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  • 10 de Janeiro, 2011
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

O Papa e a benevolência com que encara a religião

Bento 16 diz que a religião não é um problema nem factor de conflito para a sociedade. A afirmação, feita no tradicional discurso anual ao Corpo Diplomático, esta manhã, no Vaticano, referia-se ao «Ocidente».

De facto, na Europa, com excepção do Vaticano, os Estados respeitam a liberdade de culto. Só pecam pela falta de atenção à pregação do ódio e da xenofobia e na leviandade com que abdicam de fiscalizar as madraças, conventos e outros lugares pios onde, nem sempre, a liberdade individual e os bons costumes são prezados.

Dizer que a religião não é um problema, é ignorar as manifestações hostis ao Governo de Espanha, com os bispos a agitarem as mitras e a brandirem os báculos na via pública, sempre que as leis da família tomaram um rumo de maior modernidade; é passar uma esponja pela independência da Croácia e da Eslovénia que provocaram uma tragédia na ex-Jugoslávia; é esquecer os crimes da Sérvia e do Kosovo a cujo separatismo a religião e a falta de visão política deram origem, com o sectarismo religioso a ser o detonador do ódio mútuo e da crueldade recíproca.

Nos países islâmicos, os constantes atropelos à liberdade e à vida assumem contornos fascistas para com os direitos e liberdades que tinham obrigação de respeitar e que, pelo contrário, desprezam.

Na Palestina a repressão sionista é uma obstinação da demência sionista e a sharia faz parte da alienação do Hamas.

A luta cruel que se desenrola em África entre o islamismo e o protestantismo evangélico é o mais forte desmentido das palavras do Papa que repudia justamente os assassinatos de pessoas no Egipto e no Iraque pelo simples facto de serem cristãos.

O Sudão, que hoje vota a separação do Sul, é um exemplo trágico dos conflitos étnicos e religiosos, tantas vezes associados na origem de tragédias.

O discurso do Papa não passa de uma peça de propaganda.

19 thoughts on “O Papa e a benevolência com que encara a religião”
  • Antonio Porto

    A propaganda do papa só perde para o pcc chinês, que ataca o dalai lama e diz que o tibet é um paraíso.
    Não sei o que os ateus do pcc entendem por paraíso.

    • Hans

      dalai lama é um teocrata e déspota medieval. o PCCh não é santinho… mas tampouco o Dalai é. Engraçado ke o ocidente repudia teocratas de Allah ao mesmo tempo ke abençoa um Dalai da vida

    • Comboio_correio

      deves ter problemas com os chineses… foste vigarizado numa loja chinesa?… não. não compres mais nada aos gajos. e o dalai lama mete-o no altar e queima-lhe muito incenso. ao papa… bem, a esse o melhor é colocá-lo no armário da casa de banho.

  • MO

    A religião não é um problema nem factor de conflito para a sociedade. Há formas de ver e viver a religião que são um problema e um factor de conflito para a sociedade. Os exemplos que dá provam a segunda afirmação, não a primeira, Carlos.

    Pax et bonum

    • Anónimo

      Exactamente. É a forma como se vive a religião (eu diria, mais as seitas que religiões) que pode ser um problema para a sociedade.

      • Molochbaal

        Sim.

        Por exemplo, eu conheço alguns crentes neste blog que insultam toda a gente que não pertença à sua seita. Aliás, mesmo que pertençam mas não sejam exactamente da linha desses energúmenos são insultados.

        Por exemplo tu tratas toda a gente de animalesco e demoníaco.

        Bestas assim dão mau nome a qualquer religião.

      • Comboio_correio

        um grupo de religiosos… é uma seita. há seitas grandes e pequenas mas todos têm o mesmo objectivo. ampliar a seita e dominar politicamente. e os seus chefes engrossar a conta bancária.

    • Molochbaal

      Não eras também tu que classificavas de animalescas as formas de vida e sexualidade que não se coadunem com os teus pontos de vista ?

      Sim, tens razão, viver a religião como tu é um problema e um factor de conflito para a sociedade.

  • Anónimo

    “Deparamo-nos com outros tipos de ameaças contra o pleno exercício da liberdade religiosa. Penso, em primeiro lugar, em países onde se reconhece uma grande importância ao pluralismo e à tolerância, enquanto a religião sofre uma crescente marginalização. Tende-se a considerar a religião, toda a religião, como um factor sem importância, alheio à sociedade moderna ou mesmo desestabilizador e procura-se, com diversos meios, impedir toda e qualquer influência dela na vida social”.

    “Deste modo, chega-se a pretender que os cristãos ajam, no exercício da sua profissão, sem referimento às suas convicções religiosas e morais, e mesmo em contradição com elas, como, por exemplo, quando estão em vigor leis que limitam o direito à objecção de consciência dos profissionais da saúde ou de certos operadores do Direito.”

    Neste contexto, o Papa disse não ser “possível deixar de alegrar-se com a adopção pelo Conselho da Europa, no passado mês de Outubro, de uma Resolução que protege o direito do pessoal médico à objecção de consciência face a certos actos que lesam gravemente o direito à vida, como o aborto”.

    Em seguida, Bento XVI chamou a atenção para outra “manifestação da marginalização da religião, e particularmente do cristianismo”, consistente “em banir da vida pública festas e símbolos religiosos, em nome do respeito por quantos pertencem a outras religiões ou por aqueles que não acreditam”.

    Agindo deste modo – observou – “não apenas se limita o direito dos crentes à expressão pública da sua fé, mas cortam-se também raízes culturais que alimentam a identidade profunda e a coesão social de numerosas nações”.

    O Santo Padre agradeceu àqueles países que se associaram ao governo italiano na defesa da exposição do Crucifixo em lugares públicos:

    “Reconhecer a liberdade religiosa – acrescentou – significa, além disso, garantir que as comunidades religiosas possam agir livremente na sociedade, com iniciativas nos sectores social, caritativo ou educativo. Pode-se constatar por todo o lado, no mundo, a fecundidade das obras da Igreja Católica nestes âmbitos. Causa preocupação ver este serviço que as comunidades religiosas prestam a toda a sociedade, particularmente em favor da educação das jovens gerações, comprometido ou dificultado por projectos de lei que correm o risco de criar uma espécie de monopólio estatal em matéria escolar, como se constata, por exemplo, em certos países da América Latina.”

    “Quando vários deles celebram o segundo centenário da sua independência, ocasião propícia para se recordar a contribuição da Igreja Católica para a formação da identidade nacional – continuou o Papa referindo-se, ainda, à América Latina – exorto todos os governos a promoverem sistemas educativos que respeitem o direito primordial das famílias de decidir sobre a educação dos filhos e que se inspirem no princípio de subsidiariedade, fundamental para organizar uma sociedade justa.”

    Continuando a minha reflexão – acrescentou o Pontífice – “não posso passar sem referir outra ameaça à liberdade religiosa das famílias nalguns países europeus, onde é imposta a participação em cursos de educação sexual ou cívica que propagam concepções da pessoa e da vida pretensamente neutras mas que, na realidade, reflectem uma antropologia contrária à fé e à recta razão”.

    Bento XVI concluiu seu discurso com um premente apelo:

    “A religião não constitui um problema para a sociedade, não é um factor de perturbação ou de conflito. Quero repetir que a Igreja não procura privilégios, nem deseja intervir em âmbitos alheios à sua missão, mas simplesmente exercer a mesma com liberdade. (…) Que nenhuma sociedade humana se prive, voluntariamente, da contribuição fundamental que são as pessoas e as comunidades religiosas!”

    Fonte: Rádio Vaticano

    • jmc

      boa estratégia, não se assentar numa justificação apenas para não parecerem fundamentos fracos…
      se algo vai bastante contra o vaticano, é um desrespeito da liberdade religiosa
      se vai um bocado só, é um desrespeito da tradição

      “Quero repetir que a Igreja não procura privilégios”
      claro que não, ora essa…

      • Molochbaal

        Claro, a igreja “só” quer que a gente a sustente e que façamos tudo o que ela quer. “SÓ”

        Para eles, andarmos todos às ordens deles não é um privilégio, é um “direito”.

        Estão mal habituados, mil anos a oprimir a Europa deu-lhes a sensação de serem uns semideuses.

    • Molochbaal

      Resumindo, o papa é tão mentiroso e hipócrita como tu.

      Porque em nenhum país ocidental se proibem festas religiosas, escolas religiosas, ou o culto religioso.

      O que se passa é que os estados estão, finalmente, a deixar de vos financiar com o dinheiro de nós todos.

      Todo o vosso choradinho hipócrita se deve a isso, VOCÊS QUEREM É MAMAR À NOSSA CUSTA.

      Querem ensino religioso, igrejas novas etc ?

      Muito bem, PAGUEM-NAS DO VOSSO BOLSO que o resto da sociedade não é obrigada a sustentar os vossos vícios.

      • Anónimo

        Chulos sempre houve. Os maiores são os parasitas ateus, marginais em minoria ridícula, que deliram terem direitos, que deliram que devem ser ouvidos, que vivem numa sociedade católica, a aproveitarem-se do pacifismo destes.

        Até um dia…

        • Molochbaal

          Chulo ?

          Bem, diz lá então onde é que eu recebo dinheiro do estado para exercer as minhas crenças.

          E o Diário Ateísta, tens provas de que seja financiado pelo estado ?

          É que, provas de que todas as operações da igreja são financiadas pelo estado abundam.

          Vocês até têm a lata de fazer escândalo quando o estado quer reduzir o seu financiamento das vossas escolas, dos vossos programas sociais, da construção dos vossos templos, da vossa propaganda ou assistência religiosa.

          Se não apresentares provas do que dizes demonstras que, além de CHULO porque és TU que mamas o nosso dinheiro, és MENTIROSO.

          Se o produto da educação cristã é uma merda como tu, está tudo dito.

        • Molochbaal

          “Até um dia… ”

          Gostei da ameaça meu porco de merda.

          “que vivem numa sociedade católica,”

          Qual ? A mesma sociedade que votou maioritariamente a favor da liberalização do aborto ?

          “que deliram terem direitos”

          Que o vosso objectivo é tirarem os direitos a toda a gente e ficar com o nosso dinheiro para a tua igreja já todos sabemos meu chulo de merda.

          Depois de todas estas tiradas escusas é de exigir respeito pelas tuas ideias, porque um monte de merda como tu só merece o respeito devido a um monte de merda mesmo.

  • Anónimo

    O B16 SENDO INTELECTUALMENTE DESONESTO, GOSTA É DE TAPAR O SOL COM A PENEIRA…

  • antoniofernando

    ” A crueldade é apanágio dos crentes”

    Carlos Esperança

    Quam fala assim não é gago, mas vê-se bem que denota muito sentido de “equilíbrio”.

    Para quando uma nova foto truncada e manipulada de Bento XVI, Carlos Esperança ?…

  • Xana_C1970

    Se protestar contra mais de 30 000 mortes/ano por aborto não é um motivo suficiente para incomodar o governo de Espanha, será motivo para protestar contra a igreja a existência de umas dezenas de jovens que tiveram relações sexuais com padres, quase todos sem serem forçados?

    Se protestar contra quem pretende implementar as determinações da Onu e Bidelberg que visam criar um “ratio” de 40% de homossexuais (artificialmente e forçando a prática homossexual) para diminuir a natalidade no mundo até 2060 é um abuso da igreja, então vivam esses bispos.

    • Molochbaal

      Quando disseste que és inferior aos homens eu topoei que eras doida, mas não tanto.

      Então a ONU quer obrigar as pessoas, à força, a práticas homosexuais.

      E dizes bacoradas destas a sério, sem te rires !

      Repito, se o produto da educação católica é a merda que estamos a ver, então não são colégios que são precisos, são hospícios para alienados mentais.

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