são reconhecidos, por se desconfiar da abundância e se temer a concorrência.

E se no futuro apenas houver pastores crianças, com joelhos no chão e olhos no Céu, nunca mais haverá qualquer pastor na flor da idade e do desejo, mancebo de vinte e tantos anos, a ofender a virtude e a mudar o sítio às azinheiras, a perturbar a circulação celeste e os milagres.

20 thoughts on “Crónica de um 13 de maio_1”
  • Coringablack

    Delícia. Vou procurar a azinheira desse pastor gostoso no google maps, já que a gostosa da maria não acha.

  • Citadino

    Graças ao terror religioso da época morreram 2 dos miúdos e encarceraram a Lúcia toda a vida para que não pudesse responder a perguntas. Criminosamente deram cabo da vida das 3 crianças. Tudo pela cobiça da montagem de um negócio milionário. 

  • JoaoC

    13 de Maio! Não há dia mais belo no ano inteiro! Dia de Nossa Senhora de Fátima!

    Nossa Senhora do Santíssimo Rosário de Fátima, salvai-nos e salvai Portugal!

    Convertei os pecadores! Livrai as almas do Inferno!

    Jacinta e Francisco, rogai por nós e pelos pecadores do mundo inteiro!

    Avé, Maria!

    • Citadino

      Sim, é o dia em que a ICAR faz mais dinheiro à conta dos otários…e sem qualquer tipo de escrúpulos: «Até às 18:00 de hoje foram assistidos 341  peregrinos em Fátima, registando-se 50 vítimas ligeiras nas intervenções  de socorro na área de emergência pré-hospitalar, disse à Lusa fonte da Autoridade  Nacional de Proteção Civil (ANPC)». 

    • Citadino

      Esses Jacinta e Francisco, miúdos analfabetos criados no terror religioso, morreram pouco depois da vigarice das supostas aparições, graças às violentas penitências a que foram induzidos. Tinham cerca de 10 anos. Esses crimes nunca foram julgados.
      Tudo devido à insaciável cobiça da Igreja, que hoje factura milhões com a farsa.
      A outra, a Lúcia, foi encarcerada para o resto da vida.
      Não passam de um bando de vigaristas mafiosos!

    • HAMONBAAL

      Convertei os pecadores ?

      Assim como tu que andas por aqui a pregar o ódio ?

    • zdg

      Caro João C, já leu a obra de Tomás da Fonseca, “Na Cova dos leões” se  não leu leia, pois ele foi um ex-clérigo, viveu nesse  tempo, investigou e revela toda a matreirice da icar, para levar avante esse embuste, que continua até aos nossos dias a enganar milhões.

      • Pedro_RC

        O que o Tomás da Fonseca diz deve ser tido como mais correcto do que os outros autores que dizem o contrário, por que razão?

        O Tomás da Fonseca diz a verdade e os outros todos mentem, porquê? porque ele diz o que tu queres ou o seu livro de ficção é mais sério do que os que se dedicaram a um estudo metódico?

        O Tomás não era um ex-clérigo. Ele estudou no seminário de onde foi expulso, nunca terminou nenhum curso e passou a vida a cobrar da religião o facto de o ter expulso.

        Do meu ponto de vista isso só lhe fica mal, pois demonstra que ele parasitou a Igreja e ficou todo danado  por terem acabado com a sua relação de parasitose,,, queria mama!

  • Ricardodabo
  • José

    Este ” D.A.” anda cada vez mais mortiço. 

  • carpinteiro

    Relativamente a este assunto deixo um vídeo que o José Moreira já aqui referiu anteriormente.

    http://www.youtube.com/watch?v=ipIWUvWKnhs&feature=related

    • carpinteiro

      Para o JoãoC deixo apenas uma questão:

      Não seria uma oportunidade única para a Senhora de Fátima fazer o milagre de tirar o país da crise poupando tantos crentes à miséria e à fome?
       
      Digo a Senhora de Fátima porque os senhores Bispos, embora o tesouro dela se meça em toneladas de ouro, insistem em não distribuir uma grama que seja por quem tantas privações passa neste momento.

       Sei que vão responder que a Igreja ajuda os mais pobres através das suas várias instituições, e eu reconheço o mérito das mesmas, não esquecendo porém que essa ajuda me sai do bolso, a mim e a todos os que pagamos impostos, e a que a Igreja recorre através do estado para fazer caridade proselítica. E digo caridade proselítica, porque jamais a Igreja ajuda desinteressadamente. O objectivo é sempre o de ajudar para converter o outro à “sua verdade”.

  • carpinteiro

    Ainda sobre o tema aconselho a leitura do livro: “Fátima Desmascarada”; de João Ilharco. Pode ser adquirido em alguns alfarrabistas.

    • Pedro_RC

      Carpinteiro:
      Cala-te que o que tu dizes é só palermice.

      Quando eu cheguei à tropa, logo no primeiro dia recebi estas duas instruções de um sargento (que para mim era o mesmo que general):

      «quando te referires a mim para com terceiros,  dizes que sou “o nosso ajudante Raposo”»

      Por que não poderia a tal senhora dizer: “quando vos referirdes a mim dizei que viste “nossa senhora””? 
      Onde está o erro?

      Palermice.
       :

  • carpinteiro

    O Padre Oliveira da Lixa fala sobre a Senhora de Fátima:

    http://www.youtube.com/watch?v=PiVx2LCI2fQ

  • A.Porto

    Cronica muito insossa.

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