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Treta da semana: ele é o quê?

Explica o Anselmo Borges que a religião «em sentido estrito […] refere-se ao pólo subjectivo, isto é, ao movimento de transcendimento e entrega confiada a uma realidade sagrada, que é o pólo objectivo – o Sagrado ou Mistério. O religioso diferencia-se, pois, do profano, já que indica o modo concreto e peculiar de assumir a existência na perspectiva do Sagrado.»(1) Ultrapassando a terminologia desnecessariamente rebuscada, até aceito a ideia. O crente religioso é aquele que assume haver algo de sagrado. Tudo bem.

Mas, logo a seguir, «Todas as religiões têm em comum o facto de estarem referidas a um âmbito de realidade que é o Sagrado, e são um sistema organizado de mediações – crenças, práticas, símbolos, lugares… – nas quais o Homem religioso exprime o seu reconhecimento, adoração, entrega à Transcendência enquanto fonte de sentido e salvação.» Ora aí está. Afinal, a religião não é o movimento de entrega da pessoa, àquilo que considera sagrado, mas sim «um sistema organizado de mediações». Isto é diferente e muito mais problemático. Eis porquê:

«A religião enquadra-se na experiência radical de dependência, implicando um núcleo com esses dois pólos: um pólo objectivo, constituído pela presença de uma realidade superior de que se depende, e um pólo subjectivo, que consiste na atitude de reconhecimento dessa realidade por parte do ser humano.»

O problema é que esse pólo objectivo, «aquele âmbito de realidade que se traduz por termos como “o invisível”, “a ultimidade”, “a verdadeira fonte do valor e sentido últimos”, “a realidade autêntica”», não está directamente acessível ao crente. Porque, se estivesse, não era preciso mediação nenhuma. E nem é evidente que esse “pólo objectivo” seja realidade. Toda a informação que o crente recebe acerca dessa “ultimidade invisível” provém de “sistemas organizados de mediação” como aquele ao qual o Anselmo Borges pertence. E cada um desses “sistemas organizados de mediação” descreve a “realidade autêntica” de forma diferente e inconsistente com as descrições dos outros.

O resultado é que a “experiência radical de dependência” do crente não é do tal “pólo objectivo” mas apenas dos “sistemas organizados de mediação” que, independentemente de existir ou não alguma “ultimidade” e “verdadeira fonte do valor e sentido últimos”, acabam por ser uma ferramenta jeitosa para tomar conta da vida de quem decida depender deles radicalmente.

Além da forma do texto, o conteúdo também ilustra a fraqueza e inconsistência desta apologia religiosa. Apresenta a religião como uma relação pessoal com o sagrado e, ao mesmo tempo, como sendo a organização que medeia essa relação, tentando o feito impossível de justificar a autoridade eclesiástica sobre as crenças das pessoas com o direito de cada um ter a crença que quiser.

O objectivo também é inconsistente. «[P]ara a sua compreensão adequada, a realidade mesma aparece-lhe como incluindo uma Presença que não se vê em si mesma, mas implicada no que se vê». No entanto, essa presença é «o Sagrado ou Mistério», que é precisamente o oposto da compreensão.

E o processo também é inconsistente. «O homem religioso faz a experiência do Sagrado ou Mistério enquanto Presença originante e doadora de toda a realidade», mas esse aspecto da realidade é proposto como estando além da «imediatidade empírica». Ou seja, fora daquilo que pode ser parte da experiência.

Há pessoas que acreditam que os deuses são mesmo pessoas, têm manias, fazem coisas e são alguém a quem se pode pedir favores ou com quem se pode trocar promessas por milagres. Os teólogos “sofisticados” torcem o nariz a isto mas, ao menos, essas superstições até fazem sentido. As premissas são falsas, mas o raciocínio não se contorce por tantas contradições. A teologia “sofisticada” nem consistência tem, e os teólogos até apregoam as contradições, «ao mesmo tempo absolutamente transcendente e radicalmente imanente», como se fossem uma coisa boa. Não são. São apenas sinal de que já disparataram por completo.

1- Anselmo Borges, DN, Que se entende por religião?

Em simultâneo no Que Treta!

26 thoughts on “Treta da semana: ele é o quê?”
  • Anónimo

    Eu bem que tentei ler o artigo que nos deveria dizer o que se entende por religião. Mas acho que o artigo não deve ter sido feito para ser entendido. Ou se calhar é defeito meu.
    Cheguei ao fim do artigo com a ideia que a religião não é coisa para qualquer um. Irra que deve dar um trabalhão ser religioso 🙂

    Mas enfim… Obrigado ao Ludwig pelo seu trabalho de hermenêutica.

  • Anónimo

    Por mim, não necessito de mediadores para possuir a minha visão de Deus, da Transcendência e do Sagrado.

    Há várias concepções de Deus e múltiplos sistemas de mediação religiosa ?

    Sim, a chamada ” relativização” moral perpassa logo as diversas instituições religiosas e é sempre necessário cada crente nunca abdicar do seu próprio processo de avaliação autónomo.

    Quanto ao presente texto, sempre que não apreciei os escritos de Ludwig Krippahl, censurei o que havia para censurar e sempre enalteci o que era justo louvar.

    Este é indiscutivelmente mais um excelente artigo de LK. Não baixe para níveis panfletários e sectários, Ludwig, dessa maralha já há muito por aqui.

    Ludwig Krippahl,papapaulo e João Vasco Gama merecem o meu respeito e a minha sincera admiração. As circulantes baratas tontas, não.

  • André de Deus Berger

    Temos de admitir que aquele que se diz ateu não deixa de ser um crente; ele acredita que o divino (teos) não existe. Assim, uma das primeiras questões que pode ser colocada sobre o assunto é a do que seja a própria ideia de divino.
    Para isso, é necessário estudar.
    Ler antropologia, filosofia, história da ciência, história geral, sociologia, literatura, teatro… religião… viajar, ver as grandes experiências arquitetônicas dos povos pelo mundo, ou seja, aquilo que de melhor o ser humano produziu, e muitas vezes com pretensões religiosas.
    Somente estudando poderemos nos perguntar sobre o que a ideia de divino significa, e a partir dai superar esta ideia. Para superar a ideia de divino é necessário ultrapassar a problemática do monoteísmo semita, que é hegemônico no ocidente, e partir para o exame crítico do que seja esta ideia de divino e o que dela decorre: a instituição da religião e da comunidade religiosa.
    Simplesmente destilar palavras de ordem e argumentos em prol de uma não racionalidade da religião versus uma pretensa racionalidade ou exatidão científica do ateismo é ser tão dogmático quanto o religioso.
    Há de se perguntar: o que é a racionalidade? o que são crenças? Recomendo a leitura do texto do filósofo Charles Sanders Peirce
    “A fixação das crenças”.

    André de Deus Berger, Mestrando em Filosofia pela UFSCar.

    • HAMONBAAL

      Concordo.

      Como agnóstico sempre considerei que era preciso muita fé em qualquer coisa, neste caso uma não existência, para ser ateu.  Eu por acaso não tenho fé nenhuma.  Para mim todas as possibilidades são iguais.

    • Anónimo

      “…ateu não deixa de ser um crente; ele acredita que o divino (teos) não existe.”
      Não poderia, a questão ser posta ao contrário? Por exemplo, “O ateu NÃO acredita que o divino exista”? Julgo que isso altera alguma coisa.

      • André de Deus Berger

        Caro Grilo. Sim, a questão poderia ser posta ao contrário, ocorre que o movimento que eu proponho vai no sentido da resposta do João Pedro Moura, mas diferente dele, eu insisto que estamos imersos no nível da crença. Eu particularmente, cada vez acredito mais que o divino não existe, mas não consigo ter certeza disso, porque toda certeza me parece dogma, e todo dogma é revelado, o que causaria uma incoerência. Concordo com vc quando diz que acreditamos em muitas coisas, e não se preocupe em não ter formação filosófica hehehe, isso é o de menos. Mudar o termo “não” de lugar nesta discussão (eu “não” acredito que exista divino; eu acredito que “não” exista divino) é, pelo menos, um exercício de pensar, não acha?

    • João Pedro Moura

      ANDRÉ DE DEUS BERGER disse: “Temos de admitir que aquele que se diz ateu não deixa de ser um crente; ele acredita que o divino (teos) não existe.”             Não, André, o ateu não é um crente! É um descrente! Não é “ele acredita que o divino (teos) não existe.” É: o ateu nega a existência de Deus!            Se dissermos que um crente “acredita que…” e um ateu “não acredita que…” estamos como que a transformar a questão em meros 2 conceitos simétricos e antagónicos, num mesmo nível, que é o da crença.            Não se trata disso!            Trata-se de, para o ateu, não haver quaisquer provas da existência de Deus, donde, logicamente, deduz-se a sua negação.

      • Anónimo

        As coisas nos seus devido lugares, ganhamos todos com posições claras. Você aqui tem, do meu ponto de vista, razão. O ateu é aquele que nega a existência de Deus, por considerar que não existem quaisquer provas da Sua Existência.Concordo.

        Quanto aos crentes, há vários posicionamentos possíveis. Pessoalmente, reconheço muita pertinência à perspectiva deísta, longe de qualquer processo de antropomorfização desviante, que se encarregou, em livros tão iníquos, como o Levtítico e o Deuterónimo,mas não só, de conceber Deus à semelhança do pior que o ser humano tem.

        Há muitos pontos nas objecções ateístas às quais reconheço pertinência, noutros não.

        O bom do diálogo, porém, só existe quando, reciprocamente, formos capazes de aceitar como válido o contra-argumentário dos nossos companheiros de conversa, pois só dessa forma a dialéctica faz sentido.

        Nenhum de nós se pode arvorar detentor da verdade absoluta. Uns, como os ateus, tendem a afirmar a inexistência de Deus. Eu considero muito mais logicamente plausível admitir a existência de um Criador  do que a absurda tese do Cego Acaso.

        Mas, para além desse aspecto que, para mim, é insuperável, também reconheço que não faz sentido orar a Deus a pedir especiais benesses ou a admitir a Sua Intervenção Discriminativa na realidade humana, conferindo a uns, por via de supostos milagres, o que nega a outros, por via da sua suposta e misteriosa Vontade.

        Depois, e é aí que toca o presente texto de LK, alguns humanos pretenderam arvorar em ideologia institucional o que deveria ter ficado sempre no domínio da restrita e sã espiritualidade.

        Dessa dissidência, por vezes obscena, que redundou em aspectos tão perversos e diabólicos, como a Inquisição e as Cruzadas, perdemos todos tanto com essas anti-cristãs indignidades.

        O ” relativismo” moral sempre foi a tortuosa bandeira daqueles que, em nome da sua mundividência teológica e, ou, dos seus mesquinhos interesses, sempre quiseram condicionar a livre expressão de pensamento.

        Mas esse tempo está a findar e, por maior ironia que possa parecer, o ateísmo intelectualmente sério, que também o há, vai ajudar,e muito, à edificação de um novo paradigma religioso,muito mais próximo da ética de uma generosa espiritualidade.

      • André de Deus Berger

        Continuo a insistir que devemos aprofundar o debate e perguntarmos sobre a ideia de divino. Eu particularmente insisto que todos são crentes. Eu creio que o divino não exista, e que não há nenhum tipo de esfera de sustentação metafísica do mundo, mas por mais que tente, não consigo ultrapassar o nível da crença (sim, eu concordo com a ideia de que estamos no nível da crença). Como ter certeza que o divino não existe? Apenas por revelação, e ai se realiza o périplo e se apresenta a incoerência. Ocorre que é a dúvida a grande mola propulsora. Quanto mais eu estudo e vejo o movimento do mundo (uso a palavra movimento em sentido amplo e como metáfora) mais me parece que o divino é uma ideia criada pelo homem para explicar o não explicado, e que alguns usam como pilar de sustentação moral e social. Nada porém comprova a existência do divino. Ocorre porém que nada comprova o contrário, e esse é o impasse que eu diagnostico. Espero resposta, é sempre um prazer.

    • Anónimo

      “é necessário estudar. Ler antropologia, filosofia, história da
      ciência, história geral, sociologia, literatura, teatro… religião…
      viajar, ver as grandes experiências arquitetônicas dos povos pelo mundo”

      Porque não vais para Africa pregar esta tua teoria. Quando vires as crianças a morrerem de fome, diz-lhe para viajarem, para verem a arquitectura dos edificios, para lerem (mesmo sendo analfabetos), etc… Depois essas mesmas crianças vão decidir se acreditam ou não em Deus.
      Teoria de algibeira, meu caro amigo, ou filosofia da treta. As pessoas precisam é de ter uma vida digna não é de filosofia barata.

      • André de Deus Berger

        Ta bão. Eu posso ir sim a África, debater minha teoria. O fato de eu acreditar que o divino não exista (e sim, eu acredito que o divino não existe, e que é uma invenção do ser humano em diversas acepções) não me faz despreocupado com o bem estar das pessoas pelo mundo. Já ouviu falarem eficácia simbólica? E em filosofia a golpes de martelo? No caso da sociedade que vc cita ai em cima (crianças famintas na África) eu concordo que o que elas precisam, em primeiro lugar, é de comida e remédio, e depois de infraestrutura mínima. Só depois disso é que elas poderão decidir no que acreditar, se quiserem. Eu não pretendo converter ninguém a minha crença de não existência do divino, mas sim propor um debate de nível. Eu sou professor e estudante, e vc? Faz o que? Estuda algo? Trabalha em algo? André de Deus Berger é meu nome de cartório mesmo, por ironia do devir… e vc, se chama mesmo João Welsh? Ou se esconde atrás de pseudônimos?

    • Judeu

      Muito bom esse texto filosófico e muito bom o teu artigo.

      O ateísmo é uma crença numa verdade absoluta – a não existência de Deus e do sobrenatural.
      A certeza da afirmação dos ateus: “não existe Deus”  pressupõe que se acredite nisso e quem acredita nessa certeza é ateu, ou diz-se ateu.   

      A certeza da afirmação dos crentes: “Deus existe” pressupõe que se acredite nisso e quem acredita nessa certeza é crente. 

      O problema não é isso, mas sim a guerra de extremismos. Aqui temos os ateus a combater os crentes de uma forma cruel e perigosa. 
      Há palavras e expressões que são mais ofensivas e provocam mais sofrimento do que agressões físicas. Os ateus sabem disso e usam a técnica da tortura psicológica, muito usada durante o século XX por regimes totalitários e cruéis. 

      Quanto à dissertação deste autor, é um pensamento pessoal que vale como isso mesmo, uma  dissertação sem nexo nem validade para além da esfera pessoal. Há pouco li, num blogue brasileiro, uma dissertação deste tipo sobre a cor branca. Tinha uma profundidade maior e estava mais inteligentemente construída, sobretudo porque era mais cientifica, mas não passava, como esta, de  um discorrer de ideias pessoais e com a validade limitada a quem a profere (salvo os que querem acreditar nela ou lhe acham graça)

      • HAMONBAAL

        Tens uma graça do caraças.

        És tu quem vem aqui gozar com o sofrimento das vitímas de pedofilia da igreja, vens com insultos e provocações constantes como dar a entender que o canibalismo, o tribalismo e mais sabe-se lá o quê são devidos ao ateísmo. 

        Vens mentir com todos os dentes a dizer que os ateus é inventaram as criticas à igreja na II GM, quando a amior parte dos historiadores e instituições judaicas de estudo do holocausto OS VERDADEIROS JUDEUS é que lançaram essas acusações.  Vens criticar as paradas gay mas achas que a pedoflia na igreja não tem importãncia nenhuma porque houve “poucas penetrações” e “apalpar putos de 14 anos” não tem grande mal etc etc etc.

        Depois de todos estes INSULTOS e PROVOCAÇÕES vens armar-te em vitíma sofredora, entre duas promessas de assassínato.

        Eu estou a fazer um esforço apedido do Esperança.  Agradecia que moderasses os insultos e provocações.  Mentir é INSULTO.  Provocar é INSULTO.

      • André de Deus Berger

        Não sei se entendi direito (ou se vc me entendeu), mas vamos lá. Eu acredito que a esfera do divino não exista. Acredito que o divino é uma ideia criada de diferentes maneiras em diferentes lugares para explicar o não explicado. Eu não estou combatendo nenhum religioso, sou um democrata. Quanto ao que os regimes totalitários fizeram no século XX, bem, não é exclusividade de regimes “ateus”, basta ver o que sionismo faz com a maioria da população muçulmana que já habita a Palestina anos antes de fabricarem o moderno estado de Israel. Ditaduras, guerras em estados alheis e massacres populacionais, em geral, tem mais a ver com motivos sócio-econômicos (como o holocausto perpetrado pelo nazi-facismo, as migrações em massa obrigadas pelo stalismo, ou a “cruzada anti-terrorista” financiada pelos EUA) do que com motivos religiosos.  

  • Kavkaz

    A palavra crer tem uma importância divinal para os crentes. Mas esquecem-se sempre do complemento direto. Ficam-se pelo verbo. Ora o truque das religiões está em dizerem pouco ou nada para parecerem muito “cultos”. Eles creem, mas não dizem no quê. Quando o disserem percebe-se que estão todos a falar de deuses diferentes! Cada crente imagina o seu deus à sua maneira, mas eles creem… em imaginações diferentes!

    • Anónimo

      Podes não crer em Deus ou asseverar a Sua Inexistência, mas não podes, em absoluto, asseverar que Deus só existe no imaginário dos crentes. Reconheço que tens razão quando afirmas que existem várias concepções de Deus, é verdade, Mas essa disparidade conceptual prova, por si só, que Deus não existe ?

      Não admites a possibilidade de a assimilação do melhor conceito de Deus carecer de evolução e de aprimoramento ?

      Não vês nenhuma diferença, no universo vasto dos crentes, entre, por exemplo, Gandhi e Torquemada ?

      Tu continuas permanentemente a falar dos crentes, como se nós fôssemos uma realidade homogénea, que manifestamente não somos

      E falas também do ” truque das religiões”, vendo implicitamente em qualquer pessoa religiosa um trapaceiro.

      No fundo, reduzes o teu próprio imaginário a uma visão maniqueísta, sendo que nesta os ateus são os ” bons” e os crentes os ” maus”.

      Em verdade, quando te vejo comentar, não consigo sinceramente ver-te como genuíno ateu.

      Posso estar equivocado, mas todo o teu discurso, e não apenas o teu, está constantemente eivado de azedume e ódio, de um falso ateu ressabiado.

      Com discursos como o teu, o ateísmo não vai longe. As pessoas não são parvas e , hoje, nos tempos que correm, os indivíduos, em geral, gostam muito pouco de discursos mesquinhos e panfletários, ou de candidatos, ditadorzecos, a mentores intelectuais, como Dawkins e seus ajudantes.

      Aliás, o chamado Novo Ateísmo é um autêntico tiro nos pés dos ateus. Quem estiver de fora a apreciar a constante agressividade de Dawkins e seus muchachos,rejeita logo o Ateísmo.

      Pelo menos, esse Ateísmo trauliteiro e intelectualmente mentecapto

      Sabes que mais ? Faltam muitos David Hume para que o Ateísmo seja filosoficamente respeitado.

  • Kavkaz

    “mas não podes, em absoluto, asseverar que Deus só existe no imaginário dos crentes”

    – Não posso? Mas não posso porque não me deixam ou não posso porque tu pensas que não posso?

    Quem leu as tretas dos livros religiosos e as confrontou com o conhecimento científico percebe que a religião é baseada na vigarice, que o teu deus não construiu qualquer mundo e muito menos em seis dias como sagradamente afirma a Bíblia, que Jesus é filho inventado de um deus que não existiu na construção do mundo em seis dias e que as religiões são perfeitos negócios para fugir ao pagamento de impostos e que os trabalhadores têm de pagar por conta do clero.

    A tua conversa de ignorante não convence! 

    • Anónimo

      És livre de dizer os disparates que entenderes. Podes obviamente asseverar que, na tua óptica, Deus não existe. Estás no teu plenamente democrático direito. É só um votito, mas é um voto à mesma. Não precisas é de colocar muitos pontos de exclamação no teu discurso. Um voto e mais nada.

      Agora, o que não podes é, em absoluto, asseverar que Deus só existe no imaginário dos crentes.

      Aí estás a colocar-te do ponto de vista do crente que não és,e isso já é outra abordagem.

      Eu acredito em Deus também porque não me convence a absurda tese do Cego Acaso, e não importa agora desenvolver as razões porque aderi à fundamentação deísta sobre a Origem da Vida.

      Mas tu ainda estás na fase de ” Deus construiu o mundo em seis dias” ? Ainda só vais aí ? Olha que o Moisés já morreu.

      Podes dizer tudo o que te apetecer, mas só do teu ângulo de análise.

      A mim o que me importa é também o meu voto. E aí vais ter que aguentar, mas Deus, para mim, não é o resultado de um mero imaginário.

      Em parte tens razão quando dizes que há muito negócio feito em nome das religiões.

      Seja por que razões for, tu gostarias de acabar com elas.

      Eu não, por mim até fico a torcer que o Ateísmo ou o Novo Ateísmo cumpram a sua função, que é a de conduzir a religiosidade a um nível cada vez mais próximo da genuína e altruísta espiritualidade.

      Seria uma enorme ironia se algum dia ainda tivesse que te agradecer pela objectiva colaboração que poderás dar a que este meritório desiderato seja alcançado.

      Mas, quem sabe se Deus escreve direito por linhas tortas…

      • Kavkaz

        Não me convenceste com as tuas tretas do costume. Não vês um boi à frente de um Palácio!

        Só tens palavreado vazio. Blá-blá-blá para encheres os bolsos a qualquer religião.

        • Anónimo

          Mas tu continuas a colocar pontos de exclamação às toneladas porquê ?

          Já te disse e volto a repetir: só tens direito a um votito em termos da tua opinião. Nada mais. Isso de berrares e barafustares não te adianta nada que o Povo é sereno.

          Argumentação consistente é que dava jeito,se tu fosses capaz de fundamentar em vez de cuspir.

          Mas não. Como andas a fazer o triste papel de João C dos ateus não és mesmo capaz de mais.

          Só sabes colocar muitos pontos de exclamação nos teus caricatos comentários.

          Ideias nem vê-las.

          • Kavkaz

            O que eu escrevo é Verdade.

            O que tu escreves é aldrabice pegada! É o teu nível “intelectual”! E ainda pensas que eu sou teu paizinho e te deva encher a caixa das esmolas!

  • Judeu

    asseverar que Deus só existe no imaginário dos crentes.
     Pelos vistos sempre existiu essa  essa ideia. Muito antes das religiões como sistemas de crenças, já a ideia estava presente no homem recolector, não no imaginário mas como uma sensação conceptual. 

    • Anónimo

      Para mim, a questão essencial nem reside tanto na querela ideológica sobre a existência ou não de Deus, mas em verificar que a ideia de Deus é o maior Arquétipo Universal,como Jung bem avaliou, e concluir que, muito provavelmente, possuirá base etológica como alguns neurocientistas, caso de Dean Hammer, sustentam que tem.

      A verdade é que, desde que o Homem surgiu, a concepção monoteísta de Deus foi-se progressivamente consolidando em todo o planeta, o que parece indicar a existência da determinação genética evolutiva que apregoa Dean Hammer.

      Se assim for, bem pode o movimento Novo Ateísmo pugnar pela erradicação da  crença em Deus que isso vale o mesmo que tentar parar um tsunami…

    • HAMONBAAL

       

      Sim, ?

      Ainda há duas respostas atrás garantias que o estado tribal é próprio do ateísmo.

      Então em que ficamos ?  O homem recolector era extremamente religioso mas depois, na época do tribalismo, i.e todo o neolítico e na maior parte do mundo até ao Séc XX e ainda hoje em muitas regiões, tornaram-se ateus ?  Isto é, durante a maior parte da história humana a maior parte da humanidade, que viveu em tribalismo, era ateia ?   Então a religião é uma novidade relativamente recente que só apareceu com o urbanismo ?

      Ou então não passou tudo de mais uma MENTIRA, uma PROVOCAÇÂO INSULTUOSA para lançares a confusão e depois fazeres de vitímas chorosa e justificar intenções assassinas ?

  • anonimo

    Sou crente! E como tal andei a ver blogs e “informações” sobre os cristãos em si e pensei que seria interessante saber algo mais sobre qual é o pensamento ateu a favor dos cristãos.( Se achou que são fanáticos, mentirosos, malucos etc.) Gostava que alguém me respondesse e que me dissesse uma razão pela qual Deus não existe ( ex: Se Deus é amor porque há guerra?)
    (só uma informação peço vos isto por curiosidade e para ver como é que o “mundo ateu” nos vê, já postei neste “diário” )

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