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  • 6 de Janeiro, 2011
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

Salman Taseer e o crime de Islamabad…

Salman Taseer

Por

E – Pá

A blasfémia é a difamação do nome dos deuses [ou dos seus profetas]. Poderá abranger posições de mero insulto ao verrinoso escárnio sobre divindades.

Um “crime” que remonta aos tempos bíblicos [no Levítico estipula-se que os blasfemos sejam condenados à morte], e perdurou durante longo tempo no cristianismo [onde, p. exº., os cânones medievos os puniam exemplarmente]. Os judeus perante uma blasfémia, para demonstrar a sua indignação, rasgavam as suas roupas…
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Este “crime” perdurou até à Idade Moderna. Chegou a incorporar a Lei Comum [“Common Law”] americana onde a condenação capital foi substituída por prisão e multa. Todavia, as suas reminiscências chegaram praticamente aos nossos dias Por exemplo, a atitude da ICAR sobre o livro de Dan Brown, “O Código Da Vinci”, andou, muito próxima de um conceito soft de blasfémia…
No Islamismo a blasfémia centra-se essencialmente na difamação do profeta Maomé, embora imprecações contra deus [lato sensu] sejam, também, abrangidas. Ainda hoje, em muitos países muçulmanos, é considerada uma ofensa punível com a pena de morte. Todos nos recordamos da fatwa de Khomenei sobre Salman Rushdie, em virtude do livro “Versículos Satanicos”, considerado blasfemo.
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O Paquistão será um dos países islâmicos que, na actualidade, mantém um enquadramento “legal” mais duro e rígido contra a blasfémia. Em 1982 era punida com a prisão perpétua. Quatro anos depois – com o recrudescimento do fundamentalismo – foi agravada, sendo introduzida a pena de morte para qualquer observação derrogatória em relação ao profeta Maomé.
Nos sectores muçulmanos mais abertos ao Mundo a “lei da blasfémia” tem gerado muita controvérsia. Salman Taseer, em conjunto com organismos paquistaneses e internacionais, manifestou-se publicamente contra a actual legislação em vigor no Paquistão. link
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O assassinato perpetrado em Islamabad não foi mais um crime num terreno de instabilidade e violência política do Paquistão.
Salman Taseer morreu por ter ousado lutar, no seu País, contra a bárbara lei da blasfémia. Mais um crime a engrossar a galeria de “horrores” das religiões…
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Mais do que decretar 3 dias de luto nacional, melhor seria o Governo paquitanês revogar a iníqua lei que aí vigora.
8 thoughts on “Salman Taseer e o crime de Islamabad…”
  • antoniofernando

    Ainda há homens que não vergam nas suas convicções. Honra e glória para Salmam Taseer…

  • antoniofernando

    Ainda há homens que não vergam nas suas convicções. Honra e glória para Salmam Taseer…

  • Anónimo

    MAIS UM CRIME INFAME A JUNTAR AO ROL DE CRIMES PERPETRADOS PELAS RELIGIÕES.

    • Molochbaal

      Ah.

      Este já é um crime das religiões.

      Mas se investigarmos bem provavelmente vamos descobrir que os seus assassinos também matam por motivos socio-culturais, políticos, quiçá económicos e, porque não, por uma natural predisposição pessoal para a violência dos perpretantes ?

      Pelo que também nestes casos, para serem coerentes, teriam de aplicar a mesma nojenta e VERGONHOSA desculpa que aplicam quando não reconhecem os crimes ateus dos ditadores ateus que mataram para impor o ateísmo como crimes do ateísmo, só porque também mataram por outras razões.

      Então, também os terroristas que mataram Salman não cometeram um crime religioso, mas um crime “socio-cultural”, político, económico, pessoal, etc, tudo menos religioso, como vocês fazem em relação aos crimes ateus.

      É que usar duas medidas diferentes consoante se julgam os crimes próprios ou os alheios é simplesmente um NOJO.

      • Anónimo

        MEU CARO

        VOCÊ NÃO ME CONHECE …
        VOCÊ NUNCA ME VIU A DEFENDER UM CRIME POLÍTICO OU DE OUTRA ÍNDOLE.
        DIGA-SE EM ABONO DA VERDADE QUE NÃO CONSIDERO QUE SEJA CRIME, MATAR PARA NÃO SER MORTO…
        ASSIM FICO ESPANTADO COM ESSA SUA CAPACIDADE PARA ADIVINHAR PENSAMENTOS.
        O CRIME ESPECÍFICO CITADO TEM SEM DÚVIDA NENHUMA UMA RAZÃO RELIGIOSA.

        • Molochbaal

          Não percebo a tua resposta, é melhor seres mais específico.

          E sim, é claro que tem razão religiosa.

          Evidentemente que estava a ironizar com o facto de SEM DÚVIDA NENHUMA as perseguições dos ateus Mao ou Pol Pot contra a religião serem perseguições ateias contra a religião mas que, para essas a maioria dos ateus já vão buscar uma série de sonsices hipócritas para garantir que perseguições de líderes ateus contra a religião nada têm a ver com o facto dos perseguidores serem ateus.

          A ironia deve-se ao facto de SEM DÚVIDA NENHUMA tal monte de BULL SHIT é tão perversamente hipócrita como a atitude de certos crentes que nos garantem que a igreja nada teve a ver com as fogueiras da inquisição.

  • Anónimo

    MEU CARO

    VOCÊ NÃO ME CONHECE …
    VOCÊ NUNCA ME VIU A DEFENDER UM CRIME POLÍTICO OU DE OUTRA ÍNDOLE.
    DIGA-SE EM ABONO DA VERDADE QUE NÃO CONSIDERO QUE SEJA CRIME, MATAR PARA NÃO SER MORTO…
    ASSIM FICO ESPANTADO COM ESSA SUA CAPACIDADE PARA ADIVINHAR PENSAMENTOS.
    O CRIME ESPECÍFICO CITADO TEM SEM DÚVIDA NENHUMA UMA RAZÃO RELIGIOSA.

    • Jamigo

      Não são crimes perpetrados pelas religiões, mas pelo fundamentalismo de uma minoria.
      A religião islâmica nada tem com isto.
      No Brasil, maior país católico do mundo, pessoas matam por muito menos, diariamente.
      Que o sangue de Salman Taseer, derramada injustamente, possa estimular outros líderes a buscar a paz entre os homens e que o perdão soe mais forte que as armas.

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