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  • 13 de Março, 2011
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

Deus é omnipotente

O Papa revelou esta sexta-feira a sua profunda tristeza pelo sismo que atingiu o Japão, através de um telegrama enviado à Conferência Episcopal local.

“Bento XVI exprime proximidade com a população atingida por estes trágicos eventos assegurando a oração pelas vítimas e seus familiares”, pode ler-se.

Pergunta: Qual é o objectivo das orações?

76 thoughts on “Deus é omnipotente”
  • MO

    Qual é o objectivo das orações?

    A afirmação da comunhão, da ligação, da proximidade, da empatia.

    Pax et bonum

    • carpinteiro

      «Qual é o objectivo das orações? A afirmação da comunhão, da ligação, da proximidade, da empatia.»

      Errado caro MO. O objectivo das orações é justificar o ditado popular:
      – Vozes de … não chegam ao céu.

      • MO

        Não lhe parece que quem sabe melhor qual o objectivo das orações são aqueles que as fazem e oferecem?

        Pax et bonum

    • Grunho

      Pelo sim, pelo não, além das orações sempre foi mandando um telegrama.

    • Elmano1948

      E isso resolve alguma coisa? Seo Mundo não tivesse perdido tanto tempo com superstições, se as religiões não tivessem impedido por tanto tempo o desenvolvimento da ciência, talvez estivéssemos melhor com a Mãe Natureza e talvez já prevíssemos estes desastres com antecedência suficiente para os minimizar. Agora a solidariedade é de pessoas para pessoas não precisando de tutores nem intermediários. Passe bem.

  • jmc

    Há formas bem melhores de ajudar o Japão.

    A situação no país parece estar a ser extremamente bem controlada, e é louvável a organização e prevenção que minimizaram os danos causados por esta catástrofe natural. De facto, se não fossem as regras de construção rigorosas e a capacidade de calma e concentração do povo japonês, o evento poderia ter sido muito mais desastroso.

    Já ouvi dizer que enquanto não se estabilizar a situação, os fundos doados poderão ser ineficientemente distribuídos. Porém, quem quiser já (ou depois) ajudar de uma forma ligeiramente mais eficaz que falar sozinho, pode efectuar doações através deste link: http://www.globalgiving.org/projects/japan-earthquake-tsunami-relief/

  • jmc

    Há formas bem melhores de ajudar o Japão.

    A situação no país parece estar a ser extremamente bem controlada, e é louvável a organização e prevenção que minimizaram os danos causados por esta catástrofe natural. De facto, se não fossem as regras de construção rigorosas e a capacidade de calma e concentração do povo japonês, o evento poderia ter sido muito mais desastroso.

    Já ouvi dizer que enquanto não se estabilizar a situação, os fundos doados poderão ser ineficientemente distribuídos. Porém, quem quiser já (ou depois) ajudar de uma forma ligeiramente mais eficaz que falar sozinho, pode efectuar doações através deste link: http://www.globalgiving.org/projects/japan-earthquake-tsunami-relief/

    • MO

      Há certamente outras coisas a fazer, mas nenhum gesto sincero é irrelevante – sobretudo para quem perdeu familiares, para além dos estragos materiais.

      Obrigado pelo link, jmc.

      Pax et bonum

  • Jairo Entrecosto

    Gostaria de ver o Carlos Esperança a explicar melhor o seu pseudo-argumento implícito:

    -Um desastre natural com milhares de vítimas demonstra que Deus não é omnipotente, porque…?

    Como seria divertido perceber qual é o argumento do Esperança neste ponto. Devia sair uma coisa gira, cheia de racionalidade e lógica. Como é hábito…

    • carpinteiro

      Ó jairito…

      O teu deus vai muitas vezes à casa de banho?
      É que, se quando a coisa corre bem; dizes:
      – Graças a deus!
      Devias dizê-lo agora também.

    • antoniofernando

      Muito bem metida esta. Só vem demonstrar que Carlos Esperança é um falso ateu. Um verdadeiro ateu não coloca a Omnipotência de Deus dependente de constante intervenção na realidade humana, como se nós todos fossemos umas marionetas sem vontade própria. Há muitos desses “ateus” ressabiados por aqui, facilmente detectável pela forma renitentemente mesquinha como se pronunciam…

      • Anónimo

        Cuidado com as imitações. “Falso ateu” é exclusivo do JMC_1. O António Fernando é mais “o meu conceito de deus”. Assim, você acaba por se perder, e já não sabe quem é quem.
        Gerir heterónimos não é fácil… Leia Fernando Pessoa, pode ser que aprenda.

      • Anónimo

        Cuidado com as imitações. “Falso ateu” é exclusivo do JMC_1. O António Fernando é mais “o meu conceito de deus”. Assim, você acaba por se perder, e já não sabe quem é quem.
        Gerir heterónimos não é fácil… Leia Fernando Pessoa, pode ser que aprenda.

  • Jvgama

    Se Deus é omnipotente, omnisciente e o criador do universo que temos, o terramoto não foi escolha dele?

    • MO

      Tudo o que escreve aponta para a escolha de não intervir no acontecimento (não uma escolha de gerar um terramoto, que resulta de processo geológicos).

      Pax et bonum

      • carpinteiro

        Curioso… o MO passa muito tempo a ilibar o seu deus.

        • antoniofernando

          Curioso digo eu sobre a sua postura. Desde quando é que para admitir a existência de Deus é necessário pretender que não tenhamos livre-arbítrio e que o Universo não tenha leis naturais ? Eu sou crente e não concebo uma intervenção casuística de Deus sobre a realidade…

          • Anónimo

            Ainda há-de fazer o favor de me explicar – se possível com desenho, que eu sou um pouco retardado – o que é isso de “livre-arbítrio”.
            Eu era para perguntar ao JMC_1, mas ele parece que nunca leu a Bíblia…
            Faz-me esse favor?
            Obrigado.

          • MO

            Livre-arbítrio: a todo o momento fazemos escolhas, escolhemos entre A e B (e por vezes C e…), sem que tais escolhas estejam pré-determinadas, embora sejam influenciadas por múltiplos factores, isto é, tratam-se de escolhas livres (escolhas, de facto), que nós arbitramos, pelas quais somos responsáveis.

            Pax et bonum

          • Anónimo

            Fico agradecido.
            No entanto, ainda fico com dúvidas. Se uma escolha é “influenciada por múltiplos factores” é livre? Eu posso, livremente, escolher o momento de ficar doente?

          • MO

            Como já escrevi, o livre-arbítro não tem a ver com o que nos acontece (adoecermos ou ficarmos soterrados), mas o que nós fazemos e escolhemos fazer (como responder a uma doença, como procurar uma saída pelo meio dos escombros). Não tem a ver com acontecimentos, mas escolhas.

            Pax et bonum

          • MO

            Como já escrevi, o livre-arbítro não tem a ver com o que nos acontece (adoecermos ou ficarmos soterrados), mas com o que nós fazemos e escolhemos fazer (como responder a uma doença, como procurar uma saída pelo meio dos escombros). Não tem a ver com acontecimentos, mas escolhas.

            Pax et bonum

          • 1atento

            Quer dizer que os que morreram, os feridos, os que ficaram desalojados, em virtude do terramoto, foi uma livre escolha que fizeram?

      • Anónimo

        Teremos de considerar que Deus não intervém na vida terrena? Pelo menos, é esse o argumento que é apresentado quando alguém põe em causa a omnisciência e omnipotência (inconciliáveis, mas deixemos isso) divinas.
        Se Deus não intervém na vida terrena, até porque deu ao homem o “livre-arbítrio” (continuo à espera que alguém me explique o que é isso) se Deus não intervém, dizia, eu pergunto: como acontecem os “milagres”? João Paulo II vai ser canonizado por ter curado uma doença de Parkinson (de que ele mesmo sofria).
        Então, Deus intervém, ou nem por isso?

        • MO

          Omnisciência (tudo saber) e omnipotência (tudo poder) não só são conciliáveis, como a primeira é uma consequência da segunda.

          Pax et bonum

          • Anónimo

            Mais uma vez, grato pela resposta.
            Mas eu pergunto: se Deus SABE que vai haver um terramoto, ele PODE evitar esse terramoto?
            (NOTA: não vale resposta do tipo “a Deus nada é impossível”).

          • MO

            Mas eu pergunto: se Deus SABE que vai haver um terramoto, ele PODE evitar esse terramoto?

            Acredito que sim. Porque não o fez? – perguntará. É uma pergunta que tem a ver com o problema do mal. Leia em baixo.

            Pax et bonum

          • Anónimo

            Não bate certo, caro MO. A questão era “Deus sabe que vai haver”. Se ele evitar o terramoto, não “vai haver”. O que ele sabe é incompatível com o que ele pode.

          • MO

            Então seria também incompatível com a nossa liberdade de escolha – porque Deus já saberia.

            Parece-me que leu pouco sobre isto. As suas dúvidas reflectem uma concepção de omnisciência limitada à linearidade e unicidade – uma espécie de consciência humana expandida.

            Ora, claro que não é disto que se trata. Se aliás consegue pensar e definir, agarrar, a omnisciência dessa forma, é porque não se trata de uma propriedade de Deus. A omnisciência divina tem necessariamente de ser maior do que essa, incluindo não o futuro, mas os futuros, não uma linha de acontecimentos pré-determinados, mas uma ramificação de possíveis acontecimentos.

            Pax et bonum

          • Anónimo

            “Parece-me que leu pouco sobre isto”
            No meu fraco e modesto entender, só pode escrever acerca de Deus quem verdadeiramente o conhecer. O que não é possível, como compreenderá, mesmo dando de barato a diferença de razões para esse não conhecimento. Tudo aquilo que se possa dizer acerca de Deus – o que ele é, o que ele pensa, o que ele decide, o que é, ou deixa de ser, a omnisciência divina etc, não passa de conjecturas.
            Inventou-se Deus e, logicamente, há que inventar a sua “personalidade”.

          • MO

            Tudo o que disse é lógico. O José chama-lhe “invenção”. Não despreze a filosofia e a inteligência.

            Mais lhe digo, concordando consigo: assumimos que a natureza de Deus é incompreensível para os seres humanos, e é com esta incerteza e humildade que prosseguimos.

            Pax et bonum

          • zdg

            ele vem perdendo qualidades e então a omnipresência? Qualquer dia desaparece.

          • Elmano1948

            É a degradação e a senilidade de quem foi gerado há milhares de anos, estando assim velhinho como o caraças. Também não se pode pedir tanto a um kota tão kota. Deve estar esgotado. A omnipresença, a omnipotência e a omnisciência já foi chão que deu uvas.

      • jvgama

        Os processos geológicos resultam das características do universo alegadamente “criado”. Se foi criado por um ser omniciente que conhecia as implicações das suas acções, e omnipotente, que não estava limitado pelas mesmas, os processos geológicos foram escolha desse criador. Se Deus existisse, sendo criador, omniciente e omnipotente, o terromoto seria sua responsabilidade não apenas por omissão, mas por acção (criação do universo).

    • antoniofernando

      Você se der uma estalada em alguém vai culpar Deus de não ter evitado a sua livre acção ? Se o mundo estiver sujeito a leis naturais você vai culpar Deus de toda a fenomenologia inerente ? …

      • Jvgama

        Não estava a falar de uma estalada, que resulta de uma decisão humana, mas de um processo geológico (que deu origem a este terramoto) que ou:

        a) não resulta da decisão de ninguém porque ninguém criou o universo, ou quem o criou não foi capaz de antecipar as consequências, ou criar o universo de outra forma

        b) resulta da decisão de um criador caso ele tenha sido capaz de antecipar as consequências da sua criação (como seria se fosse omnisciente) e capaz de criar algo diferente (como seria se fosse omnipotente)

    • jmc

      O problema do mal, considerando um deus omnipotente e omnibenevolente..

      se deus é omnibenevolente, deve querer impedir que o mal aconteça
      se é omnipotente, deve conseguir o que quiser

      sendo os dois ao mesmo tempo, deve querer e conseguir impedir o mal no mundo.

      mas como existe mal no mundo, ou é omnipotente e maléfico, ou é benevolente e impotente, ou nenhum dos dois (e aí se calhar nem é nada)

      • MO

        É um problema a que sou sensível e que me assalta muitas vezes. Nem crente deve tomar este problema como coisa menor ou sem importância.

        Mas repare: esta questão não pode ser considerada sem pensar no que aconteceria se Deus tivesse o papel interventor que refere. Se evitasse o mal neste caso, teria que evitar em todos os casos, e nesse sentido o acto humano de fazer bem desapareceria do mundo – tudo seria remediado, resolvido, evitado, por Deus. Olhemos para a realidade, lendo-a. Contemple o que se está a passar neste preciso momento, horas depois do desastre: a caridade e a solidariedade mostrada de vários países e pessoas. Deus não interveio para evitar a calamidade, mas vê-se, está presente, alimenta, estes gestos de amor pelo próximo.

        Pax et bonum.

        • 1atento

          “Deus não interveio para evitar a calamidade, mas vê-se, está presente, alimenta, estes gestos de amor pelo próximo”
          Seria uma anedota, de “partir o coco” a rir, se não fosse dramático!

          São gestos de amor pelo próximo sim! Mas de seres humanos.
          Deus está fora! Ou melhor: Deus não está fora, nem dentro.

          • MO

            Foi o que escrevi: gestos de amor entre seres humanos. É nesse “entre”, no meio de nós, que Deus está – como dizemos na Missa.

            Pax et bonum

        • jmc

          Então, deus permite que aconteça mal no mundo apenas para que as pessoas possam mostrar que são boas?

          Não parece ser um acto benevolente. Aliás, penso que é uma visão muito redutora que apenas se aplica aos actos naturais, como foi este o caso. Onde está a capacidade de prova de benevolência humana no caso de um assassino em massa? Porque é que deus não impede que eles existam, ou que cometam os assassínios? Para depois reflectir sobre a compaixão mostrada às famílias das vítimas?

          Segue um bocado a filosofia de “os meios justificam os fins”

          • MO

            Leia com mais atenção o que escrevi. A nossa liberdade de fazer o bem implica a existência do mal – para preservar a primeira, Deus permite a segunda.

            Pax et bonum

          • jmc

            não foi só isso que escrevi. os eventos naturais não são criados por livre arbítrio do homem, e se deus apenas permite a sua existência para que o homem consiga mostrar a sua bondade, continuo a defender que é uma forma muito cruel de o fazer

          • MO

            Pois, mas a questão é os eventos naturais provêm do curso de causa-efeito da matéria e da natureza. Deus não o “permite” simplesmente: esse curso, como a nossa liberdade, fazem parte da própria essência da criação.

            Pax et bonum

          • jmc

            mas isto levanta muitas questões, e muitos problemas, especialmente ligados à omnipotência de deus.

            se deus é omnipotente, é também capaz de ser omnisciente, e isso implica que conhece passado, presente e futuro, já para não falar que é responsável pela criação. tendo esta responsabilidade, e conhecendo o futuro, é responsável também por tudo o que acontece nele, incluindo o recente terramoto.
            mas isto também elimina a certa liberdade pessoal, porque ele já sabe como somos e como vamos ficar…

            vou parar por aqui… se calhar é por ser tarde, mas isto para mim não está a fazer sentido nenhum. se calhar fará sentido de manhã, ou se calhar teria de ser religioso para que fizesse. não sei.

          • MO

            Leia a resposta que dei em cima ao José Moreira sobre a omnisciência de Deus.

            Pax et bonum

          • jmc

            mas isto levanta muitas questões, e muitos problemas, especialmente ligados à omnipotência de deus.

            se deus é omnipotente, é também capaz de ser omnisciente, e isso implica que conhece passado, presente e futuro, já para não falar que é responsável pela criação. tendo esta responsabilidade, e conhecendo o futuro, é responsável também por tudo o que acontece nele, incluindo o recente terramoto.
            mas isto também elimina a certa liberdade pessoal, porque ele já sabe como somos e como vamos ficar…

            vou parar por aqui… se calhar é por ser tarde, mas isto para mim não está a fazer sentido nenhum. se calhar fará sentido de manhã, ou se calhar teria de ser religioso para que fizesse. não sei.

        • Jvgama

          «Se evitasse o mal neste caso, teria que evitar em todos os casos, e nesse sentido o acto humano de fazer bem desapareceria do mundo – tudo seria remediado, resolvido, evitado, por Deus.»

          Isso exclui a possibilidade de evitar o mal apenas nos casos, como seria o do terramoto, em que tal não afectaria a liberdade humana. Coisa que estaria ao alcance de um ser omnipotente e omnisciente.

      • MO

        É um problema a que sou sensível e que me assalta muitas vezes. Nenhum crente deve tomar este problema como coisa menor ou sem importância.

        Mas repare: esta questão não pode ser considerada sem pensar no que aconteceria se Deus tivesse o papel interventor que refere. Se evitasse o mal neste caso, teria que evitar em todos os casos, e nesse sentido o acto humano de fazer bem desapareceria do mundo – tudo seria remediado, resolvido, evitado, por Deus.

        Olhemos para a realidade, lendo-a. Contemple o que se está a passar neste preciso momento, horas depois do desastre: a caridade e a solidariedade mostrada de vários países e pessoas. Deus não interveio para evitar a calamidade, mas vê-se, está presente, alimenta, estes gestos de amor pelo próximo.

        Pax et bonum.

      • Jairo Entrecosto

        Não definiste Mal e Bem, João Vasco. Se leres Santo Agostinho, por exemplo, ele começa por tratar a questão do Mal por esse ponto fundamental…

        Dás como certa a premissa de que existe mal no mundo? Como fundamentas isso?

        Repara que o teu argumento só será válido se ocorrer MESMO mal no mundo ( eu acho que ocorre ). Mas na tua cosmovisão naturalista e materialista, um terramoto não é bom nem mau. É o que é. Desfavorável para alguns, favorável para outros ( como as empresas que vão lucrar com a reconstrução, os “inimigos” do Japão, etc..).

        Dizer que existe mal no mundo, olhar para um terramoto e perceber que ele provoca injustiça ( morte de inocentes), serve como argumento pró-teísmo. Se dizes que algo é escuro ou sombrio, estás a reconhecer que existe luz. O argumento do mal é um tiro no teu ateísmo materialista, assim que dizes “existe mal no mundo”. Numa perspectiva materialista, a noção de que há uma maneira como as coisas devereriam ser, e não são, terá de ser considerada ilusória. No materialismo, as coisas são o que são. Nem boas, nem más.

        Por outro lado, terias ainda de provar que é lógica a afirmação implícita de que um Deus omnipotente, necessariamente teria de evitar todo o mal. Outra, vez, terias de definir mal…

        Por exemplo, a omnipotência não implica, como é lógico, a possibilidade de fazer o irracional. Um quadrado redondo, por exemplo.

        E ainda, terias de provar que não podem existir boas razões morais para um ser omniconsciente permitir um desastre natural. Mas para isso, precisarias de uma noção moral objectiva, precisamente o ramo que serras quando concluis “Deus é nada). Como podes pretender continuar sentado num ramo que serraste?

        Intelectualmente, o problema do mal está resolvido. Na verdade esse argumento não é teu. É de Epicuro.

        Aconselho-te a leitura do que Santo Agostinho ou C. S. Lewis escreveram sobre problema. Ou o Jardim das Aflições, de Olavo de Carvalho.

        • Jairo Entrecosto

          Peço desculpa, o comentário a que respondi não é do João Vasco. Mas do jmc.

        • Jairo Entrecosto

          Peço desculpa, o comentário a que respondi não é do João Vasco. Mas do jmc.

        • jmc

          começando pelo fim, tocou num bom ponto, realmente não mencionei que o problema tinha sido formulado por epicuro, mas quando fui procurar a confirmação (como gosto, até porque estava a confundir com euthypthro) nesta página da wikipédia, descobri que tinha sido formulado por muitos outros, e de formas diferentes, pelo que apresentei uma forma resumida sem autores.

          depois, não assumiria que todos os ateus são materialistas. ateísmo é simplesmente a descrença num ou mais deuses (e preferia não entrar na definição de o que é um deus, senão não saíamos daqui). pessoalmente, sim, penso que sou bastante materialista.

          o materialismo, porém, nada tem a ver com a moralidade, mas na crença que tudo o que existe é material.
          apenas porque não acredito no sobrenatural não quer dizer que não consigo formar uma opinião moral sobre as coisas. o materialismo também não tem a ver com o niilismo, filosofia segundo a qual já faria sentido dizer que não há nem mal nem bem no mundo.

          voltando aos parágrafos iniciais, colocou um bom ponto: como é que fundamento que existe mal no mundo?

          a minha visão pessoal é de uma moralidade subjectiva no mundo. o que uma pessoa acha bem outra pessoa considera mal, e vice-versa.
          já tive uma boa discussão com MO sobre isto, que assume a existência de uma moralidade objectiva e absoluta, e que ao longo do tempo iremos evoluir e aprendendo para a atingir.

          mas se um terramoto é bom? quando não envolve actos humanos na sua causa? se pudéssemos quantificar todas as consequências de um terramoto, se calhar poderíamos com alguma certeza dizer se o balanço foi bom ou mau, mas essa quantificação depende da perspectiva das pessoas a fazer a análise. pessoalmente? as empresas que ganhem o dinheiro que ganhem, que a economia seja dinamizada como for e que o espírito de trabalho e solidariedade dentro do japão e do mundo para com o japão aumente exponencialmente em função disto; demasiadas pessoas inocentes morreram para justificar essas coisas boas, bastantes mais ainda continuam desaparecidas. balanço negativo, o terramoto do japão foi uma coisa má. para fazer esta “conta” se calhar dei mais valor às vidas humanas perdidas do que certas pessoas, aparentemente reveladas com uma simples pesquisa no facebook por “pearl harbor”: http://img864.imageshack.us/img864/8409/1299923102166.jpg
          acho que para estas pessoas o terramoto teve um balanço positivo. é por estas e por outras que vejo a moralidade como sendo completamente subjectiva.

          mas voltando ao texto, diz que teria de “provar que não podem existir boas razões morais para um ser omniconsciente permitir um desastre natural” e que para isso precisava de “uma noção moral objectiva”. depende do ser omnibenevolente e omnipotente de que estamos a falar. se for o deus da bíblia, se calhar não terá problemas com isso considerando certos dilúvios já causados.

          o problema do mal, a meu ver, está resolvido, pois afecta um tipo particular de seres: os simultaneamente omnipotentes e omnibenevolentes. se o deus de alguém não tiver uma ou nenhuma destas propriedades, esse alguém não precisa de se preocupar com este problema, pois não é o seu deus que está em causa.
          e tentar dançar à volta das definições ou das consequências lógicas deste silogismo não trazem nada de bom para o deus em questão. ou foge à definição e se torna demasiado vago para ser relevante (“deus transcende a lógica”, por exemplo); ou torna-se um deus impotente e/ou apático/maléfico, que depende depois da consideração do seguidor se ainda o deve admirar ou não.

          hei-de ver o que diz s. agostinho e c.s.lewis, mas tenho de admitir. sobre a contra-argumentação para isto, tal como em outras coisas, já perdi a fé

      • Jairo Entrecosto

        Não definiste Mal e Bem, João Vasco. Se leres Santo Agostinho, por exemplo, ele começa por tratar a questão do Mal por esse ponto fundamental…

        Dás como certa a premissa de que existe mal no mundo? Como fundamentas isso?

        Repara que o teu argumento só será válido se ocorrer MESMO mal no mundo ( eu acho que ocorre ). Mas na tua cosmovisão naturalista e materialista, um terramoto não é bom nem mau. É o que é. Desfavorável para alguns, favorável para outros ( como as empresas que vão lucrar com a reconstrução, os “inimigos” do Japão, etc..).

        Dizer que existe mal no mundo, olhar para um terramoto e perceber que ele provoca injustiça ( morte de inocentes), serve como argumento pró-teísmo. Se dizes que algo é escuro ou sombrio, estás a reconhecer que existe luz. O argumento do mal é um tiro no teu ateísmo materialista, assim que dizes “existe mal no mundo”. Numa perspectiva materialista, a noção de que há uma maneira como as coisas devereriam ser, e não são, terá de ser considerada ilusória. No materialismo, as coisas são o que são. Nem boas, nem más.

        Por outro lado, terias ainda de provar que é lógica a afirmação implícita de que um Deus omnipotente, necessariamente teria de evitar todo o mal. Outra, vez, terias de definir mal…

        Por exemplo, a omnipotência não implica, como é lógico, a possibilidade de fazer o irracional. Um quadrado redondo, por exemplo.

        E ainda, terias de provar que não podem existir boas razões morais para um ser omniconsciente permitir um desastre natural. Mas para isso, precisarias de uma noção moral objectiva, precisamente o ramo que serras quando concluis “Deus é nada). Como podes pretender continuar sentado num ramo que serraste?

        Intelectualmente, o problema do mal está resolvido. Na verdade esse argumento não é teu. É de Epicuro.

        Aconselho-te a leitura do que Santo Agostinho ou C. S. Lewis escreveram sobre problema. Ou o Jardim das Aflições, de Olavo de Carvalho.

  • Huna Borne

    “Pra piorar ainda mais, os espúrios chefetas de crenças e seus cupinchas na mídia, se aproveitam da tragédia do terremoto no japão e se gabam perguntando: “Onde estão os cientistas?”; e riem ainda jogando as pessoas contra os estudiosos “deus é o grande, ele acaba com tudo”. E é. Só destrói gente que se esforça em suas vidas, e esses aproveitadores ficam aí a se esbaldar com as tragédias que nos atingem. O descaramento desses aproveitadores divinos é tanto que no caso da Mariana logo inventam uma desculpa que lhes traga mais credulidade, “religiosidade”, e grana: “Jesuis amava ela, era uma santa de garota, por isso ele a levou”. É … ela estava dormindo tranquila e vieram o ‘anjinhos’ e a levaram, não é? Esse deus “amoroso’, que gosta tanto de ‘família’, deve ter um baita gosto por carne ensanguentada. Porque para fazer um cenário tão bizonho desse de a garota ser degolada tão covardemente também por “amor” (parece ‘amor’ de padre e pastor por criancinhas de 03 e 07 anos) esse jersuis ‘sinhô’ gosta mesmo de um circo para ser apresentado em manicômio; isso explica essas divinas santidades com suas ‘obras’ que estão alastradas por aí.” (Nina, comentando no Clube Natureza Gleam)
    Eles têm lotes de ouvidos-môcos; assim enquanto víamos estarrecidos e com o coração apertado a monta dessa tragédia os pústulas corriam a socar ignomínias nos ouvidos já mais que arrombados por eles; mas não é só isso; essa escória conta com “monstros da mídia”, com uma sanha pegajosa como a dos lixos buracos que enfila os calouros nas horriversidades, os pústulos coelhos, os vadios aos Montes que deitam vomito podre nas tvs e rádios. Agem nos antros entupidos de gente enganada e correm rápido em plena tragédia a fazer encher os botecos-sujos com cantorias estúpidas e ‘passar’ a lenga da nojenta tontice: “morreu uma meia-dúzia por lá”; “foi mandar o homem a lua!”; “não adianta cientista, nem médico, nem NASA, jesuis dirrúba tudo”. É um povo com o cérebro já NOJENTO de tão atolado no esgôto das crenças com seus interesses sórdidos.

  • Anónimo

    Diz o C. Esperança:
    “Pergunta: Qual é o objectivo das orações?”

    Pergunto-lhe:
    Qual o objectivo da solidariedade, das condolências, etc?

    Sem que eu perceba muito do assunto, uma coisa não deve estar longe da outra.

    • 1atento

      Apoiar uma pessoa, viva, que está em sofrimento é diferente de falar para um ser imaginário. E dizer o quê a um ser ser imaginário, que supostamente foi o causador, ou poderia, se existisse, evitar toda essa tragédia?
      O papa quer é impingir a “droga” que o sustenta, a ele, e a milhões de parasitas, na opulência, às custas da burrice de muitos mais milhões.

      • MO

        Orar não é falar com Deus. É deixar que Deus fale.

        É um erro comum nos ateus que por vezes não se esforçam por perceber. Deus não precisa de orações para coisa nenhuma. As orações são para nós. Nós é que precisamos delas – e dos gestos que elas representam.

        Salvar alguém dos escombros pode ser também um gesto de oração. A vida de um cristão é por isso uma vida de oração e comunhão permanentes, com Deus, através do amor pelos outros, do serviço aos outros.

        Pax et bonum

        • 1atento

          Orar não é falar com Deus. É deixar que Deus fale.
          Isso é uma incoerência!
          Deixar que deus fale seria ficar calado.
          Como diz o ditado: “Enquanto um burro fala o outro baixa as orelhas.”

          • MO

            Repetindo. Deus fala através de nós quando oramos. Deus manifesta-se através dos nossos gestos de amor.

            Pax et bonum

      • Anónimo

        “Apoiar uma pessoa, viva, que está em sofrimento é diferente de falar para um ser imaginário”

        Tu a falares daqui para o Japão, a prestar solidariedade pelas palavras, o que é que isso resolve?

        Não sei qual é o teu problema em perceber o que te dizem. A pergunta é: “qual é o objectivo?”

        O objectivo não significa que seja eficaz na resolução de nada. É apenas o que a pessoa pretende. Percebes ou queres um desenho?

        Tu achas que a palavrear ajudas, o Papa acha que se rezar ajuda, um contar acha que se cantar um boa canção ajuda moralizando, um politico acha que um bom discurso mobiliza, um psicólogo acha que as frases certas podem repor a autoestima, motivar, encorajar e dar alento…

        É tudo igual.

  • Dsadsads

    aparentemente eles entao achando que estao ajudando, pff

    so enganan a si mesmos

  • Anónimo

    Depois de Christchurch na Nova Zelândia, agora é em Sendai no Japão. Deus Omnipotente é claro isso ninguém duvida coitadinho não consegui impedir mais um ataque do Diabo sua obra-prima. João Paulo II e sua freira, a virgem e os seus famosos pastorinhos e todo o staff do resort chamado paraíso nada puderam fazer contra Satanás, eis mais um capitulo da maior história jamais contada: R E L I G I Ã O.

  • JoaoC

    “Deus Omnipotente, sendo sumamente bom, não deixaria mal algum em sua obra, se não fosse tão poderoso e bom que pudesse tirar até do mal o bem”. (Santo Agostinho).

    Os males físicos (fome, guerra, catástrofes) são relativos. Deus permite-os por um bem maior. Ou para uma ocasião de penitência ou para evitar a perdição eterna (esse sim, o mal absoluto).

    É importante, neste contexto, dar sentido ao sofrimento. Na pergunta: “Por que, ao invés de permitir, Deus não impede logo que soframos?” está escondida uma tentativa perversa: de culpar a Deus pelos males da humanidade.

    Os males relativos, os males do mundo têm apenas uma causa: O pecado e a maldade do homem, que é “livre” para fazer o mal e Deus respeita essa “liberdade” (que na verdade, não o é).

    “Dizemos: livrai-nos do mal, e não: ‘dos males’, por que não devemos desejar ser isentos de todos os males desta vida, mas só daqueles que são nocivos à nossa alma, e por isso pedimos a libertação do mal em geral, isto é, de tudo aquilo que Deus vê que para nós é mal” (Catecismo de São Pio X, n. 318).

    Portanto, devemos pedir a Deus que nos livre do mal absoluto, que é o pecado que conduz ao Inferno. Todos os males – relativos – que Deus permite que aconteça a nós, na verdade, podem ser de proveito para nossa alma.

    E isso é o mais importante.

    • JoaoC

      Claro que os ateus, mundanos e materialistas até ao tutano não querem saber disso para nada, sendo ainda mais dignos de pena e merecedores de orações por parte do crentes.

      Sim, porque rezar pelos que não crêem pode ajudar a salvar-lhes o coiro no momento decisivo da morte, além de ser uma obra de misericórdia espiritual.

      Mais uma utilidade da oração.

    • 1atento

      Estou abismado com tanta sabedoria!…
      Como sabe todas essas coisas? Foi deus quem lhe disse?

    • carpinteiro

      «Os males físicos (…) são relativos. Deus permite-os por um bem maior…»

      Já sei onde o Sócrates leu a cartilha…

  • Jvgama

    «Tudo o que escreve aponta para a escolha de não intervir no acontecimento (não uma escolha de gerar um terramoto, que resulta de processo geológicos).»

    Os processos geológicos resultam das características do universo alegadamente “criado”. Se foi criado por um ser omniciente que conhecia as implicações das suas acções, e omnipotente, que não estava limitado pelas mesmas, os processos geológicos foram escolha desse criador. Se Deus existisse, sendo criador, omniciente e omnipotente, o terromoto seria sua responsabilidade não apenas por omissão, mas por acção (criação do universo).

  • ajpb

    Qual é o objectivo das orações?

    ALGUM DEVE TER…MAS NÃO SE VISLUMBRA COM FACILIDADE, PARA ALÉM DA PERDA DE TEMPO.
    PARA ALÉM DE QUE… COM TANTAS ORAÇÕES REZADAS E PEDIDAS A PROPÓSITO DE TUDO E DE TODOS AO LONGO DOS TEMPOS, A VIDA NA TERRA JÁ DEVIA FUNCIONAR BASTANTE MELHOR…

    SÓ NÃO SE PERCEBE PORQUE É QUE NÃO FUNCIONA…

    SERÁ QUE OS DEUSES ANDAM DISTRAÍDOS?

  • ajpb

    ESTES CRENTES SÃO UM ESPANTO…

    FARTAM-SE DE AGRADECER E AFIRMAR OS DEUSES PELAS COISAS BOAS DA VIDA…

    E PELAS COISAS MÁS QUE ACONTECEM …CALAM-SE, MUITO CALADINHOS.

  • ajpb

    Papa revelou esta sexta-feira a sua profunda tristeza pelo sismo que atingiu o Japão

    FOI POR VONTADE DE DEUS…OU NÃO?

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