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  • 7 de Maio, 2011
  • Por Ricardo Alves
  • Laicidade

O que é clericalismo?

Clericalismo é entender que as decisões sobre a vida de todos devem ser tomadas por referência a valores religiosos. É inseparável da instrumentalização da religião para fins políticos (e da política para fins religiosos), como no cartaz acima, que apela ao «não ao divórcio» arregimentando o Cristo para a campanha.
A cena passa-se em Malta, o único país da União Europeia onde o divórcio (ainda) não é legal (a menos que obtido no estrangeiro). Existe, todavia, a anulação eclesiástica do casamento, uma fonte de rendimento que a ICAR local não quer perder e que a tem levado a investir meios financeiros e humanos na campanha.
Malta tem uma longa história de clericalismo de Estado. A sociedade, essa, muda: um terço das crianças nascem fora do casamento, em muitos casos de pais que não se conseguem divorciar (os portugueses conheceram esta situação antes de 1975). O referendo será dentro de três semanas.
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
34 thoughts on “O que é clericalismo?”
  • Luis Grave Rodrigues

    Esta gente persiste em confundir casamento com família.
    É até incrível como persistem na imbecilidade desta confusão.

    • Atx

      Mas, todas os casamentos constituem familia, sabias?

      Acredito que não!

      • Anónimo

        Sim, mas nem todas as famílias têm de provir de casamentos.

      • Jmc_1

        Há aqui um problema: o reconhecimento legal da família. Mas, isso é volátil e não é não é universal.
        Independentemente disso, no sentido mais real, família é o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco/consanguinidade.
        Evidentemente que tudo o que não sejam relações de parentesco não constituem família. Por isso mesmo, um pessoa e um animal nunca poderia ser família.
        Estou a recordar-me daquilo que me contou um amigo que esteve muito tempo em Moçambique. Algures no interior, havia um comunidade onde as esposas não eram consideradas família do marido, mas os filhos comuns eram família dos dois. Este será o verdadeiro sentido de família. Salvo nas pessoas que têm um casamento indissolúvel, o cônjuge não se pode incluir na família. Isto porque ninguém pode pertencer a uma família e deixar de pertencer, mas depois , se quiser, poder voltar a pertencer. Isso não existe.
        Podem os mais pintados e bem falantes dizer que sim, mas nunca tal é possível. Não é por algum reconhecido palrador dizer que uma coisa é assim, que ela é mesmo assim. A verdade das coisas, a realidade natural das coisas, não pode ser alterada pelo Homem ou pela Lei. Se todos dissermos que uma coisa agora é assim, ela não passa a ser mais real, nem sequer passa a ser assim. O que acontece é que, convencionalmente passamos a aceitar isso, fazendo de conta que é assim.
        O mais me concreto que me ocorre agora é do casamento gay. Nem isso nunca será um casamento, nem isso constituirá uma família. Evidentemente que podemos convencionar chamar a isso um casamento, mas também lhe podemos convencionar chamar-lhe outras coisas. Que é de verdade, não é, mas convencionalmente aceita-se.

        • Rjgalves2001

          Parece-me que está a confundir parentesco de sangue, união conjugal, e contratos legais. São três conceitos diferentes.

          Duas pessoas que vivem juntas (indep. do sexo) vivem em união conjugal (com ou sem contrato).

          Se tiverem filhos biológicos, esses serão parentes «de sangue» (genético) entre si e com os pais.

          Em qualquer dos casos, estamos perante famílias.

          Quanto à «verdade natural», não sei a que se refere. A menos que esteja a falar de biologia.

  • Anónimo

    Como é que um indivíduo, tão intelectualmente diminuído, como Luís Grave Rodrigues se atreve a vir aqui falar em ” imbecilidade” ?

  • Kavkaz


    Cristo sim, divórcio não
    ».) Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Pura burrice religiosa.

  • Anónimo

    Don Mintoff tentou combater o clericalismo em Malta e se deu mal

  • Grunho

    Não percebi bem a fotografia.

    O cristo não quer pagar o IVA ou quer passar a ser ele a cobrá-lo?

  • Atx

    Malta:
    Um país pró-vida.
    Um dos países mais seguros do mundo;
    Um dos países mais calmos do mundo;
    Uma das sociedades mais felizes do mundo;
    Uma das sociedades tida como exemplar;
    Um dos países menos ameaçados do mundo;
    Um dos países mais…

    Assegura a HRWC- UN, só!

  • Atx

    ” as decisões sobre a vida de todos devem ser tomadas por referência a valores religiosos” – não, mas devem ser tomadas pro referência aos valores culturais e sociais dominantes. Aqui, são esses.

    • Rjgalves2001

      Pelo contrário, quem diverge dos valores «culturais» (ou religiosos) maioritários, deve poder seguir a sua vida nos assuntos que só a si lhe dizem respeito. Como divorciar-se, por exemplo.

      • Jmc_1

        Tem calminha, está bem?
        Uma coisa é a vida privada, outra, muito diferente, é queres que a lei se adapte a excepções para as minorias.

        No fundo era giro.
        Seria assim: lei prevê que não se faça determinada coisa, mas a minoria, que não concorda, pode continuar a fazer.

        Sabes que não pode ser. Sempre existiu uma maioria que determina as regras e uma minoira que tem que obedecer, masmo que não concorde.

        • Rjgalves2001

          É ao contrário. Se a maioria acha que eu não posso ter uma estátua ao diabo em casa, fechada no quarto dos fundos, não tem o direito de mo proibir. Porque isso não afecta os outros rigorosamente em nada. Nem têm que saber, aliás.

          • Jmc_1

            Nos comportamtnetos privados, estou perfeitamente de acordo.
            Mas, o que está aqui em causa é uma lei que se aplica a todos de forma pública e não uma lei que rege os comportamentos privados.

            Se tu quiseres adorar o gato da vizinha, tudo bem. O que tu não podes é exigir que tal omportamento seja regulamentado se a maioria não concorda com ele. Percebeste?

          • Rjgalves2001

            Porque é que as pessoas não devem poder divorciar-se?

  • Anónimo

    http://prod.midiaindependente.org/pt/blue//2011/03/488986.shtml

    O padre que se tornou ditador nazista.

    eu

    2011.03.25 08:05

  • Elmano1948

    Clericalismo=panóplia de indivíduos que nada produzem mas vivem que nem nababos! Priores, padres, vigários, párocos, bispos, arcebispos, cardeais, arciprestes, papas, pastores, rabinos, ímans, tudo isto é clericalismo. Mas o pior são as idéias retrógradas que querem inculcar na sociedade. E o loby que fazem para dominar as mentes.

    • Jmc_1

      Não vás por aí, apra evitar o ridículo.

      O “clericalismo” não é nada disso. E, o “anti-clericalismo” ainda é pior do que o “clericalismo”.

      Além disso, se queres inúteis, começa nos politícos, que são bem mais inúteis e são repressores. A seguir levas uma infinidade de parasitas que vivem à nossa custa, e que vão desde o futebol à alta finança.

      Embora eu não seja crente, tenho que reconhecer o papel que a religião católica sempre teve na sociedade, e muito que lhe devemos.

      • Elmano1948

        Por exemplo a inquisição, os progroms, o fascismo e o nazismo. A construção de templos sumptuosos enquanto o povo vivia na miséria. A cobrança dos dízimos, dos trízimos, das congruas e das bulas.

        • Jmc_1

          Fascismo e nazismo são doudtrinas politicas e não religiosas. A própria inquisição tem muito mais de político do que de religioso. Os progrom sao, sobretudo, questões étnicas e políticas.

          Acho absurdo e muito estranho que estes ateus (falsos ateus, está claro), metem religião em tudo. Isto demonstra muita ignorância, mas também muito fanatismo.
          Não te cuides!

  • Kavkaz

    Os ateus têm razão em dizer que não há deuses e estes foram criados pela mente humana para dar resposta lógica (mas não verídica) às dúvidas sobre o Universo.

    A evolução da Ciência e as suas crescentes descobertas contradizem tudo o que vem escrito nos “livros sagrados” dos crentes. Estes livros escrevem estórias que nada têm a ver com deuses.

    Os crentes são incapazes de responderem a questões simples relacionadas com os seus deuses, quantos são, como são e onde estão. Os crentes não sabem nada e tudo o que afirmam são “bolas de sabão” feitas de estórias mal contadas.

    • Jmc_1

      Os ateus não dizem nada disso. Dizem antes: questão relacionadas com deuses não são discutíveis, ponto final. O que vem a seguir é invenção tua.

      A ciência não tem nada a ver com religião nem com Deus. A ciência nunca contradisse as religiões, porque não a discutem sequer. Os falsos ateus que pretendem ligar a religião ao ateísmo, são aldrabões, são palermas e ignorantes que estão, indevida e abusivamente a juntar coisas que nada tem a ver. A ciência não se mete com o ateísmo. Os falsos ateus é que querem criar um pseudo-religião, ou uma espécie de religião alternativa, usando a ciência para tal. A ciência não se presta a esse papel.

      Nunca li os livros das religiões, por isso não discuto. Mas, posso dizer-te que estás mal informado quando dizes:” Os crentes são incapazes de responderem a questões simples relacionadas com os seus deuses”. Tu já viste os milhões de estudos e páginas que existem sobre o assunto? Os milhares de cursos superiores sobre o assunto?
      Os milhões de pessoas que sempre se dedicaram ao assunto?
      Não achas que aqueles que, como eu (e talvez tu), nunca estudaram esse assunto, sabem mais do que eles. Já fizeste essas perguntas a especialistas no assunto? Já consultaste toda a gente que te pode esclarecer?
      Acho que não, e portanto, quem não sabe o que diz és tu.
      Eu não sei e não discuto o assunto, mas as tua certezas dão-me que pensar.

      Como sabes, no Oriente as religiões são um pouco diferentes das nossas. Tu fazes duas perguntas às quais já ouvi centenas de respostas, mesmo sem querer.
      Até sei que, mesmo os “politeístas” acreditam num só Deus omnipotente que criou outros todos. E cada um dos deuses não passa de uma “especialização” de Deus. Esse Deus criador (ou pai dos deuses) pode criar tudo por ser anterior a toda a matéria. E, como é imaterial para o Homem e anterior à matéria visível ao Homem, nunca o poderás ver no sentido material.
      No fundo, como dizia algures um académico que escutei sobre o assunto, tudo tem a ver com uma questão de “dimensão”: nós vemos tudo tridimensional e juntamos-lhe o tempo (4D), os crentes estão mais além ao somar-lhe uma outra dimensão.
      Pouco me interessa em atingir tal dimensão. Mas, há questões relacionadas com a dimensão tempo que deixam grandes suspeitas de que não sabemos o limite e as implicações desta “dimensão”, e abrem caminho para outras dimensões. Mas esse assunto é demasiado complicado para ser debatido aqui. Com gente como aquela que aqui comenta (que me desculpem as excepções), eu não discuto este assunto.

      • Rjgalves2001

        «nós vemos tudo tridimensional e juntamos-lhe o tempo (4D), os crentes estão mais além ao somar-lhe uma outra dimensão»

        Desculpe, mas isso é um disparate. Os crentes não têm uma percepção extra-dimensional (signifique isso seja o que for). Vivem no mesmo mundo que nós, com cérebros semelhantes aos nossos. O que eles vêem é o que nós vemos. Podem falar de uma forma diferente, mas não significa que tenham um conhecimento mais aprofundado da realidade. Até pode ser o contrário.

  • Kavkaz

    Jmc_1: Você está baralhado. Eu sou ateu e penso como escrevi. Não é você crente que sabe o que pensam os ateus. São estes que afirmam o que pensam.

    O crente Jmc_1 pode ter a certeza de que sei do que falo e não perderia tempo a escrever sobre um tema emque não tivesse a certeza do que digo.

    Se pensa que os seu(s) deuse(s) existem diga-nos onde estão, o que fazem, como é a vida deles. Deixe-se de enrolar conversa e atirar-nos “bolas de sabão” ou “encher choriços”.

    Não me trate por tu, pois eu não sou da sua sacristia e você não me conhece de lado nenhum. Use esse tratamento para quem lhe deu confiança para tal.

    • Anónimo

      Calma, Kavkaz. O JMC_1 é o antoniofernando travestido. É um dos seus heterónimos. Ele tem vários, mais que o Pessoa.

      • Kavkaz

        Caro JoseMoreira, eu percebo que isso pode acontecer… Mas respondo-lhe na mesma. É-me indiferente com que batina se apresentam. Por mais que brinquem aos padres não tem hipóteses de resposta quando lhe exigimos respostas concretas. Desaparecem do diálogo.

        Um abraço

      • Jmc_1

        Tu sabes que não sou o AntónioFernando. Talvez ele fique ofendido de o identificares comigo, sobretudo depois de eu ter dito algo mais particular a meu respeito.

        A mim não me ofendeste, porque me identificaste com uma das poucas pessoas que demonstra cultura, coerencia, capacidade intelectual e educação, neste diário. É uma das pessoas que eu admiro, juntamente com a excepcional capacidade argumentativa e a cultura do Jairo.
        Nenhum dos falsos ateus merece um pingo de admiração, nem eu seria capaz de dizer isto a respeito deles.
        Pode cair mal a um crente ouvir isto de um ateu de raíz. A questão é que a vida ensinou-me a ser de boas contas. Foi com seriedade e muito trabalho que vinguei num mundo hostil. Desiludi muita gente, mas sobretudo aqueles que tudo faziam para me arrasar. Não vos tenho medo.

    • Jmc_1

      Se gostas ou não que te trate por “tu”, problema teu. Esse é o tratamento que sempre usei na Internet, com todas as pessoas. Agradeço que façam o mesmo comigo, na certeza de que eu não mudarei. Faço isso com toda a gente, com excepção do tratamento de protocolo ou no âmbito de qualquer relação com autoridades instituídas, incluindo religiosas.
      Sou ateu, verdadeiramente ateu, não sou baptizado nem nunca participei em nenhum acto religioso. A razão para isso é muito simples. Não aí contar isto, mas não tenho vergonha de o dizer. Eu sou de etnia cigana. Nasci cigano, vivi numa tenda de ciganos ateus, até os meus pais migrarem para um país de Leste, onde cresci, onde estudei e onde aprendi coisas boas e más.

      Hoje, quase sem família directa, poucas pessoas sabem que sou de origem cigana. Não é que isso me afecte, mas não sabem e eu não costumo contar isto. Só te quero dizer que sou de boas contas e aprendi a desconfiar de todos, mas a ser sério, que é o contrário daquilo que imaginas dos ciganos. Só não conto aqui a razão pela qual a minha família foi escorraçada da comunidade onde vivia, por ser um assunto particular.

      Garanto-te que já vivi muito mais do que tu e a maior parte dos palermas que aqui comentam.
      Já me senti alvo de discriminação, desde o bairro onde vivia até às universidades onde estudei. Já fui enxotado como gado ou como os animais bravos, mas também já discuti ideias e fui condiscípulo de algumas figuras da cultura mundial Não é um miúdo inocente e ignorante das coisas da vida e da cultura, como tu, que me dá lições.

      A ignorância dos falsos ateus que aqui comentam leva-os a afirmar que um ateu, por ser ateu, diz o que lhe apetece e está correcto, não tem que ter normas ou regras, sejam de racionalidade ou de coerência cultural. O teu mal é que estás a aprender coisas erradas, confundes libertinagem com ateísmo e a mais irracional estupidez com “livre pensamento”.

      Pensa o que quiseres e se não estiveres bem, põe-te. Eu não vou mudar.

      • Kavkaz

        A sua vida particular é sua e a si pertence. Dispenso conhecê-la nos pormenores. Não me interessa nem faz parte deste blog falar da vida privada das pessoas. Nem me impressiona o seu relato nem pense que é mais do que os outros por contar a sua vida. Talvez os outros tenham melhores histórias e mais interessantes que a sua, mas não vêm aqui pavonear-se com a vida privada deles. Cada um sabe de si e o que se aborda neste blog são temas de interesse geral e não os particulares que não dizem respeito aos outros.

        O tratar por tu é uma linguagem “comuna” que eu dispenso. Não sou da sua “comuna”. É uma questão de respeito pelos outros. Se ainda não aprendeu isto está atrasado na aprendizagem. Aproveite com quem lhe ensina comportamentos positivos. Você está a falar com pessoas que não conhece e nem todos têm de aturar a sua má criação.

        Se quer falar com os outros tem de os respeitar. Se não o faz pode, simplesmente, ser ignorado. Terá o que merece. Na vida tudo tem o seu preço.

  • Jvgama

    Falso ateu é APENAS quem acredita em Deus e se diz ateu,

    Todos os outros são simplesmente ateus, quer tenham posições sensatas, racionais e coerentes sobre os diferentes assuntos, quer sejam umas bestas, quer qualquer coisa no meio.

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