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  • 13 de Fevereiro, 2011
  • Por Ricardo Alves
  • Laicidade

Tunísia: um bom sinal e um bom precedente

A revolução tunisina, neste momento, já entrou na fase constituinte: discute-se qual dever ser o figurino do regime que virá.

Não é por acaso que se discute a laicidade (ver aqui, por exemplo). E a Tunísia, ao contrário de outros países árabes, tem um passado de afirmação da laicidade. Veja-se, no filme de baixo, o gesto arrojado do primeiro presidente da Tunísia, Bourguiba, há meio século atrás.

Bourguiba proibiu a poligamia, autorizou o divórcio e legalizou a IVG. Mais importante, promoveu fortemente o ensino público gratuito, obrigatório e não religioso. Em 1964, bebeu um sumo de laranja em público, em pleno Ramadão (desafiando, portanto, um interdito religioso). Foi deposto por Ben Ali em 1987.

11 thoughts on “Tunísia: um bom sinal e um bom precedente”

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  • antoniofernando

    Com todos os seus grandes méritos, a verdade é que também Bourguiba tinha caído na tentação de ser nomeado presidente vitalício da Tunísia.E a verdade é que o seu sucessor, Ben Ali, foi um déspota e corrupto.

    Mas a grande verdade é que, tudo o que está acontecer de revolucionário, na Tunisia e no Egipto se ficou a dever ao acto intrépido de um grande homem:

    Mohamed Bouazizi

    http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=9314

    • Ricardo Alves

      Não se ficou a dever apenas a esse homem. Esse foi o gatilho. Ficou a dever-se a milhares de pessoas que se movimentaram.

      • antoniofernando

        Sei. Mas os milhares que se movimentaram estavam parados até ao momento em que ” apenas esse homem ” chamado Mohamed Bouazizi se auto-imolou…

        • Ricardo Alves

          Tente não «endeusar» esse género de actos. Não é saudável.

          • antoniofernando

            Não há,da minha parte, nenhum propósito de endeusamento nem o Ricardo detém qualquer atributo de omnipotência absolutizante em relação ao que é endeusável ou saudável. Limitei-me a sustentar aquilo que é o meu entendimento em relação à importância de certos actos humanos voluntaristas. A verdade é que só depois de Mohamed Bouazizi se ter imolado é que os reflexos miméticos se operaram. Pretender ignorar isto é querer ignorar a exacta contextualização em que o fenómeno ocorreu: que as massas populares são muito mais reactivas do que genuinamente actuantes…

  • antoniofernando

    Esta matéria está fora do tema do texto, mas penso que valeria a pena editar aqui no “D.A.” outro texto sobre esta temática, que hoje apareceu relatada na edição do “J.N.”:

    ” HOMOSSEXUAIS INGLESES PODERÃO CASAR EM IGREJAS”.

    Ou é brincadeira jornalística ou um verdadeiro terramoto teológico…

    http://www.jn.pt/paginainicial/

    • Ricardo Alves

      Não é um terramoto teológico, é uma decisão estritamente política.
      O que se vai passar é que o governo do RU vai aceitar que se realizem casamentos «gay» nas igrejas (edifícios) e por igrejas (mas só as que queiram, o que será o caso dos quakers e dos unitários mas não dos anglicanos ou dos católicos, obviamente…).

    • Ricardo Alves

      Não é um terramoto teológico, é uma decisão estritamente política.
      O que se vai passar é que o governo do RU vai aceitar que se realizem casamentos «gay» nas igrejas (edifícios) e por igrejas (mas só as que queiram, o que será o caso dos quakers e dos unitários mas não dos anglicanos ou dos católicos, obviamente…).

  • antoniofernando

    Aguardemos então por novos desenvolvimentos…

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