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  • 12 de Novembro, 2011
  • Por Carlos Esperança
  • AAP

Emigração pia

A Nunciatura Apostólica em Portugal anunciou hoje que D. Carlos Azevedo, até agora bispo auxiliar de Lisboa, foi nomeado por Bento XVI como “delegado do Conselho Pontifício para a Cultura” (CPC), organismo da Santa Sé.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o prelado fala num “momento de profunda alteração no estilo de serviço à Igreja”.

 

Nota: Este prelado era especialista em combater os ateus no Correio da Manha, com algumas mentiras e sem direito de resposta.

20 thoughts on “Emigração pia”
  • José Gonçalves Cravinho

    Porque é que os Prelados,até mesmo os oriundos da Plebe,téem antes do nome o D.de Dom?!
    Isto afinal não está em contradição com a tão apregoada humildade cristã?

    • Carlos Esperança

      Caro Amigo:

      Deve ser o dom do Espírito Santo – a única pomba estúpida do mundo, como dizia Pessoa.

      • Xpto

        Entretenha-se com esta enquanto não aparece aí o desvairado do Kavkaz a insultar de ” imbecis” e ” asnos” quem lhe faz frente e você, como de costume, engole e fica calado:

        “Em qualquer espírito, que não seja disforme, existe
        a crença em Deus”

        Fernando Pessoa, “Autobiografia sem Factos”. Assírio &
        Alvim, Lisboa, 2006, p. 375

        • Kavkaz

          “Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.”
          Fernando Pessoa no poema “O guardador de rebanhos – VIII”

  • Kavkaz

    “Fernando Pessoa era um poeta assumidamente anticatólico”.

    http://www.youtube.com/watch?v=IURA1sOXVMQ

    Com data de 1935, já num Estado Novo que elevou a religião católica, o texto de cinco páginas manuscritas é apenas «o preâmbulo de um artigo maior que teria um carácter de estudo de caso, permitindo caracterizar aquilo a que Pessoa chama esta religiosidade portuguesa, o catolicismo típico deste bom e mau povo». «Fatima é o nome de um logar da provincia, não sei onde ao certo, perto de um outro logar do qual tenho a mesma ignorancia geographica mas que se chama Cova de qualquer santa. Nesse logar – esse ou o outro – ou perto de qualquer d’elles, ou de ambos, viram um dia umas crianças apparecer Nossa Senhora (¿). Assim diz a voz do povo da provincia e a A Voz (jornal católico e monárquico) sem povo de Lisboa. Deve portanto ser verdade, visto que é sabido que a voz das aldeias e A Voz da cidade de ha muito substituíram aquellas velharias democraticas que se chamam, ou chamavam, a demonstração scientifica e o pensamento raciocinado», pode ler-se no texto. A ironia de Pessoa retrata a sua visão da religião dos portugueses com «o olhar cínico de quem achava que ela era socialmente útil: o povo precisava de religião e não podia dispensá-la ou deixaria de ser povo», comentou José Barreto, acrescentando que «o aproveitamento político de Fátima pelos reaccionários é o alvo preferencial de Pessoa, não tanto a devoção dos crentes». «O facto é que ha em Portugal um logar que pode concorrer e vantajosamente com Lourdes. Ha curas maravilhosas, a preços mais em conta. O negócio da religião a retalho, no que diz respeito à Loja de Fatima, tem tomado grande incremento, com manifesto gaudio mystico da parte dos hoteis, estalagens e outro commercio d’esses jeitos – o que, aliás, está plenamente de accordo com o Evangelho, embora os católicos não usem lê-lo – não vão eles lembrar-se de o seguir!», escreveu Pessoa.
    http://www.gforum.tv/board/1279/239792/fernando-pessoa-fatima-e-religiao.html

  • Xpto

    Já que estamos em maré de Fernando Pessoa:

    “O grande dilema: acreditar
    no Deus Bíblico que os homens inventaram,ou acreditar no Deus que está
    para além de toda a inteligência humana?Eu prefiro acreditar que Ele
    existe e que não preciso de intermediários para falar com Ele!!!!”

    “Da Existência de Deus – Fernando Pessoa

    • Kavkaz

      Será que Fernando Pessoa deixou algum relato de alguma conversa com o “Deus” em que acreditava? Não conheço nenhuma conversa dessas. Os crentes podem acreditar no que desejarem, mas de deuses não levam uma só palavra! Ficam a falar sozinhos, como sempre digo!

      Talvez seja de sublinhar que o poeta Fernando Pessoa era anticatólico e achava que Fátima era uma farsa.

      A Verdade deve ser dita. Apenas pelos ateus, claro!

      • Xpto

        “A verdade deve ser dita. Apelas pelos ateus, claro !”

        És uma autêntica anedota. O verdadeiro João C dos ateus… 🙂

        • Kavkaz

          Anedota serás tu, quando não reconheces que o poeta Fernando Pessoa era anticatólico e achava que Fátima era uma farsa.

          Está documentado. É só ler… O que os crentes não têm coragem de admitir!

          • Xpto

            Em que é que Pessoa era ” anticatólico” ? Andou a deitar bombas às igrejas ? Então se admites que ele foi ” anticatólico”, pela tua lógica mesquinha não haveria nenhum problema ético em alguém também se afirmar ” anti-ateu”, não é verdade ?

            Pessoa foi crente e cristão gnóstico ou deísta.Ponto.

            Quanto ao facto de Fátima ter sido uma farsa, concordo. Foi.

          • Kavkaz

            “Fernando Pessoa era um poeta assumidamente anticatólico”.

            http://www.youtube.com/watch?v=IURA1sOXVMQ

            Não viste o vídeo…. Não é conveniente?

          • Xpto

            Queres conversa ou desconversa ? Eu estou-me nas tintas para o que diz o gajo do vídeo. Penso por mim. Não conheço de Pessoa nenhuma posição anti-católica. Aliás só mesmo um imbecil é que, para afirmar a sua visão religiosa ou ateísta, precisa de ser ” anti” seja o que for. Eu não sou católico. Mas isso não faz de mim anti-católico. Não sou ateu, nem agnóstico, mas isso não faz de mim anti-ateu ou anti-agnóstico. És capaz de perceber isto tão elementar ou nem isso ?

          • Kavkaz

            Estás-te “nas tintas”? “Não conheço de Pessoa nenhuma posição anti-católica”?

            Vê o vídeo (passou na TV portuguesa), lê o que ele escreveu. Dei os links que tiram TODAS as dúvidas e está na internet publicado. Só não lê e não vê quem não quiser.

            Continua a enterrar a cabeça na areia! É o teu estilo habitual. Escusas de desviar a conversa de blá-blá-blá para a tua pessoa e para as tuas convicções. Não se falou de ti nem interessa nada. O assunto tratado era exclusivamente sobre Fernando Pessoa e as suas poiçõess.

  • Joaquim Silva

    “A existência de Deus é, pois, indemonstrável, mas é um acto de fé
    racional, natural portanto — inevitável até — em qualquer homem no uso
    da sua plena razão.

    E tanto assim é que o ateísmo anda sempre ligado a duas qualidades
    mentais negativas — a incapacidade de pensamento abstracto e a
    deficiência de imaginação racional. Por isso, nunca houve grande
    filósofo ou grande poeta que fosse ateu”

    Fernando Pessoa

    Textos Filosóficos

    . Vol. II. Fernando Pessoa. (Estabelecidos e prefaciados por António de Pina Coelho.) Lisboa: Ática, 1968.

     – 76.http://arquivopessoa.net/textos/2153Faço uma ressalva: discordo da parte final do texto de Pessoa, segundo a qual nunca houve um grande filósofo ou grande poeta que fosse ateu. No entanto, esta citação demonstra claramente que até Fernando Pessoa sustentava que a convicção em Deus decorre de um acto de fé racional, natural e inevitável – em qualquer homem no uso da sua plena razão.Crítica mais contundente ao ateísmo não pode haver. Carlos Esperança perdeu uma boa oportunidade de não citar Pessoa no sentido que lhe quis conferir.

     

    • Kavkaz

      “E tanto assim é que o ateísmo anda sempre ligado a duas qualidades mentais negativas — a incapacidade de pensamento abstracto e a deficiência de imaginação racional.”

      – É uma opinião que não partilho e considero errada!

      • Kavkaz

        O Joaquim Silva não consegue perceber a época em que viveu Fernando Pessoa? Quer comparar o que sabia Fernando Pessoa há 100 anos com os conhecimentos científicos de hoje?

        Já aqui escrevi tantas vezes que os ateus acompanham e sabem que o Universo não foi criado em seis dias (o que Fernando Pessoa talvez acreditasse naquela época). As mentiras do “Génesis” só ficaram muito claras nos últimos 30-40 anos com a demonstração de ter existido o Big-Bang, o que não poderia ser do conhecimento de Fernando Pessoa.

        A Igreja Católica andou a “vender gato por lebre” durante séculos a afiançar que “Deus” era o do Génesis e tinha construído o mundo em seis dias. Agora já enfia a Mentira no saco e já apregoa que o Génesis não é para ser levado a sério. Pois, tenta sobreviver… e tem de mudar o discurso!

        E o Joaquim Silva o que diz de Fernando Pessoa achar que Fátima será uma fraude católica?

        • Joaquim Silva

          Já aqui escrevi tantas vezes que os ateus acompanham e sabem que o
          Universo não foi criado em seis dias (o que Fernando Pessoa talvez
          acreditasse naquela época)”, diz você.

          Não sabia que o Fernando Pessoa ” talvez” acreditasse que o Universo tinha sido criado em
          seis dias.

          Esse
          ” talvez” parece-me muito pouco rigoroso. E, quanto ao Fernando Pessoa,
          nem me passa pela cabeça que ele pensasse que o Universo tinha sido
          criado em seis dias.

          Pessoa tinha tanto de génio como de contraditório.Há textos dele sobre Deus completamente distintos.

          No fundo, foi um homem profundamente solitário:

          “Cada vez estou mais só, mais abandonado. Pouco a pouco quebram-se-me todos os laços. Em breve ficarei sozinho.”

          Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. Fernando Pessoa. (Textos
          estabelecidos e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado
          Coelho.) Lisboa: Ática, 1966.

           – 26.

          O que digo sobre o Pessoa achar que Fátima foi uma fraude ? Digo que foi o que ele disse.

          A minha opinião é que Fátima é um disparate teológico à luz do Evangelho.

          • Kavkaz

            Joaquim Silva, é fácil perceber e concluir que o livro “Génesis” foi considerado durante séculos pela Igreja Católica como um livro “sério” e rigoroso. Hoje já (há poucos anos) é reconhecido como uma estorieta falsa pelo próprio Vaticano.

            A pressão e domínio ideológico na sociedade pelos Clero no início do século XX não tem comparação com os nossos dias de hoje. A mentira religiosa já não consegue o mesmo Poder que conseguia antes apesar de continuar a tentar e a insistir sempre.

            O meu “talvez” justifica-se, pois Fernando Pessoa admitia a influência religiosa. Era crente num “Deus” que éle lá saberia como era o que acreditava e que será bem diferente daquele “Deus” em que você acredita. Além disso, o que eu li de Fernando Pessoa não me permitiu tirar todas as dúvidas nem o próprio teria publicado o suficiente sobre o assunto para ficarmos esclarecidos. Ficou algo de muito importante por dizer como se pode constatar no video, cujo link apresentei.

            Expliquei-lhe que o conhecimento científico no princípio do século XX e no princípio do século XXI são substancialmente diferentes. É a diferença entre levar a “sério” o Génesis” e ter provas de que se trata de estorieta inventada, Tentar agarrar-se ao conhecimento de Fernando Pessoa é o mesmo que ignorar o conhecimento no século XXI. Eu vivo neste século e “agarro-me” ao que já se sabe neste século. Você continuará a acreditar no “criador” do “Génesis”? Se não for o “Deus” do “Génesis”, então terá de ser outro “criador” imaginado por si. Colocará, então, o Velho Testamento (pelo menos) no seu lugar, o do livro “sagrado” das tretas! O que eu tenho sempre aqui escrito!

            P:S. Congratulo-me com a sua lucidez (e a do Xpto, também) em reconhecer que as aparições de Fátima não é de gente séria! É realmente uma fraude vergonhosa e está relatado e documentado em diversos livros daquela época! Uma fraude que gera milhões em lucros!

          • Joaquim Silva

            Kavkaz

            Ser ou não ser sério não depende de se acreditar ou não em Fátima.De se ser ou não crente. Cada um de nós tem as suas próprias convicções. Há muita gente,a enorme maioria do povo, que acredita nas aparições de Fátima de forma sincera. As populações não se debruçam normalmente sobre questões teológicas. Vivem superficialmente de acordo com o que habitualmente catalogamos ” religiosidade popular”.É preciso entender e respeitar quem pensa diferentemente.E é também necessário respeitar a cultura popular, que possui características eminentemente religiosas.Questão diferente é ao nível de uma dimensão teológica mais instruída. Aí, pessoalmente, não entendo como há tantos teólogos que não vêem as enormes diferenças existentes entre o Evangelho e uma deturpação fatimista, de tónica supersticiosa e egocêntrica, que nada tem a ver com o lado genuíno dos ensinamentos de Cristo: a generosidade,a compaixão, o perdão, a fraternidade,a entre-ajuda.E a simplicidade espiritual da oração como forma particular e intimista de comunhão com Deus.

          • Kavkaz

            Joaquim Silva, o sujeito A ou B pode acreditar e ter as convicções que lhe apetecer. Isso não me interessa em particular. Para nada. A liberdade religiosa que os ateus aqui defendem o demonstra.

            O que eu abordo é a justeza ou não dessas convicções. É Verdade ou é Mentira o que afirmam. E tanto faz que falem de Fátima ou de outro assunto qualquer. Se em Fátima a Igreja Católica proteje uma grande aldrabice eu entendo que devo e posso dizê-lo e comentá-lo. E escrevo isso. É simples.

            Não me pode falar em “É preciso entender e respeitar quem pensa diferentemente”. Isso, os ateus fazem ao estarem do lado da liberdade religiosa. Não podemos ser acusados nesse campo. Não sou eu que vou atacar e insultar quem escreve nos sites católicos ou de outras religiões. Pura e simplesmente não entro lá, pois não me interessam nada. Gosto de falar com quem me pode entender e trocar impressões. É no “Diário Ateísta” que estão as pessoas que considero interessantes e inteligentes.

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