De fatinho muito aprumado, com ar seráfico e muito ” low profile”.Desta vez, não sacou da histórica e reaccionária frase ” a crueldade é apanágio dos crentes”.
Porém, a mim a personagem não me engana, mesmo a falar de pianinho.
O sr. esperança tem um fraquinho pelo 5 de Outubro. Eu também. Lembra-me o Tratado de Zamora, assinado nesse dia, precedido pela Batalha de São Mamede e que se seguiu a Bula Manifestis Probatum. Ao contrário do que este senhor vai dizendo, estas datas importantes celebram a entrega definitiva destas terras ao maravilhoso projecto Cristão. No 5 de Outubro lembro ainda as chagas e a cruz de Cristo que estão bem no centro da Bandeira e do Povo de Portugal. Aquele abraço
PREVISÃO
PARA AS ORAÇÕES DE HOJE DOS CRENTES (20 DE MARÇO)
EM FARO: as orações dos crentes aos deuses devem
pedir para amanhã, quarta-feira, dia 21 de Março, um dia cheio de sol e sem
núvens com temperaturas entre os 8º e os 16º positivos.
EM SÃO
PAULO: as orações dos crentes aos deuses devem pedir para amanhã, quarta-feira,
dia 21 de Março, um dia cheio de sol e sem núvens com temperaturas entre os 19º
e os 28º positivos.
NOTA: Esta previsão é um serviço ateu destinado a
crentes em deuses e que querem ter os seus pedidos realizado.
EM SÃO
PAULO: as orações dos crentes aos deuses devem pedir para amanhã, quarta-feira,
dia 21 de Março, um dia cheio de sol e sem núvens com temperaturas entre os 19º
e os 28º positivos.
NOTA: Esta previsão é um serviço ateu destinado a
crentes em deuses e que querem ter os seus pedidos realizado.
O programa da RTP1 “Prós e Contras” fez um debate sobre o
tema “Adeus feriados”.
O nome do programa foi bem escolhido, pois trata-se de eliminar
feriados a que todos estávamos habituados e pertenciam à história portuguesa. A
razão dessa eliminação tem a ver com as dificuldades económicas que o Governo
sente com as contas públicas, altamente deficitárias desde a revolução democrática
do 25 de Abril de 1974. Desde essa data os governos não souberam equilibrar as
receitas e despesas de Portugal. A decisão de eliminar quatro feriados é uma
tentativa de procurar mais receitas para o Estado português através do esforço
de mais trabalho e produtividade. Foi uma decisão escolhida escolhida pelo
Governo entre outras decisões já tomadas com a mesma ideia, a de obter mais
receitas e reduzir despesas.
A questão coloca-se, então, em saber quais os feriados a “cortar”.
Num país com a nossa história estará bem o defender-se em primeiro lugar
aquelas datas que mais dizem a todos os portugueses. Entendo que deve ser
mantido o 1º de Dezembro, Dia da Restauração da Independência e o dia 5 de
Outubro, Dia da República ou o dia 25 de Abril, Dia da Liberdade. Eles têm tudo
a ver com a História de Portugal e são uma lição dos nossos antepassados para
as gerações presentes.
Há que ter em conta a especificidade da influência católica
em Portugal. Esta conseguiu monopolizar e impor os feriados religiosos. O nosso
estimado Carlos Esperança salientou muito bem de que se trata, verdadeiramente,
de feriados católicos, pois são os únicos autorizados até agora. Mas isso mudará
na História com o tempo!
Entendo que os feriados católicos são numerosos e deveriam
ser reduzidos, não só pela diminuição da importância da Igreja Católica em Portugal,
mas para uma contribuição sua para a recuperação económica de Portugal. Não
deve ficar de fora ou poderá ser criticada de falta de solidariedade com o país.
Penso que os feriados católicos não deveriam ser mais de três em Portugal, sendo
fácil encontrar os que realmente são conhecidos pelo seu significado histórico
e religioso.
Quero louvar a participação da Associação Ateísta Portuguesa
no debate que lhe deu visibilidade e apontou que se deve respeitar a divisão
entre Estado público e Igreja privada, não sendo esta mais que um agente activo
com sede no estrangeiro, como muitos outros a trabalharem em Portugal e não
devem beneficiar de vantagens e privilégios negados a outros agentes. A defesa
do feriado de 5 de Outubro, Dia da República,
foi justíssima.
Honra seja feita a Fernando Rosas, o mais lúcido e inteligente elemento, do painel de comentadores, que participou no Prós e Contras. No essencial, defendeu a manutenção de todos os feriados e denunciou que o problema económico do país não depende da supressão dos feriados, mas da não adopção de uma política liberal selvagem, que tende a reescravizar a força de trabalho em favor do capital. Aliás a quem se deve esta crise mundial que estamos a viver ? Àqueles que vendem a sua força de trabalho assalariado ou aos especuladores do capitalismo financeiro ? A matriz católica de Portugal é um facto incontornável e não vale a pena adoptar o discurso mesquinho de que só 20% dos católicos participam regularmente da liturgia. Até pode ser verdade, mas isso não retira que a enormíssima maioria da população não seja católica. Essa é uma verdade de La Palisse que qualquer pessoa com dois dedos de testa consegue ver, menos o sr. esperança, no seu já conhecido afã panfletário.
A crise atual possui dois componentes principais, sendo que um é diretamente influenciado pelo outro.
1- excesso de moeda em circulação. Para financiar as guerras do Iraque e do Afeganistão, Bush filho inundou o mercado, abriu créditos indevidos, afrouxou regras do mercado interno americano.
2- O capital especulativo internacional. Nas bolsas de valores circulam em um dia normal, 23 % do pib mundial. Passaram a ter tal poder de fogo que podem facilmente arrasar qualquer economia acima das 15 maiores. Colocam capital ora em um país , ora em outro. O problema é quando o dinheiro saí, alguns países passam a não ter como honrar compromissos assumidos – Itália, Grécia, etc. Com a falta de recursos, assumem juros cada vez maiores até que a quebra se torna inevitável.
2 depende de 1 porque só há tal quantidade de dinheiro em circulação porque o Bush filho foi uma das maiores merdas da história recente, em termos de prejuízos pode ser comparado a Hitler.
Fernando Rosas fala sem responsabilidades. Pode dizer o que quiser que nunca lhe será confiado a governação de Portugal.
Ele defende o indefensável. Quer sol na eira e chuva no nabal. Quer que o défice governamental desapareça e os feriados continuem, quer que os impostos não aumentem e manter o despesismo (o BE defendeu a construção do TGV) estatal.
Esqueceu-se de dezer que os feriados em Portugal não deveriam chamar-se de religiosos, são católicos apenas. E esqueceu-se de dizer que os benefícios da Igreja Católica são descarados e desmesurados.
Enfim, Fernando Rosas tem conversa da treta, de bon vivant, como tu. Tem medo de dizer a Verdade, como a disse o estimado Carlos Esperança para todos ouvirem!
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.
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