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Ele ‘grama’ a gente…

Ontem, um canal de televisão transmitia uma reportagem sobre o voluntariado em pediatria oncológica. Porque o assunto me toca pessoalmente, não deixei de assistir. Não deixei de assistir ao sofrimento das crianças, demasiado novas e inocentes para usufruírem do maravilhoso “livre-arbítrio” que, misericordiosamente, Deus nos concedeu.

Na verdade nós, adultos, podemos, perfeita e livremente, contribuir para a existência de cancro; seja fumando, seja bebendo, seja fazendo ambas as coisas e outras mais. Mas as crianças, Senhor?

Não pude evitar de me perguntar: que raio de Deus é este, cheio de amor e bondade, que permite que crianças sofram daquela maneira, ao ponto de, muitas delas, chegarem a adultos – as que chegam – sem terem tido tempo de viver a infância na sua maravilhosa plenitude?

Já sei, já conheço a cassete: Deus não intervém nas coisas terrenas.  Não sei se algum crente me vai responder dessa forma;    e é bom que não o faça, para não me obrigar a perguntar: “Então, temos de concluir que os milagres apregoados pela ICAR são fraudes?”  Nada que não se saiba, naturalmente, mas convém, sempre, lembrar. Porque Deus deu-nos o livre arbítrio, seja lá isso o que for. Ai sim? E o que é que as crianças têm a ver com o livre-arbítrio? Porque as crianças pagam pelos erros dos pais. Pois… até aí já eu tinha percebido, já vem desde o Génesis. Mas para um deus de amor e bondade, não está nada mal, não senhores. Aliás, apetece perguntar: para que serve um deus que não intervém, que não olha pelos seus filhos, que não os protege? Em qualquer país civilizado, pouco civilizado que seja, um pai ou uma mãe que não proteja os seus filhos é punido social e/ou criminalmente.  Um dia, na Dinamarca que, na minha óptica, pertence ao grupo dos países civilizados, vi que uma criança fazia um berreiro desalmado e atirava-se para o chão, porque não lhe apetecia acompanhar o pai. Uma birra das antigas e que eu pensava terem caído em desuso. Um companheiro de viagem comentou, com um o guia, que em Portugal aquela cena já teria sido resolvida com dois açoites bem assentes no rabo do puto malcriado. “Nem pensar!” respondeu-lhe o guia; “O pai não está disposto a ter chatices com polícia e tribunal”.

Pois… Perante a reportagem de ontem, apetece-me perguntar: Se Jeová existisse, não seria uma boa altura para uma queixa formal ao Ministério Público?

O que vale, é que o gajo não existe…

 

Em simultâneo no “À Moda do Porto“.

29 thoughts on “Ele ‘grama’ a gente…”
  • Anónimo

    se for assim… a morte de cristão na Nigeria é normal.. pois deus nos deu livre arbitrio!

    • Ícaro Cristão

      Impressiona-me o raciocínio tortuoso desenvolvido neste post. abr 

      • Anónimo

         mas… foi vontade de deus a tragedia na Nigeria (afinal.. eu ja ouvi tanto os religiosos dizerem que tudo que ocorre no mundo é vontade de deus)

  • antoniofernando

    Este texto levanta, na sua substância, questões pertinentes, prova de que é possível argumentar, de um ponto de vista ateísta, com uma lógica bem estruturada. Seria talvez dispensável aquele acidulado remoque final ” o que vale é que o gajo não existe”, mas, no essencial, reconheço pertinência às questões levantadas pelo articulista. Deus intervêm ou não ? Só intervém em questões pontuais mas não noutras ? Se um avião cai e todos os passageiros morrem, foi, segundo alguns, por ” vontade de Deus”. Se outro avião não cai, foi, segundo os mesmos, milagre de Deus. Como é evidente, esta contradição é insanável. Muito menos aquela em que sustenta obsessivas preces intercessoras junto dos santos ou de Maria de Nazaré para que Deus intervenha. Esse tipo de atitudes é, do meu ponto de vista, completamente absurda. Sou crente, mas há muitos anos que não rezo. Não julgo justo pedir especiais favores de Deus para mim, mas confesso que não sei como reagiria numa situação de humano desespero. Cada um de nós é um ser simultâneamente racional e emocional. E tantas vezes actuamos por lógicas intrinsecamente emocionais.
    Onde fica a bondade de Deus, neste complexo de relações existenciais, em que uns se salvam ” por milagre” e outros morrem ” por vontade de Deus” ?
    Intuitivamente, continuo a pensar que se Deus não estiver associado ao conceito de bondade, Deus não faria o menor sentido.
    Então porque é que existe o Mal e o Sofrimento no mundo ?
    Quando ocorreu o terrível terramoto do Haiti, certamente que muitos crentes se perguntaram onde estava Deus.
    Por mim só encontro uma resposta:
    Deus, ou está dentro de cada um de nós ou não está em mais nenhum lugar.
    E aqueles ou aquelas que partiram em socorro de todos quantos sofreram essa tragédia estavam a revelar o Deus bondoso que tinham dentro de si.

    • Anónimo

       http://www.youtube.com/watch?v=JNhPiu6lqH0

    • João Pedro Moura

      1- “ANTONIOFERNANDO disse: 1- “Deus, ou está dentro de cada um de nós ou não está em mais nenhum lugar.” Ó António Fernando, mas já pensou que esse “deus”, não estando “em mais nenhum lugar”, poderá nem estar “dentro de cada um de nós”?E o que seria esse pseudocandidato a coisa – deus – estar “dentro de cada um de nós”???!!! A fazer o quê???!!!  2- “E aqueles ou aquelas que partiram em socorro de todos quantos sofreram essa tragédia estavam a revelar o Deus bondoso que tinham dentro de si.”             Não acha que poderiam estar antes a revelar o altruísmo que tinham dentro de si?!  3- Ao enveredar-se por um conceito de “deus” abstrato, associado à bondade, altruísmo, civismo, solidariedade, minimizando ou expurgando-o de maldades e opressões, está-se a deslustrar o deus das religiões e a enveredar pelo panteísmo naturalista spinozista, enfim, uma forma de criptoateísmo, em última instância…
      ANTONIOFERNANDO disse:
       
      1- “Deus, ou está dentro de cada um de nós ou não está em mais nenhum lugar.”
       
      Ó António Fernando, mas já pensou que esse “deus”, não estando “em mais nenhum lugar”, poderá nem estar “dentro de cada um de nós”?
      E o que seria esse pseudocandidato a coisa – deus – estar “dentro de cada um de nós”???!!! A fazer o quê???!!!
       
       
      2- “E aqueles ou aquelas que partiram em socorro de todos quantos sofreram essa tragédia estavam a revelar o Deus bondoso que tinham dentro de si.”
       
                  Não acha que poderiam estar antes a revelar o altruísmo que tinham dentro de si?!
       
       
      3- Ao enveredar-se por um conceito de “deus” abstrato, associado à bondade, altruísmo, civismo, solidariedade, minimizando ou expurgando-o de maldades e opressões, está-se a deslustrar o deus das religiões e a enveredar pelo panteísmo naturalista spinozista, enfim, uma forma de criptoateísmo, em última instância…

      • João Pedro Moura

        AOS RESPONSÁVEIS DO DIÁRIO ATEÍSTA

        As formatações de texto que o sistema informático deste blogue executa são muito arbitrárias e estragam a formatação original do comentador, frequentemente.

      • antoniofernando

         João Pedro Moura

        Gostei da sua intervenção e das suas interpelações. Há aqui escassos  ateus a elevar o debate. Você prima pela diferença, no melhor dos sentidos.

        Sim, acredito que cada pessoa tem natureza divina. Sim acredito, na linha da visão filosófica espinosana, que cada pessoa pode manifestar-se a si como a expressão de Deus.

        Já li a Ética de Espinosa e, do meu ponto de vista, ele não era panteísta mas pananteísta, quando referia precisamente que cada um de nós, na ótica dele, poderia apresentar-se como expressão de Deus.

        A visão de Espinosa não era exclusivamente referenciada ao naturalismo panteísta, mas essa interpretação não determina o meu pensamento.

        Aquilo que eu penso é que cada pessoa tem a possibilidade de assumir a sua condição divina quando verdadeiramente se torna santa.

        E , nesta acepção, não estou a aludir a qualquer tipo de canonização formal, do tipo católico, mas àquelas raras pessoas, que você certamente conhece, que se comportam com os mais elevados níveis de abnegação, altruísmo e generosidade, independentemente do facto de serem crentes, ateus ou agnósticos.

        O que é que Deus estaria a fazer dentro de cada um de nós ?

        Se a nossa essência for simultâneamente divina e humana, você pode optar ou não pela assunção dos valores éticos, mais elevados,

        Causa-lhe estranheza que um crente admita que a natureza humana seja de providência divina ? Que cada pessoa possa ser uma manifestação de Deus ? Que cada um de nós, imperfeito, como é possa também possuir uma dimensão de perfeição ?

        Presumo que, para você, enquanto ateu, isso não faça sentido.

        Mas, para mim, é o que começa a fazer cada vez mais sentido.

        P.S. Na tragédia do Haiti ou noutras similares, cada um daqueles que partiu em socorro dos seus semelhantes, estava certamente a exercer o seu melhor altruísmo, independentemente de ser crente, ateu ou agnóstico.

        • HAMONBAAL

          Conversa da treta pura.

          Se fizermos algo bom é porque deus nos inspirou.

          Mas fizermos algo mau já somos nós que nos inpirámos a nós próprios.  Ponto.  

          Provas, ao menos um indício ?  

          Para quê ?  Vocês não precisam da lógica para inventar as vossas histórias da carochinha.

          E entretanto, com essa “visão” interior completamente às escuras, porque não é baseada em coisa nenhuma, desvias a conversa da questão principal.

          O mundo terá sido criado por deus, dizem vocês.   

          Deus é absolutamente bom, dizem vocês.

          Entretanto o mundo não é o teu mundinho interior cehios de visões beatíficas.

          O mundo é o mundo dos vulcões, inundações, dos tsunamis e terramotos, da peste, do cancro, da lepra.  

          Tudo coisas em que o nosso mundo interior, ou até livre arbirtrio, não tem qualquer peso.

          A questão não é o teu mundinho interior, que julgas vasto mas que sabemos acanhado e claustrofóbico, mas o mundo real.

          É ridiculo pretender que um deus é absolutamente bom porque, ao criar um mundo assolado pelo sofrimento também inspira uns gajos a colarem uns pensos à vitímas que gritam de dor.

          Perante um mundo de horror só há duas possiblidades ou deus não existe, ou existe e é mau.

          Porque, para um deus absolutamente bom ter criado um mundo de horror é preciso que seja completamente incompetente.   

          Um verdadeiro atrasado mental.

          • antoniofernando

            Agora é que disseste tudo:

            És mesmo um verdadeiro atrasado mental. Só agora é que tinhas notado, tótó ?

            Querias um Deus que te colasse a boca quando não consegues calar os vómitos e a grunhice do teu constante complexo de inferioridade, taralhoco ?

            És mesmo bronco. Que mesquinha conceção de Deus. Dava-te jeito, não dava, tontito ?

            Se os teus pais forem pessoas decentes, que culpa têm eles que tu tenhas nascido bronco e grunho ?

            Alguém te impede de seguir os bons exemplos éticos, se existirem pessoas moralmente bem formadas, que tu não és ?

            Alguém te impede de alterares o teu mau carácter ?

            É Deus que tem culpa de existir neste mundo um tipo asqueroso como tu ?

            Responde merdoso, responde, a ver se és capaz…

          • Molochbaal

            Caro fifi.

            Gostei imenso do teu chorrilho de insultos.

            Faz-me lembrar as regras do famoso sermão da montanha e o facto de que vocês de cristãos não têm nada.

            Parece que fazem gala de violar os preceitos morais que o vosso suposto deus vos terá inspirado.

            Fora isso é o costume.

            Ainda e sempre a fugir aos assuntos.

            Compreende-se.  Como as vossas teorias lunáticas não têm pés nem cabeça não vos convém aprofundar.

            Manda-se com umas referências a Spinoza, ,al digeridas e que nem são a propósito.  Dá para brilhar e evitar o assunto em discussão.

            O que está em questão é que, independentemente de haver homens bons, o mundo é mau.  Está cehio de sofrimento e mesmo que todos os homems fossem bons, não conseguiam acabar com ele.

            Ora só um IMBECIL pode pretender que um deus absolutamente bom crie um mundo quase absolutamente mau.

            Podes insultar á vontade que a gente não se esquece do que estamos a falar.

    • Anónimo

      Apreciei o teu discurso, Toninho. Sem ironia. A sério.
      Principalmente, nesta frase: “Deus, ou está dentro de cada um de nós ou não está em mais nenhum lugar.”
      Um dia, alguém me disse “Deus é um estado de espírito”. E eu dei por mim a concordar. Mas, também, a levantar outras questões: se Deus “é um estado de espírito” porque “está dentro de cada um de nós”, então por que razão não está dentro dos maus? Voltamos à velha questão: está dentro de uns e não está dentro de outros?
      “E aqueles ou aquelas que partiram em socorro de todos quantos sofreram essa tragédia estavam a revelar o Deus bondoso que tinham dentro de si.”
      Não vás por aí. Porque tu, por exemplo, não foste ao Haiti. Muita gente bondosa não foi. E essa não-ida, por variadíssimas razões, não significa que quem não foi não tinha “Deus dentro de si”. Ou seja, e julgo que é esta a frase que te falta dizer, e só não a dizes por uma questão de coerência, para se ser bom ou mau não são precisos deuses para nada. Mais sucintamente: os deuses não são precisos para nada. Sempre “houve” deuses, e nunca ninguém conseguiu provar a sua utilidade.

      • HAMONBAAL

        E o fifi, com a conversa da treta do “deus interior” já conseguiu desviar a conversa do facto de ser uma contradição absurda  haver um deus absolutamente bom que cria um mundo mau.

    • Kavkaz

      Conversa da treta…

      Não rasgaste o Antigo Testamento? De que “Deus” falas? Será o teu aparelho respiratório o deus que te provoca tantos orgasmos?

    • Anónimo

       se voce acha normal a existencia do bem e do mal… não reclame do aborto entao!

  • JoaoC

    Tanta infantilidade junta…

    • Anónimo

      É assim mesmo, João C. Excelente argumentação!

      • HAMONBAAL

        Evidentemente que a argumentação dele é excelente.

        É porque ele é uma pessoa adulta e madura que acredita em cobras falantes, virgens com filhos, gajos que andam na água…

  • Coringablack

    Graças a Deus eu continuo vivo e sem doenças ou deformações, enquanto as outras pessoas: velhos, crianças e toda espécie de gente está morrendo, adoecendo e agonizando pelo mundo. Tudo isso, graças a Deus; foi e é a vontade de Deus. Amém. 

    • HAMONBAAL

      Ná.

      Segundo eles deus não tem nada a ver com os horrores do mundo que ele próprio criou.

      É como aqueles políticos corruptos que sacodem a água do capote quando as suas políticas se provam erradas ou criminosas.

  • Molochbaal

    As crianças ?

    Deus está-se bem nas tintas para as crianças.

    Segundo a Bíblia deus assassinou MILHÕES de crianças inocentes pelos crimes dos pais.

  • antoniofernando

    Claro que só um imbecil, co o tu, é capaz de fazer esses teus raciocínios tão primários. Não admira que sintas um enorme complexo de inferioridade, bem patente em todas as tuas intervenções.

    Vejamos, para um grande tótó como tu, o conceito de Deus bondoso dependeria de andar constantemente a intervir na realidade humana. Ou seja, existiria a Humanidade, mas ela seria perfeita por total manipulação de Deus.

    E se assim fosse, não haveria nem Mal nem Sofrimento.

    Mas, nessas circunstâncias, tu já aceitarias a associação de Deus à noção de Bondade:

    Quando todos fôssemos absolutamente determinados por Deus.

    Essa é uma concepção primária de Deus, que só taralhocos como tu são capazes de defender.

    Há santos neste mundo e há pérfidos. Gandhi foi um homem santo. Hitler ou Estaline foram monstros.

    Significa que a existência de Hitler e Estaline põem em causa a existência de Deus ?

    Não põem.  A Vida é Evolução, é um processo de constante interacção entre Bem e Mal.

    Para mim, enquanto crente, isso não põe em causa a Bondade de Deus, embora possa pôr em causa a casuística intervenção de Deus nas questões humanas.

    Jesus de Nazaré produziu vários milagres, assim o creio. Mas porque era um Homem excepcionalmente evoluído. Apolónio de Tiana fez o mesmo que Jesus de Nazaré.

    Porque foram Homens com uma especial capacidade de generosidade e de compaixão pelos sofredores.

    Homens com esse gabarito ético estão muito próximos de Deus. Mas não de um Deus externo, patarata.Do Deus que em todos nós habita, mas que só raros seres são capazes de evocar.

    As tragédias e as injustiças são definitivas ? Não são. Haverá sempre lugar para a sua reparação. Mas isso terá que ver com um processo de auto-consciência individual que não termina com a morte.

    Por isso também acredito na reencarnação.Única forma de taralhocos como tu conseguirem evoluir até à assunção da sua essência divina.

    Claro que, no teu caso, vais necessitar de retornar a este mundo incontáveis vezes.

    És o que se chama um espírito bem primário.

    • Anónimo

       “Significa que a existência de Hitler e Estaline põem em causa a existência de Deus ?”

      Se não puser a existência, põe em causa “bondade” de deus!

      Stalin matou crentes?? A culpa não foi do Camarada… mas do Senhor!!!
      Afinal.. tudo que se passa na Terra é Vontade Divina!

      • Molochbaal

        O fifi está a fugir para a desculpa habitual deles de que deus “bonzinho” deixa uma criança morrer queimada por causa do “livre arbítrio”  como se fosse a criança que decide morrer queimada e não a realidade material do mundo violento criado por deus que o impusesse.

        Mesmo que todos os homens fossem bons e pacíficos, o modo como o mundo está está construido implica que haverá sempre crianças a morrer queimadas.

        Porque a realidade material do mundo violento impõe ARBITRÁRIAMENTE a presença da morte e da violência CONTRA o nosso livre arbirtrio.

        Mesmo que deus “compense” com o outro mundo, o sofrimento já aconteceu, foi um facto violento de um mundo cujas condições materiais de existência nos impõem essa violência.

        Um deus absolutamente bom não cria um mundo intrinsecamente violento que determina violentamente as nossas vidas.

        O resto é conversa da treta.

    • Molochbaal

      Sim, pode colocar-se a questão da total ausência de deus nas questões humanas.

      De facto, digas o que disseres, é contraditório já por si que um deus absolutamente bom assista impávido e sereno ao sofrimento humano sem intervir.

      Mas como muito bem sabes a conversa nem estava a ir por aí.

      O que se passa é que o mundo é intrinsecamente mau, muito para além da realidade humana.

      Embora estejas desesperadamente a tentar fugir ao assunto, um terramoto não é determinado por humanos, nem tem nada a ver com a ética ou falta dela.

      O mundo está feito de origem como um lugar de sofrimento extremamente violento.

      Ao contrário do que tu estás a dizer, o mundo violento determina grande parte da nossa existência.

      Podes fugir para a interioridade humana as vezes que quiseres que a questão mantém-se.

      Um deus absolutamente bom não pode criar um mundo mau, que determina as nossa vidas de forma violenta.

      Tu vais morrer de cancro, ou atropelado ou de velhice.  Vias sofrer e morrer, mesmo que sejas muito bonzinho, que não és.  Mesmo que todos à tua volta fossem muito bonzinhos.

      A morte e o sofrimento não são absolutamente determinados por nós, é o mundo violento criado por deus que nos determina as vidas de forma violenta. 

      Não somos nós que escolhemos.  A morte e o sofrimento está omnipresente nas nossas vidas.

      Face  a este facto vens com um deus invizível que não podes provar e com outro mundo invisível que não podes provar.

      Face a factos tu especulas delirantemente.

      Mas nada tira que, mesmo que houvesse uma reparação por alguém que ninguém viu, num lugar que ninguém sabe onde é, o sofrimento já aconteceu, é real, não é por ser “reparado” que deixou de existir num determinado momento.

      Ora, voltamos à mesma.   Um deus absolutamente bom não “repara” o mal causado por um mundo mau que criou.  Se é absolutamente bom necessariamente teria criado um mundo bom.

      Demos de barato que ele nos deixaria ser rmaus. Émbora isso em si já seja uma contradição porque as vitímas não têm culpa. 

      Mas pelos menos não haveria cancro ou maremotos.  Isto é, morte e sofrimento constantes  induzidos pelo mundo material independente da vontade humana.

      PS

      Outra coisa, acho simplesmente NOJENTO que um hipócrita como tu, conhecido pelas suas aldrabices, falsificação de nicks etc se esteja sempre a armar em moralmente superior para toda a gente aqui.

      Tens a mania que és o mais culto e inteligente, a mania que és um exemplo moral.  

      E toda a gente, até muitos dos teus correligionários sabe que andas a falsificar nicks da forma mais estúpida possível comportando-te como um aldrabãozeco com a inteligência de um puto de três anos.

      Continua a armar-te aos cágados.

      As questões continuam pro responder.

      • Anónimo

         O Fifi se queixou pq es questionei a bondade de deus… então ele disse que era necessario o mundo tem que ter bem e mal… e que deus nao pode ser perfeito.
        Já que é assim… pq o Fifi arma escandalo com Stalin e o aborto?

        • Molochbaal

          Claro que o fifi se queixa.

          Para ele, deus ter criado um mundo repleto de terremotos, maremotos, tsunamis, doenças dolorosas e mortais, incêndios e inundações é a prova que deus nos ama.

          Suponho que, se tiver filhos, ele encha o quarto dos putos com serpentes venenosas, escorpiões, frutos venenosos, poças de água infectadas com cólera e malária, roupa aspergida com culturas de micróbios da varíola, hepatite e da sífilis e outras coisas com deus nos mimoseou, só para demonstrar o seu maor pelos seus filhinhos queridos.

    • João Pedro Moura

      ANTONIOFERNANDO disse:
       
      1- “… o conceito de Deus bondoso dependeria de andar constantemente a intervir na realidade humana. Ou seja, existiria a Humanidade, mas ela seria perfeita por total manipulação de Deus.”
       
      a) Convenhamos, António Fernando, que o “conceito de Deus bondoso” dependeria, irrecusavelmente, “de andar constantemente a intervir na realidade humana”, convertendo-a em perfeição, logo expurgando-a de todo o mal.
      Se é “bondoso”, por imanência, como poderia causar o mal, ou, por improcedente hipótese de distração, deixar esse mesmo mal em livre curso?!
       
      b) Antecedentemente, esse deus concetual nem teria que “andar constantemente a intervir na realidade humana”, porque tal intervenção já suporia que o “Criador perfeito” fez coisas imperfeitas, e, então, teria que tratar delas constantemente…
      Não! O perfeito não pode criar o imperfeito! Axiomaticamente!…
      Aliás, concetualmente, “Deus” é imutável, porque não pode “andar” a “ver” isto e aquilo e a “pensar” duma maneira, ontem, e hoje, doutra.
      Portanto, nunca poderia “cuidar da humanidade”…
      … Porque, a mutabilidade duma entidade, mesmo “deus”, implicaria deslocações físicas, mudanças de atitude, de ideias, etc.
      Criar uma coisa implica transmutar-se, adotando uma atitude hoje que ontem ainda não tomou, porque ainda não tinha pensado nisso ou tal não se suscitou.
      Logo, o ser “imutável” não pode criar! Porque, criar é… mudar! Apoditicamente!…Se é imutável, não pode criar! Se é “deus”, é imutável!
      2- “Significa que a existência de Hitler e Estaline põem em causa a existência de Deus?”
       
       
      a)     Põe em causa, concomitantemente, a bondade divina, logo, a existência de “deus”. Este poderia evitar o mal hitleriano e estalinista, tal como qualquer mal, porque tem poderes para isso, segundo os religionários. Quem permite… consente!…
       
       
      b)     Imagine, A. Fernando, que um indivíduo passa na rua, ou numa estrada qualquer, por um morto ou por um ferido a necessitar urgentemente de socorro. Se o passante não ajudar ou não reportar o drama às autoridades, cai na alçada do código penal de qualquer país do mundo, como é lógico, por falta de assistência a pessoas em perigo ou ocultação de cadáver.
              Mas, “deus”, pelos vistos, não cairia em nenhuma alçada judicial, ao observar eventos infaustos, maléficos e mortais, segundo os religionários…
       
      c) E ainda poria estoutra devastadora e definitiva objeção:
      se o tal “deus” tanto pode fazer um “milagre” duma salvação qualquer, como logo a seguir deixar que outros se afundem no mar, se espatifem contra o solo ou morram de morte natural, para que serve a impetração divina???!!!
          Se tudo segue o seu curso, sem que se vislumbrem os insondáveis desígnios divinos ou sequer apuremos como nos poderíamos acolher nas suas boas graças, para que serve a crença em deus e as orações impetrantes???!!!
      O António Fernando não acha isto tudo desconexo?
      3- “Não põem.  A Vida é Evolução, é um processo de constante interacção entre Bem e Mal.”
       
       
      E então, qual é o papel de “deus” nisso tudo???!!!
      4- “Para mim, enquanto crente, isso não põe em causa a Bondade de Deus, embora possa pôr em causa a casuística intervenção de Deus nas questões humanas.”
       
       
      Hããããã???!!!
      5- “Jesus de Nazaré produziu vários milagres, assim o creio. Mas porque era um Homem excepcionalmente evoluído. Apolónio de Tiana fez o mesmo que Jesus de Nazaré.”
       
       
      a) Será que Apolónio de Tiana também é integrável no jardim da celeste corte?
       
       
      b) Sobre “Jesus da Nazaré”, renovo, pela terceira vez, o pedido que lhe fiz em comentários anteriores: diga-me 3, 4, 6 ideias/práticas dessa personagem bíblica que interessem para a humanidade. 6- “Homens com esse gabarito ético estão muito próximos de Deus. Mas não de um Deus externo, patarata.Do Deus que em todos nós habita, mas que só raros seres são capazes de evocar.”
       
      a)      Se “só raros seres são capazes de evocar”, será que centenas e centenas de milhões de “vulgares seres”, os crentes em “deus”, farão uma evocação divina … em vão?! Tal evocação é apanágio de “raros seres”?!
       
       
      b) Quem são esses “raros seres”?! Uma “raça eleita”?! Quem passa tal certificação de qualidade?!
       
      7- “As tragédias e as injustiças são definitivas ? Não são. Haverá sempre lugar para a sua reparação.”
       
       
      Olha que são definitivas! A morte, os ferimentos… definitivos, as sentenças judiciais, as sentenças divinais irreparáveis…
       
       
      8- “Mas isso terá que ver com um processo de auto-consciência individual que não termina com a morte.”
       
      Sendo a morte do indivíduo, também a morte da sua consciência, como é que perduraria a “auto-consciência individual que não termina com a morte”???!!!
      9- “Por isso também acredito na reencarnação. “
       
       
      O que é isso???!!!
       

      • Anónimo

         e mais engraçado é ke certos “represantes de deus” foram comparsas de Hitler

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