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Mão pesada da justiça para padre sem habilitações

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Salvo o devido respeito pelo Tribunal de Santo Tirso que condenou Agostinho Caridade a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa, devo expressar a minha perplexidade pelo peso da pena. Nem o facto de a comarca ter um nome de santo e o arguido o apelido de uma das três virtudes teologais, lhe evitaram a condenação.
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Agostinho Caridade celebrou missas, casamentos, baptizados e funerais em todo o país, inclusive na Sé de Braga, durante quatro anos. Os paroquianos apreciavam as homilias e verificaram que os baptizados, casamentos e funerais foram realizados segundo o estado da arte. Em suma, preferiam-no aos colegas que arrastaram as sotainas pelos seminários e foram ungidos por um bispo.
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O Sr. Caridade não está isento de impostos, isso é privilégio dos colegas diplomados, e, por esse motivo, por evasão fiscal, falta de recibo verde e fuga ao IVA, devia ter sido condenado, mas ele apenas foi tão severamente castigado por exercer funções a que um estado laico é alheio. Não me consta que o alvará de pároco seja da competência dos órgãos do estado nem que este tenha capacidade para lhe retirar competências.
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Se, em vez de exercer o múnus espiritual, o Sr. Caridade se tivesse dedicado a consertar persianas ou a reparar canalizações, embora fosse muito menos competente, nunca seria julgado. Perdeu-o o facto de alguém o denunciar, não por inépcia, mas por ter exercido uma profissão num sector fortemente monopolista.
Tendo estagiado com o pároco de Santiago de Bougado, na Trofa, então já num estado de saúde muito debilitado, aprendeu a transformar a água vulgar em benta e a transubstanciar a hóstia. Faltou-lhe o diploma.
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É uma injustiça não lhe darem uma oportunidade para exercer legalmente a vocação e exonerarem-no do pagamento de 4.272 euros a três pessoas que burlou, pois o dinheiro recebido não teve pior destino do que o óbolo depositado no andor do Senhor dos Passos ou na caixa de esmolas de um santo de qualquer paróquia.
3 thoughts on “Mão pesada da justiça para padre sem habilitações”
  • Anónimo

    O senhor Carlos Esperança acha piada a isto, mas olhe que não tem piada nenhuma, nem justifica o tom irónico, a roçar o insultuoso, que aplica no seu escrito. A preocupação do senhor Carlos Esperança é a água benta que o fisco deita por cima da padralhada, sempre foi, e agora vem gozar com o Caridade. Tenha caridade, senhor! Lembre-se, ao menos, das pobres criancinhas, coitadinhas, que foram baptizadas e que, agora, vão ter de levar, outra vez, com a encharcadela e com os óleos santos. Com a consequente despesa, a duplicar, com a boda do baptizado, e olhe que a vida não está para felostrias, que isto aqui não é a Madeira. Além disso, o padre – o verdadeiro, entenda-se – vai ter que desfazer o baptismo anterior porque, como se sabe, este tipo de programa só pode ser instalado com a CPU vazia, não permite “upgrades” nem “updates”. E o senhor Carlos Esperança tinha obrigação de saber que o preço da formatação de um disco está pelas horas da morte. Esperemos, ao menos que o padre – o verdadeiro, entenda-se – acabe por fazer um desconto ou, então, que os babados papás aproveitem a época de saldos. Se pesquisarem na Internet sempre se apanham umas promoções, mas era o senhor Carlos Esperança que devia informar esses pais desafortunados..Tenha, ao menos, uma palavra de conforto para com os casais que, agora, passaram a viver em pecado, já que o casamento deles não foi abençoado por Deus nosso Senhor. Nem poderia ser, porque o padre era fatela. Já viu, se alguma das moças engravida, o que é que vai acontecer? A criancinha vem ao mundo fruto do pecado, porque aquilo não é casamento, é mancebia! Mas as crianças, Senhor!
    E as hóstias, senhor Carlos Esperança? Já pensou nisso? Que valor têm as hóstias que, entretanto, foram gulosamente deglutidas? Eram transubstanciadas, ou não? O senhor já parou um segundo para meditar no tremendo drama, para não dizer coisa pior, que se desenrola, neste momento, nas respectivas mentes dos engolidores de hóstias? Já viu que ainda nenhum crente comentou, até agora? Acha bem, acha?
    E os mortos, coitados? Deus queira que o homem não tenha feito nenhumas exéquias, “requiems” Extremas-unções e quejandos. Porque isso não tem qualquer valos, e corremos o risco de ter, por aí, uma multidão de almas penadas, ou coisa pior.Claro que o Zezinho (o Ratz, que é assim que eu o trato), sempre pode convolar “a porteriori” os actos do Caridade, mas isso era abrir um precedente. Nem pensar! Antes aceitar os casamentos homossexuais!

    • ateu sim, e dai ?

      Muito bom, Grilo. Vou copiar o seu texto só trocando o zezinho por zé ruela – conheço pessoas com o apelido de zezinho; e zé ruela está mais de acordo. 

  • Jairo

    Carlos Esperança, este seu texto revela a sua mentalidade criminosa:

    http://neoateismoportugues.blogspot.com/2011/10/mentalidade-criminosa-de-carlos.html

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